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Espelhos

|My heart is really, really
Hot like chilly chilly
I keep being silly
I am a girl in love
— Girls, Nature

"Minjung observava seu reflexo no espelho, fazendo uma lista mental de quantos defeitos conseguiu encontrar em pouco mais de dois minutos ali no banheiro enquanto lavava as mãos. Puxou o papel toalha e secou-se, saindo logo depois de jogar no lixo o que usou.

Assim que se viu no lado de fora, repetiu para si mesma que dessa vez resistiria firmemente às tentações adocicadas e recheadas com chantilly, seja lá qual Hyejun tenha feito no dia anterior. Havia se convencido com as palavras falsificadas daquele garoto de sua turma, tão lindo aos seus olhos inocentes e ainda um pouco infantis, Minjung sentia-se apaixonada pela primeira vez, não queria terminar como a governanta, cuidando de crianças e solteira toda vida, então pensou que deveria ceder algumas de suas vontades para agradar seu amor.

Andou rápido até o refeitório, simplesmente por não desejar ficar sozinha e com medo de fazer alguma besteira da qual iria se arrepender poucos minutos depois caso ainda tivesse a chance. No caminho, finalmente viu Hyejun, sua melhor amiga, quase uma irmã, e tentou correr entre os tantos adolescentes enquanto chamava pelo nome da garota, na esperança de isso chamar sua atenção. Quando finalmente conseguiu segurar a mão da garota, a acompanhou até o lugar que iriam.

— É bolo que você tem aí? E nem divide com sua amiga? — Minjung falou de pura brincadeira, sabendo que, mesmo se a garota estivesse disposta a dividir, não aceitaria. — Nossa, Hyejun, é assim que você agradece minha amizade?

Ficou o resto do tempo observando Hyejun pegar mais e mais do bolo, sentindo uma imensa vontade de pedir um pedacinho, mesmo que bem pequeno, mas não queria ter que lidar com tudo  que passaria, mesmo não querendo de jeito nenhum, depois de engolir. A jovem, que conhecia bem demais a melhor amiga, preocupou-se ao notar que a garota não havia comido nada, então resolveu perguntar:

— Você não trouxe comida? Quer o outro pedaço de bolo que eu trouxe? — Disse se preparando para levantar.

— Não estou com fome. E eu não posso comer. — Sussurou a última parte apenas para si mesma.

Lembrava claramente das palavras que ouviu, independentemente de quanto tempo se passasse, se eram horas, minutos ou segundos, sabia de cor e salteado os termos, tons e jeitos que foram usados por ele. Pensava que realmente estivesse certo, então seguia os conselhos desvairados dele, mesmo que lá no fundo estivesse implorando por ajuda, sentindo que se ela demorasse mais, talvez desmoronasse e fizesse algo de que nunca teria a chance de uma recuperação.

Agradeceu pelo toque estridente do sinal, anunciando o fim do intervalo entre as aulas. Agora, o próximo seria apenas no almoço, quando daria um jeito de se voluntariar para ajudar os professores nesse meio tempo, como sempre fazia e assim, era considerada uma aluna prestativa e obediente, um exemplo para todos seus colegas e amigos, mesmo que todo o seu desejo seja de que ninguém se espelhe em si, pois sabia tão perfeitamente quanto decorou uma desculpa esfarrapada para não comer que se realmente fizessem tal coisa isso cortaria seu coração.

Foi a penúltima aula a entrar na sala de aula, ficando com vergonha de entrar na sala por estar todos já em seus lugares, mas precisava disso. Respirou fundo quando finalmente se sentou em seu lugar, agradecendo por ninguém ter dado importância para a sua presença atrasada. Puxou o caderno de literatura da mochila, vendo um bilhete feito com post-it amarelo colado na capa. Tentando decifrar a caligrafia desleixada e mal feita, descobriu se tratar de um convite feito por ele para passar o resto do dia em sua casa, já que ambos não teriam aulas extras. Escreveu embaixo que sim e passou para trás, onde o garoto estava sentado.

A professora, cansada de esperar, logo anunciou que começaria a aula. Copiou rapidamente a matéria no quadro de giz, desesperando os alunos mais preguiçosos e que enrolaram até o último minuto para pensar em fazer o cabeçalho, mas não era o caso de Minjung, que copiou praticamente tudo ao mesmo tempo da mulher, logo ficando com a cabeça abaixada na mesa e tentando se distrair das vozes tão barulhentas que a incomodavam. Ficou triste ao ouvir novamente o barulho do sinal, indicando a aula de história, justamente a que menos esperava, pois pegou inúmeras vezes o professor olhando para uma colega de forma nojenta.

A voz gentil e amigável se fez presente na turma, deixando apenas as duas meninas desconfortáveis e quietas, já que os outros nem imaginavam as crueldades feitas por aquela autoridade tão respeitada por todo o colégio. Minjung puxa o outros caderno, novamente vendo um bilhete, dessa vez com um endereço muito detalhado e que não reconhecia. Dessa vez, não respondeu, apenas o enfiou dentro do estojo e voltou sua atenção para a aula que estava sendo dada naquele momento.

Com todo seu esforço, convenceu o professor a deixá-la ajudar com o que precisasse na sala dos professores ao invés de ir para o almoço, alegando ter comido muito no primeiro intervalo e não estar com fome, além de que, como não teria outras aulas naquele dia poderia comer quando voltasse para sua casa. No fim, ficou organizando os tantos livros com linguagem rebuscada demais para si, tendo a certeza quase absoluta de que na primeira página já teria pelo menos dez palavaras desconhecidas, mas no momento não tinha o mínimo de interesse em descobrir se sua hipótese realmente estava correta ou não.

No abraço de sua professora de língua coreana, as duas seguiram até a sala de aula, prontas para enfrentarem mais um resto de dia. Minjung sorriu ao sentir o carinho tão lindo da moça com seus alunos. Talvez por ser a mais nova e lembrar com detalhes como é difícil ser estudante? Era no que garota de cabelos curtinhos gostava de acreditar, e torcia para que a mulher não mudasse, já que fazia muitos bem para seus colegas, e futuramente, poderia ajudar também muitos outros adolescentes a lidar melhor com esse período que exige tanto esforço, dedicação e uma força de vontade que muitas vezes não temos.

— Boa tarde! Abram o livro na página cento e vinte, por favor. Hyejun, inicie a leitura pelo parágrafo três.

Depois do nervosismo de precisar ler todo um parágrafo de quase dez linhas, no final das aulas saiu da classe acompanhada pelo garoto, de mãos dadas e segurando um sorriso bobo pelo que acontecia. No entanto, sua companhia era quieta demais, parecendo refletir sobre assuntos de maior complexidade da humidade, mesmo que nunca prestasse atenção nas aulas de filosofia ou história e sim ficasse rabiscando linhas caóticas, completamente fora do compreendimento de qualquer um que não fosse ele próprio.

A garota sentia-se cada vez mais angustiada com o toque gélido em suas mãos e o olhar indiferente recaído sobre o chão, que vez e outra voltava a focar na expressão ansiosa de Minjung. Em seus pensamentos, havia milhares de coisas para esclarecer e maneiras para conseguir conectar um assunto ao outro, apenas tinha uma sensação de insegurança tão forte, evitando tudo que ela mostrasse uma forma de ocorrer de um jeito errôneo e distinto do seu planejamento mental. Decidiu se concentrar no caminho, endireitou a postura e continuou a andar, sentindo um incômodo enjoado de seus pensamentos atormentando até mesmo como se porta diante de pessoas diferentes.

Logo que o trajeto tornou-se reconhecível para Minjung, ela estranhou e imaginou milhares de circunstâncias para que fossem até um shopping tão distante, inclusive, jurava que ele abria somente aos finais de semana, mas se estavam indo, pensou que havia cometido um engano, tendo a confirmação assim que o letreiro branco e brilhando demais para uma tarde tão ensolarada do meio de semana. Confusa e curiosa, não conteve a vontade de perguntar o motivo do passeio tão desprogramado, já que ambos ainda estavam com o uniforme escolar.

— Não vamos para o shopping, vamos até minha casa. — Respondeu e logo deu uma risada irônica. — Não somos um casal para fazer essas coisas, Minjung. Inclusive, disse que iríamos para a minha casa no bilhete.

A garota sentiu-se burra assim que lembrou das exatas palavras usadas no papelzinho que lhe foi entregue, desejando dar um grande tapa em sua testa como forma de punição, mesmo que o ato falho tenha sido tão comum quanto qualquer outro, afinal, o dia havia sido cheio dos dizeres sábios de professores e tentantivas de, a todo custo, ignorar e disfarçar o som de sua barriga roncando de tanta fome. No fim, se convenceu de que iria ignorar o ocorrido e tentar ser o mais natural possível enquanto estivesse na presença dele, deixaria os torturantes pensamentos julgadores para depois, quando fosse abandonada em seu quarto escuro e solitário.

Quando chegaram na casa, o garoto agia de forma descontraída, deixando Minjung um pouco desconfortável quando tirou uma garrafa de bebida alcoólica da geladeira, além das piadinhas com seu corpo, personalidade ou os dois de uma só vez. O cheiro de vinho era forte demais e deixava seu estômago revirado, pois vivia cercada por pessoas que eram contra o consumo desse tipo de coisas e não estava acostumada, além de não ter ingerido comida desde o dia anterior, no entanto, mesmo cogitando muito, rejeitou qualquer pensamento relacionado a pedir um lanche.

Pediu licença para ir ao banheiro, que já havia decorado o caminho desde as primeiras instruções dadas quando chegou ali, enquanto torcia para não chorar enquanto estivesse lá. Trancou a porta e foi para frente do grande espelho, observando seu rosto e arrumando o cabelo curto. Ensaiou uma desculpa rápida para ir embora durante o tempo que ficou lavando as mãos depois de usar o vaso sanitário. Com as mãos tremendo de nervosismo, saiu do banheiro acompanhada pelas reflexões distorcidas sobre sua imagem no espelho.

Por sua sorte, a desculpa de que precisava chegar cedo o convenceu muito bem. Foi juntamente dele até a porta e, já do lado de fora da casa, ao ouvir o barulho da porta fechando respirou fundo, tentando organizar seus sentimentos de forma rápida antes de chegar em casa, não queria ouvir perguntas sobre seu comportamento e o sumiço durante toda a tarde. Aproveitou o caminho de forma calma, se distraindo apostando corridas imaginárias com os carros e bicicletas na estrada, sentindo-se de volta à infância.

Quando chegou em casa, cumprimentou a mulher de voz gentil que a recebeu e correu pelas escadas até o quarto, onde pegou as roupas do armário e a toalha. Saiu do cômodo e foi para o banheiro, trancando a porta e evitando a olhar no espelho enquanto tirava o uniforme para entrar embaixo do chuveiro. Torceu para a água gelada tirasse um pouquinho dos pensamentos humilhantes sobre si mesma, apesar de saber que um banho não faria uma mágica e de forma surpreendente seria libertada de algo construído desde suas primeiras memórias naquele colégio.

Ao deitar em sua cama, já seca e vestida com um vestido branco de alcinha, permitiu que suas lágrimas rolassem livremente pelo rosto livre de maquiagens, não entendendo o motivo para tanto sofrimento liberado em um pranto repentino. Mas ao olhar para a gaveta onde escondia uma lâmina, pensou que talvez fosse o melhor momento para fazer aquilo que pensava desde o início do ano passado."

— E posso dizer que foi a maior dor que senti durante a vida, ali, enquanto meu coração era quebrado pelos pensamentos como se fosse frágil como vidro. A sensação de morte não foi o alívio que eu esperava, apenas um grande apagão e inatividade, pelo menos até meu espírito conseguir se libertar.

Yubin observava a garota que pronunciava cada palava ouvida anteriormente, contando uma trajetória cruelmente afetada por se dar tantos aos outros, esqueceu-se de quem era e queria ser.

— Saerok está te esperando. — Minjung disse apontando com a cabeça para a porta. — Ela vai ser legal com você. Se não for, me conta que eu brigo com ela, está bem? — Sussurou fazendo um carinho na mão de Yubin.

Dirigiram-se para o outro quarto, mais simples do que os anteriores. Ambas sentaram no chão de madeira, assim, Saerok começou sua história.

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