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✿ thirteen ✿

Ruel havia observado Henrietta durante toda a aula de literatura, que era a última do dia. Sentiu que ela estava ainda mais deprimida do que no dia anterior e sentiu que havia algo errado, assim que ela passou um bilhete pedindo que ele a encontrasse na biblioteca depois da aula.

A biblioteca da escola costumava ficar vazia durante a hora do almoço e era o lugar perfeito para conversar com alguém sem nenhuma interrupção.

Ruel chegou até o local antes, afinal ele estava ansioso sobre o que ela tinha para dizer. Ele sabia que gostava dela mesmo que não fosse nada muito intenso, sua personalidade forte o atraía de um modo que nunca fora atraído antes e ele não desistiria, enquanto não conquistasse aquele coração de pedra.

— Finalmente. — Ele brincou, assim que Henrietta chegou até a estante de literatura moderna. — John Green. — Ele sorriu, mostrando um exemplar de Quem é você Alasca?

— Admiro a Alasca, sempre achei a personalidade dela muito marcante. — Ela não sorriu, seus olhos ainda demonstravam tristeza. — É uma pena que aquelas coisas aconteceram com ela porém coisas ruins acontecem, a vida é assim.

— Você está bem?

— Eu tenho muita coisa para te dizer e preciso que apenas fique quieto e me escute. — Ruel acabou rindo, Henrietta era sempre muito mandona mas ele gostava do jeito dela. — Eu gostaria de viver aquele clichê dizendo que quando eu te vi na aula de literatura, me apaixonei completamente por você.

Oh. — Ruel ameaçou falar mas Henrietta fez sinal para que ele se calasse.

— Mas eu te odiei! Odiei ainda mais quando te encontrei na secretaria e todas as outras vezes em que você me procurou! O meu ódio se amenizou enquanto falávamos sobre boybands mas voltou assim que você agiu feito um homem comum.

— É que eu sou um. — Ruel riu, Henrietta pediu silêncio outra vez.

— Acontece que quando eu percebi que a sua insistência ia muito além de você querer me levar para a sua cama ou algo do tipo, eu comecei a pensar que talvez você não fosse tão ruim. — Ela sorriu fraco, não estava preparada para expulsa-lo de sua vida. — E só talvez, eu tenha começado a pensar que você era diferente dos garotos que eu conheci.

Ruel sentiu seu coração se encher de alegria e não deixou que ela dissesse mais nada. Suas mãos foram para a cintura da garota e ele logo a puxou, colando seus corpos.

Henrietta parecia assustada mas assim que tocou os lábios macios do garoto com os seus, sentiu que valeria a pena perder o pouco de sanidade que ainda tinha. Ruel ficou surpreso e feliz ao ver que a garota retribuiu o beijo e aproveitou aquele momento, como se fosse o último de toda a sua vida.

— Você não deveria ter feito isso. — Ela sussurrou, assim que seus lábios se separaram.

— Você retribuiu. — Ruel sorriu, seus olhos demonstravam uma alegria intensa e Henrietta sentia-se fraca, por ter que fazer aquilo.

— Não podemos nos ver mais, nunca mais.

A princípio aquelas palavras pegaram Ruel de surpresa, que demorou a assimilar que ela estava falando sério, quanto a decisão de se afastar dele.

— Acha mesmo que pode me beijar e em seguida partir meu coração? — Ele brincou, Henrietta suspirou.

— Eu estou falando sério, eu não quero mais falar com você e nem com o restante do seu grupo. — Ela deu um passo para trás, era incrivelmente boa com mentiras e Ruel jamais perceberia o quanto ela estava sofrendo por ter que dizer aquilo.

— Eu não entendo! Você demonstrou que gostava de mim e agora quer simplesmente se afastar? Sem nenhum motivo?

— Eu tenho muitos motivos, Ruel.

— E qual é? Porque eu realmente não faço ideia. — Ele parecia decepcionado, Henrietta sentia aquilo em sua voz.

— Porque você é um homem e eu, estou destinada a ficar longe deles para sempre.

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