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O palácio se encontrava bagunçado, estava tendo reformas no local para que se expandisse, o rei queria criar dentro de seu próprio lar um lugar onde todos seus serventes pudesse morar, assim muitos poderiam se mudar e viver por lá, afinal, a viagem de volta para a cidade era muito perigosa às vezes.

O rei possuía empregados fiéis que trabalhavam consigo há 10 anos, então, confiava plenamente em seus serviçais, até mesmo os soldados ganhariam um alojamento dentro do palácio. E por isso, o lugar estava cheio de pessoas andando para lá e para cá devido às construções.

Tinha pegado a ideia do seu mais novo lorde, Midoriya, via o jeito que ele cuidava das criadas, todos moravam consigo no palácio e durante um ano nunca teve sequer um incidente, isso que a grande maioria eram pessoas que ele conhecerá há pouquíssimo tempo.

Se Izuku, um homem extrema inteligência e um nome forte fazia isso, por que um rei não faria também? Se sentiria até mais seguro tendo todos seus soldados de confiança próximo de si, assim nunca estaria correndo perigo de nada. Claro que ele precisava se certificar, e muito, para que nada desse errado e alguém entrasse ali aproveitando a bagunça.

Estava um pouco preocupado.

Um lorde de muito longe estava vindo para fazer uma visita e para conversar sobre a exportação de vinho. O problema era que o assunto era longo e não possuía lugar para abrigar o homem e seus soldados, não o mandaria para a cidade, já que ela estava super lotada devido ao festival anual de comidas típicas do país, coisa que ele adorava. Sempre participava o festival, usava como um bom fator para conhecer de verdade seu povo, no entanto, devido as obras do castelo, ficara difícil comparecer.

Porém, seus soldados que participavam do festival nos horários vagos lhe traziam sempre que possível uma guloseima ou outra para que provasse os petiscos que o festival estava oferecendo naquele ano.

Toshinori Yagi era um rei sábio, beirando aos 50 anos. Era um homem de cabelos loiros desgastados pela idade, possuía um físico um tanto mais magro por conta de sua ferida de guerra que quase o levou à morte. Se não fosse a mudança drástica no poder militar, talvez ele não estivesse ali para contar história.

Guerra era algo que Yagi detestava com todas as suas forças, entretanto, ele fora forçado a entrar em uma, uma guerra que durou anos que quando terminou conseguiram conquistar a vitória. Porém, mesmo com a vitória, as essências que foram deixadas e os locais que foram completamente devastados jamais seriam reconquistados.

Eram tempos que ele não gostava de se lembrar, o rei possuía seu próprio harém, já que sua esposa havia morrido e ele já não via mais necessidade de procurar outra mulher se já possuía herdeiros. Possuía um casal de filhos que amava muito e tinha orgulho de dizer que os tinha ensinado tudo.

Eram seu orgulho, já que eram assim como ele; pessoas sem preconceitos ou limitações.

Yagi acreditava fortemente que não se podia julgar uma pessoa por sua aparência, que cada um tinha seu próprio valor e princípios, por isso tinha se tornado um rei tão querido, ele aceitava as diferenças de todos, como nunca nenhum rei havia feito.

Ainda mais com Midoriya, quando ele e os demais superiores de seu poder militar haviam descoberto sobre a preferência sexual dele, ficaram de fatos bem surpresos. Ele não se importou, pois contanto que o garoto continuasse evoluindo e sempre ajudando na guerra, estava mais que satisfeito. Todavia, nem todos aceitaram muito bem, então ele praticamente precisou mudar todo o pessoal que possuía em seu comando.

Não foi um momento fácil já que seus conselheiros o acharam doido de fazer todas aquelas mudanças por um simples homem, mas fora aquele mesmo homem que havia ganhado a guerra e salvado milhares de escravos durante ela. Não se arrependia de nada, se sentia orgulhoso de ter feito o que fez e mostrava para todos os filhos como uma forma de aprendizado.

Só que infelizmente, seus conselheiros se recusavam a deixar vazar aquela informação, como poderiam deixar que livros e documentos informassem aquilo? Então, ninguém sabia ao certo sobre a sexualidade do General. O harém que ele possuía de homens era pouquíssimo citado, existiam rumores, só que nenhuma pessoa sabia ao certo se aquilo era a verdade ou não.

Todos tinham uma noção que ele possuía muitas mulheres em seu comando, então, muitos falavam que aquelas mulheres eram de seu harém e os pouquíssimos homens que lá viviam eram de sua guarda pessoal, de extrema confiança.

Só que, como sabemos, era completamente ao contrário.

Yagi não entendia o motivo de tanto preconceito; era só contar a verdade e que se dane as consequências, deixar Midoriya viver a vida como bem entendesse, sem ninguém alterando um fato ou outro da vida dele. Izuku já havia feito muito por aquele país, tudo o que ele menos precisava no momento era de pessoas interferindo em sua vida.

Sabia do temperamento dos maridos de Midoriya, era um tanto arriscado mandar o lorde que estava vindo para o palácio do General, contudo, não conhecia ninguém que pudesse confiar de olhos fechados que cuidasse e protegesse aquele ser como Izuku faria.

Era inevitável que alguém não tentasse atrapalhar suas negociações, afinal, fechar negócio com outro lorde que lidava com vinhos, tendo tantos outros em seu reino que faziam a mesma coisa, era óbvio que alguém ia fazer algo para atrapalhar. Só que tinha escutado coisas ótimas sobre o vinho daquele lorde que precisava provar ele mesmo para ter certeza antes de fechar qualquer negócio.

Mandou uma mensagem para Midoriya explicando a situação e perguntando se o lorde poderia ficar alguns dias em seu palácio, assim ninguém tentaria fazer nada, pois saberiam que ele estava sob os cuidados de um herói de guerra.

Quando mandou a mensagem utilizando seu corvo, recebeu o anúncio que o lorde, Shoto Todoroki, havia finalmente chegado, só esperava que até sua conversa terminar, o corvo voltaria com a resposta de Izuku, claro, com boas notícias, caso ao contrário ele teria um grande trabalho em encontrar alguém que protegesse aquele homem.

Tinha mandado para que arrumassem uma sala para recebê-lo e assim tivessem uma conversa tranquila fora sem incômodos externos. Quando entrou no ambiente acompanhado de sua guarda pessoal, viu o homem já sentado em uma das almofadas, bebendo um chá, que provavelmente alguma criada havia levado para ele, em frente à uma pequena mesa de madeira.

O lorde possuía cabelos um tanto incomuns, era branco e vermelho, separados igualmente de um jeito bem calculista, olhos heterocromáticos, castanho e azul, sendo o azul acompanhado por uma grande queimadura que pegava boa parte de seu rosto branco. O mesmo usava um quimono preto simples, com detalhes em vermelho. Uma roupa leve para uma viagem tão longa, percebeu que atrás do mesmo havia dois guardas que não notou muito a aparência.

— Vossa Majestade, é uma honra poder finalmente conhecê-lo — o lorde fez uma reverência. — Fico muito grato por ter me chamado até aqui para que pudéssemos discutir o assunto do vinho. Eu trouxe meu melhor barril para que pudesse provar — falou calmo, destacando o barril que continha o conteúdo para a degustação.

— Fico grato por isso, Lorde Todoroki. E o prazer em conhecê-lo é todo meu! — Yagi estendeu a mão e apertou a do rapaz, sentando-se ao lado dele após. — Agora vamos conversar melhor sobre essa negociação enquanto provamos um bom vinho, sim?

Os dois conversaram por algumas horas; de fato o vinho de Shoto era algo que o rei jamais havia provado, era simplesmente divino, ganharia muito dinheiro caso investisse no mesmo. Teria que proporcionar um novo terreno para que tivesse um maior cultivo e até mesmo mão de obra qualificada para que fabricasse a bebida.

Eram tantas questões a serem resolvidas...

Um dos seus serviçais lhe informou que o corvo-correio havia retornado, o rei ficara deverás ansioso pela resposta, coisa que fora muito percebida pelos convidados que estranharam todo aquele nervosismo.

O rei abriu rapidamente a carta para ler o conteúdo dela.

— Graças a Deus, ele aceitou! — soltou o ar que não sabia que estava preso; agora as coisas estavam seguindo conforme o planejado.

— Peço perdão pela intromissão, mas por que tanta ansiedade? — Todoroki perguntou. Era arriscado fazer uma pergunta daquelas, ainda mais para um rei.

— Ah! Eu havia perguntando se Midoriya poderia lhe receber em seu palácio. O meu como pôde ver, está sem condições de receber qualquer convidado. Espero que não fique incomodado de passar alguns dias por lá, a viagem até seu palácio é deveras rápida, então não terá problemas para continuarmos negociando — o rei sorriu confiante para o convidado, só que acabou ficando um tanto confuso pela expressão surpresa do negociador, assim como dos guardas dele.

— Um momento... Midoriya, o herói de guerra? — perguntou, pasmo.

Yagi sabia que Izuku era conhecido e adorado por muitos, querendo ou não, muitos soldados entravam no exército sonhando em crescer tanto quanto o herói havia crescido. Afinal, até hoje na história nenhum homem tinha conseguido o posto mais alto na área militar como ele havia conseguido, sem contar que agora Midoriya era praticamente era o braço direito do rei.

Ver a expressão de certa animação e fascínio só fazia com que Yagi tivesse certeza de que aquele jovem lorde era um admirador dos feitos de Midoriya, até ele era, quem não ficaria surpreso com todos os feitos que o homem fez ao país? Só que temia que ele ficasse decepcionado ao saber a verdade, afinal, era algo que muitos temiam em esconder, com medo de manchar o país por possuir um general gay.

— Devo lhe dizer algo antes, acho que ficou sabendo dos rumores sobre Lorde Midoriya — sua feição ficou séria, chamando a atenção do rapaz.

— Que ele possui um harém gigantesco? — perguntou, fazendo o rei coçar o queixo. — Ouvi dizer que há mais de 200 mulheres sob seu comando.

— De fato. Atualmente são 500 mulheres trabalhando para ele — Yagi disse, vendo o lorde ficar chocado com a quantidade de mulheres que ele possuía. — 450 são de sua cavaleira pessoal, as outras 50 trabalhavam na casa.

— Um número surpreendente — piscou os olhos algumas vezes, aflito com aquilo.

— Bem, devo alertá-lo que não deve de forma alguma mexer com aquelas mulheres, até acho bom avisar seus soldados, digamos que elas são um tanto... temperamentais — riu, pois já havia presenciado muitos momentos engraçados.

— Devo imaginar, afinal, elas fazem parte do harém dele — Yagi não sabia se ria pela falta de informação ou pela informação alterada que estavam passando mundo à fora, céus, cada coisa que deviam falar de seu fiel general. — Nunca pensei que um homem poderia ter tantas mulheres à sua disposição.

— Bem... temos um equívoco, pelo jeito, os rumores só tendem a piorar! — o rei deu uma risada nasal, precisava descobrir novos rumores para que pudesse contar mais tarde ao amigo. — Se não me falhe a memória, Midoriya possuí 6 em seu harém...

— Ainda assim, é um número grande — o jovem lorde falou, ainda sem diminuir sua admiração.

—... De homens — completou, vendo o lorde piscar algumas vezes, assim como os dois soldados, que o acompanhavam, ficaram tão chocados quanto ele. O rei gostaria muito de rir diante da situação, mas seria inconveniente.

— Desculpe. Homens?! Ele possuiu um harém de homens?! — perguntou ainda com o semblante chocado e surpreso com a novidade. — Mas...

— Espero que isso não lhe incomode, ficaria deverás chateado caso fosse preconceituoso — avisou, vendo o rapaz negar com as mãos um pouco trêmulo devido ao olhar sério que havia recebido. — Midoriya sempre foi homossexual, entretanto, por algum motivo, espalham rumores que o mesmo não é. Tento sempre contar a verdade a todos, só que pouquíssimos creem em minhas palavras, nunca vou compreender.

— Não... de forma alguma, problema nenhum, só que... bem... é... como eu posso dizer... — murmurou sem jeito, levando os dedos ao queixo.

— Acha que ele vai dar em cima de você? — perguntou risonho, não conseguiu controlar a risada escutando aquelas palavras do mais novo. Chegava a ser cômico. — Primeiro teria que passar pelos maridos do mesmo, do jeito que são ciumentos, se conseguir passar pelo portão principal já será um feito e tanto!! Não se preocupe, Midoriya, não é do tipo que dá em cima de qualquer homem que conhece! — colocou a mão na barriga, tentando se controlar.

— Senhor, uma Valkyria se encontra para conduzir lorde Todoroki para o palácio do general Midoriya — o serviçal anunciou, preferia chamar Midoriya de general do que lorde, já que achava mais significado do que um relé título de lorde. O rei até gostava, sempre ficava revezando em como chamar o amigo.

— Valkyria? — Todoroki perguntou, confuso.

— Ah, sim. Como sabe, a cavalaria é composta apenas de mulheres, por isso tantas em seu comando, é um homem de sorte para que uma tenha vindo pessoalmente conduzi-lo — sorriu gentil, logo se levantado e sendo seguido pelo lorde. — Espero que faça uma boa viagem e que assim que puder, me visite para continuarmos as negociações, mande lembranças à Midoriya por mim.

Todoroki assentiu e se despediu do rei para que fosse até o local, onde sua guia o aguardava, aproveitaria e contaria o que sabia aos seus homens, afinal, não achava nada sábio chegar no local sem contar nada para eles sobre os avisos, na qual o rei havia comentado. Tinha uma leve impressão que a grande maioria ficaria desapontada ou até mesmo com certo nojo, só esperava que nenhum deles cometesse algum mal na residência do general.

Assim que chegou no local onde todos se encontravam próximo aos cavalos no estábulo, contou sobre as mulheres e da sexualidade do general e como havia pensado, a grande maioria ficara completamente desacreditada. Muitos ali haviam entrado para o exército ou até mesmo como soldados de guarda pessoal para se tornarem alguém como Midoriya, já que ele era um ícone e um exemplo a ser seguido.

Saber que o general era gay fez com que muitos ficassem sem chão. Não podia culpá-los, afinal, não podia mudar a cabeça de todos ali, só esperava que o respeitassem como ele respeitava a escolha do general, não julgaria; se o próprio rei não julgava, por que ele, um mero lorde o faria? Gostava muito do jeito que o rei lidava com as coisas e como comandava o país, era um homem de muito respeito.

Era triste ver os rostos de seus homens com a notícia, completamente insatisfeitos e irritados, estava pasmo de como a sexualidade de alguém poderia interferir tanto na imagem dela. Devia ser por isso que os conselheiros do rei ou até mesmo os historiadores quiseram omitir aquilo, afinal, Midoriya era conhecido como herói de guerra.

Talvez estivessem preocupados com a imagem negativa que ele ganharia por sua sexualidade, fazendo com que todos seus feitos fossem ignorados e descartados por conta disso. Só que Todoroki não julgaria até conhecê-lo, assim teria suas próprias conclusões.

Arrumaram todas as coisas, prenderam os cavalos na carroça onde possuía baús contendo roupas de todos ali presentes; ficariam um tempo por aquelas bandas, então precisavam andar com mudas de roupa para caso precisassem dormir em algum lugar. Montaram em seus cavalos e foram até onde estava localizado a tal mulher que seria a guia.

No portão sul do palácio se encontrava a cavaleira que os aguardava impaciente pela demora. Ela estava montada em um belíssimo corcel negro, onde até mesmo a crina era tão negra quanto sua pelagem e seus olhos. Era um corcel selvagem e raro de se dominar por aquelas bandas.

Não usava nenhum tipo de sela ou algo que a ajudasse a se se manter sentada confortavelmente no cavalo, até mesmo a rédea dele não era como o habitual, onde se colocava dentro da boca do animal, era uma corda simples na cor vermelha amarrada na parte do focinho e sendo segurado pela mulher com uma das mãos.

Ela usava uma armadura completamente diferente do que estavam acostumados, era um pouco brilhante junto ao sol, na cor prateada e os detalhes em ouro, a deixando mais bela e feminina, possuía detalhes de asa nas costas e na parte da panturrilha. O corpo todo era coberto pela armadura, não deixando um espaço que pudesse revelar o corpo da senhorita.

Ela utilizava um elmo belíssimo e prateado com um detalhe em dourado nas laterais, onde saía uma asa de cada lado. O elmo era fechado fazendo com que ele quase escondesse os belos olhos pretos; ele tinha duas pontas próxima ao queixo, mostrando o quanto era fino. Ela tinha cabelos curtos e negros que quase eram escondidos pelo elmo.

Pela falta da sela, a armadura era feita de um material diferente, ela era completamente modificada para que suportasse o desconforto de montar em um cavalo sem qualquer tipo de material embaixo de si, assim o cavalo se sentia bem mais solto e livre.

Em seus anos de guerra, Midoriya havia percebido que cavalos, ainda mais os selvagens, corriam bem mais não utilizando uma sela do que usando uma. Então, ele mesmo bolou uma armadura especial que pudesse ser confortável, não só para lutar, mas também para montar em um daqueles animais selvagens, fazendo com que houvesse mais de uma camada de couro em certas regiões.

— Vamos depressa, não tenho tempo para ficar gastando como guia turística — a mulher falou raivosa, começando a cavalgar, sendo seguida pelos homens e a carroça que carregava os baús com seus pertences. Os homens acompanharam a cavaleira, cochichando entre si sobre a mesma, que fazia questão de andar mais à frente com uma distância considerável.

Todoroki preferia não comentar nada, o rei havia informado para tomar cuidado com as mulheres que serviam o general, então tomaria. Esperava e muito que depois de alertar seus homens os mesmos não tentassem nenhuma gracinha, estariam como convidados no palácio de um herói de guerra, tudo o que menos queria era algum deles arrumando confusão e sujando seu nome. Só que no fundo, o lorde tinha uma leve impressão que tudo acabaria dando errado e sobraria para si.

Depois de um tempo, no qual a cavaleira já estava bem mais distante dos homens, perceberam que ela havia parado, acharam que ela havia parado por causa deles. Quando se aproximaram perceberam que havia uma senhora de idade com seus cabelos grisalhos, conversando com a mulher que possuía um sorriso nos lábios. O motivo da pausa havia sido para conversar com aquela senhora e não pela demora dos rapazes.

— Oh, senhora Chiyo, não acredito que fez realmente os bolinhos de chuva! — falou num tom divertido, vendo a trouxinha que a grisalha carregava. ─ E não está tarde para a senhora andar sozinha por essas bandas?

— Eu estou esticando as pernas, querida! Quero perder alguns quilos — acariciou o cavalo. — Mas é claro que eu fiz, sabe como gosto de vê-lo feliz comendo esses bolinhos. Ah, se eu fosse mais jovem...

— Certamente, meu senhor se casaria com a senhora apenas pelos bolinhos! — falou, pegando com a senhora a trouxinha contendo os bolinhos. — Eles ainda estão na cidade?

— Estão sim — falou, notando então os rapazes fazendo com que ela abrisse um sorriso de lado. — Eles não vão gostar nada disso, sabe como são, um tanto...

— Possesivos, ciumentos e com uma vontade enorme de matar qualquer homem que se aproxime há um metrô de meu senhor? — completou vendo a grisalha rir com aquilo. — Tente de alguma maneira manter aquelas pragas na cidade, são os piores do grupo! Seria de grande ajuda, senhora Chiyo.

— Pode deixar, minha jovem, só que com essas pernas não sei se chegarei há tempo para avisá-los — viu a mulher soltar um suspiro, afinal, elas estavam indo para caminhos diferente, a cidade e o palácio não ficavam na mesma direção.

O palácio ficava num lugar íngreme, o local mais inclinado das terras do general, ele gostava do ambiente já que com isso suas arqueiras tinham uma ótima visão para atirar sem muita dificuldade, fazendo os invasores terem mais dificuldade para que pudessem se aproximar do palácio.

As plantações ficavam um pouco afastada da cidade, já que a mesma só possuía casas e o comércio local, achavam melhor separar as terras para que não acontecesse nada de ruim. Assim os moradores tinham que andar um pouco até chegar ao local de trabalho e cuidar da terra, só que ninguém ligava, provavelmente Chiyo tinha saído do plantio para voltar à cidade. O marido dela trabalhava lá, claro que não com algo pesado como os jovens, só que ele gostava de ajudar e ela sempre levava um lanche para seu amado.

Eles andaram mais um pouco e finalmente havia chegado nos enormes portões do grande palácio do General Midoriya.

De fato, era algo que jamais tinham visto. Havia uma construção sobre o portão onde se localizava uma quantidade generosa de arqueiras, pela passarela havia algumas tendo lanças em suas mãos, olhando para os visitantes ou até mesmo olhando para o horizonte com um binóculo grande que ali havia.

O portão fez um barulho e começou a ser aberto lentamente, era possível abrir mais rápido só que as mulheres estavam fazendo isso de propósito. Quando ele se abriu por completo, era possível notar o belo jardim, onde algumas mulheres usavam apenas vestidos simples, já que acabavam se sujando ao cuidar do local, com um sorriso gentil. Havia os mais variados tipos de árvores que deixavam o lugar mais colorido e belo.

Entre o jardim havia um caminho de pedras largo o suficiente para que qualquer carruagem passasse sem que estragasse o ambiente agradável das plantas, eles continuaram andando sendo guiados pela mulher que cumprimentava as outras, que simplesmente ignoravam a existência dos homens que acompanhavam a amiga.

Depois de saírem do jardim da frente, chegaram ao pátio do castelo, onde havia algumas partes com grama e árvores. Era possível ver a entrada do palácio, vendo as grandes colunas que ele possuía, cheia de detalhes feito à mão, Midoriya tinha planejado aquele lugar nos mínimos detalhes para que até mesmo as colunas tivessem um toque mais bonito.

A entrada era bem aberta e ampla, tendo apenas um degrau baixo para subir na passarela que possuía um formato em U dando a volta por todo o pátio, também havia uma baixa mureta. Era possível ver mulheres com vestimentas simples ou até mesmo com armadura andando pelo pátio conversando.

Sentado na mureta, de um jeito relaxado, estava um homem robusto usando um quimono completamente preto que dava certo destaque em sua pele branca e cabelos verdes. Seus músculos poderiam ser vistos, já que o quimono estava com as mangas puxadas e seu peitoral também era um pouco mostrado devido ao corte da veste.

Midoriya ainda era um belo homem, mesmo com a idade que possuía, a guerra não o tinha tirado seus belos traços delicados, o que era contraditório já que seus músculos o deixavam intimidador. O tempo o havia deixado mais bonito e maduro.

— Bem-vindos à minha casa! — o general falou com um sorriso gentil.

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