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6- Clothes

  Jantares formais geralmente são aqueles em que homens hipócritas e suas infelizes mulheres cobertas de adereços se reúnem e passam a imagem de família perfeita. A minha não era, jamais seria. Enquanto papai tentava comprar meu amor com Louboutin e pulseiras de diamantes, mamãe tentava fazer com que eu cedesse à um casamento forçado com Henry Mansfield.

  Dormimos juntos uma vez e  foi suficiente para não querer um homem como ele no meu coração, muito menos em minha cama.
Minhas irmãs sempre foram perfeitas e completamente adeptas aos costumes tradicionais de nossa família. Como mais nova, sou a rebelde, a vadia, tudo que eles presumem que uma garota não possa fazer, tudo que mamãe torce o nariz e critica, eu faço. Por isso talvez, eu não seja tão amada por ela. Não como Helena e Sabrina.

  Naquela noite, todas estavam se preparando para usar seus vestidos longos, sem graça e de cores combinadas, formal, comum... Devo admitir que para agradar mamãe tentei vestir um que ela escolheu para ser o meu. Um tom mais claro de rosa. Vesti, dei uma volta, porém, a gola marcada e com excesso de tecido sufocavam bem mais que meu pescoço, a minha essência também.

  Acho que no fundo, a Sra. Gonzalez sempre quis sufocar seu pequeno patinho feio. Moldar, puxar, esticar, apenas para fazer com que eu seja a mulher perfeita e submissa que ela espera.

  Após a saída de tantos profissionais do meu quarto, vou até o closet e pego um vestido vermelho com decote e fenda na perna. Instantaneamente lembro da última vez que encontrei Henry, ele me segurou pelo braço e tentou coagir-me a um casamento. Quem diabos casaria sem amar um homem? Tentei sentir algo por ele, mas nada ocorreu, nem sexo, nem paixão, éramos completamente distintos e improváveis juntos.

  Neste instante, lembro-me do chefe Sanders que meu pai sempre costumava mencionar nos jantares e até mesmo em casa. Imaginei um velho com bochecha rosadas e pele branca, que poderia ser confundido com o papai Noel. Entretanto, ao ver aquele homem voraz emergir das sombras e acertar um soco no Henry, foi impossível não reparar nos traços em seu rosto. Testosterona emana até de seus poros... Foi impossível não querer conhecê-lo melhor, então, apenas sugeri que meu pai convidasse ele. Mas, naquela noite, eu sequer poderia imaginar que aquele homem misterioso levaria-me sã e salva para um lugar desconhecido, sendo assim, aqui estou em seu enorme e luxuoso apartamento. Completamente perdida.

* * *

  Tento dormir no sofá confortável, mas tudo que consigo pensar são em fragmentos da conversa que ouvi na noite anterior, aquele seria meu fim. Eu soube disso na hora em que desci as escadas, se não fosse por Antony, provavelmente, meu corpo estaria em algum galpão abandonado enquanto vermes comeriam minhas carnes em estado de putrefação. Henry odiava ser contrariado e estava disposto a tudo para conseguir o que queria.

  Inquieta e pensativa, viro a cabeça para um lado e para o outro, afundo minhas mãos em meu rosto, na tentativa de afastar esses pensamentos. Escuto passos e volto para a posição inicial: a bela garota adormecida no sofá.

  Foi então que eu o vi, Antony Sanders desceu as escadas com um robe de cetim preto, ele coçou a nuca e bocejou, era uma visão maravilhosa, mas o meu vislumbre logo se transformou em uma risada abafada quando ele bateu o dedinho na mobília e praguejou.

  Tentei fingir que ainda estava dormindo e o observei em silêncio, ele parecia mais bonito do que na noite anterior, mas tudo é tão misterioso quando se trata dele. A casa parece de um astro de Hollywood, mas ele é proprietário de um restaurante, só se tiver mais estabelecimentos pela cidade, ou talvez, a família seja rica ou algo do tipo. Tentei pensar por baixo das cobertas quando ouvi aquela voz grave e rouca chamar minha atenção.

— Quer café? — ele perguntou alto o suficiente, mesmo que a cozinha não seja tão longe daqui. — Sei que está acordada.

  Tiro a coberta do rosto e bufo soprando um cacho que caiu em meus olhos. Não consigo passar despercebida.

— Quero. Obrigada — respondi no mesmo tom e tentei arrumar meus cabelos.

  Lembrei que toda a minha dignidade iria para o ralo, pois tudo que eu tinha agora eram minhas roupas de ontem, maquiagem borrada e mau hálito matinal.

— Bom dia — ele anunciou ainda sem olhar para mim. — Se quiser, tem escovas de dentes no quarto de hóspedes e talvez algumas roupas que sirvam em você — sugere, como se estivesse lendo os meus pensamentos.

— Bom dia — respondi tentando processar todas as informações, quem consegue falar tanto assim nessa hora da manhã?! — Obrigada. Pode me acompanhar até lá?

  Ele se vira meticulosamente ainda com uma faca afiada em mãos e seus olhos negros parecem fitar cada parte do meu corpo. Mantenho meu olhar fixo no dele e por um segundo penso se ele não quer a minha pele para fazer abajur. Então, um quase sorriso se forma em seus lábios.

— Claro. Vamos lá — Antony faz um sinal e caminho atrás dele em silêncio, enquanto o moreno faz o mesmo. Tento não observar o jeito que o robe cobre sua pele e como isso chame atenção para suas costas e sua bunda.

— Bem, chegamos — ele se virou rapidamente e percebeu meu olhar curioso, mas desta vez a visão foi frontal. — Quer mais alguma coisa?

  Senti as bochechas coradas entregarem minha inspeção, mas ele mantém sua expressão neutra. Não parecia ser a mesma pessoa que socou um desconhecido, tampouco a pessoa que dirigiu tão bem que parecia ter experiências com fugas.

— Não, obrigada. Ficarei bem — sorrio tímida e levemente constrangida.

  Antony sorri e diz que vai esperar na cozinha, concordo e fecho a porta enquanto apoio minhas costas na mesma. Não consigo nem inspecionar o corpo de um homem sem que ele perceba?! Bato na testa e resmungo tirando meus sapatos, rapidamente observo o quarto.

  Não havia muito luxo, mas era bonito e perfeitamente organizado. Uma decoração branca das cortinas ao carpete. Tudo em perfeito estado e fico perguntando-me se ele mora com alguém, ou se espera alguém vir visitá-lo. Como uma casa tão grande pode acoplar só uma pessoa? Onde estão os empregados? Os familiares? Quem era esse homem tão sedutor e cheio de segredos?!

Cuida da sua vida, garota.

  Suspiro fundo e tento não pensar nos segredos do anfitrião por pelo menos cinco segundos, caminho de forma preguiçosa até o banheiro, mas antes disso vejo um porta retrato na mesa de cabeceira. Não contenho a curiosidade e pego a fotografia de uma linda mulher negra de olhos verdes e uma criança com as mesmas feições, sorrindo juntos, alegres, provavelmente mãe e filho. Será que é o filho e a mulher dele?

  Escuto uma batida forte na porta e pelo susto acabo derrubando o porta -retrato. Merda. Ele abre a rapidamente com uma toalha branca em mãos e um olhar perigoso, como se esperasse que outra pessoa estivesse no quarto, tal qual um bicho selvagem sentindo-se ameaçado em seu habitat.

— Me desculpe, eu… — procuro as palavras enquanto Antony vai direto aos cacos que outrora havia sido o utensílio e fita a imagem da criança e da mulher. — Sua família é linda.

— Obrigado — é tudo que ele diz antes de me entregar a toalha e evitar meu olhar. — Tome cuidado onde pisa, o banheiro não fica dentro desta gaveta — provoca de forma ríspida e bate a porta, deixando-me sozinha.

  Após tomar um banho maravilhoso e quente, ponho uma toalha ao redor do meu corpo e outra em espiral no meu cabelo. Fico pensando nas desculpas que teria que dar depois, mas após pegar uma roupa que coubesse em mim, tudo que encontro é um apartamento vazio e um bilhete.

“Oi, tive que ir ao restaurante, para a sua segurança recomendo que fique aqui até que eu volte para trazer seu almoço. Não irei demorar. - T”

Após ficar no sofá sem saber ao certo o que fazer e folhear todo o catálogo de canais oferecido pela tv à cabo dele, suspiro fundo e observo pelo reflexo no espelho o quão ridícula estou nessas roupas. Uma camiseta preta e uma calça estilo moletom exageradamente folgada nas coxas. A mulher deve vai ficar incomodada ao me ver com essa roupa? Por que tenho a impressão de que ela não vai voltar?

  Tento afastá-lo de meus pensamentos e resolvo fazer um tour pelo seu apartamento solitário. Subo as escadas e piso cada degrau sentindo meu coração pulsante na minha caixa torácica. Isso não é certo! Pare com isso, Bella. Tento repreender minha curiosidade mas falho miseravelmente. Quando percebo, já estou em outro quarto, fitando uma  porta diferente das outras, uma madeira de carvalho, somente essa era desta cor. Nunca vi uma porta tão bonita dentro de um quarto. Será que é o closet?! Passo a mão por sua extensão e fico imaginando o que poderia ali dentro.

Será que ele é um Christian Grey?

  Prendo o risinho safado que cresce em meus lábios, no que diabos eu estava pensando? Minha acomodação era temporária, até hoje, por sinal. Ponho uma mecha atrás da orelha e sorrio sozinha, tento abrir a porta, mas obviamente ela estava fechada.

Nota mental: descobrir o que tem atrás daquela porta.

  Ando um pouco mais e tudo que encontro são quartos vazios e perfeitamente decorados. Então, chego na última porta do corredor. Passo a mão pela sua extensão e para a minha surpresa, ela está aberta. Sorriu satisfeita pela minha missão de Sherlock Holmes estar dando certo, então, acabo adentrando no ambiente.

  A cama é grande o bastante para acoplar duas pessoas, talvez até quatro… a luz negra faz com pinturas neon ganhem vida naquele quarto escuro e levemente sensual. Percebo a cama perfeitamente arrumada e pergunto-me se ele dormiu mesmo aqui, ou talvez, seja alguma obsessão por organização.

Vejo algumas fotografias, em todas ele está sozinho, ou é alguma obra de um renomado pintor. Dou de ombros e percebo que o cheiro de seu perfume ainda está no ambiente, não tão forte, mas é certo dizer que ele esteve aqui. Mordisco o lábio, droga, não pense nisso. Não pense nisso.

  Jogo-me naquela cama macia e confortável enquanto sinto a maciez dos lençóis tocar a minha pele. Sorrio rapidamente e percebo que o cheiro de sua masculinidade e fragrância se embalam em um perfume único. Tento repreender esse pensamento, mas ignoro tudo quando levo o lençol até meu nariz e aspiro aquele cheiro delicioso que me deixa totalmente embriagada e entregue. De repente, as luzes se acendem quando escuto palmas e sinto que fiquei congelada no momento, com os lençóis entre meus dedos e uma cara de susto. Fui flagrada.

— O que você está fazendo aqui? — Antony pergunta ainda com sua roupa de chefe, observo em sua mão  sacolas com emblemas do restaurante dele.

— Eu… eu… Olha, eu posso explicar… Não é o que parece, Antony — levanto num sobressalto e solto rapidamente o lençol.  Havia esquecido do bilhete de que ele voltaria para o almoço.

—  Quer comer ou ainda precisa inspecionar a minha casa? — Antony balança umas sacolas de forma impaciente e mantém seu olhar fixo, como se estivesse analisando-me.

  Tento protestar e dizer algo plausível que não faça com que eu seja culpada, mas ele saiu do quarto sem se importar com a minha intromissão. E não havia negar, perdi a minha dignidade entre o cheiro sedutor de seus lençóis macios.

  Fomos até a cozinha, bancadas, armários e alguns utensílios suspensos davam um ar bem típico de cozinheiro. Suspiro fundo enquanto brinco com uma mecha solta, sentindo-me totalmente exposta e envergonhada.

— Olha, me desculpa eu não queria invadir seu quarto... — recomeço, mas ele deu de ombros e abriu as embalagens, trazendo um cheiro forte de molho de tomate e carne fresca.

— Vamos esquecer isso, contanto que não se repita. Às vezes ignorância é uma dádiva. Enfim, você tem uma alimentação saudável, Srta. Gonzalez?

  Quando meu pai mencionou a lasanha do chefe Sanders, eu não sabia que era tão boa. Acho que deixei isso explícito quando abdiquei de minha etiqueta e pus um prato generoso de macarrão e carne suculenta. Comemos em silêncio enquanto ele bebericava um vinho tinto.

— Então, quer me contar por que alguém queria te matar? Quais são seus pecados, Bella Gonzalez? — Antony mantém um olhar sexy e balança a taça antes de levá-la ao seus lábios volumosos, mordo meus lábios e ignoro o efeito de seus atos.

— Nada que venha ao caso agora, Sr. Sanders. Eu posso responder se você me disser quem é a mulher naquela fotografia — indago enquanto brinco com a taça da mesma forma que ele, mas duvido que tenha sido tão sensual.

— Minha irmã e meu sobrinho — Antony responde rapidamente e por alguns segundos parece distante, mas logo volto à sua órbita novamente. Seus olhos encontram os meus e ele se inclina na bancada da cozinha — Deixe-me perguntar novamente, por que alguém queria te matar?

— Eu não sei, Antony Sanders — minto descaradamente e quase me afogo naquele vinho.

— Você está mentindo. Tudo bem, sei que irá me contar quando tiver necessidade. Enquanto isso não acontece, poderia explicar o seu interesse em descobrir mais sobre mim? Olha, não vai ter nenhuma mulher ou ex louca abrindo a porta e te dando uns tapas. Pode relaxar.

  O moreno sorriu divertido e começou a organizar os pratos, levando-os para lavar. Passo as mãos em meu cabelo e chamo sua atenção.

— Antony, será que eu poderia ficar mais uns dias aqui? Não tenho para onde ir e não sei o que fazer — meu coração bate acelerado e mesmo que ele esteja de costas, sinto o peso de sua análise, como se ele estivesse pensando se isso é ou não uma boa ideia.

— Pode. Mas... — Antony virou-se rapidamente e cruzou os braços. — Terá que chamar de Tony.

— ... Tony... — repeti na tentativa de decorar o diminutivo de seu nome, sem que soasse tão forçado devido a intimidade zero que temos.

— Isso mesmo. Exatamente. Você aprende rápido, Isabella, ou seu nome é mesmo Bella? — aquele maldito sorriso cresce em seus lábios e por segundos fico ali admirando ele. Em uma hora,  é divertido e sexy, na outra é misterioso e quieto.

— Só Bella mesmo — dou de ombros e brinco com uma mecha de meu cabelo, totalmente desinibida, exceto, quando eu lembrei que estava com as roupas folgadas da irmã dele.

— Quer que eu traga roupas novas, Bella? — Tony sorriu malicioso, como se tivesse lendo meus pensamentos mais uma vez e eu acabo revirando os olhos em resposta.

— Pode usar meu cartão de crédito, o número é... — fui impedida de prosseguir quando ele pediu-me silêncio.

— Acha mesmo que vou comprar em seu cartão de crédito? Quando você está sendo caçada? Isso seria como te entregar numa bandeja e com um laço rosa no topo da cabeça. Pode deixar que vou comprar roupas para você.

— Certo. Seus gostos são refinados? — digo brincalhona e ele sorriu brevemente, como se todo movimento fosse calculado.

— Tenho um ótimo gosto com mulheres, prometo não decepcionar. Preciso ir agora, o restaurante está cheio hoje. Qualquer coisa me ligue e não abra a porta para ninguém, eu não recebo visitas em minha casa.

   Seu tom de advertência era claro, mas a sua expressão era neutra. Esboço um meio sorriso enquanto penso no que farei o dia todo dentro desta casa.

— Até mais, Bella. Cuidado por onde anda. Ah, e prepare-se para jantarmos, hoje à noite iremos nos conhecer melhor.

  Levanto o dedo indicador em protesto, mas ele caminha relaxado até o elevador e lança um último sorriso antes que a porta se feche. Um jantar com um chef de cozinha? Ele perderia tempo fazendo algo especial para mim?! Afasto as várias perguntas e tento não pensar em cada detalhe, afinal, será apenas um jantar causal entre adultos. O que mais poderia dar errado?!

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