14- Problems
Mulheres são como bebidas alcoólicas, se não forem saboreadas com moderação, você acaba perdendo o controle.
Tony observou Steph e Bella dormirem antes de se sair na calada da noite, apenas para apreciar uma boa dose de uísque. A insônia já era de longa data, quase como uma amiga, mas diferente das visitas, ela nunca ia embora.
Ele suspirou fundo e leu o dossiê da próxima encomenda. Dessa vez se tratava de uma mulher que traficava bebês de mães pobres, de zonas carentes em países subdesenvolvidos. No entanto, o preço não havia sido especificado, mesmo assim, não faria diferença para o assassino. Mesmo que fosse um dólar, ele cumpriria essa missão.
Tony havia sido rápido na arrumação de sua mala pois a cidade ficava apenas a alguns quilômetros dali, não tão distante e provavelmente ele estaria de volta antes do jantar.
Bella acordara sozinha na cama, ela bocejou preguiçosa e coçou levemente a cabeça, já passava das 11 a.m e sua única curiosidade era: para onde eles teriam ido?!
Após alguns minutos, a morena levantou-se e deu início a sua higiene matinal. Bella vestiu uma camiseta preta do Tony e ficou só de calcinha pela casa, preparando um forte café preto. Após se apoiar na bancada e suspirar um pouco, ela ouviu um estrondo vindo da sala e se escondeu atrás da bancada da cozinha, ouvindo vozes e passos.
— Filhinha, eu sei que está aí em algum lugar, não faça a mamãe te procurar. — Dizia a voz familiar. — Procurem em todos os cantos da casa. — Ordenou ríspida, fazendo com que vários homens adentrassem no ambiente e vasculhassem cada cômodo.
O coração de Bella Gonzalez ameaçava sair por sua boca enquanto ela praguejava e torcia para que Tony ou Steph chegassem logo. Afinal, onde diabos eles estariam?! Isso só poderia ser um pesadelo, ela se recusava a acreditar. Bella sentiu uma mão grande puxar seus cabelos e arrastar a morena para a sala.
— Encontrei, madame. — Anunciou um homem fortemente armado e com trajes formais.
— Não vai dar um abraço na mamãe, filha? — Mariah Gonzalez sorriu maliciosa, estendendo os braços e balançando uma pistola dourada na mão direita.
Bella ainda de joelhos e parcialmente sem roupas, tentava normalizar a respiração depois de ser arrastada pelos cabelos e estar diante de sua mãe.
— Você não é uma mãe, é um monstro! — Gritou exasperada, puxando a camiseta de Tony para cobrir suas coxas.
— Rapazes, revistem o local para ter certeza de que estamos sozinhos. Deixem que cuidarei dela. — A mulher dispensou os cinco homens com um aceno e sentou-se no sofá, balançando a arma como se fosse um brinquedinho de plástico.
— O que você está fazendo aqui? Por que mandou me matar, o que eu fiz de errado, mamãe? — A morena balbuciou e em resposta ouviu uma gargalhada de Mariah.
— Eu não sou a sua mãe. Certamente não iria botar no mundo uma criaturinha tão insignificante quanto você. Minhas filhas são lindas, bem sucedidas, você é apenas um projeto de aborto mal sucedido. — Ela suspirou fundo, pondo a mão no queixo e ponderando se contava a verdade para Bella.
— Como assim? Por que está fazendo isso? Como me encontrou? — Questionou atordoada, muitas coisas ainda não se encaixavam em sua cabeça.
— Você é a filha bastarda do seu pai. A filha da empregada, a vadia cubana. Sempre soube disso, mas depois que ela morreu, seu pai prometeu não te abandonar. Eles até iriam fugir juntos, só que acidentalmente sua mamãe sofreu um acidente de carro. Uma pena, não acha? — Mariah sorriu maliciosa, jogando seu longo cabelo castanho por cima dos ombros e cruzando as pernas, exibindo seu lindo Loubotin e vestido tubinho. — Então, fui obrigada a cuidar de você, Helena teve que conviver com uma irmã filha de empregada, uma qualquer. O ápice de tudo foi descobrir que seu pai faria de você a nova presidente de nossa empresa, logo você que nunca teve interesse nos negócios. A filha bastarda carregando nosso império com suas mãos de perdedora. Estragaria tudo. Então, contratei um cara para te matar, um milhão pela sua cabeça, sua vidinha miserável. Até que fui generosa, você não vale tanto.
Bella olhava incrédula para a suposta mãe que não tinha sequer pena dela, que mais parecia um animal feroz que a qualquer momento atacaria.
— Mas, algo inusitado aconteceu. Um dos nossos convidados havia ficado por último, havia ajudado você a fugir. E adivinha quem era? O chef de cozinha gostoso que você está fodendo. Ele tem um belo gosto para decoração, menos para mulheres.
— Ele está apaixonado por mim! Você nunca vai entender o que é isso. A única coisa que meu pai sente por você é desprezo, ele se acomodou em um relacionamento de merda. — Bella retrucou em meio às lágrimas.
— Quando ele disse que te ama? Antes ou depois de você abrir as pernas? — Mariah questionou, levantando-se rapidamente.
— Tudo limpo, senhora. —Anunciaram os homens que de prontidão ficaram espalhados pela casa.
— Obrigada. — Respondera e logo voltou sua atenção para a morena. — Sua morte foi decretada, mandaram a foto de seu vestido, mas, como a mamãe iria velar o corpo da filha? Quando ela não estava morta! — Mariah gritou fazendo Bella se encolher. — Foi aí que juntei as peças e mandei que seguissem o Antony Sanders, era interessante ele trazer tantas sacolas quando não havia mais ninguém em sua casa.
— O que você fez com ele? Se fizer algo com o Tony juro que irei... — Bella prosseguiu mas foi silenciada pelo olhar hostil de Mariah.
— Foi dar uma volta por aí, conhecer uma nova cidade. Quanto à mulher que estava com vocês, não tive culpa nisso, ela saiu antes que nós chegássemos. — Confessou e deu de ombros, suspirando fundo. — Eu sou muito mais influente do que você imagina, filhinha. Acabei descobrindo o segredinho dele, ou seria um hobby? Não é todo homem que vira justiceiro.
Bella arregalou os olhos e ficou surpresa, Mariah apenas suspirou entediada e resolvera ir direto ao ponto.
— É o seguinte, Bella: iremos voltar para casa, serei a mamãe do ano por achar a filhinha, você irá se casar com o Henry, assim, botamos nosso plano em ação. Teremos sua parte da empresa. Ganharemos milhões juntos. — Os olhos dela brilhavam com satisfação enquanto a mesma andava de um lado para o outro.
— Eu não vou me casar com aquele filho da puta! — Bella gritou e levantou-se rapidamente, indo na direção de Mariah, mas, foi impedida pelos capangas dela.
— Você não tem opção, tenho o material necessário para incriminar o Antony. Principalmente, pelo assassinato do próprio pai. Eu fiz do Tony o que ele é hoje. Abri as portas do nosso negócio para ele. Texas é apenas uma extensão de tudo que os Gonzalez possuem, principalmente o tráfico. Mas, isso fica para outro momento.
Bella sabia que não havia mais como escapar, ao mesmo tempo que torcia para que tudo aquilo não fosse verdade. Esses dias estavam sendo perfeitos ao lado dele, talvez se tivesse escutado Steph, ela deveria ter aprendido a se defender, isso já seria o bastante. Mas, com Tony nas mãos de Mariah, era impossível não ceder.
— Tudo bem, eu irei. — Ela suspirou fundo, limpando as lágrimas e ajustando seus cabelos. Mariah deu um sorriso convencido e com um aceno pediu para que um capanga se aproximasse.
Mariah puxou um sobretudo e jogou na direção de Bella, pedindo para que ela vestisse e colocasse um sorriso nos lábios ao chegar em casa.
Tony por outro, ainda estava perdido, verificando em seu GPS se estava no lugar certo. Ao chegar no endereço, deparou-se apenas com uma estrada vazia e um pressentimento ruim se instalou em seu peito. Stephanie não atendia o celular e tudo ficava cada mais suspeito. Mas, ele não sabia que jamais iria ver a assassina novamente, sua viagem havia sido apenas de ida, para um caminho sem volta...
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