Dia dos papais
Para Eri, hoje era o dia mais melhor de todos ─ até porque ela não sabia ainda dizer as frases corretamente ─, era o dia mais divertido, feliz e romântico entre todos os outros dias, entre os dias.
A jovem garota de 5 anos fora adotada, fazia pouco tempo pelos seus dois amáveis pais. Sim, ela possuía dois pais, amava muito os dois e nunca sabia como duas pessoas tão perfeitas podiam existir naquele mundo.
Logo cedo, a garota fora abandonada não sabia ao certo o motivo disso, mas a tonalidade de seu cabelo junto aos olhos fazia com que fosse comparada a um coelho. O motivo? Bem:
De olhos vermelhos e pelos branquinho.
Orelhas bem alta, eu sou coelhinho.
Isso te lembra alguma coisa? De fato, a música que muitos usam para descrever o coelho da pascoa, fora usado para ser associado a pequena. Afinal, ela era bem branca, possuía cabelos brancos (quase cinza) e olhos vermelhos. Bem, ela era a própria caricatura humana de um coelho.
Mas ela não ligava muito, pois um de seus pais havia lhe dado o apelido de "Coelhinha", então ela adorava a comparação, quando alguém tentava lhe zoar, ela fazia questão de dar umas porradas bem dadas ─ como ela dizia ─, pois ninguém podia manchar o nome que seu amado pai havia lhe dado.
Eri era uma garota muito feliz, pelo menos agora que fora adotada. Ela tinha seus brinquedos, um belo quarto de princesa e estudava numa escolinha muito boa. Onde seu melhor amigo, que era um moreno rabugento, mas que amava muito seu papai. Ele fingia que não, mas ela via o olhar animado quando o mesmo via seu papai.
Ela tinha dois papais, um se chamava Izuku Midoriya, ela o achava muito fofo. Ainda mais pelas sardas que ele possuía, achava tão bonito que ele possuia olhos e cabelos esverdeados, já seu outro pai ─ como ela gostava de dizer ─ era puro "muqui".
Miro Togata, era um rapaz cheio de "muqui" ─ ela adorava dizer isso ─, loiro dos olhos negros, era muito animado. Bem, o mesmo era personal trainer ─ na qual Eri sempre confundia a profissão e dizia "trailer" ─, era engraçado, mas ainda sim fofo e a grande diferença de estatura e corpo que ambos possuíam.
Seu papai Izuku trabalhava em uma loja de doces, por isso muitas crianças conheciam ─ e muito bem ─ o mais velho, já que era a melhor doceria da região. Então ela sabia que seu fiel amigo Kota, era um fanzão ─ que seria um fã, na visão de Eri ─ de seu amado pai.
Então, voltando ao principal, hoje era o melhor dia de todos. Motivo? Os dois homens mais importantes da vida da jovem albina faziam aniversário, como se não pudesse ser ainda melhor. Ambos os adultos faziam no mesmo dia, seria o primeiro aniversário no qual eles passariam com sua filha adotiva.
Ela tinha decidido fazer um belo desenho, até mesmo Kota faria um desenho por educação ─ não por amar o tio Izuku ─, Eri dizia para o amigo parar de querer roubar seu papai, pois ele já era seu e de seu outro pai, mas Kota sempre brigava com sua amiga, dizendo que não podia esconder Izuku.
Naquele dia que brigaram (no caso, todo dia), Eri tentou esconder seu pai, usando um incrível e grandioso cobertor infantil.
Não que os dois jovens brigassem sempre por Izuku, já que a pequena nem ao menos sabia como as brigas tinham iniciado, mas sempre que Kota comentava algo, ela tentava esconder seu pai.
O problema de ter dois pais fazendo aniversário no mesmo dia era fazer uma surpresa ao mesmo tempo para os dois. Ela pensou em falar separado com cada um, mas aí um ficaria sabendo da surpresa do outro. Aquilo era confuso, ainda mais para uma jovem garotinha.
Então ela pediu ajuda, ao seu incrível tio Kirishima, que morava junto com seu "amigo" Tetsu, mas ela achava que no fundo, os dois queriam ser dois papais também, pois eles também faziam aniversário no mesmo dia.
Eri tinha ligado o fato de ter dois pais com a data de seus aniversários, então por lógica, seus dois tios também queriam ser pais. Os adultos tentavam explicar que aquilo não havia nenhum tipo de lógica. E ela ligava? Claro que não.
Ela tinha pensando em uma festa de flores, já que seu pai Mirio dizia que havia conhecido seu papai Izuku em um campo florido, então nada melhor que comemorar em um lugar do gênero, então os dois tios lhe ajudaram com tudo. Preparando a casa dos amigos com as mais belas flores, até mesmo o bolo seria de flores. Tinham convidado os amigos para que também pudessem ajudar, tudo escondido, é claro.
Assim que o sinal bateu, Eri foi correndo, arrumando com pressa seu material. Pegou os desenhos e foi correndo para a saída, sendo seguida por Kota. Afinal, seu pai Izuku iria lhe buscar, todo dia ele vinha, a menos que algo acontecesse, aí quem buscava era tio Kirishima. Seu pai Mirio estava trabalhando quando ela saia da escolinha, enquanto Izuku estava em horário de almoço.
Quando avistou seu pai, foi correndo para os braços do mesmo, sendo levantada no ar e girada, ela riu e abraçou com força seu pai que lhe deu um beijo na testa e voltou a colocá-la no chão.
─ Olha, eu desenhei a gente! Feliz aniversário, papai! ─ falou mostrando seus desenhos.
─ Eu também desenhei o tio Izuku! ─ Kota falou todo contente, se aproximando. ─ Feliz aniversário, tio!
─ Oh, obrigada, crianças! Eri, você já me falou no mínimo 20 vezes! ─ vendo a menina cruzar os braços e fazer um bico ─ Obrigado, Kota-chan.
─ Eu vou falar um milho de vezes! Tipo um tri... tri... ─falou confusa.
─ É milhão, não milho, querida ─ disse dando uma risada vendo a mesma rir junto.
O esverdeado se despediu do moreno, já que o mesmo havia avistado sua tia. Então Izuku levou sua amada filha para o carro, infelizmente ele trabalhava ainda por mais 2 horas. Geralmente ele levava a filha para o serviço, ou deixava com Kirishima, pois o mesmo adorava a criança.
Sem contar que Kirishima e Tetsu, queriam adotar uma criança. Ou seja, Eri estava certa, mas ninguém dizia nada para a pequena.
Mas como os dois estavam arrumando a casa para a festa ─ sem que os dois adultos soubessem ─, Eri ficaria com Izuku na loja, já que Kirishima disse que estava ocupado com algumas coisas referente a adoção.
O melhor de tudo era que o plano perfeito de Eri estava dando certo, seus pais não suspeitavam de nada. Ela só precisava enganar seu pai por mais duas horas e pronto, tudo estaria perfeito.
Mas claro que nem tudo acontece como desejamos. Quando chegaram na loja de doces, Mirio estava lá, com um sorriso radiante ─ uma marca sua ─ acenando para os dois, logico que Eri ficou super feliz ao vê-lo, mais cedo que o normal, mas aquilo estava estragando os planos.
Ela abraçou e mostrou os desenhos para o pai, que elogiou muito. Sem contar que ela desejou feliz aniversário, até falou novamente para Izuku.
─ Mas o papai só sai "tardi"! ─ falou a albina confusa.
─ Eu pedi que folgasse mais cedo, é meu aniversário. Aí vim saber se pode fechar a loja mais cedo hoje, querido ─ dando um selinho no esverdeado que lhe sorriu.
─ Oh, que maravilhoso, amor! Posso sim, assim voltamos antes pra casa! ─ Falou o esverdeado feliz.
Aquilo era ruim, seus tios ainda não teriam terminado todos os preparativos, ela precisava enrolar um pouco.
─ Mas o papai prometeuuuuuuuuuu me ensinaaaaaaar a fazer maçã do amor hojeeeeeeeeeeeeeee!! ─ começou a fazer manha e usar sua famosa cara de cão sem dono.
─ Meu amor, eu sinto muito! Eu tinha esquecido! ─o menor falou com a mão na boca.
─ Podemos deixar para amanhã, querida. Não quer comemorar com seus dois papais? ─ Mirio se agachou, ficando na altura da filha, que lhe abraçou.
─ Mas com o "papi" podemos fazer mais, já que você tem "muqui" ─ Falou escutando o loiro rir alto com aquilo.
─ Céus, vamos fazer maçãs pelo resto de nossas vidas. ─ Izuku falou dando uma risada, vendo o marido pegar a filha no colo e lhe dar um selinho mais demorado.
─ Eu gosto dessa ideia! ─ falou a pequena com um sorriso e um pouco envergonhada.
─ Sei, fala isso, mas não vive sem Bob Esponja ─ vendo a garota colocar a mão no rosto e fazer uma careta de terror.
─ Não! Eu não posso fazer maçã pra sempre! ─ falou em desespero. ─ Eu paro e vejo, depois volto!
─ Você tentou, querida. Mas vamos para casa ─ Mirio falou vendo a garota fazer um bico.
No caminho para casa, Eri só podia se lamentar por todo seu plano estar dando errado. Ela queria fazer uma grande surpresa, afinal era o primeiro ano juntos que comemoravam o aniversário. Ainda faltava o seu, mas ela não ia fazer uma surpresa para si mesma.
Quando saiu da cadeirinha, começou a chorar, pois ela queria tanto surpreender e deixar seus dois pais felizes, aquilo lhe deixou tão tristinha, pois em sua cabeça ela tinha feito tudo errado, não merecia pais tão incríveis assim.
─ O que foi? O que aconteceu, querida? ─ Izuku se agachou vendo a menina esfregar os olhinhos e lhe encarar.
─ Sniff...eu... eu... estraguei tuudo... ─ falou embolada por conta das lagrimas e dos soluços. ─ Eu... eu queria... ahhhhhhhhh!...
Ela estava tão triste que não conseguia nem ao menos dizer, seus pais ficaram preocupados, achando que ela queria tanto fazer maçã do amor em família que estava chateada por terem cancelado.
─ Não se preocupe, meu amor! Podemos fazer maçãs do amor aqui em casa! Vem, não chora! ─ Mirio pegou a pequena que apoiou a cabeça em seu ombro, enquanto ela chorava mais baixinho agora.
─ Tudo bem, amor. Podemos fazer várias vezes maçã do amor, não tem só hoje, tudo bem? ─ Izuku falou limpando as lágrimas da filha.
Foram até a entrada da casa, quando abriram, ficaram surpresos em encontrar a casa completamente arrumada e enfeitada. Eram flores e mais flores espelhadas pela casa, uma mesa cheia de coisas para comer e beber. Só que o mais engraçado era Kirishima tentando ajudar Uraraka a terminar de colocar a faixa que estava escrito "Feliz aniversário, papais!!".
─ Mas o quê?... ─ Izuku foi o primeiro a chamar atenção, fazendo os amigos ficarem surpresos pela chegada antecipada, Kirishima até mesmo caiu da escada, fazendo seu namorado o socorrer em meio a risadas.
─ Era pra ser uma surpresa! ─ Eri falou ainda chateada.
─ Oh, meu amor! Por isso estava tão triste quando chegamos? ─ Mirio perguntou vendo a pequena concordar ─ Você é maravilhosa, sabia disso?
─ A pirralha que teve a ideia, foi tudo ideia dela! ─ Tetsu falou, terminando de ajudar o namorado.
─ Minha coelhinha! ─ segurou o rosto da pequena e deu vários beijos pelo rosto da mesma, que riu divertido. ─ Eu te amo tanto, obrigado pela surpresa!
─ E a gente?! Nada! ─ Kirishima fala emburrado, afinal, eles estavam ajudando.
─ Beijos ficam por conta de seu namorado. Mas obrigado mesmo assim, parceiro! ─ falou trocando socos com o amigo que riu divertido, ganhando um beijo na bochecha do cinzento.
─ Papais... ─ falou a pequena chamando atenção dos dois, que sorriam para a pequena, que já estava no chão, sorrindo feliz. ─ Feliz aniversário!!
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