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☾✧ ━━ Mas não é que você é algo para admirar?

Porque o seu brilho é algo como um espelho

E eu não posso evitar reparar

Você reflete neste meu coração

Se você um dia se sentir sozinha e

A luz intensa tornar difícil encontrar

Saiba apenas que eu estou sempre

Do outro lado, paralelamente

Porque com a sua mão na minha mão

E um bolso cheio de alma

Posso dizer, não há lugar aonde não podemos ir

Ponha apenas a sua mão no vidro

Estarei aqui tentando puxar você

Você só tem de ser forte

Porque eu não quero perder você agora

Estou olhando bem para a minha outra metade

O vazio que se instalou em meu coração

É um espaço que agora você guarda

Mostre-me como lutar pelo momento de agora

E eu vou lhe dizer, baby, foi fácil

Voltar para você uma vez que entendi

Que você estava aqui o tempo todo

É como se você fosse o meu espelho

Meu espelho olhando de volta para mim

Eu não poderia ficar maior

Com mais ninguém ao meu lado

E agora está claro como esta promessa

Que estamos fazendo

Dois reflexos em um

Porque é como se você fosse o meu espelho

Meu espelho olhando de volta para mim

Olhando de volta para mim

Você é especial, uma original

Porque não parece assim tão simples

E eu não posso evitar olhar, porque

Vejo a verdade em algum lugar nos seus olhos

Nunca poderei mudar sem você

Você me reflete, amo isso em você

E, se eu pudesse, eu

Olharia para nós o tempo todo

Porque com a sua mão na minha mão

E um bolso cheio de alma

Posso dizer, não há lugar aonde não podemos ir

Ponha apenas a sua mão no vidro

Estarei aqui tentando puxar você

Você só tem de ser forte

Porque eu não quero perder você agora

Estou olhando bem para a minha outra metade

O vazio que se instalou em meu coração

É um espaço que agora você guarda

Mostre-me como lutar pelo momento de agora

E eu vou lhe dizer, baby, foi fácil

Voltar para você uma vez que entendi

Que você estava aqui o tempo todo

É como se você fosse o meu espelho

Meu espelho olhando de volta para mim

Eu não poderia ficar maior

Com mais ninguém ao meu lado

E agora está claro como esta promessa

Que estamos fazendo

Dois reflexos em um

Porque é como se você fosse o meu espelho

Meu espelho olhando de volta para mim

Olhando de volta para mim

Ontem é história

E amanhã é um mistério

Posso ver você olhando de volta para mim

Mantendo seus olhos em mim

Mantenha seus olhos em mim

Porque eu não quero perder você agora

Estou olhando bem para a minha outra metade

O vazio que se instalou em meu coração

É um espaço que agora você guarda

Mostre-me como lutar pelo momento de agora

E eu vou lhe dizer, baby, foi fácil

Voltar para você uma vez que entendi

Que você estava aqui o tempo todo

É como se você fosse o meu espelho

Meu espelho olhando de volta para mim

Eu não poderia ficar maior

Com mais ninguém ao meu lado

E agora está claro como esta promessa

Que estamos fazendo

Dois reflexos em um

Porque é como se você fosse o meu espelho

Meu espelho olhando de volta para mim

Olhando de volta para mim

Você é, você é o amor da minha vida

Baby, você é a inspiração para esta preciosa canção

E só quero ver o seu rosto se iluminar quando me desperta

Então agora digo adeus ao velho eu, ele já foi embora

E não posso esperar, esperar para levar você para casa

Só para lhe contar, você é

Você é, você é o amor da minha vida

Garota, você é o meu reflexo, tudo o que vejo é você

Meu reflexo, em tudo o que faço

Você é o meu reflexo e tudo o que vejo é você

Meu reflexo, em tudo o que faço

Você é, você é o amor da minha vida

Mirrors — Justin Timberlake ━✧☽

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A festa em celebração ao Imperador já durava algumas horas. Eu me sentia cansada e por fim consegui escapar para o quarto em que eu iria passar a noite. Me joguei na cama e comecei a pensar em tudo que tinha acontecido naquela noite. Não me trataram mal de maneira descarada, mas sem dúvidas houve muita hostilidade e comentários sussurrados que me fizeram cansar um pouco mais rápido daquilo tudo. As kitsunes eram tão duras com as mulheres quanto em muitos lugares que eu já fui. E deixaram claro, eu não podia ficar ao lado do Imperador naquela comemoração. Eu não queria que Qiang arrumasse briga tendo tão pouco tempo fechado um novo tratado de paz, então eu apenas aceitei e deixei claro para ele que estava tudo bem, mesmo não estando.

— Qual foi o sentido de eu ter vindo até aqui? — resmunguei para mim mesma.

Entendia que a maior parte daquilo era inevitável considerando a minha posição e a posição de Qiang, mas sinceramente eu só queria... o que importa o que eu queria afinal de contas? Eu aceitei nosso relacionamento assim, eu sabia de todas as dificuldades que passaríamos, então qual era o sentido de reclamar? Que outra opção o Imperador tinha? Fiquei resmungando deixando o mau humor me fazer companhia até que finalmente adormeci.

Meu sono foi agitado, como muitas vezes. Acordei com a sensação de algo na minha cabeça.

— Acordada? — escutei o Imperador sussurrar.

— Majestade? — minha voz saiu baixa e ainda um pouco estranha pelo sono, o que fez ele rir de maneira quase silenciosa.

— O que aconteceu com a minha noiva dizendo o meu nome? Eu diria "bom dia" se ainda não fosse noite — ele sussurrou.

Aparentemente acabei usando o colo do Qiang como travesseiro, não me lembrava nem mesmo a hora em que ele havia entrado, mas ele continuou ali quieto passando sua mão suavemente pela minha cabeça. Quando isso aconteceu? E a quanto tempo ele estava me observando dormir?

— Você entendeu agora? — ele murmurou — este não é o tipo de festa que eu gostaria de vir. Tenho que admitir que a sua festa surpresa foi muito mais agradável.

— O que aconteceu com essa sinceridade toda? — perguntei lutando contra o sono que seu carinho continuava me dando.

— Eu não gostei como te trataram — ele suspirou — seja paciente, eu prometo que irei dar um jeito nisso.

Ele parecia falar mais com ele mesmo do que comigo, mesmo assim minha decepção de antes se dissipou lentamente. Ele traçou meus lábios com os dedos, seguindo cuidadosamente seus contornos e eu me levantei finalmente de seu colo. Meus olhos seguiam fechados, mas tinha a sensação de que ele me via com perfeição.

— Ninguém vai vir aqui, certo? — eu perguntei ajeitando um pouco o cabelo.

— Não se preocupe — ele pareceu finalmente sorrir — tenho Syaoran de guarda a noite toda.

— Toda noite? — perguntei me despertando de vez.

Ele iria passar a noite inteira comigo? Eu sempre tentei ultrapassar alguma linha com ele desde que ficamos noivos, passamos pouquíssimas noites juntos e sempre havia algum motivo especial para isso, ele querer passar a noite comigo não era algo comum vindo dele, já que ele pedia com tanto afinco para esperarmos o casamento. Meu pânico se tornou latente. E quando imaginei que não conseguiria mais aguentar, ele se inclinou tão perto que senti sua respiração contra a minha pele.

— Eu não gosto de ficar esperando, sabe? — ele sussurrou.

Ainda me sentindo nervosa, me inclinei para mais perto dele e não satisfeito com um beijo tão casto, ele imediatamente se aprofundou mais contra a minha boca. Meus dedos se enrolaram no tecido de suas roupas e senti seu contato esmagador contra mim e mesmo precisando desesperadamente de ar, eu continuei puxando-o para mais perto, mas como eu imaginei, ele aos poucos de afastou me deixando frustrada novamente.

— Foi um banquete chato — ele falou ainda próximo enquanto eu puxava o ar que já estava me faltando — mesmo assim, valeu a pena vir. Me deu essa chance de passar a noite toda com você, Ohime.

— Ah, claro — de repente fiquei mais chateada — como se fossemos realmente passar disso.

— E está desapontada com isso? — ele perguntou com a voz tranquila, o que me irritou um pouco mais e senti isso inclusive na minha expressão — Por que fica tão chateada?

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Enquanto Syaoran cumpria seu dever de manter as pessoas afastadas, ele percebeu que o Imperador saiu do quarto de Ohime com um humor estranho.

— Boa noite, Majestade. Voltando para o seu quarto? — Syaoran perguntou para saber seu próximo passo.

— Infelizmente sim — o Imperador admitiu com um humor amargo — e daí?

— Nada — Syaoran sorriu, ele admirava isso no amigo, quase nenhum homem resistiria a tantas tentações assim, mas Syaoran entendia, Qiang amava Ohime a um ponto de realmente querer fazer tudo certo com ela e isso era admirável, mas não iria admitir em voz alta. Por mais que Ohime não entendesse, esse respeito que o Imperador dispensava a ela era uma prova imensa para qualquer um que entendesse seus costumes — Como imagino que o banquete tenha sido bastante exaustivo, o senhor faria bem em descansar esta noite. Devo servir alguma coisa para a senhorita Ohime?

— O que você deveria ter feito era colocar outro futon no quarto dela — Qiang reclamou — Eu teria sido capaz de evitar as reclamações dela se você tivesse feito isso. Ela praticamente me expulsou.

Syaoran olhou para a decepção no rosto do Imperador com certa surpresa.

— Sim, senhor — ele não conseguiu evitar rir um pouco.

— E me diga por favor — o Imperador bufou — do que exatamente você está rindo?

— Absolutamente nada, Majestade.

Syaoran endureceu novamente sua expressão e saiu, enquanto Qiang suspirou exasperado e voltou seu olhar coberto pela faixa para o quarto que ele acabara de sair.

— Que temeridade você tem para me expulsar desse jeito Ohime — ele riu divertido — o que devo fazer para compensar isso, eu me pergunto.

Um sorriso lentamente se formou em suas feições enquanto ele imaginava todas as possíveis reações da mulher que tanto amava.

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Mais um dia de "treino". Havíamos chegado no dia anterior da Vila e já estávamos treinando de novo. Queria aproveitar enquanto não tinha minha patrulha atrás de mim 24 horas por dia. Um lado meu queria matar o Imperador por isso e o outro, queria apenas aproveitar meu pequeno dia de "treino" com ele.

Obviamente eu estava sem a faixa e mesmo após todos esses treinos, as vezes não me era possível agir tão naturalmente quanto ele, e era nesses dias que ele parecia querer aproveitar ainda mais da minha situação.

Depois de jantar em um restaurante de estilo ocidental com ele, e tinha que admitir que me admirava a liberdade com que ele rondava no país sem preocupações, caminhamos pela cidade com seus inúmeros seguranças atrás dele. Eles mantinham uma distância que nos permitia ter uma certa liberdade para falar, mas sem ser muito distante a ponto de falhar na segurança. Apesar de poder falar qualquer coisa, a única coisa que eu fazia era observar a neve cair. Ver a neve cair não era algo que eu fazia com frequência. Olhei para elas caindo e depois olhei para o chão branco a minha frente. Me sentia infantil e animada, como uma criança e por um breve momento esqueci o Imperador ao meu lado e esqueci principalmente que ele estava sem a faixa e que podia ver cada coisa que eu fazia.

Primeiro, comecei a tentar pisar somente onde ninguém havia pisado, ia saltitando de um lado a outro como em uma pequena dança. Depois levei meus olhos para frente, para onde não havia ninguém, apenas um pequeno paraíso gelado. Depois levei meus olhos para cima e deixei a beleza de cada floco preencher a minha visão e a neve caindo silenciosamente no meio da noite preencheu meu coração deixando-o quente, apesar do frio cortante que estava fazendo.

— Não precisa gastar toda a energia hoje — Qiang falou atrás de mim me fazendo parar repentinamente, eu realmente havia esquecido que ele estava ali — teremos alguns dias brancos ainda pela frente.

— Eu... eu sinto muito — falei tentando ocultar a vergonha e tentei caminhar de maneira civilizada ao lado do Imperador novamente. Para tentar ocultar meu embaraço tentei mudar de assunto rapidamente — fiquei sabendo que haverá algumas festas dentro do complexo do palácio. O senhor irá participar?

— Provavelmente sim, já recebi alguns convites — ele respondeu tranquilamente.

— E para que são essas festas? — perguntei já me esquecendo completamente das boas maneiras e voltando a saltitar somente onde ninguém havia pisado ainda.

— Principalmente e especialmente para apresentar famílias de nobres e concertar casamentos — ele respondeu olhando para mim e eu parei engolindo em seco.

O professor havia comentado alguma coisa desse tipo, também comentou que as famílias apresentavam suas filhas para o Imperador e tentavam ganhar seus favores a cada temporada de festas assim. Ninguém me aceitava, então certamente tentariam apresentar diversas filhas para ele, eu confiava nele, mas ainda assim, imaginar que ele teria a atenção de diversas moças bonitas me faz estremecer.

— Você preferia que eu não participasse? — ele perguntou.

— O que? — a pergunta me pegou desprevenida. "Droga, Ohime, se concentra, ele sente o que você sente, lembra?". Ainda assim, era incrível a habilidade dele ver através de mim além dos meus sentimentos mesmo quando não tinha os olhos abertos.

— E que tal essa ideia — ele seguiu — Você deveria me esperar no palácio. De qualquer forma, nenhuma das festas para as quais fui convidado são importantes, não a meu ver pelo menos. Então eu deveria ser capaz de escapar depois de apenas mostrar meu rosto.

— Eu... — comecei a gaguejar.

— Não tente achar uma desculpa, apenas fale a verdade — ele me incentivou.

— Eu adoraria — falei por fim admitindo que tudo o que eu queria era poder passar mais tempo com ele.

Olhei para ele finalmente e vi seu sorriso perfeito e sincero, ele não estava brincando comigo, ele não estava me provocando, ele realmente quis dizer cada uma daquelas palavras.

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No dia da festa, ele cumpriu o que me falou e chegou rapidamente de volta ao palácio e eu, como prometi, estava esperando por ele na sua sala particular.

— Bem-vindo de volta, Majestade — falei assim que ele chegou, eu estava sem as faixas e ele também, e isso acelerou o meu coração.

— Obrigado — ele pareceu surpreso de alguma maneira — Mas, o que é isso que você está vestindo?

Seus olhos se arregalam de surpresa ao olhar o avental que amarrei ao redor da cintura.

— Ah, isso? — eu ri — seus servos me deixaram cozinhar com eles.

Apontei para uma mesa cheia de pratos, mas ao invés de ir até a comida, ele caminhou até mim. Conforme ele se aproximava, eu podia sentir o ar frio de fora vindo em minha direção junto com ele.

— Céus... você vai me congelar se der mais um passo — dei dois passos para trás — você deveria ficar perto do fogo para se esquentar.

— Não — ele sorriu — tenho uma maneira melhor de me aquecer.

Antes que eu pudesse dizer outra palavra, o Imperador me puxou com força contra ele para se aquecer.

— Melhor dizendo, você tem outra maneira de me congelar, né?

— Eu acho que você deveria se oferecer para me aquecer, não é? — ele não tirou os olhos de mim e senti o mesmo desejo ardente que ele sentia enquanto desfazia lentamente a fita do avental que eu estava usando. De repente meu corpo incendiou.

— Ei — falei quando o laço já estava totalmente desfeito.

— Você não é uma serva.

— Não foi isso que você disse quando nos conhecemos — apertei os olhos.

— Esquece o que eu disse naquele dia — ele sorriu — tira esse avental.

— Majestade... — e então eu lembrei que ele havia estado em diversas festas enquanto eu estava ali, esperando por ele. Aquela nunca havia sido eu enquanto fugitiva e apesar de eu ter me adaptado bem naquela vida, eu não podia deixar de me sentir frustrada com aquela situação, suspirei e tentei afastar ele de mim — o que eu estou fazendo aqui? Por que seguimos com esse jogo? Afinal, o que eu sou para você? O senhor sabe que não conseguirá ir contra os nobres.

— Está cansada desse jogo, não está? — ele me olhou nos olhos — chega uma hora que temos que nos decidir. Mesmo assim a senhorita disse que ficaria comigo. Se não pode ficar como minha esposa, fique como minha noiva, se não pode ficar como minha noiva, então fique como minha amante, e se não pode fazer nada do tipo, fique como minha amiga, apenas fique comigo e não deixe outro tomar o seu lugar.

— Eu não sou nada para tomar um lugar ao lado do Imperador — falei começando a hiperventilar.

— Você pode ser o que quiser ser e eu tenho o poder de realizar isso para você, sei que eu já pedi, mas me deixa ajeitar isso. Amanhã esteja preparada, irão te arrumar para sair comigo.

Eu olhei para dentro dos seus olhos, com o coração batendo rapido demais e tentando respirar com calma. Mordi a parte de baixo da boca na tentativa de acalmar um pouco meus sentimentos.

— Você sabe que sempre seremos como água e óleo, não é?

— Eu sei — ele respondeu calmamente — e sei que vamos seguir nos provocando mutuamente porque você não vai dar o braço a torcer.

— E se eu disser que sim — meu coração chegou a doer — até onde irá se aproximar?

— Meu limite seguirá o mesmo, até você ser minha esposa — ele falou — apesar de não ser o que eu quero. Então, me espera, Ohime. Sei que está cansada, mas me espera, por favor.

— Então — eu engoli toda a ansiedade dentro de mim e tentei não parecer mais ansiosa do que estava — como sua noiva, estou dizendo que quero que você se aqueça perto do fogo.

Eu precisava respirar, ter ele perto era tentador demais para apenas seguir abraçada do jeito que ele queria.

— Imagine, minha noiva tentando me afastar? Que tristeza.

Ao invés de sair de perto de mim, ele apenas apertou um pouco mais os braços enquanto me olhava com a testa grudada na minha.

— Eu acredito que ainda não te disse uma certa coisa hoje — ele falou quase aos sussurros.

— E o que é? — perguntei com os olhos fechados, ter seus sentimentos espelhando em mim agora só me deixaria mais eufórica.

Seus lábios chegaram perto do meu ouvido e ele sussurrou fazendo meu corpo arrepiar.

— Eu te amo, Ohime.

Depois de terminar suas palavras, seus lábios se aproximaram dos meus e qualquer desejo de deixar seus braços evaporou quando eu me inclinei para compartilhar seu beijo.

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No dia seguinte, assim como o Imperador havia me advertido, foram até o quarto que eu havia ficado do palácio e me arrumaram, sem me deixarem ver por um segundo sequer a roupa que eu estava usando. Me levaram por alguns corredores até chegarmos em um jardim, o sol bateu timidamente no meu rosto, não havia mais neve no chão, mesmo assim o frio penetrou a minha pele e quando cheguei, havia muita gente ali.

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Enquanto eu aguardava ansiosamente a chegada de Ohime, olhei para tantas luzes ali presentes. Todos os nossos amigos, os conselheiros que teriam que engolir a minha vontade. Os nobres que teriam que engolir cada palavra ofensiva dirigidas a Ohime. Algumas nobres nem ocultavam o choro escandaloso. Eu havia planejado tudo de maneira meticulosa e mesmo assim me sentia nervoso, minha mente estava cheia de pensamentos e memórias.

A luz tímida do sol batia de maneira sutil nos restos de neve nos cantos o jardim, a brisa suave, mas fria, acariciava meu rosto enquanto eu relembrava todo o processo de organização que eu mantive em segredo apesar das queixas de Ohime sobre a minha agenda apertada serem um pouco mais constantes.

Lembrei das longas noites em que planejei cada detalhe, desde as flores que adornariam o local até as músicas que embalariam o momento. Busquei a ajuda discreta de cada um dos nossos amigos, garantindo que tudo fosse impecável. Escolhi com carinho o vestido que Ohime usaria, sabendo que ela ficaria deslumbrante.

A ansiedade me dominava enquanto eu esperava, acompanhada por uma pontada de nervosismo. Me perguntava se Ohime ficaria surpresa ou se desconfiaria do que eu estava planejando. Ela era inteligente, sem dúvidas era e por isso tive que redobrar muito minha atenção.

Acima de tudo, meu coração estava cheio de amor e determinação. Eu queria mostrar a Ohime o quanto ela significava para mim, queria mostrar para ela que passaria por cima de qualquer um que tentasse impedir isso. A queria ao meu lado não somente como a minha rainha, mas como alguém a quem eu dedicaria minha vida.

Quando finalmente a vi aparecer, deslumbrante em seu vestido, um sorriso de admiração e amor iluminou o meu rosto. Ela parou no início do corredor e senti toda a emoção que ela sentia enquanto a moça que a levou até ali tirava a faixa do seu rosto.

Eu a espelhei e seguiria fazendo isso. Um turbilhão de sentimentos a inundou. Seus olhos se abriram e ela ficou paralisada olhando o cenário a sua volta. Ela podia sentir assim como eu a fragrância que as flores frescas exalavam. Ainda com o coração muito mais acelerado do que o meu, ela olhou ao redor e percebeu a presença de seus amigos e a emoção que ela sentia parecia que não caberia dentro dela e então, ela me olhou. Em seus olhos havia ternura e admiração. Havia um amor tão grande e tão forte cravado nela que me perguntei se eu de fato era merecedor de tanto amor.

A vi caminhar em minha direção sem desgrudar meus olhos dos dela. Um espelhando o outro, em uma cascata sem fim de felicidade e amor. Aquele seria o início de uma nova jornada juntos. Meu coração estava cheio de esperança e felicidade. Ela não aguentou, e até mesmo aquilo me deixou feliz. Suas lágrimas de alegria misturavam-se com um sorriso radiante dela.

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Depois de todo o ritual, antes de me beijar como minha legítima esposa, ainda com lágrimas nos olhos, ela enfim me perguntou:

— Como o senhor conseguiu fazer tudo isso sem que eu soubesse?

Eu sorri abertamente.

— Tive muitas festas para ir nesses últimos dias.

À medida que nossos olhos se encontraram naquele momento, o mundo ao nosso redor pareceu desaparecer. Levei minha mão para a parte de trás da sua cabeça, puxando-a com suavidade até encontrar seus lábios. Aquele beijo foi carregado de ternura e paixão, um beijo que ecoava as palavras não ditas. O beijo que era o símbolo do nosso amor inquebrável, um amor que perdurou séculos até ultrapassar o milênio. Um amor que eu tinha total certeza de que nunca iria acabar.

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