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Personagens introduzidos neste capítulo:
☾✧ ━━ CARLOS (HUMANO) (KITSUNES E MALPHAS) ━━✧☽
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☾✧ ━━ AYLIN (JIWA - SACERDOTIZA/ FILHA DOS DEUSES) ━━✧☽
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☾✧ ━━ STAR (HUMANA) (KITSUNES E MALPHAS) ━━✧☽
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☾✧ ━━ RAINHA AYANA ALFRAR (FILHA DOS DEUSES) ━━✧☽
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☾✧ ━━ SENKA (HUMANA) ━━✧☽
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☾✧ ━━ Eu posso fazer isso... (Aylin) ━━✧☽
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Quando Zyon passou pela fenda, Syaoran seguia centrado e sério, enquanto Lissa bufava como uma criança ainda com Kat no colo.
— Papai — Kat gritou chorando alto ao ver Carlos reunido com Kai.
Carlos, ao ver o estado de ânimo péssimo de Lissa, suspirou e pegou Kat no colo tentando acalmá-la.
— Por que ele simplesmente não deixa que eu ajude? — Lissa gritou sua frustração para Zyon, que apenas suspirou.
— Você está se vendo, Lissa? — ele perguntou com a voz cansada.
— Ele me tratou como seu eu fosse uma criança! — ela berrou de novo.
— E é exatamente isso que a senhorita está parecendo — Syaoran acabou por falar com a voz fria de sempre.
A raiva explodiu no interior de Lissa, que avançou em Syaoran, mas esse apenas fez uma pequena prisão de gelo.
— Será que a senhorita poderia se acalmar? — ele perguntou novamente — Foi exatamente por esse gênio explosivo que ele não aceitou a sua ajuda.
— Lissa, fica quieta, por favor — Kai se levantou — boa tarde, Zyon.
— Majestade — Zyon sorriu e fez uma pequena reverência, mas Kai notou a tristeza estampada naquele sorriso — tive ordens expressas de te mostrar exatamente o que aconteceu, durante o processo inteiro.
Kai apenas acenou e pouco tempo depois, Kai já sabia de tudo. Ele suspirou e olhou para cima. Zyon sabia que ele estava abalado, mas assim como Qiang, ele não demonstraria.
— Lissandra — ele a chamou, e o fato dele a ter chamado pelo nome, já demonstrada a insatisfação dele — iremos conversar depois e acredite, não vou deixar passar em branco o que você fez.
— Levaram a Kat — ela gritou.
— Eu sei, e entendo a sua raiva, também sou pai, mas você matou seres que não tinham nada a ver com isso e que não mereciam.
— Eles nem gostavam de seres humanos.
— E eles terem expressado isso te deu o direito de matar homens, mulheres e quase matar uma criança?
Carlos perfurou Lissa com o olhar de maneira que ela até se encolheu.
— Se não fosse por eles, a Kat não estaria em perigo — Lissa tentou se justificar.
— Se não fosse pela mulher que se deixou ser torturada na frente de todos, com certeza a Kat não estaria viva e nem você... na verdade, se não fosse por essa mesma mulher, você já teria morrido há tempos.
— Mas nós recebemos seus refugiados e ajudamos cada um deles, e foi assim que eles pagaram!
— Eles não sequestraram a Kat — Kai suspirou tentando manter a calma — e receber os refugiados não deveria nem mesmo estar entrando em questão agora. Você está dispensada agora, Lissa... Carlos, chame os outros capitães, teremos uma reunião de última hora.
— O que? — Lissa se enfureceu de novo — está me dispensando da reunião?
— Estou sim, já que claramente você não se importa com os refugiados. Agora faça o favor de ir ver uma nova prótese para a Kat e cuidar dela que ela parece bem assustada ainda.
Syaoran olhou Lissa pegando Kat do colo do homem que chamaram de Carlos e depois saindo como se fosse uma criança contrariada. Apesar de tudo, ela parecia respeitar bem seu líder e isso era sem dúvidas um ponto para a moça.
— Peço desculpas pelo comportamento da minha mulher — Carlos falou tranquilamente — Lissa tem um caráter forte, mas não deixa de ser uma boa pessoa.
— Ser bom ou não é relativo — Syaoran respondeu tranquilamente — mas não se preocupe, ela não me ofendeu em hipótese alguma.
— Muito bem, vamos conversar — Kai falou tranquilamente — me acompanhem por favor.
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A reunião já durava horas. Syaoran já havia passado por inúmeras reuniões em nome do imperador antes, mas aquela em específico o estava deixando ansioso. Ele queria voltar para Yeou e saber sobre Qiang. Ele sabia que seu Imperador estaria quebrado e sabia que mesmo assim demonstraria a fortaleza de sempre.
Syaoran o conhecia há muito tempo e jamais o havia visto fraquejar a perna como dessa vez.
— O imperador Qiang não quer o envolvimento direto de nenhum de vocês. Essa guerra não diz respeito a vocês e envolvê-los poderia colocar o nosso povo em risco também — Syaoran voltou a falar algo que para ele era óbvio — vocês terem aberto as fronteiras já nos ajuda. Apenas tentem manter nosso povo a salvo. Porém eu entendo que em uma aliança os dois lados precisam ganhar, caso contrário não seria uma aliança e sim uma caridade.
— Como já foi informado, tínhamos uma dívida considerável com Beatrice... — a sacerdotisa de nome Aylin começou.
— Ohime — Syaoran a cortou — peço desculpas por minha grosseria, não estou acostumado que a chamem de Beatrice.
— Não que o nome dela seja importante — Aylin fez um sinal qualquer com a mão — como eu ia dizendo, tínhamos uma dívida considerável com ela, mesmo assim não temos recursos o suficiente para manter todos esses refugiados. Poderíamos mandar alguns para as ilhas quebradas do Oeste, mas ainda estamos tendo problemas com as lâmias remanescentes. Tive em contato com alguns dos líderes e os problemas os impedem de acolher mais gente. Seria só mais gente para passar fome.
Kai sabia daquilo, já haviam resolvido a maior parte dos problemas das lâmias, mas o pós-guerra havia deixado marcas e prejuízos que demorariam muito para serem resolvidas. Aylin tinha razão, eles teriam que manter os refugiados em Vixen mesmo.
— Algum deles conseguiu se adaptar a Vixen? — Kai perguntou por fim.
— Poucos — Star, a contramestre do navio das Kitsunes respondeu — consegui frotas para mantê-los nos navios a pedido da Rainha Ayana. Como ela entende a situação, perguntamos qual a saída que ele achava mais viável. As frotas de navio estão indo para o norte de Vixen, onde estão os meios rurais, ali a tecnologia não irá atrapalhar e nem assustar os refugiados.
— Então, o nosso único problema segue sendo as provisões para alimentar a todos — Kai suspirou.
— Podemos mandar alimentos desde Yeou — Syaoran falou tranquilamente — sustentar nossos refugiados não é um problema.
— E como vocês sustentariam o próprio exército? — a rainha Ayana perguntou. Dali, era a única que já havia vivido guerras verdadeiras e sabia que sem comida, sem dúvidas não haveria um exército.
— Agradeço a preocupação, mas por agora temos para os dois, tanto para os refugiados como para os nossos exércitos. Nossos estoques são altíssimos. Sua Majestade sempre priorizou alimentos e medicinas.
— Eu entendo a sua preocupação, Ayana — Zyon comentou — mas acredite, Yeou seria capaz de sustentar esse planeta inteiro e ainda sobraria para eles.
— Mandarei provisões o mais rapido possível. E em relação a menina? Queremos nos redimir desse erro.
— Obviamente isso não me agrada — Carlos, o pai de Kat acabou por falar — ela foi sequestrada e sem dúvidas terá bons traumas para se recuperar, porém Lissa matou inocentes ali. Gostaria que essa parte fosse resolvida de maneira pacífica se for possível. Kat está a salvo e isso é o que importa. O único que peço é que mantenham a nossa população e nossas famílias longe dessa guerra.
— Sem dúvidas — Syaoran falou tranquilamente — a ideia é pedir para a divindade que está ao nosso lado, para que ele feche as barreiras até aqui, impedindo que qualquer um entre ou saia antes que a guerra acabe. Fecharemos a fronteira entre os universos, deixando a única ressalva para que Zyon faça a conexão entre um lado e outro, permitindo também a passagem dos alimentos e daquilo que vocês necessitarem. Isso iria garantir que a guerra não chegue até aqui, mantendo tanto o seu povo como o nosso a salvo.
— E em relação ao selo do Imperador? — a rainha acabou por perguntar fazendo Syaoran estremecer. Zyon havia sem dúvidas aberto o jogo inteiro com eles e Syaoran não conseguia definir até que ponto aquilo era bom.
— O que tem isso? — ele perguntou claramente incomodado.
— Vou reformular a pergunta — Ayana sorriu de maneira estranha para Syaoran — se o inimigo é tão forte quanto parece, então vocês precisam de um elemento surpresa. Através do professor Yakumo, estudei diversas possibilidades desde que cheguei em Vixen, possibilidades que teriam mudado diversos rumos nas guerras que passei. Através desses estudos, eu descobri sobre os hanshas e pude ter conversas produtivas com Lady Ohime. Um hansha não espelha o dom de outro hansha e eu acredito que essa seja uma vantagem que vocês não deveriam perder. O hansha que os atacou espelha o poder de todos vocês, mas não pode espelhar o dom do Imperador.
— Sua linha de raciocínio tem total lógica e já havíamos pensado nisso. Inicialmente a ideia era usar o dom da senhorita Ohime — Syaoran respondeu — mas o ruah dela é de origem destrutiva e poderia matar muitos ao redor. Usar o dom do Imperador ainda estando selado, seria arriscado. Não sabemos até que ponto ele aguenta sem esgotar o que tem e a única que é capaz de romper o selo é a senhorita Ohime, porém ela não tem lembranças de como fazer isso.
— Eu entendi — Kai sorriu para Ayana como se estivessem falando por telepatia e Syaoran olhou para ele com curiosidade. Kai era apenas um ser humano comum, mas era extremamente centrado, além de entender coisas que iam além do que ele julgava que um ser humano fosse capaz — de fato eu entendo que Ohime seja a única capaz de romper um selo de maneira permanente, já que ela foi a responsável por colocá-lo ali, mas nós temos um mestre em selos aqui também — ele sorriu e olhou para a sacerdotisa deles — E então, Aylin? Consegue uma medida pelo menos temporária. Afinal, você selou um imortal, consegue fazer o inverso.
Um sorriso divertido surgiu no rosto de Aylin, como se ela tivesse ganhado um belo presente.
— Com um empréstimo considerável de ruah, sem dúvidas eu consigo. E então Zyon? Consegue me fornecer isso?
— De quanto estamos falando? — Zyon cruzou o braço — a última vez você matou quase um exército inteiro de sacerdotes, não acho que temos uma quantidade tão grande assim.
— Zyon... — o sorriso da sacerdotisa se alargou — me deixa ver?
— Ficou louca de vez? — Zyon suspirou — da última vez você desmaiou só com um pouco e agora está pedindo para que eu mostre toda a força do meu ruah?
— Exatamente — ela sorriu mais abertamente — não esquenta... sou mestre em selos, lembra? Criei um amuleto tem pouco tempo, vai ser a oportunidade perfeita para eu testá-lo.
— Tudo bem, mas se importa se não for eu? — Zyon voltou a perguntar — Se importa se for o Syaoran a fazer isso.
Syaoran olhou de relance para Zyon. A preocupação com a moça estava estampada no rosto do amigo e a escolha dele tinha lógica. Syaoran estava abaixo na escala de força entre Zyon e ele, e seria muito menos arriscado para a jovem que Syaoran liberasse o seu ruah por inteiro e não Zyon.
— Eu não vejo problemas – ela deu de ombros, sem dúvidas ela não entendia muito bem das escalas de poderes — mas não podemos fazer isso aqui.
Syaoran suspirou, ele queria ter esperanças de que aquilo os levaria para algum lugar, mas sua cabeça voltava uma e outra vez para o seu Imperador.
— Então venha — Aylin se levantou em um pulo e praticamente puxou Syaoran pelo braço, fazendo-o ficar tenso com o contato físico repentino.
— Vai com calma, Aylin — Zyon sorriu — não é normal o contato físico de onde ele vem.
— Verdade — Niely riu — ele quase teve um ataque cardíaco com a aproximação da Green quando fomos para lá.
— Eu teria gostado de ver — Green apertou os olhos — ainda quero tirar aquela dúvida.
— Pelos deuses — Senka, a vice capitã das Kitsunes revirou os olhos — fiquem quietas. Pela primeira vez estou inclinada a concordar com o Kai e vou dar uma de chata e dar a mesma bronca... existem momentos para esse tipo de coisa e estamos discutindo como salvar vidas aqui e não como fazê-las.
Foi instintivo, Syaoran sentiu a vergonha bater com força em seu corpo, mas para a sua sorte, ele não era como os humanos que ficava vermelho com isso e torceu para que ninguém notasse o quão constrangido ele havia ficado.
Ele se deixou levar para uma das salas que Aylin usava de maneira automática. Sua expressão não denotava emoção nenhuma, assim como seu semblante, e mesmo assim, Aylin pareceu notar sua tensão.
— Peço desculpas pelas maneiras grosseiras e pelas brincadeiras — ela falou sinceramente e calmamente — sinto muito ter te puxado também, não tinha a intenção de te constranger.
Ele iria responder, mas acabou por não fazer, apenas ficou em silêncio.
— Novamente — ela sorriu — eu sinto muito. Elas fizeram aquilo apenas para irritar o meu marido. Elas dizem que ele não se imuta com nada e é bem verdade, ele apenas riu do que elas falaram agora.
Syaoran não queria saber, se ele fosse sincero, ele apenas diria para ela terminar o que tinha que fazer e acabar logo com aquilo, mas por algum motivo, ele sentiu um certo rancor na voz da moça.
— Talvez seja apenas o jeito dele — Syaoran falou para não deixar a moça no vácuo, o que a fez rir.
— Ah — ela sorriu ainda de maneira triste — sinto muito. Eu não duvido dos sentimentos dele, não é isso que está me deixando assim. O último selo forte que eu fiz, o que aprisionou um imortal, me tirou pessoas muito importantes, entre eles os meus pais, quero fazer esse teste porque não estou preparada para perder mais ninguém.
— Eu sinto muito — foi o máximo que Syaoran conseguiu dizer e ela apenas acenou — o que devo fazer?
— Vou colocar meu amuleto e assim que eu disser que estou pronta, a única coisa que você precisa fazer, é liberar o seu ruah como se fosse lutar. Se eu desmaiar ou perder a consciência, por favor pare, eu só preciso saber se vocês possuem ruah suficiente para que eu não sacrifique ninguém ao tentar desfazer o selo do Imperador.
— Apenas se você desmaiar você quer que eu pare?
— Sim — ela acenou firme — por favor.
E assim foi feito. Syaoran liberou aos poucos o seu ruah, Aylin, apesar de seguir com o amuleto de proteção, caiu pouco tempo depois, mas sem perder a consciência. A temperatura do quarto pouco a pouco foi caindo e quando ela fechou os olhos, ele parou. Ele não tinha soltado nem metade do que poderia.
Ele tirou a capa que o cobria e colocou sobre ela, esperando que ela acordasse e quando o fez, o sorriso que ela deu foi tão genuíno, que foi impossível para ele não sorrir também.
— Quanto você soltou? — ela perguntou animada.
— Uns 30% ou 35% eu diria — ele respondeu.
— Que fantástico! — ela levantou animada e só então notou a capa que a cobria.
Mesmo com o corpo inteiro tremendo ainda, ela a tirou e tentou devolvê-la, mas ele a recusou.
— Fique com ela até que a temperatura do seu corpo se normalize.
— Obrigada — ela sorriu de novo — Da última vez que eu tentei fazer isso, Zyon não soltou nem 1% antes de eu perder a consciência. Acha que a força que você usou seria o equivalente de quanto para ele?
Syaoran pensou, ele não saberia dizer, mas sem dúvidas Zyon era mais forte do que ele.
— É uma pergunta bastante complicada senhorita — ele admitiu — mas se eu for pela lógica das escalas que eu conheço, acredito que seria o equivalente a uns 10 ou 15% no máximo do que ele tem.
— Isso é realmente incrível! — a animação quase infantil dela desconcertou Syaoran, que via nela a mesma animação de todas as outras que pareciam seguir Lissa — Syaoran, eu consigo. Eu consigo liberar o selo do Imperador como uma medida temporária, até que Ohime consiga romper o selo de vez.
Ele abriu um pouco mais os olhos, tentando acreditar de fato nas suas palavras e contra todas as possibilidades, por ser ele quem era, ele conseguiu acreditar sem muito esforço.
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