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Personagens introduzidos neste capítulo:
☾✧ ━━ AN SHANG (HUMANA) ━━✧☽
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☾✧ ━━ AIKO (JOROGUMO) ━━✧☽
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⚠️ATENÇÃO, ESSE CAPÍTULO CONTÉM OS SEGUINTES GATILHOS⚠️
❂ Violência
❂ Tortura
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☾✧ ━━ Eu faria qualquer coisa por esse casamento, sem hesitar (An Shang) ━━✧☽
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Universo: Faaliye (Quadrante 2)
Planeta: Azuma
País: Yeou
Data local: Yi, 19 Yaz de 1503 do novo reinado Qiang (monções)
Data Universo Homines (Planeta Terra - Brasil): Quarta, 16 de outubro de 2014 (primavera)
Estava apreensiva com a demora do imperador. Será que ele não queria me ver? Talvez estivessem tentando me humilhar com alguma brincadeira? Me remexi na cadeira e ajeitei minha roupa no estilo Sheni pelo corpo. Estava ansiosa e para tentar controlar esse sentimento, passei diversas vezes a mão nervosamente nas mechas do cabelo que caíam para o lado esquerdo do meu corpo.
Cheguei ali assumindo a minha responsabilidade e me sentia honrada por ter sido escolhida pelos conselheiros para ser a esposa do imperador, mas ele não parecia me notar, e quando me notava, não parecia nem ao menos me querer por perto, como se supõe que ele iria aceitar nossa aliança estando relutante daquele jeito? O pedido inesperado para um encontro com ele no jardim me pegou desprevenida, eu queria acreditar que aquele seria um primeiro de muitos passos na nossa relação e estava disposta a jogar com todas as fichas para que esse casamento desse certo.
Se ele ao menos pudesse me ver, saber que sou bonita o suficiente para estar com ele. Se ele ao menos quisesse me olhar com a mesma intensidade que olhava para tantas obras de artes que ele tanto admirava, mas ele não tirava aquela faixa, eu não me via digna o suficiente para os seus olhos.
Sua doença era algo que me incomodava, pois não importava o quanto eu me arrumasse para ele, ele não iria notar a menos que quisesse tirar a faixa do rosto. Eu soube que ele sentia terríveis dores nos olhos, e essa doença, ou maldição, já durava milênios dentro da sua família, mas se ele se dignava a olhar para quadros, por que não o fazia comigo? Por que eu me sentia tão desvalorizada sempre que pensava nisso?
Eu tinha que garantir o meu lugar ao seu lado de outra maneira que não fossem seus olhos, pois sabia o risco que eu tinha de ser rejeitada por ele e eu não podia perder esse jogo, mesmo que eu tivesse que forçar alguma situação para tê-lo comigo.
Fiquei perdida em pensamentos até vê-lo se aproximar. Ele estava deslumbrante como da primeira vez que o vi, na verdade estava deslumbrante como sempre esteve. Um homem perfeito e cotado e ainda por cima o Imperador. Seu rosto oval e delicado mostrava a beleza que quase ninguém tinha a sorte de ter. Seu cabelo longo e preto caía bagunçado pelo rosto e como sempre ele vinha estampando seu sorriso mais perfeito. Em sua orelha esquerda havia um brinco de franja vermelha e dourada que combinava com as suas magníficas vestes. Ele estaria perfeito, se não fosse por aquele maldito pano cobrindo seus olhos. Eu só podia imaginá-los e isso não era o suficiente, eu queria e precisava ver os olhos do meu rei, mas tudo o que eu via era o pano largo, branco e com pequenos detalhes dourados cobrindo parte do seu rosto.
Me levantei, o reverenciei e esperei de maneira educada e do modo como tinha que ser ao me dirigir a ele. De alguma maneira ele sabia se o tratavam com o devido respeito ou não e isso me deixava ainda mais curiosa sobre a sua situação.
— Majestade, é uma honra estar em sua presença hoje — falei da maneira mais recatada possível.
— Pode se sentar, senhorita An Shang — ele respondeu de maneira educada e se sentou à minha frente.
O chá foi prontamente servido, o ambiente em que estávamos era agradável e eu sabia que ali era um lugar muito frequentado por ele. Seus chás da tarde muitas vezes eram feitos ali e ele parecia se encaixar muito bem com a paisagem estonteante que nos rodeava, mas nada era mais perfeito do que a sua postura e aparência. Deixei meus olhos pousarem nele e me permiti admirá-lo ainda mais. Não era à toa que todas as moças morreriam para poderem ter pelo menos cinco minutos da sua companhia e eu estava disposta a pisotear todas as esperanças de cada uma delas tornando-o oficialmente meu marido.
— Senhorita An Shang — ele falou com sua voz ponderada e agradável aos ouvidos — chegou até mim que a senhorita está descontente pela minha falta de tempo com a senhorita, isso é certo?
— Majestade — falei tentando controlar a emoção. Eu apenas queria gritar que ele deveria ficar comigo, que eu estava ali para tentar uma aliança e não era qualquer vagabunda que entrava em seus aposentos, e que sim, que mulher não estaria triste com isso? Respirei fundo para não dizer o que eu queria, eu não podia estragar tudo naquele momento — Me sinto honrada com o seu interesse. Estou de fato triste, mas não sou digna de sua preocupação. Sei que o senhor tem negócios a tratar que possuem mais urgência do que uma possível aliança.
— A senhorita é minha convidada no palácio — ele falou com um pequeno sorriso no rosto — então não diga que não é digna de algo.
Senti meu coração disparar.
— Senhor, permita-me fazer uma pergunta? — perguntei sentindo a vitória de ter, que seja mínima, a sua atenção.
— Adiante — ele me encorajou.
— Por que segue se encontrando com outras mulheres, meu senhor? — tentei transparecer minha tristeza através da minha voz — não me vejo o suficiente atraente para o senhor?
— Não sei te dizer sobre a sua beleza, senhorita — o sorriso do Imperador não vacilou — como pode notar, não posso te ver. Respondendo a sua pergunta, peço que não escute comentários dos criados. As mulheres que param na minha cama estão ali apenas para o meu prazer, a senhorita não deveria se preocupar com tais coisas.
— Mas, senhor — o desespero transpareceu na minha frase de uma maneira que eu não queria deixar, porém sua fala havia me machucado — e se fosse eu na cama de outro homem?
O Imperador suspirou fazendo com que seu sorriso desaparecesse por alguns segundos. Seu silêncio durou pouco, mas me pareceu uma eternidade. Ele cruzou as mãos em cima da mesa e se virou na minha direção como se pudesse de fato me ver.
— An Shang, responda-me com sinceridade — sua voz estava tranquila e moderada e vi seu sorriso cativante sendo desenhado novamente — a senhorita veio até aqui para se casar comigo por ordens de seus pais, certo? Veio para tentar uma aliança e estou disposto a pensar no assunto, mas se nos casarmos, esse casamento será isso, um contrato. Se existe outro motivo, eu gostaria de saber. Infelizmente eu não poderei te dar o que busca se esse for o caso.
Suas palavras saíram de maneira gentil, mas foram duras o suficiente para que eu sentisse meu coração parar. Ele me deixou claro que não me amava, mas como poderia? Nem nos conhecíamos. Mesmo assim eu não estava disposta a perder, se ele não me conhecia, teria que fazê-lo me conhecer e teria que fazer com que me amasse. Eu não poderia perder de vista um possível casamento com o Imperador, tinha que fazer algo. "Se não puder seduzi-lo com palavras, seduza-o com o corpo", minha mãe já havia me dito uma vez. Respirei fundo e me levantei. O imperador seria meu, mesmo que eu apelasse para isso. Cheguei até perto dele e tive certeza de que ele acompanhou meus movimentos. Como ele fazia aquilo?
— Deixe-me mostrar que posso te fazer feliz, meu senhor — falei me aproximando — me dê licença de pegar na sua mão?
Ele vacilou um pouco mas levantou sua mão direita, eu a peguei e a levei até meu corpo. Fiz com que ele sentisse minha cintura bem desenhada, a minha barriga pronta para receber seus filhos e subi sua mão até meus seios. Mostrei para ele como eu poderia estar à altura dele e o quanto eu poderia ser melhor do que as mulheres que ele levava para cama. Peguei sua outra mão para que ele seguisse meu corpo também com ela e fiz o mesmo caminho até deixá-lo sentir meu outro seio. Lentamente eu me abaixei um pouco para levar meu rosto até próximo ao seu e o beijei. Era arriscado beijar o Imperador. Na verdade, todo aquele jogo era arriscado e eu sabia disso. Ele não retribuiu meu beijo e nosso pequeno contato não durou muito. Ele delicadamente tirou suas mãos do meu corpo e me afastou.
— Agradeço que tenha me mostrado um pouco da sua beleza, senhorita An Shang — ele falou ponderadamente — mas não acho apropriado fazermos isso.
— Mas eu fui a escolhida pelos conselheiros — gritei me sentindo envergonhada e frustrada — é comigo que você tem que estar, e não com aquelas quaisquer. Comigo! Você irá resolver suas coisas e passar sabe-se lá quanto tempo fora e não irá se dignar a estar comigo um único dia inteiro sequer? Até quando terei que esperar uma resposta se irá aceitar essa aliança e ficar nessa agonia? Eu te quero, mas parece que você não se importa com os meus sentimentos.
— Você? — ele massageou a orelha fazendo uma pequena careta — é assim que senhorita se dirige a mim agora?
— Perdão, Majestade — levei a mão até a boca ao perceber o que havia feito. Sentindo o corpo tremendo me ajoelhei e me inclinei implorando seu perdão, eu faltei com respeito ao Imperador e isso poderia levar tudo a perder, isso se não custasse a minha vida.
Ele pacientemente se levantou e ficou na minha frente, estendeu a mão para que eu me levantasse, algo nada típico de um nobre de uma patente mais alta do que a minha, mas eu sabia que ele era diferente. Aceitei sua ajuda e me levantei resignada e em silêncio, esperando que ele ditasse o meu castigo por tamanha afronta.
— Se a senhorita está buscando amor, sugiro que diga ao seu pai que não está de acordo com esse casamento. A senhorita não irá encontrar o que busca comigo. Como eu disse, prometo que irei pensar no assunto, por enquanto a senhorita é minha convidada e apenas isso. Sugiro que vá descansar agora, a partir de amanhã estarei ocupado com outros assuntos, portanto não a verei até resolver tudo. Até lá já terei uma resposta para você e para o seu pai. Por enquanto, pensa bem no que a senhorita quer, porque essa aliança vai me servir apenas para me dar herdeiros e fortalecer minha relação com os meus aliados, isso é tudo.
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Ele olhou para o corpo preso em teias, o pânico da jovem o excitava de um jeito enlouquecedor. A luz da jovem se contorcendo deixava a cena cativante e bela aos seus olhos. Ficou ali, admirando-a e depois levou seus olhos ainda vendados para Aiko, a Youkai Jorōgumo que havia sido responsável pela captura da jovem.
— Bom trabalho, Aiko — ele a felicitou fazendo-a sorrir — Como anda o trabalho no bairro dos prazeres?
— Coletei alguns dados interessantes para o senhor sobre o visconde Zaki — seu sorriso se alargou — tenho certeza de que poderemos usá-lo a nosso favor.
— Interessante. Conversaremos sobre isso mais tarde então, senhorita.
— Tenho certeza de que o senhor logo conseguirá aquilo que deseja — Aiko o elogiou com a clara intenção de o agradar.
— Sim, mas devemos aproveitar o processo também — ele deixou transparecer a satisfação na sua voz — Essa será uma caçada muito interessante.
Ele sorriu abertamente e se aproximou da jovem presa na armadilha para a observar, ela se debatia e tentava sair dali a todo custo, mas as teias de Aiko eram incrivelmente fortes. Ele tirou então a faixa para observá-la tentando fugir daquela armadilha fatal. Depois de muito esforço em vão, a jovem se entregou ao cansaço e parou de se mexer. Aquilo o decepcionou, ele mal havia começado a sentir o prazer de vê-la sofrer.
— Tire-a daí — ele pediu para Aiko — mas não a solte.
A jovem presa se viu apavorada de novo, mas a teia em sua boca a impedia de gritar. A arrastaram para dentro da casa, ele pacientemente encheu um tanque de água e a arrastou até ali, liberou sua boca e empurrou a cabeça da jovem para baixo, imergindo-a na água. Ela se debateu na tentativa de se libertar, mas quanto mais ela lutava, mais ele forçava sua cabeça para baixo para que ela se afogasse. Quando ele sentiu que ela já não aguentaria, ele a tirou da água fazendo-a tossir em meio a espasmos e dores. As dores dela foram refletidas nele e ele novamente foi coberto de prazeres. Ele a jogou na cama e ficou olhando-a enquanto acariciava partes do próprio corpo. Ele queria afogá-la de novo, era uma pena que seres humanos possuíssem uma resistência tão baixa, seria incrível seguir fazendo aquilo por muito tempo, mas ele sabia que não era possível ter tudo.
Vendo que ela começara a se acalmar, ele a levantou de novo, de maneira brusca e a agarrou pelas costas. Ela gritou novamente e esperneou, mas ele era muito forte e empurrá-la até a parede de madeira que havia ali foi algo fácil. Depois ele rasgou suas roupas e observou sua respiração completamente desregular.
— Aiko, traga-me os pregos e o martelo — ele pediu para a jovem que seguia vendo a cena sem se imutar, pedido que foi atendido prontamente.
Aiko já sabia o que fazer, já havia visto aquilo antes, e mesmo antes do pedido oficial, ela projetou suas teias prendendo a jovem de braços e pernas abertas na parede. O homem a observou, sem deixar passar nenhum sentimento de pânico que a jovem oferecia. Ficou um tempo observando-a antes de se decidir pregá-la ali. Os gritos de dor da jovem eram como músicas em seus ouvidos, ele amava o jeito escandaloso dos seres humanos chorarem e gritarem pela dor.
Ele já estando no ápice do seu prazer, lambeu o sangue da jovem que escorria por seus braços. O sabor do sangue era doce e o prazer que ele sentia era intenso.
— Venha, Aiko — ele chamou com a voz rouca e quando Aiko se aproximou, ele tirou suas roupas rápida e bruscamente enquanto sussurrava ao seu ouvido — satisfaça-me Aiko, essa noite iremos falar de amor enquanto admiramos minha pequena obra de arte.
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Observações:
O sheni (roupa na qual a An Shang estava usando) é uma modificação do pien fu (outro estilo de roupa chinesa tradicional). É uma combinação de uma túnica e uma saia costuradas para se tornar um único terno longo. O sheni era extremamente popular na China antiga. Era comum entre funcionários do governo e estudiosos. O sheni inspirou-se no tradicional pien fu, com um corte semelhante. As dobras e o envolvimento do sheni usando tecido excessivo também foram modelados no pien fu.
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