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☾✧ ━━ A batida do meu coração se tornou um alarme quando ele propositalmente sussurrou tão docemente em meu ouvido e me odiei por achar tão cativante essa natureza provocante dele (Ohime) ━━✧☽
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Universo: Faaliye (Quadrante 2)
Planeta: Azuma
País: Yeou
Data local: Yi, 20 Eh de 1503 do novo reinado Qiang (outono)
Data Universo Homines (Planeta Terra - Brasil): Quarta, 26 de novembro de 2014 (primavera)
Prazer em provocar um ao outro...
Poucos dias depois, recebi um convite do Imperador para um jantar com ele. O salão que estávamos estava cheio. Quando entrei, imaginei que estaríamos em uma grande mesa, assim como era em diversos outros universos, mas para a minha surpresa, o lugar parecia muito mais um restaurante chique que uma sala de jantar imperial. Muitas pessoas conversavam de maneira animada enquanto vinham nos cumprimentar.
— Permita-me apresentar minha convidada, a lady Ohime — ele me apresentou para um nobre que se apresentava a sua mesa novamente.
— Muito prazer, lady Ohime — o nobre se curvou educadamente — ouvi boatos sobre a sua beleza e certamente os boatos não fazem jus ao que vejo. Tenho que admitir que a senhorita é muito mais bonita do que eu imaginei.
— Obrigada, senhor — eu não sabia o que fazer com toda a atenção que eu estava recebendo naquele momento.
— Então essa é a protegida do Imperador? — escutei que cochichavam em um canto qualquer.
— Mas ele não estava noivo? — alguma outra pessoa perguntou.
— Você não soube? Estão dizendo que essa é a noiva misteriosa dele.
— Lady Ohime? — o nobre me chamou a atenção — tudo bem com a senhorita?
— Oh, sim — disse me voltando novamente para ele — sinto muito. O que o senhor tinha dito?
— Perguntei de onde a senhorita é.
— Eu...
— Ela não pode dizer, senhor — o Imperador interveio me salvando de qualquer resposta que eu poderia inventar — por questões de segurança, sua origem deve ser mantida em segredo. Espero que entenda.
— Certamente Majestade.
— Se nos dá licença agora. Iremos jantar — o Imperador o dispensou com a mão.
Olhei fixamente para a luz do Imperador a minha frente e não pude evitar sorrir.
— O senhor certamente parece pertencer a um lugar tão brilhante quanto esse — falei.
— Você acha?
— Sem dúvidas. Não acho que se deva somente a sua posição. Certamente atrairia a atenção em qualquer outro lugar. Sinto como o senhor é o centro das atenções atualmente. Isso só prova o quão incrível o senhor é.
— Obrigado — ele respondeu parecendo surpreendido e desconfiado ao mesmo tempo. No fim, acho que Syaoran tinha me dado realmente um ótimo conselho.
— Eu que deveria agradecer por sempre me trazer a lugares incríveis como esse. O senhor me deu todos os tipos de experiência que eu nunca teria tido. Essa felicidade que eu sinto é graças a você também.
— Estou feliz em ver que a senhorita está tão satisfeita — apesar da pequena surpresa inicial, ele voltou a ficar imperturbável. Eu sabia que aquilo aconteceria, mas queria que ele soubesse que tudo o que eu falava era apenas para incomodá-lo.
A noite passou, os convidados se retiraram.
— Venha, senhorita — ele me chamou — irei pessoalmente levá-la em segurança para a sua casa hoje.
— O quê? — minha surpresa foi nítida.
Por que ele sempre tinha como me surpreender mais? Por que ele queria me levar? Ele era o Imperador, bastava mandar que uma carruagem me levasse e ele acabaria com isso. Fiquei muda, nem mesmo ele sabendo que tudo o que eu havia dito fora só para provocá-lo, ele não pareceu irritado, não quis me mandar de volta sozinha e nem tentou me envergonhar no jantar.
— Certamente — falei me sentindo embaraçada — por favor, apenas irei usar o banheiro antes.
Saí da mesa com a perna um pouco bamba, lavei o rosto e respirei fundo antes de sair novamente.
— Sabe senhorita — alguém me puxou pelo braço e aproximou muito seu corpo do meu, meu coração acelerou e tive que me segurar para não atacar aquele que tinha me puxado. Olhei com atenção para o homem, eu não o conhecia, mas algo em seu ruah era terrivelmente distorcido — Quando alguém está próximo demais da luz, a luz pode matá-lo. Quando alguém quer presentear um deus, qualquer vida passa a ser banal. Você é sem dúvidas a melhor obra prima que eu já vi na vida. O deus Qiang é incrível, não é? Será que se você sumir agora, ele irá notar?
Meu corpo estava paralisado, era como se eu não tivesse controle nenhum sobre ele. Tentei chamar a Rainha, mas ela simplesmente não me respondia e o pânico começou a tomar conta de mim.
— Katriel, isso é muito arriscado. O Imperador a está esperando, teremos outras oportunidades — a voz de uma mulher se fez audível pouco atrás — Se o Imperador declarar guerra agora, as divindades sem dúvidas irão intervir e isso não será bom para nenhum de nós dois.
— Não me julgue senhorita — o tal Katriel falou — quando vamos presentear o deus mais perfeito de todos os universos, temos que presenteá-lo com nada menos do que perfeições. Nos encontraremos em breve — assim que ele terminou de falar, tudo ao meu redor desapareceu em uma escuridão densa.
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— Ohime — abri os olhos com o Imperador me chamando — Ohime, o que aconteceu?
— O quê? — me levantei me sentindo zonza. O que tinha acontecido? Eu simplesmente não lembrava. Lembrava que tinha ido lavar o rosto, mas e depois? Tinha uma lacuna na minha cabeça e eu não conseguia preenchê-la.
— O que aconteceu? — ele perguntou de novo parecendo preocupado. Ao nosso redor havia outras pessoas, talvez todas com o semblante preocupado. O Imperador me ofereceu um pouco de água e esperou pacientemente que minha confusão passasse.
— Eu não sei... lembro de alguém falando sobre um presente para um deus Qiang? — falei colocando a mão na cabeça, a luz do Imperador ficou agitada, muito mais agitada do que eu já tinha visto até aquele momento, mas de repente eu ri do absurdo que eu tinha falado — sinto muito, não entendo o porquê falei esse absurdo. Devo ter tido um sonho bem estranho — após deixar de rir, por algum instinto que eu não entendia, senti a necessidade de chamar a Rainha, assim que ela me respondeu eu respirei aliviada e sorri — sinto muito ter te preocupado, Majestade. Provavelmente foi apenas um mal-estar repentino. Eu estou bem, não se preocupe.
Não sei se ele acreditou ou não, mas o que mais poderia ter sido além de um mal-estar? Eu provavelmente me senti mal e devo ter desmaiado, não havia outra explicação para essa lacuna. Aquele pequeno lapso sobre o deus Qiang sem dúvidas era apenas alguma alucinação que minha cabeça me pregou.
Fomos até a carruagem em silêncio e o silêncio continuou reinando durante o caminho. Contei cada curva que a carruagem dava e infelizmente comecei a reconhecer o local por onde passávamos.
"Estamos quase em casa e assim que estiver em casa, terei que me despedir dele por hoje...". No exato momento em que compreendi que eu não queria fazer isso, foi como se algo doloroso se instalasse dentro de mim. Quem eu estava querendo enganar? Eu gostava de provocá-lo só para ter sua atenção. Qual outro motivo teria? Mas nada mudaria, ele seguiria sendo o Imperador e eu seguiria sendo a fugitiva pelo assassinato de bilhões de seres vivos. Por que eu estava me deixando levar pelo Imperador de novo? Mas a pergunta que eu mais me fazia: eu queria parar com aquilo? Ou queria simplesmente seguir com aquele jogo ridículo?
— O que há de errado? — o Imperador me tirou dos meus pensamentos — Você ficou muito quieta, além disso você me pareceu melancólica repentinamente.
— Eu... — o que tinha para pensar? Eu queria sim seguir com aquilo, queria seguir sendo irritante para ele e queria que ele seguisse sendo o homem detestável que sempre foi para mim. Constatar isso foi como um balde de água fria e essa foi a prova genuína do quanto eu era peculiar nos meus gostos — eu gostaria ficar um pouco mais com você, Qiang.
Nem eu mesma sabia o porquê o havia chamado pelo nome, nem eu mesma entendia a necessidade que eu senti de soltar aquilo para ele, mas assim que as palavras saíram pela minha boca, sua luz ficou agitada de um jeito incrível. Tudo dentro dele pareceu rodar de uma maneira ansiosa e senti até mesmo sua respiração se alterando. Ele não falou nada por um momento e me perguntei se havia sido tão estranho eu o chamar pelo nome, ou se aquela reação foi pelo simples fato de, pela primeira vez, eu estar admitindo que queria ficar um pouco mais com ele.
Senti sua mão envolvendo a minha cintura, me puxando para mais perto dele, enquanto a outra mão gentilmente virava meu rosto e o inclinava um pouco mais para cima.
— Tenho certeza de que você está bem ciente do que poderia acontecer agora que você disse essas palavras, certo? — apesar de sua voz controlada, eu era capaz de sentir com a mão a força com que seu coração estava batendo.
— Certo — gaguejei em um sorriso.
Lembrei de seu rosto perfeito enquanto ele se aproximava a ponto de me fazer sentir sua respiração roçando a minha pele. Meu coração batia forte em meus ouvidos enquanto eu lutava contra o desejo de vê-lo.
— Acho que no fundo, nós dois sabemos — ele sussurrou no meu ouvido — que eu me transformo em um homem muito simples quando se trata de você. E nós dois sabemos que isso não irá continuar assim amanhã. Amanhã iremos retornar a nossa tão cômoda guerra.
— Então acho melhor aproveitarmos hoje — falei com a respiração alterada.
A pequena distância que restava entre nós se fechou quando nossos lábios se juntaram suavemente.
— Talvez eu não consiga terminar as coisas tão facilmente da próxima vez — ele falou se afastando um pouco, ele sempre falava o mesmo, mas sempre conseguia se afastar — Você me parece tão ansiosa que tudo o que eu consigo sentir é que ultrapassei meus limites.
Tentei controlar a respiração da melhor maneira que eu podia, mas não falei nada.
— A senhorita não é qualquer uma para mim, Ohime. Não posso e nem devo fazer isso com a senhorita — ele suspirou, parecia pensativo, não havia arrogância em sua voz — mas se ainda for possível, gostaria de aceitar seu pedido de você permanecer mais tempo comigo, suas provocações me fizeram ultrapassar algo que eu não deveria, peço que seja mais prudente da próxima vez.
Eu estava atordoada e mal conseguia pensar com claridade e quando falei, fui sincera como poucas vezes havia sido de verdade com ele.
— Você gosta de fingir que não se importa com nada, mas por trás dessa pose valente está realmente um homem gentil.
— O que você quer dizer com isso?
— Eu conheço as tradições daqui. Sei que você não se sentiria bem ao ultrapassar essa barreira comigo. Como você mesmo disse, eu não sou qualquer uma para você. Isso me deixa realmente alagada, não sei se mereço essa atenção do senhor. Ao mesmo tempo, você também pensou agora nos meus sentimentos. Não é a primeira vez que o senhor para. Não é a primeira vez que você controla o seu verdadeiro desejo comigo... — meu coração errou uma batida ao pensar na noite em que eu acordei na cama dele — nós não fizemos nada naquela noite, não é? Você não faria isso comigo, principalmente no estado em que eu estava. Obrigada. Eu realmente amo isso em você.
Ele ficou em silêncio. Eu nunca tinha sido tão sincera com ele e nem mesmo eu sabia como lidar com aquilo de repente. Ele virou seu rosto para a janela, mas ele sabia que era difícil ocultar algumas coisas aos olhos de um hansha, ele estava com vergonha daquilo. Fiquei ali, olhando para ele com a boca aberta.
— Você está realmente sem graça com isso? — não perguntei na intenção de irritá-lo, eu realmente estava curiosa — por quê?
— Você vai realmente me perguntar isso? — ele não se virou para mim. Suspirou e seguiu — é a primeira vez que a senhorita me agradece de maneira sincera. É a primeira vez que a senhorita fala que ama alguma coisa ao invés de dizer que odeia algo em mim. É a primeira vez que não sinto hostilidade enquanto você fala do que sente.
A única vez que o vi perder a pose foi quando a moça que se dizia sua noiva nos encontrou, depois daquilo ele sempre se certificou de estar composto perto de mim. Não sabia como lidar com aquilo. A única coisa que eu tinha vontade de fazer era de abraçá-lo. De guardá-lo e protegê-lo. Esta nova versão dele me cativou instantaneamente de maneira a me cravar na alma. Syaoran sabia disso, eu havia entendido errado... ele não estava falando das minhas provocações, ele estava falando das poucas vezes que deixei meu sentimento transparecer para o Imperador. Não era a primeira vez que Syaoran fazia isso e sentia que aquela não seria a última.
Fiquei olhando para ele, que seguia olhando para a janela. Talvez eu já conhecesse esse lado dele... cada passo que eu dava na direção do Imperador, me mostrava o porquê eu havia me apaixonado por ele há tanto tempo. Não sabia se iria agradecer Syaoran na próxima vez, mas certamente estava agradecida. Eu me sentia incapaz de evitar que o sorriso rastejasse pelo meu rosto. Nesse meio tempo ele se virou para onde eu estava e entrelaçou seus dedos aos meus.
— Talvez agora seja a minha vez — ele sussurrou, mas parecia mais calmo e certamente ele estava muito mais controlado novamente.
— O quê? — perguntei confusa.
— Por que eu não digo o que eu amo em você antes de voltarmos para nossa guerra amanhã, Ohime?
Sua pergunta tinha um tom malicioso que me fez rir. Aquela era a prova de que ele havia recuperado sua compostura.
— Por que não deixa isso para outra hora? Estamos parados na frente da minha casa já faz tempo.
— Acho que não há necessidade de se conter — ele pareceu dar de ombros e me puxou pelo braço, fazendo com que eu fosse obrigada a inclinar o corpo contra o seu, deixando nossos rostos quase colados — Eu amo que apesar das suas ameaças e provocações baratas, você aparentemente confia tanto em mim que não se importa com o que eu possa fazer com você — e novamente meu coração batia como louco — Você também é cativantemente direta, embora eu não negue que tenha uma tendência para a imprudência. Além de não saber ocultar o quão excitada fica com a minha aproximação — senti o arrepio percorrer meu corpo com o roçar de seus lábios na minha orelha — Sua teimosia, as vezes que você bate de frente... todas as vezes que diz que me odeia — a batida do meu coração se tornou um alarme quando ele propositalmente sussurrou tão docemente em meu ouvido e me odiei por achar tão cativante essa natureza provocante dele, mesmo que eu estivesse dançando na palma da sua mão — tudo isso te torna adorável, Ohime. Tudo isso faz meu coração bater mais rápido, mas nada havia me preparado para o que você me falou hoje. Isso foi golpe baixo e eu também amo o fato de você saber onde me acertar.
Senti minha respiração desregular e pensei em mil e uma maneiras de responder a isso, sem conseguir de fato.
— Até amanhã, Ohime — ele sussurrou e soltou a minha mão — até o início das nossas pequenas disputas de novo.
Eu saí sem falar nada, me sentia incapaz de responder qualquer coisa para ele. Minha perna parecia que falharia quando eu desci da carruagem, mas o sorriso no meu rosto seguia intacto de tal maneira que era impossível eu apenas mentir dizendo que não havia gostado daquilo.
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