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⚠️ATENÇÃO, ESSE CAPÍTULO CONTÉM OS SEGUINTES GATILHOS⚠️
❂ Descrição de tortura, esquartejamento e morte
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☾✧ ━━ As escolhas que fazemos moldam o nosso destino e definem quem somos (Zyon) ━━✧☽
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Assim que Ohime saiu do quartel, fui falar com o major. Não é que eu quisesse testar Ohime realmente, mas haviam me informado do medo que ela sentia de militares já fazia um tempo e para uma luta naquele nível, ela não podia se deixar vencer por esse medo. Tinha que admitir que ela me surpreendeu de maneira positiva indo até ali.
Entrei na sala do major sendo escoltado como sempre, e ao meu lado, Syaoran seguia no mais completo silêncio.
— Majestade — ele se reverenciou — temo que esse problema está se tornando muito maior do que esperávamos. Devemos nos preparar para a guerra, senhor.
— Sugiro tirar aos poucos os civis das redondezas — Syaoran falou calmamente — mas não podemos fazer isso de maneira a levantar suspeitas para os nossos inimigos. Eles querem nos atingir em uma totalidade. Vamos manter o inimigo na capital e vamos começar a tirar os civis das partes mais periféricas primeiro. Podemos mandá-los para a última dinastia que conquistamos. Ali há bastante espaço e está tecnicamente longe.
— Faça isso, major — falei com uma mão no queixo. Era difícil manter a situação controlada quando nem ao menos sabíamos contra quem estávamos lutando.
— Sim, senhor. Mandarei pequenas tropas para isso, para que não chamemos muita atenção — ele ficou olhando na minha direção, como se quisesse a todo custo falar algo importante, mas não sabia como prosseguir.
— Fala logo, major — suspirei.
— Nos mandaram um recado, senhor — ele falou rapidamente — acredito que seria bom o senhor ver.
O segui para outra sala, ele estava tenso, a frequência de seu ruah estava agitada e podia notar a inquietação de todos os outros soldados no Quartel General. Todos se reverenciavam de maneira assustada e todos saíam de perto rapidamente.
Entrei em uma sala fria e o primeiro que senti foi o cheiro de morte. Tirei a venda, fosse o que fosse que estivesse ali, eu precisava ver de fato. Em uma mesa havia um militar, com os lábios arroxeados, os olhos abertos seguiam extremamente dilatados, uma morte por envenenamento ou algum tipo de overdose, ele também tinha diversos pequenos cortes pelo corpo, como o da última moça que havia sido assassinada. Na outra mesa havia um corpo inteiro mutilado, seus membros estavam em uma posição que pareciam que haviam tentado montar um pequeno quebra cabeça.
— O que aconteceu? — perguntei olhando mais uma cena aterradora.
— Mandaram isso por escrito — o major entregou um papel com algumas coisas escritas.
Eu fechei os olhos e os vendei de novo.
— Leia em voz alta, Syaoran — pedi. Em tão pouco tempo e eu já precisava descansar os olhos.
"Ao nosso querido exército da coroa imperial,
Quero que saibam que nos causam um imenso desprazer sabermos do envolvimento de vocês em nossos negócios.
Não queremos vocês no nosso jogo. Vocês são uns tolos que não sabem se impor perante os seus rivais, apenas executam na base da decapitação e pronto. Ensinarei alguns métodos de tortura para que possam colocar em suas bases. Temos diversos métodos de torturas físicas e psicológicas, podemos ensinar aos poucos.
Para conseguirmos a informação que queríamos de um deles, nós usamos os seguintes métodos: começamos introduzindo agulhas embaixo de suas unhas, obviamente ele já estava muito bem imobilizado, em seguida o sufocamos com panos encharcados e finalmente derramamos chumbos derretidos em sua pele. Quer saber o que conseguimos com isso? Nós sabemos que vocês fizeram um acordo com o deus Qiang e o grupo de traidores da hansha Ohime. Nós sabemos que ela é perseguida pelas divindades por conta de um terrível crime e vamos admitir aqui que a divindade Nifir nos tem sido de grande ajuda. Sabemos que vocês já conhecem a existência da nossa Jorōgumo, que por sinal foi quem caridosamente imobilizou o nosso prisioneiro. Quando percebemos que ele já não falaria mais nada, cortamos o seu corpo por partes, tomando cuidado para que a morte dele fosse um pouco mais lenta e guardamos seus restos em uma caixa de presente. Aliás, devemos agradecer o delicioso banquete que nos foi servido com alguns de seus órgãos, espero que não faça falta.
Como já não precisávamos do outro prisioneiro, resolvemos que tínhamos o direito de nos divertir um pouco, afinal, o interrogatório foi cansativo e demorado. Então resolvemos ver como é a morte lenta e patética de alguém sendo envenenado: primeiro injetamos um pouco de cianeto, mas não o suficiente para matar rápido, depois foi a vez da Estricnina e por último, mas não menos importante, injetamos Ricina, para que ficasse ainda mais divertido, diluímos todas essas coisas em diversas bebidas alcóolicas. Ele agonizou durante um bom tempo, foi extremamente excitante.
Entreguem a hansha Ohime e retirem-se do caso, ou seremos obrigados a dar novas aulas práticas para vocês...
Perdoe pela carta breve, mas devo apressar-me... soube que o deus Qiang passará pela rua ainda hoje e não posso deixar a oportunidade de venerá-lo ao passar.
Atenciosamente,
K.N.Kugutsu
Kugutsu, eu conhecia aquele nome.
— Major, quero que imobilize alguns de seus homens e vigie Ohime de perto, mas não a deixe saber. Use aquilo que você disse que fez para investigá-la e siga de olho em seus passos — falei de maneira apressada. Que Ohime estava em perigo eu já sabia, mas não sabia ainda que até mesmo aqueles que estavam atacando o meu reino também estavam atrás dela e até descobrir a verdade por trás daquilo eu não iria deixá-la fora de vista — Além disso, eu tenho certeza de que temos registros com o nome Kugutsu em algum lugar, quero que investigue esse nome. Descubra de quem é a letra, investigue cada Jorōgumo que tenhamos conhecimento e traga um registro de todas as moças espírito da neve que você tiver, estou procurando uma em específico.
— Sim, senhor — o major falou rapidamente.
— Syaoran, quero que invente todas as desculpas possíveis e imagináveis para que Ohime jamais saia de vista.
— Irá sufocá-la, senhor — Syaoran falou, mas não parecia necessariamente estar contra a minha ideia.
— Sim — respondi sabendo que aquilo era praticamente uma invasão na vida da moça — mas irei mantê-la viva.
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Saí do quartel apressado, tudo parecia terrivelmente bagunçado e toda aquela história me revirava o estômago e mesmo com esse desconforto, eu precisava falar com Zyon, precisava saber que história era aquela da noite anterior. Eu iria morrer? Ohime iria morrer? O que exatamente ele havia dito para ela.
O caminho foi silencioso, Syaoran parecia extremamente centrado e eu aproveitei esse pequeno momento de paz.
— Acho que o senhor não foi o único a ter a ideia de vir falar com o Zyon — Syaoran quebrou o silêncio um tempo depois.
Olhei para fora da carruagem e vi uma pequena comoção na frente da cafeteria de Zyon, o que será que tinha acontecido?
Quando saí da carruagem, uma passagem foi aberta rapidamente e antes que eu pudesse dar o primeiro passo, escutei o som dos vidros do lugar sendo rompidos.
— O que está acontecendo aqui? — Syaoran perguntou para alguém que estava próximo.
— Eu não sei bem, senhor — o homem respondeu em uma reverência — parece ter uma moça furiosa com o dono da cafeteria. Tudo o que ouvimos foram gritos e coisas sendo quebradas, já avisamos a polícia, mas estão demorando muito para chegarem.
Suspirei, aquilo sem dúvidas era obra de Ohime. Ela devia ter saído do quartel e ido falar com Zyon, ainda assim, que eles estivessem brigando era realmente uma notícia nova para mim.
Me apressei e cheguei até a porta, que estava trancada.
— Arrombe a porta — falei para Syaoran que nem questionou a minha ordem.
Quando entrei, já entrei preparado, tirei a faixa do olho e quando meus olhos se adaptaram, vi Ohime sem a faixa também, com um semblante terrivelmente sério. De seus olhos saíam duas lágrimas que pareciam feitas de lava e pequenos riscos de luz ao redor dos olhos. Na sua frente estava Zyon, com estacas projetadas na direção dela. Os sentimentos dos dois eram sufocantes e uma raiva repentina tomou conta do meu corpo.
— Você não tem esse direito, Ohime — Zyon falou extremamente irritado.
— A vida é minha — ela gritou, nenhum dos dois pareciam sequer ter me notado ali — Eu faço o que eu quiser com a MINHA vida.
— Você não sabe lidar com essas malditas linhas. Você é uma hansha e não um Malpha... se coloca no seu maldito lugar — nunca tinha visto Zyon tão bravo, seu rosto retorcido pela raiva deixava a mostra pequenas presas. De suas mãos eu podia ver garras afiadas e longas. Ele gritava e corvos agitados com os olhos em chamas azuis o rodeavam. Sem dúvidas naquele momento ele realmente parecia um verdadeiro demônio — E agora, Ohime? Como vamos encontrar uma saída para essa sua maldita decisão?
— Agora eu finalmente vou dormir tranquila — ela respondeu fazendo-o ficar ainda mais irritado.
Quando Zyon perdeu o resto da postura que restava, uma estaca de concreto voou em direção de Ohime, mas ela já não parecia ter a intenção de lutar, pois apenas fechou oa olhoa. Cansado da cena que se desenrolava envolvi os dois com as minhas chamas roxas em uma perfeita prisão enquanto Syaoran apenas congelava à estaca fazendo-a parar, cair e quebrar.
— Será que eu poderia saber o que está acontecendo aqui? — perguntei cruzando os braços ao notar a cara de surpresa dos dois — Vocês causaram uma comoção imensa e se eu fosse você, eu não encostava nas chamas Ohime — falei ao ver ela levando um dedo para a prisão — Eu até posso controlar o que elas irão queimar, mas acredite, para que você não saísse daí, eu deixei ela no ponto certo para te transformar em poeira.
Ela riu apesar da situação.
— Isso é muito incrível, se esse é só o resto do seu dom, você sem dúvidas será alguém invencível após ser liberto.
Eu não estava com humor para aquilo, não estava com humor para bajulações ou elogios, tudo o que eu queria era uma explicação. Levei meus olhos para Zyon e a tristeza que eu senti ao olhá-lo foi sufocante apesar da expressão completamente neutra que ele havia posto. Sua aparência já havia voltado ao normal, mas sem dúvidas ele seguia bravo.
— O que aconteceu aqui, Zyon? — perguntei, pois sabia que Ohime não me responderia.
— Peço desculpas pela comoção, Majestade — ele falou, mas não tirou os olhos de Ohime — Ohime apenas me roubou algo importante, mas não adianta mais ficar me martirizando por isso, terei apenas que encontrar uma solução para esse problema.
— Roubou? — perguntei e me virei para Ohime.
— Sim, roubei — Ohime deu de ombros — será que poderia me tirar daqui agora? Está ficando um pouco incômodo não poder me mover, estou com uma vontade imensa de coçar as costas. Eu não irei fugir e nem brigar se é esse o seu medo.
Apertei os olhos, ela também estava terrivelmente triste, mas ao mesmo tempo em que estava triste, ela parecia aliviada. Era uma mistura de sentimentos certamente estranha.
— Não se preocupe, Majestade — Zyon falou tentando voltar o seu tom habitual — não iremos brigar.
— Você tem todo o direito de estar bravo, Zyon — Ohime suspirou — eu sinto muito, mas...
— Sai da minha cafeteria, Ohime — Zyon a cortou — me dê um tempo. Não quero te ver hoje.
— Eu entendo — Ohime falou em um sussurro — Majestade, apenas me solte, por favor.
Desfiz a prisão que os envolvia e quando Ohime iria passar por Zyon, ela murmurou.
— Eu sinto muito, Zyon..., mas não me arrependo da minha escolha.
-—Eu sim — ele nem olhou para ela ao responder.
— Você não tem culpa disso — ela levantou um braço, na clara intenção de tentar confortar ele, mas ele a segurou pelo pulso com a raiva transbordando pelos olhos.
— Sai da minha frente — ele rosnou, ela abaixou a cabeça e sumiu porta afora.
Alguns minutos se passaram com o ambiente completamente silencioso.
— Eu não ficarei bravo com ela por muito tempo — ele se virou para mim e Syaoran que seguia estático no mesmo lugar — eu não consigo ficar bravo com ela por muito tempo e consigo entender a decisão dela.
— Eu tinha vindo para fazer uma pergunta em específico, mas acredito não ser o momento certo para isso — falei me virando para a porta.
— Ela quebrou a linha do seu futuro — ele sussurrou — se era sobre isso, ela rompeu a linha em que estávamos te tirando do perigo certo, a escolha dela sem dúvidas te garantiu mais alguns anos de vida.
— O quê? — me virei, mas ele virou as costas para mim, se transformou em um corvo e sumiu janela afora, me deixando com diversas perguntas na cabeça.
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