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Personagens introduzidos no capítulo:

☾✧ ━━ KYONOSUKE ANG (HUMANO) ━━✧☽

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☾✧ ━━ As forças militares me lembram a opressão e a restrição da minha própria liberdade (Ohime) ━━✧☽

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Universo: Faaliye (Quadrante 2)

Planeta: Azuma

País: Yeou

Data local: Sì, 16 Eh de 1503 do novo reinado Qiang (outono)

Data Universo Homines (Planeta Terra - Brasil): Sábado, 22 de novembro de 2014 (primavera)


No dia seguinte, eu havia fugido para um passeio mais uma vez. Aquilo já havia se tornado um hábito para mim e para a minha surpresa continuavam incansavelmente me procurando dia após dia mesmo sabendo que eu voltaria.

Fui caminhando tranquilamente pelas ruas quando de repente passei na frente de um circo, escutei alguém gritando e chamando pelo público "será que o Imperador vê coisas desse tipo?" me perguntei sentindo um sorriso se abrir, tal pergunta fez com que eu lembrasse do sorriso mais perfeito que havia gravado na minha memória. Balancei a cabeça tentando tirar aqueles pensamentos errantes da cabeça, não valia a pena pensar no Imperador e eu sabia bem disso.

— Talvez eu pudesse ir visitar a livraria que tem ao lado da cafeteria do Zyon, uma boa leitura poderia me ajudar a esquecer algumas coisas — falei para mim mesma e segui adiante. Com base nesse pensamento, me dirigi a livraria chamada "Bookwinkel". Tirei rapidamente a faixa para ter certeza de que estava no lugar certo e sorri, fazia muito tempo que eu não parava em uma livraria e a sensação era de fato muito prazerosa. Pensando em me manter ocupada até a hora em que eu havia marcado a reunião, eu não esperava encontrar uma luz conhecida por ali no balcão da loja.

Khalil estava encostado e parecia dormir profundamente.

— Khalil? — o chamei, mas não obtive resposta. Será que eu deveria acordá-lo? Não era bom ele dormir em um lugar tão aberto, podia ser arriscado.

Eu me sentia um pouco mal por acordá-lo quando ele parecia estar dormindo tão bem, mas ele também não deveria estar dormindo ali. Aquilo era para o seu próprio bem. Parecendo notar a minha aproximação, Khalil acabou se sobressaltando.

— Ah, Ohime — ele parecia desconcertado — Acho que adormeci — ele olhou ao redor da livraria, talvez tentando se localizar — Desculpa... que tipo de livro você está procurando? Eu fiquei aqui para o dono da livraria, ele já vai voltar e é amigo do Zyon.

Eu li livros que descreviam o sorriso de alguém desabrochando, mas acho que nem mesmo esses livros faziam jus a luz de Khalil com seu imenso bom humor. A luz dele parecia a mais pura flor se abrindo pouco a pouco e eu achava aquilo fascinante.

— Eu não sei bem, só queria passar o tempo na verdade — admiti — mas como eu te encontrei aqui, porque não nos adiantamos e vamos para o Molke Bar aqui ao lado?

A luz de Khalil imediatamente se iluminou mais.

— Ah, um convite para um encontro?

— Encontro? — não sabia dizer se ele estava brincando ou não, o que só me desconcertou um pouco.

— Sim... eles estão na moda já tem alguns séculos — ele parecia animado demais — Eu não posso acreditar que estou sendo convidado para sair por uma garota tão bonita! Vou ter que me gabar para todos depois e para comemorar nosso novo relacionamento... Que tal um abraço?

A luz dele se abriu para um abraço e senti como meu embaraço começava a ficar nítido.

— Um abraço? — eu não era de abraçar as pessoas, essa havia sido a minha criação, então vê-lo falando assim tão abertamente me parecia de certa maneira estranho.

— Eu sei que você não é de abraçar, mas porque não tentar agora? — Khalil mal me deu tempo de reação e me envolveu em seus braços me dando um abraço apertado.

— E eu que achei que essa fase tinha acabado — Tales suspirou na entrada da livraria — Saia de cima dela Khalil, você sabe que ela nunca gostou disso.

— Khalil, esse abraço já está durando muito tempo — tentei empurrá-lo, mas seu abraço estava realmente apertado.

— Bem-vindo, Tales — Khalil falou como se Tales não o tivesse repreendido, mas acabou por se afastar de mim.

— O que você está fazendo com ela nos braços, de novo Khalil? — Tales suspirou novamente.

— Ah, é apenas um abraço Tales... não vejo nada demais — Khalil deu de ombros.

— Mas ela vê — notei como Tales começava a ficar irritado e resolvi que seria melhor mudar um pouco o foco da situação, apesar de eu ser realmente grata pela intervenção dele.

— Ah, Tales, veio atrás de um livro? — perguntei torcendo para eles pararem de brigar.

Olhei para ele e notei como a harmonia da luz dele se encaixava bem com uma livraria.

— Ei, Ohime — Khalil não deu nem oportunidade para Tales responder — Vi que há um circo na cidade, podíamos marcar um dia de irmos, o que você acha? Eu falei para você dele um tempo atrás. Por que não experimentar as maravilhas de uma apresentação de circo pelo menos uma vez? Eu te garanto que você terá um tempo maravilhoso.

— Ah — dizer que me senti frustrada não seria novidade... eu veria algumas luzes pulando e olhe lá, mas não tive coragem de tirar a animação dele — Obrigada, Khalil, eu adoraria.

Eu sabia que seria maravilhoso ver algo assim, mas quantos sentimentos misturados eu iria sentir apenas para isso? Não sei se eu estava preparada para aguentar tudo aquilo no fim das contas. Eu sabia que seria uma apresentação bonita. Eu sempre imaginei o circo cheio de cores, risos e felicidade... sem dúvidas era um projeto bonito para tirar a rotina monótona da vida das pessoas. Pensar nisso me deixava animada, mas eu não estava preparada para pagar o preço.

— E você Khalil? Não poderia fazer alguma apresentação? — perguntei para tentar manter o assunto — Tenho certeza de que com todo o seu conhecimento, você se daria bem.

— Sério? — me perguntei o porquê era tão fácil animá-lo, mas acabei rindo com a reação dele — Obrigado! Vamos comigo para o circo e depois disso eu penso em alguma coisa para te mostrar.

Khalil era de certo um ser amigável e fácil de animar. Ele tinha seus momentos estranhos, como o do abraço ou a história do encontro, mas em geral ele era agradável. Me perguntei se essas mudanças tinham alguma coisa a ver com o fato dele ser um espírito do fogo... o fogo podia ser destrutivo, mas também servia para nos esquentar. Era por causa do fogo que tínhamos muitos avanços tecnológicos... o fogo também era bonito e acolhedor dependendo da situação e podia ser o centro de uma festa facilmente em muitos universos... sem dúvidas eram muitas facetas para um único elemento... será que ser o espírito do fogo fazia isso com Khalil também? Fazia com que ele fosse amigável, acolhedor e ao mesmo tempo tão abusado? Khalil tinha uma facilidade imensa em fazer amizades e falar com todos, eu havia constatado isso com muita frequência desde que começamos a andar juntos, ele tinha deixado uma boa reputação por onde passamos e eu conseguia entender o motivo. Enquanto me perdia em pensamentos, notei como Tales me olhava.

— A senhorita estava buscando algum livro? — ele me perguntou para quebrar o silêncio que eu mal havia notado cair entre nós.

— Ah, não — Khalil não perdeu a oportunidade — ela me chamou para sair em um encontro. Você sabe... só nos dois?

— Um encontro? — Tales pareceu tão surpreso que deixou que isso transparecesse em sua voz.

— Espera — praticamente gritei — não é isso. Eu vim aqui para me distrair e como ele estava aqui, eu o chamei para ir ao Molke Bar antes que os outros chegassem, só para fazermos algo enquanto esperamos.

— Sério? — Khalil pareceu baixar o tom em vários níveis — fiquei chateado agora — ele pareceu tão triste por um momento que cheguei a ter pena, mas se recuperou tão rápido que não tive nem tempo de reagir a isso — Então, Tales, estamos indo para o Molke Bar. Você pode ficar aqui até o dono chegar?

— Certo, eu irei procurar um livro ainda, então posso fazer isso. Encontro com vocês lá — Depois que nos despedimos fomos direto para a cafeteria ao lado. Ao passar pela porta escutei o som dos sinos de vento que Zyon deixava ali para o alertar quando chegava clientes.

Eu ia seguindo pelo rastro de Khalil que cumprimentou Zyon de maneira animada e divertida assim que o Príncipe virou para nós.

— E aqui está você, Khalil — Zyon o recepcionou com a sua maneira simpática habitual — animado como sempre. E olha só, a olhos brilhantes está com você.

— Olá de novo, Príncipe Corvo — falei já desistindo do apelido que ele havia me dado.

Olhei para Khalil e para Zyon, depois pensei em Tales e no professor e obviamente pensei no rei mimado e em seu servo. Era uma sensação engraçada ver como todos estávamos conectados agora do mesmo jeito que havíamos feito há mil anos. Eu, pouco a pouco, começava a aceitar essa ideia de maneira natural, como se essa ligação nunca tivesse de fato desaparecido.

Nos sentamos em uma mesa qualquer e Zyon trouxe três copos de leite para nós.

— Obrigada — agradeci ao sentir o copo gelado entre as mãos.

— Ei, quantos pratos você já quebrou até agora? — Khalil perguntou de maneira espontânea me fazendo rir — Sabe, com aquilo de desintegrar as coisas que você faz, eu fico imaginando a quantidade de pratos que você precisa comprar.

— Ei — Zyon suspirou — não é como se eu ficasse quebrando pratos o dia todo, sabia?

— Sério? — Khalil riu — Isso é incrível. Você realmente pode fazer qualquer coisa quando coloca sua mente nisso.

— Eu tenho a sensação de que meu coração vai parar quando os vejo indo em direção ao chão, mas parece que minhas habilidades melhoraram — Zyon entrou na brincadeira também.

— Ah — Tales suspirou ao entrar na cafeteria — Vejo que só estão vocês aqui ainda.

Pela luz de Tales, notei que ele estava carregando algum tipo de pacote em seus braços. Ele tranquilamente se sentou na minha frente e depositou o pacote na mesa.

— Bom, acho que não irei esperar o rei mimado — falei em um tom cínico — irei falar com vocês por enquanto.

— Espera só um minuto, olhos brilhantes — Zyon se levantou, abriu a porta brevemente antes de fechá-la novamente. Talvez estivesse mudando a placa da cafeteria para FECHADO — Sabe como é, né? Afinal sou o dono desse lugar. Se chegar algum cliente, terei que me ocupar servindo-os.

— Ah — sorri com essa perspectiva, ainda me parecia incrível ver o Príncipe Corvo servindo em uma cafeteria — Sinto muito te afastar do trabalho desse jeito.

— Não há necessidade de desculpas. De qualquer forma, você queria falar conosco sobre algo importante, certo? Vá em frente?

— E o professor? — perguntei para Tales.

— Ele precisou se ocupar com alguns assuntos — Tales respondeu — eu irei passar tudo para ele, não se preocupe.

Sentindo-me grata pela consideração dos três ali presentes, resolvi retornar a conversa.

— Eu entendo que vocês não consigam falar muitas coisas — admiti um pouco envergonhada — mas percebi que vai ficando cada vez mais fácil para vocês falarem conforme eu vou descobrindo as coisas. É como se essa ordem fosse ficando debilitada ao passo que eu descubro o que aconteceu de fato, tirando o fato de que o professor deu uma ordem contrária à minha, me facilitando ainda mais isso. Eu sei que temos algo que nos liga e recentemente descobri que temos um contrato e uma marca que prova isso. Então, eu quero começar com algo fácil e peço que vocês não se forcem, pode ser?

Eles apenas assentiram.

— Eu ainda não entendi se fui eu que fiz esse contrato, já tentei perguntar antes, mas parece que não é algo que vocês consigam responder, mas um contrato é feito por partes e todas as partes precisam ganhar com isso. Devo admitir que todos ganharam de certa forma?

— Alguns tinham uma dívida considerável a ser paga e outros o fizeram pela amizade, mas sim, uma subida significativa de poder é um pagamento justo para o contrato — Tales admitiu e soube que não havia sido difícil falar isso através de sua luz.

— Acho que vai ser bom para você digerir tudo aos poucos Ohime — Khalil falou de maneira alegre — eu diria que é um milagre estarmos reunidos de novo depois de mil anos. Você não acha isso meio romântico?

— É — Zyon riu — agora que você mencionou, essa nossa história parece mesmo tirada de um livro de contos de fadas.

— Vocês não acham que estão levando tudo isso um pouco levianamente? — Tales cruzou os braços — Ainda há mais na história, certo?

— Sim — sorri com as brincadeiras de Zyon e Khalil, mas Tales estava certo — Para me ajudar, eu preciso me lembrar de toda a história, mas há algo mais importante do que me ajudar no momento. Eu fiz algo cruel a alguém e preciso lembrar de um certo incidente desse meu passado.

— Que tipo de incidente? — Khalil perguntou surpreso por haver algo que ele não esperava na conversa.

— Aparentemente, além de ordenar vocês a ponto de não deixarem que vocês falem algo, eu também coloquei um selo nos poderes de alguém. Eu selei o ruah de alguém — a surpresa não poderia ser menor, fazer isso com o ruah de um ser era terrivelmente brutal e cruel e eu sabia bem disso — Eu quero lembrar o que aconteceu naquela época... Alguém de vocês sabe alguma coisa sobre isso? Se não puderem falar o que aconteceu, apenas tentem acenar algo. Qualquer tipo de dica pode ser útil neste ponto, não importa a quão pequena seja.

— Um selo que prendeu um ruah? — Zyon parecia pensativo — Deixe-me pensar.

— Eu gostaria de ajudar — Khalil parecia frustrado — mas o único selo que tenho conhecimento é o que você colocou nas próprias lembranças. De qualquer jeito, você sempre foi muito boa com selos em geral.

— Mesmo assim — segui — talvez vocês não lembrem de fato. Eu nem sei se vocês estavam juntos no fim das contas. Vocês não se lembram de ter tido nenhum sonho estranho, visão ou algo do tipo?

Khalil suspirou, eu o entendia, aquela era uma tarefa muito difícil... pedir para alguém tentar lembrar de algo que eu nem sabia se existia não era uma missão simples.

— E você, Tales? — Zyon o chamou — Alguma ideia?

— Eu já disse a ela antes. Não sei de nada — Tales respondeu.

— Então talvez seja algo que só você realmente sabia, Ohime — Khalil resmungou.

— Talvez — admiti — na verdade meus sentimentos estão confusos sobre isso. Se só eu sabia, então eu me sinto um pouco mais aliviada, porque significa que não causei mais sofrimento a vocês, por outro lado eu tinha a esperança de que talvez um de vocês soubessem, mas é impossível descobrir com certeza agora, eu acho...

— Ohime, seja paciente — Khalil falou — Como se alguém pudesse simplesmente deixar uma garota tão bonita em apuros. Eu pelo menos, com certeza irei te ajudar.

— Oh, grande cavalheiro — Zyon falou parecendo revirar os olhos — então as feias podem simplesmente perder as esperanças de alguma mão amiga na vida?

— Eu não disse isso — Khalil se defendeu.

— De qualquer jeito, Ohime — Zyon colocou sua mão quente em meu ombro — A senhorita sabe que estamos aqui para isso. Eu ficaria feliz em prestar qualquer ajuda que você precisar. Isso nunca vai mudar. Se para você a prioridade é descobrir algo sobre esse outro selo, então a minha prioridade é essa também.

— Obrigada.

Tales que até aquele momento havia ficado em silêncio, resolveu repetir a mesma pergunta que já me havia feito quase em um sussurro.

— Ohime, por que exatamente você quer saber sobre isso? Como exatamente você soube desse selo e por que ele é tão importante agora?

Era para o Imperador, eu poderia falar isso? Não, eu provavelmente deveria deixá-lo ser o único a falar sobre isso. Todos éramos amigos, eu tinha quase certeza de que não se recusariam a ajudar, mesmo depois de saberem que era para ele. Enquanto eu buscava as palavras certas para responder as perguntas de Tales, escutamos alguém batendo na porta do lado de fora.

— Um cliente? — Khalil perguntou em um pulo.

— Pensei ter colocado a placa dizendo que estávamos fechados — Zyon se levantou de maneira preguiçosa e se arrastou até a porta — Desculpe, mas estamos fechados durante o dia...

— Me perdoe a intromissão — um homem se forçou a entrar na cafeteria — Oras, olá. Esse é o bebedouro para seres sobrenaturais na qual tanto ouvi falar?

— Um soldado, parece alguém importante — Khalil falou baixo em meu ouvido me deixando tensa.

O soldado com sua luz branca parecia sorrir abertamente. Sua luz estava receptiva, na verdade, receptiva até demais. Sentindo as mãos tremerem e suarem com a simples presença de alguém do exército, fiquei me perguntando como ele sabia o que éramos e acabei me lembrando do que o Imperador havia me dito uma vez "Se alguém souber, podemos muito bem nos tornar alvos de alguma atenção indesejada".

— Sinto muito, oficial — Zyon falou de maneira atenciosa. Era verdade, a única com um pavor real de qualquer um do exército ali era eu. Eu venceria um deles, eu não tinha dúvidas, mas as lembranças falhas de exércitos atrás de mim me atormentavam, nem sabia qual me apavorava mais, o exército que atacou minha casa de origem ou o exército que me fez fugir por ser mestiça.

Tentei me manter calma com o tom casual de Zyon enquanto o via inclinar um pouco a cabeça.

— Estamos fechados hoje — Zyon voltou a falar sem alterar o tom de voz.

— Você poderia ter me enganado — o soldado retrucou — As coisas certamente parecem animadas o suficiente aqui — sua luz se voltou para todos nós reunidos à mesa — Perdoe-me, eu não me apresentei ainda. Eu sou o Major Kyonosuke Ang do Exército Imperial.

— Um major, hein? — Zyon parecia se divertir — A que devemos o prazer de uma visita de uma pessoa tão importante?

Eu prendi a respiração e para a minha surpresa eu soube que não fui a única a fazer isso enquanto esperávamos pela resposta do Major.

— Estou aqui por ordem do quartel general.

— Do quartel general? — várias possibilidades se passaram pela minha cabeça e nenhuma delas parecia terminar bem. Se lutássemos colocaríamos o Imperador em uma posição difícil, mas ele era o Imperador, ele poderia se virar, certo?

— Isso mesmo — o major respondeu de maneira simples sem deixar sua luz vacilar um segundo, ela continuava brilhante e receptiva aos meus olhos — Eu tenho um outro papel dentro do exército além daquele que desempenho em público. Eu sou o comandante de uma organização dentro das forças armadas que até mesmo a maioria dos nossos não tem conhecimento. Faço parte da 2ª divisão, uma divisão secreta. Mesmo dentro do exército, existem aqueles que reconhecem e sabem da existência de outros, afinal, o nosso Imperador tampouco é humano. No momento, estamos mais ocupados com a investigação dos recentes incidentes envolvendo os crimes no bairro dos prazeres, mas ultimamente temos recebido muitas visitas das divindades, o que me faz acreditar que além desses crimes, há alguém sendo caçado por aqui também.

— Então é isso? Grande consideração daquele rei mimado e egoísta — eu praticamente berrei deixando o medo e a raiva me consumirem — Obrigada, senhor. Você não me parece uma má pessoa e agradeço por estar investigando, mas por que você veio afinal? Foi aquele idiota que pediu?

— Ohime — Zyon praticamente tapou a minha boca — Peço desculpas pela minha amiga, ela não sabe a hora de parar.

— O inferno que não sei — me soltei de maneira brusca — ele ao menos poderia estar aqui, não é?

Zyon tapou novamente a minha boca, dessa vez com mais força e continuou.

— Acho que estou começando a entender...

— Fico feliz em ouvir isso. Isso vai nos poupar tempo — o Major respondeu como se eu não tivesse interferido em nada — Estou aqui hoje porque gostaria de pedir a cooperação de todos vocês com algo. Senhorita, não pretendemos fazer mal a vocês, então não precisa ficar assim. A ideia não é colocar a convidada do Imperador em risco, nós só precisamos da sua ajuda — ele havia notado meu nervosismo, eu não estava só irritada com o Imperador, eu também estava apavorada com a ideia de trabalhar lado a lado com o exército.

Olhei sua luz, ainda contida e tremi ao notar que apesar de controlada, sua aura era tudo agora, menos amigável. Ainda assim, ele dizia que não estava aqui para nos machucar.

— Você diz isso, mas você tem este lugar cercado por soldados, não é?

A declaração de Khalil me obrigou a virar os olhos para fora. Ele estava certo, várias luzes tão contidas como a do major indicavam os vários soldados parados na frente da cafeteria, eu estremeci ao constatar a quantidade deles. O Imperador me pagaria muito caro por aquilo.

— O que eles estão fazendo lá fora? — perguntei assim que me vi livre das mãos do Zyon.

— Eles estão lá apenas por precaução — o major respondeu tranquilamente — somos apenas humanos, afinal. Alguma pequena medida de autoproteção é necessária.

— Autoproteção do que? Da gente? — minha pergunta saiu muito mais sarcástica do que eu gostaria.

— Eu não sei — Khalil falou parecendo magoado — mas isso fere os meus sentimentos. Você está querendo dizer que começaríamos a atacar pessoas aleatoriamente ou algo assim?

— Ah — o Major não pareceu se alterar em nada — Me desculpe se causei essa impressão. Como eu disse, nada mais é do que uma precaução. Afinal, é a primeira vez que nos encontramos. Não tínhamos como saber como vocês reagiriam à minha aparição.

— Eu diria que foi uma jogada muito sábia para um humano — Tales deu de ombros ao falar — Afinal, cuidado nunca é demais. Mas... — a luz de Tales de repente mostrou o que ele realmente era, um Nefilin que amava uma boa luta como qualquer outro — não faria muita diferença se realmente decidíssemos atacar, no entanto.

— Um ponto justo — o major seguiu — Nós humanos, somos criaturas frágeis e carecemos de poderes que seu povo possui — mesmo falando sobre uma possibilidade de uma luta, a luz do major seguia contida e imagino que seu sorriso também seguia intacto em seu rosto — No entanto, vocês não são imortais, não é mesmo? Não estamos procurando briga. Só queremos que vocês ouçam a nossa proposta.

— A não ser que você tenha a arma certa, digamos que você possa estar equivocado com a sua afirmação sobre a imortalidade de alguns aqui — Zyon falou tranquilamente e ele estava certo, alguns dali só morriam com um tipo específico de arma, o que certamente não era o meu caso.

— Suponho que o rei mimado sabe disso, não é? — perguntei tentando não demonstrar o nervosismo na minha voz.

- Por suposto que o Imperador sabe — o major seguiu.

— Tudo bem — suspirei — mas se você tentar alguma gracinha...

— Eu já sei, senhorita — ele me cortou — eu não sou tolo.

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