Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

☾✧ ━━ 24 ━━ ✧☽

━━━━━━✧❂✧━━━━━━

☾✧ ━━ Os laços de amizade são como fios invisíveis que nos unem, tecendo uma rede de apoio e carinho que ilumina os caminhos mais escuros da vida (Tales) ━━✧☽

━━━━━━✧❂✧━━━━━━

Universo: Faaliye (Quadrante 2)

Planeta: Azuma

País: Yeou

Data local: Sãn, 15 Eh de 1503 do novo reinado Qiang (outono)

Data Universo Homines (Planeta Terra - Brasil): Sexta, 21 de novembro de 2014 (primavera)


Já havia se passado uma semana desde a ida do professor. O Príncipe Corvo passou a trabalhar mais tempo em sua cafeteria. Khalil... bom, ele estava quase sempre comigo para ser sincera. Eu evitava o Imperador  a todo custo e aparentemente ele fazia o mesmo. Sinceramente o trabalho dele não parecia fácil, eu notava o quão solicitado ele era o tempo inteiro e me perguntei inúmeras vezes como ele fazia para ter ficado no trono por mais de mil anos... como ninguém notava que o Imperador era imortal? Pensando nisso resolvi que iria investigar. Minha vida ali era tão monótona que as vezes me cansava. Viver fugindo havia me dado uma certa adrenalina a vida toda que acabou fazendo com que descansar por muito tempo fosse algo entediante. O tédio era tão grande que me vi até tentada em ir atrás da gangue Kitsunes mais uma vez, a filha de Zyon sem dúvidas sabia se divertir.

Pulei para o telhado da casa assim que Meihui se distraiu com outra coisa. Fugir dali era sem dúvidas muito fácil, mas era um bom desafio. Eu não tinha exatamente a intenção de fugir de novo durante aquela manhã, mas se eu queria investigar sobre o Imperador, então eu não poderia ter seus cachorros leais ao lado o tempo inteiro.

Pulei novamente para o jardim e me escondi nas sombras da própria mansão, no interior do pátio. Havia guardas patrulhando os corredores para fora da mansão. Eu sabia que tinha pouco tempo para agir. Minha respiração estava calma, apesar da adrenalina pulsante em minhas veias. Eu nunca me cansaria daquilo.

Fui para o palácio por cima das telhas e entrei pela janela da biblioteca em silêncio. Atrás de uma pesada cortina de veludo vermelho, observei o guarda mais próximo se afastar lentamente. Ele estava mergulhado em sua própria monotonia, alheio à minha presença no palácio.

No dia da minha chegada, eu já estava ciente de que precisaria de rotas de fuga para escapar. Há séculos eu fugia dos lugares, e não demorou para que eu encontrasse a primeira brecha na segurança do palácio: os dutos de ventilação.

Em um corredor pouco iluminado nos fundos da biblioteca eu encontrei a entrada para esse duto. Era uma abertura estreita e não foi difícil retirar a sua grade de proteção, deixando-a apenas solta ali, apesar de estreita, era também grande o suficiente para que eu pudesse me espremer, mas não o bastante para ser facilmente visível. Com agilidade, eu me contorci e me enfiei no duto escuro.

O interior do duto era apertado e desconfortável, mas eu estava acostumada com aquilo. Avancei rapidamente e mantive a respiração silenciosa e controlada. A escuridão era total, mas isso não me fazia diferença e era inclusive um alívio não ver mais do que algumas pequenas luzinhas de alguns pequenos roedores que passavam rapidamente por mim.

À medida que eu avançava, os dutos se ramificavam em diferentes direções. Eu lembrava do mapa mental que havia traçado e já tinha feito aquela rota tantas vezes que foi fácil seguir adiante. Passagens estreitas e curvas fechadas me levaram mais fundo no complexo de palácios. Eu podia ouvir o som abafado de conversas e passos dos guardas abaixo de mim, sem que eles tivessem a menor ideia de que eu estava ali.

Então, de repente, como se um feitiço tivesse sido lançado, sua voz ecoou pelas passagens escuras. A voz do Imperador, atingiu meus ouvidos como uma melodia celestial. O tom majestoso e poderoso de suas palavras ressoou profundamente em minha alma, como um chamado irresistível.

Por um instante, meu coração parou. Eu estava tentada a parar, a me render àquela voz que sempre me encantara, a ouvir cada palavra que ele proferisse. Era como se o mundo inteiro tivesse desaparecido, deixando apenas eu e sua voz.

Cedi por cinco minutos, apenas cinco minutos era o que eu permitiria a mim mesma. Ele conversava firmemente com alguém, enquanto eu permanecia próxima à sua sala de reuniões. Outros intervinham ocasionalmente, mas era a voz dele que se destacava.

Estavam falando da segurança e de uma mulher morta no bairro dos prazeres. O Imperador tinha a voz firme, enquanto aqueles que estavam com ele, pareciam amedrontados.

Os cinco minutos tinham passado, mas eu queria seguir ali mais um pouco, apesar da sensação claustrofóbica que estava começando a dominar meu corpo. Alguém bateu na porta e ele reclamou pela interrupção.

— Ela fugiu novamente? — ele perguntou com voz baixa e cansada. Ainda assim, agradeci por minha audição apurada.

— Ela sabe se cuidar melhor do que todos nós juntos, Majestade — Syaoran falou baixo também — temos coisas mais importantes para resolver agora.

O Imperador pareceu suspirar.

— Eu sei disso — ele admitiu — o que me preocupa é saber onde está a falha que está deixando ela fugir...

Eu compreendi. Ele estava ciente de que eu não utilizava fendas, e sabia que eu não me arriscaria; portanto, era óbvio que, se eu podia sair, outros também poderiam entrar. Por um instante, considerei prudente alertá-lo sobre a vulnerabilidade dos dutos, mas o pensamento foi tão efêmero que mal pude considerá-lo. Sorri, decidida a não perder minha diversão ao discutir isso com ele.

Empurrei meu corpo para continuar meu trajeto e, eventualmente, alcancei uma parte do duto que me conduzia diretamente para fora dos muros. Uma grade de ventilação obstruía minha passagem, mas era mais uma barreira simples de superar. Com cuidado, retirei a grade desgastada pelo tempo.

Com a passagem agora livre, escorreguei para fora dos dutos e me vi em uma área deserta perto de um abismo. Estava livre. O sol irradiava sobre mim, e eu sorri novamente, celebrando mais uma fuga triunfante.

O Imperador devia ser cego, e não me refiro à cegueira que nos foi imposta, mas sim porque a segurança do complexo de palácios era, de certa forma, questionável. Tive a impressão de que qualquer pessoa comum, sem habilidades especiais, poderia facilmente invadir aquele local se encontrasse aquela falha.

Eu compreendia, era um duto de ventilação antigo e, sem dúvida, de acesso complicado pelo exterior. Do outro lado do muro, um precipício levava a um lago. Talvez o erro deles fosse acreditar que ninguém se aproximaria pelas bordas de um precipício, o que na verdade facilitava para quem conhecia esse tipo de falhas. Era um equívoco que eu notava frequentemente em vários reinos, mas que Qiang não tivesse percebido isso me soava como um absurdo. Talvez ele estivesse mais atarefado do que eu pensava, e certamente depender dos outros poderia ser arriscado.

O estreito corredor de terra entre o muro e o precipício era amplo o suficiente para permitir a passagem cuidadosa até o outro extremo do muro... A partir dali, o caminho para as ruas da cidade era tão simples que até uma criança poderia atravessá-lo. Essa era a minha rota de fuga pessoal para a liberdade, longe da hipocrisia da nobreza.

Alcancei a movimentada rua principal da capital com tranquilidade, mas... agora que estava ao ar livre, o que faria? Como obteria informações sobre o Imperador? Será que deveria perguntar a alguém na rua quantos Imperadores conheceu? Talvez me considerassem louca. Talvez, em vez de buscar a história secreta do Rei Milenar, devesse explorar os locais marcados no mapa que ele me deu. Assim, me dirigi a um canto discreto para examinar o mapa sem ser notada e permaneci lá, contemplando os pontos vermelhos.

— Ei, o que faremos agora? — me assustei com a voz de Khalil perto de mim.

— Khalil — exclamei, sobressaltada a ponto de dar um pulo para o lado — caramba, você bem que poderia se anunciar de vez em quando, não é? É um susto atrás do outro todos os dias.

Ele riu com vontade, mas não falou nada, provavelmente estivesse esperando alguma resposta minha.

— Bom — falei por fim tirando os olhos do chão para o mapa novamente — inicialmente eu tinha pensado em descobrir como ninguém nunca reparou no Rei Milenar. Ninguém acha estranho que o Imperador nunca mude? Nunca envelheça? Mas depois achei que meu tempo seria melhor gasto se eu fosse em algum desses pontos onde as divindades apareceram. Talvez um pouco de ação possa me ajudar.

— Eu acho que ao invés disso, deveríamos ir ao circo — Khalil falou parecendo animado.

— E eu acho — uma voz masculina nos surpreendeu, tanto eu quanto Khalil, e o susto foi grande novamente — que vocês deveriam conversar mais baixo sobre esse tipo de assunto.

Fechei rapidamente os olhos, devolvendo a faixa para o lugar e me virei para a sua luz, uma luz contida e azulada, com certeza ele era um nefilim bem diferenciado.

— Tales — sorri ao vê-lo ali — não sabia que voltava hoje.

— Me siga — ele falou, mas havia um certo calor em sua voz também — Tenho algumas coisas para te contar.

Caminhamos confortavelmente em silêncio durante todo o tempo, terminando por chegar a uma montanha distante da capital. Tales era geralmente calado, mas seu silêncio nunca era perturbador. Ele enfrentava sérios problemas relacionados ao reinado dos nefilins, e eu tinha certeza de que sua mente estava a mil.

— Até onde vamos exatamente? — perguntei começando a me sentir cansada.

— Você já está reclamando? — ele se virou para mim. — Anda muito sedentária, Rainha.

— Você não disse nada sobre escalar uma montanha — retruquei — jogue a culpa no Imperador mimado, não tenho ação nenhuma ultimamente.

— Eu adoraria jogar qualquer culpa nele — ele respondeu. Era impressão minha, ou havia um grande rancor naquela frase?

Chegamos logo em seguida em um santuário nas profundezas das montanhas. Então era ali, o templo que o Imperador havia pedido para liberarem para eles. Olhei ao redor e notei uma luz distante se aproximando.

— Cheguei — Tales se anunciou para figura que se aproximava.

— Tales, bem-vindo de volta.

— Professor! — eu não pude conter a estranha felicidade que eu senti ao vê-lo ali parado e precisei segurar o impulso de não o abraçar de maneira apertada.

— Ora, Ora — ele falou de maneira sorridente, caminhando na minha direção. Notei a luz de um pequeno animal, talvez um esquilo empoleirado em seu ombro e outros animais correndo atrás dele.

— Eu disse que nos encontraríamos de novo, senhorita. Espero que tenha ocorrido tudo bem na minha ausência.

— Você acha que é hora de contar a ela, professor? — murmurou Tales. — Talvez devamos esperar até que ela controle melhor seu ruah.

Os dois ficaram em silêncio, o clima ficou tecnicamente estranho e eu estava confusa com a situação.

— Então, Tales — pensei que dizer algo poderia dissipar a atmosfera estranha que se formou — você mencionou que queria me dizer algo, o que seria?

— Ah, entendi — ele cruzou os braços — o que você pretende fazer com isso, afinal?

Tales indicou meu braço, onde eu segurava o mapa e o livro que o rei me entregou há uma semana.

— Estou tentando aprender coisas novas — respondi — nunca fui muito fã de estudar os feitiços jiwas, mas talvez controlar melhor os meus poderes possa me ajudar a recuperar a memória que eu perdi. Preciso dessas memórias.

— Ohime, me escuta — escutei o Tales praticamente me cortando — Por que recuperar a sua memória te ajudaria?

— Algum motivo especial para que você esteja perguntando isso? — estranhei sua reação — não quer que eu recupere a memória?

— Eu não falei isso — ele suspirou.

— Não sei por que apaguei minhas memórias, mas talvez haja algo nelas que possa me ajudar na minha situação atual. Qualquer detalhe que esteja me escapando agora poderia ser útil. Além disso, preciso me lembrar de algo importante, e vocês ainda não conseguiram me dizer o que realmente aconteceu.

— Que outra coisa você precisa lembrar? — ele perguntou olhando fixamente para mim.

Pensando bem, eles me conheciam desde sempre. Talvez eles soubessem como eu selei os poderes do Imperador naquela época. Resolvi arriscar e perguntar para eles, deixando de fora a parte do meu acordo com o Imperador e obviamente seu nome.

— No passado, aparentemente, eu coloquei um selo no ruah de outro ser. Eu queria saber mais sobre o que aconteceu. Se vocês sabem de algo sobre eu ter selado alguém, vocês poderiam me dizer?

— Um selo? — Tales pareceu confuso — Não é como se estivéssemos colados um ao lado do outro naquela época. Eu não sei nada sobre isso. Você sabe alguma coisa, professor?

— Temo não saber de nada sobre isso, senhorita.

— Entendo — falei suspirando — Talvez eu não tenha falado isso para ninguém na época.

— De qualquer jeito — o professor falou tentando me animar — Acho que estamos no caminho certo. A maneira mais fácil de recordar essas coisas seria nos reunindo de novo e aqui estamos nós.

— Ohime, nós temos um contrato — Tales falou parecendo fazer um esforço descomunal.

— Um contrato? Como assim?

— Este contrato não apenas fortalece seus poderes, senhorita, mas também aumenta o poder de todos nós — o professor disse calmamente, embora parecesse fazer um esforço. Aparentemente, isso também estava incluído em minhas ordens, mas de alguma forma eles estavam conseguindo contornar isso — Estar juntos novamente pode ser benéfico para você, assim como para nós, ao desenvolvermos nossos poderes que foram adormecidos pelo tempo, e sem dúvida, essa é a forma mais rápida de alcançar isso.

— Então vocês ficaram comigo por conta do contrato? — perguntei confusa.

— Na época não, o contrato foi feito pouco tempo antes de você apagar a própria memória.

— Por que eu faria um contrato com vocês se eu ia apagar as minhas memórias?

O silêncio reinou, eles não poderiam me responder aquilo.

— Com o enfraquecimento do seu selo, o contrato voltou a ficar ativo, por isso estamos juntos de novo — Tales falou respirando fundo.

— Então não foi um contrato informal? — minha curiosidade aumentava à medida que ele falava.

— Ah, não. Permita-me aproveitar que está se tornando mais fácil falar sobre isso. Eu desobedeci sua ordem com outra ordem, mas devo admitir que é bastante doloroso — o professor sorriu serenamente — Este contrato é um selo Jiwa que une nossos ruahs... de alguma forma, quando lutamos juntos, conseguimos compartilhar uma parte do nosso poder entre nós. Há até técnicas específicas que só podem ser executadas com todos os vinculados presentes. Este contrato pode ser extremamente vantajoso para todos, especialmente em momentos de dificuldade.

— Entendi... — disse, sentindo-me aliviada. De certa forma, foi tranquilizador saber que esse contrato poderia beneficiar a todos. — Mas como podemos saber se esse contrato ainda está em vigor? Há alguma marca ou sinal que o indique?

Perguntei ao lembrar da marca que eu levava no olho pelo meu contrato com o Imperador.

— A senhorita quer ver? — ele perguntou — tentarei que não seja doloroso para você.

Senti o corpo tenso e demorei para responder, mas minha curiosidade foi muito maior e acabei acenando com a cabeça.

— Espera um pouco antes de tirar a faixa, eu te aviso quando puder tirar.

Esperei e, quando ele disse que eu podia, removi a venda e abri os olhos. Assim que me acostumei com a luz, observei suas costas descobertas e notei que, da nuca até o final de sua coluna, havia uma corrente tatuada. Essa corrente parecia ser mais do que uma simples marca de tinta; ela tinha um brilho peculiar, como se refletisse o dourado da luz do professor. Perto do pescoço, havia um pentagrama. Cada ponta do pentagrama continha pequenas luzes, cada uma delas muito semelhante a eles... Uma luz púrpura para o Príncipe Corvo, uma luz azul que parecia refletir a água para Tales, uma luz roxa intensa que exalava tanta arrogância quanto seu portador, o Imperador, uma luz laranja para Khalil e, surpreendentemente, uma luz que parecia refletir o gelo também estava presente no pentagrama e, no centro, uma luz poderosa que combinava vermelho e preto, uma luz selvagem e destrutiva que se destacava das demais.

— Professor — eu disse, fascinada com aquilo, o imenso vazio que o professor sentia era tão semelhante ao meu que quase não percebia a sensação — por alguma razão, concluí que não conhecia Syaoran, embora tenha ficado claro que fui eu quem o levou até o Imperador. Como isso aconteceu?

— A senhorita não o conhecia. Você... — ele começou e seu corpo ficou tenso — você fez...

Notei a força que ele fazia para tentar falar, mas nada saía da sua boca, até que ele suspirou frustrado e subiu novamente sua roupa. Sentia a língua queimar enquanto o olhava e uma pressão terrível na cabeça que chegava a me deixar enjoada.

— Foi isso que eu fiz com vocês? — fechei os olhos e me abaixei frustrada comigo mesma. Como eu tinha sido capaz de fazer aquilo com eles? Tirando a liberdade que eles tinham de escolher falar ou não alguma coisa?

— Ohime — Tales se encurvou um pouco e colocou a mão nas minhas costas. Senti como seu dedo percorria meu pescoço no mesmo lugar onde o professor tinha a marca.

— Ninguém que eu estive falou dessa marca antes — falei tentando me acalmar da raiva imensa que sentia de mim mesma.

— Só aqueles que possuem o contrato podem vê-la — ele falou e colocou a mão na minha cabeça — você nunca se viu antes, Ohime?

— Não — admiti sem muito esforço — para que eu iria fazer isso? Tenho medo de me espelhar e atenuar o que eu sinto. Aliás, eu estou muito grata por toda a sua ajuda Tales, mas por que você está se esforçando para me ajudar agora? Soube que o reino dos Nefilins está com grandes problemas, não deveria estar em Himura?

Tales parecia seguir olhando para o pentagrama que eu acabara de saber que tinha na nuca e por um momento ele pareceu ficar irritado, mas logo suspirou e respondeu.

— Há mil anos, um contrato foi estabelecido e não me arrependo — disse ele com uma voz muito mais calma e triste do que eu esperava — você não é uma estranha para mim, Ohime, você é parte da família que escolhi. Os nefilins enfrentam problemas e estamos em um impasse lá; eu não poderia ajudar. No entanto, aqui, posso fazer a diferença para a família que escolhi.

Meu coração apertou com a tristeza que senti por trás das palavras dele enquanto sentia o gosto amargo de ter dito algo realmente doloroso.

— Eu permanecerei aqui no templo — Tales disse, retirando finalmente o dedo do meu pescoço e recuperando sua postura — Se tiver algum problema, envie-me uma mensagem de ruah. Se não puder ajudar, ao menos escutarei.

Observei cada um deles e percebi que o professor desviara seu olhar dos presentes, direcionando-o para o céu que se escurecia.

— Professor — o chamei, queria perguntar sobre o caso que eu pedi para ele verificar, mas ele me cortou.

— O dia mingua — ele falou se virando para mim — A senhorita deve voltar para a casa. A escuridão contém terrores estranhos que devem ser evitados. Já falaremos sobre o que você quer saber em outro momento. Aqui não é lugar e nem hora para isso.

— Concordo — falei já mais calma para o professor, eu não havia me perdoado, mas não podia carregar essa mágoa por enquanto — Obrigada novamente pela ajuda.

Soube naquele dia que a pessoa que eu fui antes de apagar as minhas memórias já não existia, eu havia mudado muito, como se eu e esse meu eu passado fossemos realmente duas mulheres completamente diferentes.

— Até nos encontrarmos novamente, Ohime — o professor se despediu. Tales apenas acenou com a cabeça enquanto eu e Khalil deixávamos o santuário.

━━━━━━✧❂✧━━━━━━

Após retornar do santuário, pedi a Meihui que me deixasse sozinha no jardim. Removi minha faixa, abri meu livro na esperança de aprender algo novo ou de encontrar alguma resposta milagrosa que buscava. Me sentindo frustrada por não ter sucesso nessa tarefa, decidi criar algumas borboletas com meu próprio ruah. Não pretendia enviar mensagens a ninguém, mas apreciava vê-las pairando diante dos meus olhos. Permaneci ali, contemplando uma borboleta de cores vibrantes em vermelho e preto, que voava graciosamente em pequenos círculos acima de mim.

— Ei, que linda borboleta — Khalil se sentou ao meu lado. Eu já nem me surpreendia mais com as chegadas repentinas dele.

— Estive pensando que talvez tenha chegado o momento de discutirmos o que realmente está ocorrendo aqui. Sobre a razão exata pela qual vocês se empenharam tanto em me ajudar e sobre o fato de que, embora eu esteja morrendo de tédio neste reino, não estou livre de perigos, assim como vocês — disse pensativa. Ainda não havia recolocado a faixa, mas de alguma forma me sentia confortável com Khalil presente — Creio que seria útil reunir todos em um só lugar para finalmente conversarmos sobre tudo isso.

Eu enviaria uma mensagem para Syaoran e para o Imperador. Enviaria uma para Zyon... eu deveria enviar para Tales também, assim ele e o professor viriam. Mandei as mensagens e vi como três borboletas lindíssimas vermelhas voavam pelos muros afora do jardim.

━━━━━━✧❂✧━━━━━━

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro