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☾✧ ━━ Ela se destacava em meio às folhas de outono, irradiando uma beleza única que aquecia até mesmo as estações mais frias da minha vida (Qiang Huang) ━━✧☽

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Fui até a cozinha, peguei um biscoito e o pendurei na minha boca enquanto saía pela porta dos serventes do castelo. Ao sair senti o ar fresco do dia e me permiti tirar a faixa enquanto olhava fixamente para o céu aberto. Um pouco mais abaixo pude ver a grama alta balançando com sua cor dourada, um claro sinal do outono.

A maioria das pessoas pensaria que a vista era bonita, e normalmente eu concordaria com elas, principalmente podendo ver tal paisagem por tão poucas vezes, mas por algum motivo eu não me importei com isso naquele dia.

— Ah, estou entediado — se é que era possível um Imperador ficar entediado com tantas coisas para resolver.

Eu não conseguia entender por que me sentia assim, então continuei resmungando para mim mesmo. Fechei os olhos, cobri-os novamente e decidi caminhar pelas ruas do complexo de palácios. As crianças, em sua maioria filhos de nobres, pararam de brincar para me olhar e se reverenciar.

— Majestade — um dos garotos me chamou — o senhor está bem? O senhor com certeza parece triste hoje.

— Se esse biscoito está tão ruim, dê para mim — um outro garoto resmungou.

Eu gostava dessa sinceridade das crianças, elas não se importavam de falar aquilo que pensavam e essa falta de filtro muitas vezes era um consolo para a minha vida cheia de mentiras e falsidades.

— De jeito nenhum — resmunguei para a criança que me pediu o biscoito.

Olhei para aquelas pequenas luzes paradas, certamente olhando para mim. As crianças sempre falavam o que sentiam. Eu não podia compartilhar exatamente meus pensamentos mais profundos, mas havia uma liberdade de expectativa com eles que eu achava reconfortante.

— Ei, quem é a sua convidada especial? Onde ela está? — um deles me perguntou e eu pensei ter escutado um início de uma risada — ela é bonita, e divertida sabia? Acho que seria uma ótima noiva.

Mantive meu sorriso fixo e balancei a minha cabeça.

— Desculpe garoto, mas não sei onde ela está agora.

Aparentemente, essa declaração casual fez com que ele reprimisse sua preocupação. Vi como sua luz se encolhia um pouco tentando em vão esconder algo que pensava. Parece que ela conseguiu alguns fãs e realmente não conseguia imaginar o como tinha feito aquilo de um dia para o outro. Mal sabiam eles o como ela era difícil as vezes. Me peguei pensando: quando foi que ela os havia visto?

— Tem algo errado com ela? — a voz de um dos garotos de repente soou triste — dizem que ela está com problemas.

— Não se preocupem com ela, ela está bem — eu disse isso para evitar a linha de questionamentos, apesar de ela realmente estar bem encrencada. Aparentemente isso não o satisfez.

— Por que o senhor diz isso? Nós sabemos que ela foi atacada aqui no palácio. Promete que irá cuidar dela, Majestade — uma das crianças menores pareceu surgir no meio do assunto — ela é uma boa pessoa, promete que irá protegê-la para que ela possa voltar para brincar com a gente, ela prometeu que faria isso.

Me encontrei pacificando sem entusiasmo um bando de crianças raivosas quando de repente uma voz amarga chamou meu nome. É, eles me encontraram mais rápido do que eu imaginei. Suspirei profundamente e me virei para trás e assim como esperado, lá estava Ah-Kum, provavelmente com seus olhos semicerrados para mim.

— Sim? — perguntei assim que ela parou na minha frente.

— Syaoran está te procurando e deseja falar com o senhor.

Saber que eu mal havia saído do palácio e já estavam me procurando me deixou um pouco nervoso, então em vez de responder, eu apenas me afastei.

— Desculpem, crianças, acredito que meu breve momento de liberdade se esgotou. Preciso retornar agora.

Normalmente eles choramingavam e reclamavam quando eu tinha que sair, mas desta vez eles apenas acenaram e me deixaram ir enquanto corriam novamente para a brincadeira que eu havia interrompido.

Eu ia caminhando sem muita pressa e acabei ficando surpreso ao ver uma garota já conhecida por mim espiando próximo a nós, como se estivesse indo na minha direção e tivesse desistido repentinamente.

— Então, a senhorita veio me buscar também, não foi? — falei para provocá-la.

Olhei ao redor procurando alguém e tive que admitir que não fiquei nada feliz ao não ver nenhum segurança por perto para protegê-la de qualquer risco. Ou eles não estavam cumprindo minhas ordens, ou ela havia usado sua habilidade de escapar dos olhares de todos, o que parecia a opção mais provável.

— Bem... sim. Mais ou menos — ela admitiu sem muita resistência e isso me surpreendeu.

Minha irritação desapareceu assim que a vi se atrapalhar com uma simples resposta. Ela estava tentando desesperadamente encontrar as palavras e era muito divertido isso. Eu fiquei ali fascinado. Como a garota hostil podia ao mesmo tempo ser daquele jeito? Como ela podia parecer tão cautelosa e ao mesmo tempo tão inocente em relação a tudo?

— Admita, você estava curiosa sobre mim, não estava?

— O quê? Não — sua resposta foi rápida e seu humor afiado começava a apontar novamente.

Era bem óbvio, mas acho que ela não tinha ideia de como ela era fácil de ler e com isso meu bom humor aumentou ainda mais.

— Eu estava apenas conversando com as crianças — falei por fim.

Eu sorri ao perceber que sua luz estava realmente direcionada a mim, indicando que ela estava me observando. Ela parecia sem palavras. Se eu esperasse um pouco, ela diria algo? Admito que estava curioso sobre o que ela diria, mas por algum motivo senti vontade de deixar essa conversa para outro momento.

Ela se virou para caminhar ao meu lado e ficamos em silêncio por um tempo e me vi desesperado por quebrar aquela sensação estranha que eu sentia por tê-la tão próxima a mim.

— Quer um biscoito? — acabei por oferecer — mas tenho que admitir que já dei uma mordida.

— Am — ela resmungou parecendo estranhar o que eu havia dito — Obrigada, mas não precisa...

Meu sorriso se alargou ainda mais. Por que ela estava tão embaraçada? Eu estava me divertindo muito com aquilo, era verdade. Quanto mais confusa ela parecia ficar, mais meu sorriso se alargava..., mas eu não tinha a intenção de dizer a ela o que eu estava pensando.

— Vamos, Majestade — Ah-kum me apressou parecendo terrivelmente mal-humorada — ele o está esperando.

Eu dei algum tipo de aceno indiferente sem ter a intenção de realmente me apressar.

— Ah — ela suspirou — sinto muito, Majestade, estão aguardando o senhor. Irei deixá-lo.

Ela não me deu tempo de contestar, apenas virou as costas e se afastou.

Minha mente já estava se perguntando o que estava acontecendo. Eu queria acreditar que Syaoran estava me chamando para algo pelo menos um pouco interessante, mas essa perspectiva me parecia improvável.

Entrei ainda mais cansado no palácio e fui direto ao encontro dele. Ao entrar na sala, escutei Syaoran pedir para um servente qualquer chamar alguém.

— Majestade — o homem se reverenciou ao passar por mim e seguiu seu caminho.

— Majestade — Syaoran me recebeu com uma reverência perfeita, como sempre fazia — o senhor pareceu cansado e um pouco melancólico esta manhã. Devo pedir para que vá aproveitar as folhas que mudam no outono.

— O quê? — eu fiquei sem palavras. Aquilo foi tão completamente aleatório que tive a sensação estranha de que eu já não estava vivendo a minha vida. Eu tinha certeza de que havia uma boa razão por trás daquilo, mas não estava com vontade de concordar tão prontamente com o pedido dele.

— Se você vai me dar ordens a partir de agora — falei cruzando os braços — e ainda por cima uma ordem sem sentido, pelo menos pode me dizer o porquê?

Syaoran parou de fazer o que estava fazendo, virou sua luz para mim e respondeu sem rodeios.

— Vá até o alto da montanha tomar um pouco de ar, Majestade.

— Reformular o que você já disse não vai te ajudar e nem irá me convencer a ir — me sentei em uma poltrona ali próximo e esperei.

Ele ignorou meu comentário e olhou além de mim.

— Senhorita, Ohime. Eu a estava aguardando. Sua Majestade irá levá-la para conhecer as montanhas da região.

— O quê? — ela pareceu tão confusa quanto eu e após isso o silêncio reinou no lugar.

— A mudança das folhas é algo bonito de se ver e para ser sincero não é algo que vá precisar de muitos homens. O professor me informou o quanto Ohime gostava de ver as folhas de outono caindo.

Entendi, ele estava me jogando para uma situação que provavelmente fazíamos quando estávamos juntos. Aquilo de certa forma me pareceu embaraçoso. Eu confiava em Syaoran, mas as vezes era assustador a maneira como ele manobrava a conversa para seguir o rumo que ele queria.

— Eu não me importaria de ir com Vossa Majestade, mas... se algo acontecer... — sua luz parecia tão ansiosa que, por um momento, me perguntei se ela de fato estava preocupada comigo. Ela queria ter certeza de que sabíamos que estava grata pela consideração, mas sua luz transmitia uma ansiedade e preocupação latente. Ela respirou fundo e controlou o que sentia; sua luz, pouco a pouco, foi retomando o ritmo habitual, e ela terminou: — Eu não acho que sou digna de ter a total atenção do Imperador. Não gostaria de me tornar inconveniente e tomá-lo apenas para mim.

— Não há necessidade de que se preocupe com essas coisas, senhorita — Syaoran falou formalmente e disfarçou sua risada com uma tosse.

Syaoran nunca ria, então o que foi aquilo? Parte de mim se perguntou por que eu deveria me preocupar, afinal, poderíamos recuperar suas memórias de outras maneiras. Recusar seria simples e fácil; eu poderia mandar escolher outra pessoa e isso estaria resolvido. Apesar do que Syaoran estava dizendo, a última palavra sempre seria minha. Essa opção ainda estava disponível para mim, mas por alguma razão, eu não queria que outra pessoa a levasse.

— Muito bem — falei finalmente — irei levá-la.

No final, não foi difícil aceitar. Me levantei, segui para perto de Ohime e ofereci o braço para que ela me acompanhasse. Ela pareceu paralisar, a ansiedade voltou a ficar nítida na sua luz e parecendo um movimento automático, ela apoiou sua mão na minha. Senti com esse pequeno toque, o quanto ela tremia e me perguntei qual seria o motivo de tanto nervosismo se apenas íamos ver as folhas de outono.

— A carruagem já está aí fora esperando pela senhorita e pelo senhor, Majestade — Syaoran falou e pareceu voltar a seus afazeres.

Eu propositalmente não respondi e nem me virei para ele, pois sabia que, independentemente de como sua luz estivesse, eu ficaria novamente irritado.

— Ei, vocês irão sair? — fomos parados próximo a carruagem por algumas luzes conhecidas. Zyon parecia querer esconder a surpresa em sua voz regular e descontraída, mas ele parecia animado e excitado com aquilo — Eu estava treinando e me perguntei onde Ohime poderia estar, já que fazia um tempo que não a víamos.

— Só irei levá-la para ver as folhas de outono — respondi tranquilamente, não que eu precisasse responder aquilo, mas o dia já estava tão estranho que preferi não deixar ainda pior. Resolvi esconder minha inquietação por trás do meu sorriso habitual.

— Só vocês dois, hein? — Khalil falou também próximo a Zyon — Vantagens de ser o Imperador, certo?

Eu assisti como a provocação amigável de Khalil fez Ohime se mexer ao meu lado.

— Majestade, o senhor tem tanta sorte — o professor falou em um suspiro — tentei chamá-la para sair tantas vezes, perdi até as contas de quantas vezes fui rejeitado.

O professor estava claramente com ciúmes, isso era bem nítido em sua luz e isso pareceu deixá-la ainda mais envergonhada. Ela provavelmente estava se sentindo culpada por deixá-los, já que todos estavam reunidos somente por ela. A olhei de canto pensando o como ela era realmente inocente apesar de tanta hostilidade guardada.

— Sinto muito, professor — falei, querendo provocar tanto ele quanto ela — mas no momento iremos somente nós dois — Ninguém havia dito que os outros não poderiam se juntar a nós, mas antes mesmo que eu pudesse sequer pensar em outra coisa, eu já havia restringido aquela pequena viagem apenas para nós — Eu suponho que você poderia dizer que hoje é como um encontro.

— O quê? — ela se sobressaltou do meu lado e praticamente gritou — um encontro? Isso não é o que estamos fazendo.

Sua reação me fez rir. Para mim, a minha explicação havia sido muito boa, mas ela continuava balançando a cabeça em negativa. Eu poderia dizer, porém, que ela estava mais surpresa do que realmente zangada comigo pelo que eu disse. Eu estava me divertindo tanto que acabei rindo de novo.

— Entendi, nesse caso acho que não poderemos ajudar mesmo — o Príncipe Corvo falou dando de ombros.

Ele havia mordido a isca e resolveu jogar junto, mas o professor parecia um pouco arrasado. Talvez eu tenha ido um pouco longe demais.

Khalil riu inquieto enquanto os observava. Todos eles reagiram à situação de forma diferente, e aquilo me fez sentir mais à vontade do que eu gostaria de admitir.

— Mas, como eu disse... — ela ia se defender de novo.

— Então a senhorita não quer que seja um encontro? — perguntei a ela cortando-a.

A tentação foi muito grande. Eu não queria dar uma chance de ela negar, ela parecia tão embaraçada naquele dia comigo que eu aproveitei e perguntei de uma maneira que ela não pudesse recusar. O que tinha acontecido? Ela me parecia tão honesta naquele dia que eu tinha certeza de que ela não conseguiria escapar de uma pergunta espinhosa como sempre fazia. Eu aguardei, meu sorriso brincando em meu rosto enquanto eu via como sua luz se alargava a cada segundo. Eu sabia. Ela não sabia o que dizer. Sua luz vacilou um pouco ao se virar para mim buscando qualquer resposta. Por que será que ela estava daquele jeito?

— Nossa, ela ficou vermelha — Zyon a cutucou ainda mais, mas ela parecia incapaz de responder algo e apenas abaixou a cabeça — E acho que voltamos ao início. O único que já foi capaz de fazer isso com ela foi o senhor, acho que isso não mudou pelo visto.

— Cala a boca, Zyon — ela resmungou parecendo ainda mais constrangida.

Então eu era o motivo? Aquilo de certa maneira mexeu ainda mais comigo, deixando minha felicidade latente. Então, sem dúvidas ela não era indiferente a mim como parecia querer demonstrar.

— De qualquer jeito — eu ajeitei o corpo novamente — nós temos que ir.

Acenei um adeus para os três e me dirigi finalmente até a carruagem. Ohime ainda estava congelada no lugar, mas eu não estava preocupado. Ela em breve estaria dentro da carruagem comigo e eu sabia disso.

— Divirta-se, Ohime — Khalil chamou sua atenção tirando-a de seu estupor.

— Okay — ela gaguejou e se virou rapidamente para a carruagem — obrigada.

A voz ansiosa do professor chegou até nossos ouvidos antes de irmos, mas a intenção dele claramente não era ser ouvido por nenhum de nós dois.

— Se ela soubesse o quanto eu realmente desejaria poder levá-la. Quem sabe da próxima vez...

— Fico me perguntando se você está com ciúmes do Imperador, professor — pudemos ouvir ainda a resposta de Zyon — ou se está preocupado com as lembranças que ela irá recuperar... Pelo visto ele ainda mexe muito com os sentimentos dela...

Ficou impossível seguir escutando, olhei para as luzes fora da carruagem e para os guardas ao redor dela. Me detive um tempo no som dos cavalos trotando e me senti incapaz de quebrar o silêncio que havia ficado entre nós dois.

O sol estava se pondo quando chegamos ao topo de uma montanha próxima. Eu tirei minha venda, mas não olhei para Ohime, por mais que quisesse fazê-lo. A luz atingiu a cidade abaixo tornando-a vermelha. Era como se a cidade fosse tomada por todo o brilho e desaparecesse pouco a pouco. A luz do sol desvanecendo estava pintando o mundo em cores mutáveis e uma brisa fria movia as nuvens pelo céu.

Eu sabia que Ohime não tiraria a faixa comigo ali perto. Por conta disso, sem pedir permissão, eu me aproximei dela, de olhos fechados para não refletir seus sentimentos. Senti seu corpo ficando tenso e a virei de costas para mim, de uma maneira que ela pudesse ver a paisagem a nossa frente. Com cuidado desfiz o nó de sua faixa sem que ela movesse um músculo.

— Abra os olhos, Ohime — falei assim que sua faixa liberou seus olhos — prometo que não irá sentir incômodo algum.

Talvez pelo medo ou ansiedade, ela demorou um pouco para de fato abri-los. Senti como ela levava a mão para os olhos, talvez tentando fazer com que sua visão se adaptasse a luz repentina e soube que ela havia aberto os olhos somente quando a escutei prendendo a respiração.

Fui para o seu lado, a tentação de olhá-la era terrivelmente grande, mas me contive. Me sentei ali na grama, algo que eu dificilmente podia fazer com tanta liberdade e aproveitei a visão. Ela fez o mesmo e ficamos em silêncio a maior parte do tempo. Observar a paisagem foi divertido. Tanto o dia como a noite possuem seus encantos e aquilo era algo que não podíamos desfrutar com frequência.

O céu da tarde nunca tinha feito tanto por mim antes, aquele mesmo céu só me lembrava constantemente da minha própria limitação, mas agora, o mesmo céu que tantas vezes havia me deixado melancólico, parecia me cativar. Acho que se a maneira como víamos o mundo mudava dependendo do nosso humor, então... Como será que era para nós quando estávamos em um lugar como esse antes?

— É realmente lindo — Ohime falou com a voz emocionada ao meu lado e não pude evitar não a olhar.

Tive medo do que iria sentir, mas tudo o que ela me refletia era uma tranquilidade pacífica e acolhedora enquanto sorria de maneira brilhante. Meus pensamentos foram interrompidos e eu pisquei diversas vezes. Fiquei surpreso ao perceber que valia a pena levá-la ali se ela fosse sorrir daquele jeito.

Nós nos levantamos e observamos as folhas caírem em um silêncio sociável. O vento tirava as folhas das árvores e as folhas flutuavam pelo vale. Será que ela realmente se importava comigo? Por que eu ainda estava pensando naquilo? Olhei para baixo da montanha e tive vontade de me virar para ela de novo, mas não o fiz. De repente, eu tive que perguntar, precisava saber qual seria a reação dela.

— O que aconteceria se eu caísse daqui?

Daquela altura a queda provavelmente me mataria, mas talvez o sangue se misturasse com as folhas vermelhas deixando uma bonita cor no meio a paisagem. Eu não conseguia parar de pensar em como o meu cadáver apareceria lá embaixo.

— Isso não seria algo bom — ela respondeu de maneira séria a minha pergunta tola — eu não seria capaz de acompanhá-lo, sem dúvidas. Apesar de tudo, ainda quero viver, então por favor, se afaste daí.

Fiquei surpreso que ela me levasse a sério, mas estranhamente eu sabia, com uma certeza profunda, que ela me seguiria até o fim. Não pude evitar, eu sorri de maneira natural. Não conseguia dizer se estava me divertindo ou apenas feliz, mas a resposta dela era exatamente o que eu precisava ouvir.

— Majestade? — ela levou seus olhos até mim, parecendo confusa e de repente a confusão dela refletiu nos meus olhos. Ela estudava meu rosto e eu sentia como sua ansiedade crescia. Seus olhos estavam sérios e descobri, com aquela mistura de sentimentos, que eu deveria desviar o olhar.

— O que devemos fazer se você não puder acompanhar? O que diriam se eu não retornasse com a senhorita? Talvez só pulando para saber...

Me perguntei se dessa forma eu poderia finalmente me sentir livre, essa sensação chegou a se tornar sufocante e minha simples brincadeira começou a me parecer atrativa. Talvez ela tivesse sentido algo, talvez seguisse me olhando, porque não demorou para que ela segurasse a minha roupa e não soltasse. Ela geralmente queria mostrar que não se importava, na maioria das vezes pelo menos e era difícil vê-la tão firme, mas agora ela não parecia que iria ceder um centímetro. Eu hesitei por um momento... e então assenti.

— Eu estou bem — eu sorri para ela, sabia que não podia esconder de fato o que eu sentia, então me virei para ela e nossos olhos se cruzaram, meu sorriso continuou intacto e para a minha surpresa, ela sorriu de volta fazendo meu coração acelerar.

— Syaoran é um tolo intrometido... — resmunguei ao desviar novamente os olhos.

Eu sabia o que ele estava fazendo, é claro.

Precisávamos das memórias dela e eu andava estranho desde que ela havia aparecido e essa era a sua maneira de tentar resolver essa situação por mim. Era verdade, eu andava me sentindo mal física e mentalmente, mas isso era apenas uma coincidência estranha. Não podia ter nada a ver com ela. Era só a situação toda que me cansava.

Contemplei mais uma vez as folhas de outono, refletindo sobre como minha vida havia chegado até aquele ponto. Nunca antes viver me pareceu tão exaustivo como no último ano, mas com ela ao meu lado... de repente, tudo parecia mais leve.

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