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Personagens introduzidos neste capítulo:
☾✧ ━━ NIFIR (DIVINDADE) ━━✧☽
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☾✧ ━━ O ciúmes queima como uma chama ardente, consumindo meu coração sempre que vejo você sorrir para outra pessoa (Qiang Huang) ━━ ✧☽
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Eu respirei fundo e fechei os olhos rapidamente, estava me sentindo exausto.
— Faltou muita coisa? — Ohime perguntou com a voz baixa.
— Algumas — Zyon admitiu, ele parecia esgotado — tentei responder rapidamente o que aconteceu depois, mas não deu tempo de tudo. Sinto muito. Se quiserem tentamos outro dia.
— Não — ela respondeu prontamente — Você precisa descansar, sua luz está extremamente fraca.
— Sim, meu corpo começou a reclamar por conta da invasão — ele admitiu — mas irei ficar bem. Não é comum um Malpha ter sua cabeça invadida assim.
— Então essa era a lacuna que faltava na minha cabeça — resmunguei para mim mesmo enquanto virava meu rosto em direção a luz dela. Ela era a lacuna que me faltava. Eu queria poder ver esse nosso suposto reencontro já que sem dúvidas eu me lembrava dela no castelo antes da maldição, mas olhando para Zyon, tinha que admitir que não parecia um método muito bom para ele.
— Ohime, você sabe que seguirão atrás de você — o professor Yakumo falou chamando a atenção dela — Para te encontrarem eles irão usar qualquer método, ninguém nunca fugiu durante tanto tempo das divindades como você. Você tem o poder para acabar com isso e estamos aqui de novo para ajudar.
— Ah, é mesmo? — esbocei um pequeno sorriso — Que confiança súbita é essa na minha ajuda?
— Ele está dizendo isso apenas para te provocar — Zyon deu de ombros — eu definitivamente estarei aqui para te ajudar, mas sob uma condição: você precisa me derrotar.
— Te derrotar? Em quê? — ela perguntou se virando para ele — Não vai me dizer que trouxe seus dados, Zyon...
— Eu sempre estou com eles — ele riu — par ou ímpar?
Escutei o som de dois dados sendo jogados para o ar e ele agarrando de novo.
— Então a sua ajuda depende da minha sorte? — ela suspirou — Sua filha teve a quem puxar, certamente.
— Não seja estraga prazeres — ele falou rindo — par ou ímpar?
— Ah, tanto faz. Ímpar.
Acredito que ele tenha desenrolado os dedos ao redor dos dados lentamente antes de falar animadamente.
— Olha só, parece que você ganhou. Se há algo que você quer que eu faça, é só me dizer.
— É dessa maneira que você toma decisões? — disse, olhando primeiro para ele e depois para ela — é uma imprudência confiar apenas na sorte. Não esqueça que eu não estive envolvido nessa aposta. Caso precise da minha ajuda, esteja ciente de que haverá um custo.
— Chato como sempre — o Príncipe Corvo se dirigiu a mim — Você vai levar uma vida muito monótona se continuar cuidando apenas de si mesmo.
— Apenas de mim mesmo — eu ri — você está esquecendo que eu cuido da vida de súditos de uma dinastia inteira.
— Claro — ele pareceu dar de ombros — Qual deles que é realmente seu amigo? Quantos amigos o senhor realmente tem, Majestade?
— Se depender de mim, pode me riscar da lista de amigos — Ohime falou virando para o outro lado. Será possível que ela realmente tenha sido apaixonada por mim algum dia? De alguma maneira ela parecia me detestar. Eu, em compensação, lembrava com perfeição do meu sentimento por ela quando ainda éramos novos.
Lembrava com perfeição da confusão que ficou a minha mente, da dor que eu sentia, do desespero por tentar entender o que estava acontecendo e de ter chorado o seu desaparecimento muito mais do que de qualquer outra pessoa. Ela não era mais a mesma, aquilo estava claro, mas pensar nessas coisas fez meu coração errar uma batida.
— Ohime, fique por aqui, as divindades não irão vir atrás de você em massa como nos outros universos. Majestade, por favor, podemos contar com a sua proteção? Pelo menos até encontrarmos uma solução melhor para isso? Tudo o que precisamos, é que ela fique no reino, somente isso.
— Ainda há muitas perguntas sem respostas — falei cansado — e isso vale para todos nós. Por enquanto ela pode ficar na capital...
Tudo isso me parecia loucura, mas ao mesmo tempo tão familiar que me sentia confortável. Estava mesmo acontecendo? Parecia tão real que era difícil duvidar da história. A maldição de nossa família foi causada pelo meu pai, um fato desconhecido por mim. Ele causou um acidente que dizimou quase um planeta inteiro, e apesar de assegurarem que foi um acidente, eu não podia aceitar sem questionar. No entanto, eu acreditava que ela não se lembrava de nada e, se ela sofreu tanto, a responsabilidade ainda era do meu pai, e eu tinha que corrigir esse erro. Era necessário redimir o erro da minha família.
— O imperador tem razão — Ohime se levantou — tenho muito no que pensar sinceramente. Preciso sair daqui e tomar um ar.
— A senhorita não precisa ir embora — disse, tentando não admitir que me preocupava com a ideia dela sozinha nas ruas, que andavam perigosas ultimamente. Não queria pensar que ela pudesse estar exposta a qualquer risco — posso arranjar um quarto para você passar a noite aqui.
— Peço desculpas, majestade — ela disse com educação, embora eu tenha notado um leve ressentimento em sua voz — Agradeço a oferta, mas já me beneficiei demais de sua hospitalidade. Desta vez, minha intenção é realmente atravessar o portão e partir.
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Uma das divindades mais importantes que existia, apareceu por uma fenda, ela sabia que deveria ser cautelosa, se Viter Anhely descobrisse o que ela estava prestes a fazer, sem dúvidas ele a condenaria, mas aquela busca pela Rainha Carmesim já estava cansando e ela teria a vida da hansha sem importar os meios. Ela sabia que aquele universo não seguia Himura e que aquilo era uma clara afronta contra o Imperador Qiang Huang. Seu subordinado havia relatado tudo a ela e ela estava cansada e revoltada por saber que um dos homens mais poderosos de todos os universos havia se colocado ao lado da Hansha. Aquilo acabaria, mesmo que o resultado fosse uma guerra, ela agarraria a Rainha Carmesim a todo custo.
Ela olhou em volta, era um terreno grande e muito bem cuidado. Havia grandes árvores, cercas de arbustos e canteiros de flores exuberantes. Havia também um solário perto de uma casa imensa de pedra. Correndo pelo terreno, também havia uma pequena corrente natural de água que havia sido alargada para formar um pequeno lago. De fato, um ótimo lugar para cometer todos os tipos de atrocidades sem que ninguém desconfiasse.
Próximo ao lago, havia uma jovem amarrada em um tronco de madeira enquanto um homem com cara de tédio jogava pedras na jovem. A jovem não fazia o menor ruído e isso parecia deixar o homem aborrecido.
A jovem tinha um cabelo loiro e sem graça, mas um pequeno toque avermelhado dava um rico brilho dourado nele quando o sol batia. Os olhos dela tinham o mais belo azul que Nifir já havia visto. Eram olhos grandes, redondos, de um azul tão profundo que pareciam violetas. Mas ali, presa, completamente sem roupa no poste, a única coisa que Nifir conseguia ver era a peculiaridade na expressão da jovem, seus olhos, apesar de bonitos, pareciam inteiramente sem vida, era como se ela observasse os olhos de um cadáver.
— Não cansa de pegar jovens senhoritas para maltratá-las? — Nifir não escondeu o desgosto que sentia ao ver tal cena.
— Ela é só uma jovem arrogante que gosta de ser admirada por sua beleza — o homem parou de jogar as pedras e deu de ombros — estava sempre rodeada de homens, sendo acariciada e acariciando todos os tipos de homens.
— É isso que prostitutas fazem para sobreviver — Nifir suspirou — você é doente.
Ele não pareceu se imutar com a provocação.
— A mulher que você procura. Eu quero conhecê-la melhor, acho que lembro dela e da perfeição do seu medo — ele deu um sorriu distorcido — tenho a sensação de que ela é a mulher certa para a minha obra de arte. Meu espírito só estará completo, quando eu chegar a essa perfeição.
— Lembre-se — Nifir se aproximou de maneira ameaçadora perto do homem, que nem se imutou — você a terá, mas se a matar, eu terei que te caçar. Faça o que quiser com ela, mas não a mate, ela é a minha presa.
— Sim, sim — o homem fez um gesto qualquer com a mão — lembro bem da sua incompetência para caçá-la. Não a matarei como prometi, contanto que você cumpra a sua parte do acordo.
— O imperador estará no lugar certo e na hora certa, não se preocupe com isso — Nifir se afastou.
O homem sorriu, mas ele estava irritado, queria poder fazer Nifir sofrer também, mas como ele poderia capturar alguém como ela sem causar uma guerra imediata? Ele teria que esperar, após fazer sua obra perfeita com a pequena Hansha, ele certamente bolaria um plano para caçar a mulher a sua frente também. Ele imaginou que Nifir daria uma boa obra e torcia internamente que a jovem hansha que Nifir queria tivesse a luz e a frequência de seu ruah tão perfeito quanto o do seu deus.
Nifir olhou rapidamente para a jovem que parecia haver desistido da vida e sabendo que isso irritaria o homem atrás de si, a matou em um único golpe.
— Por que você fez isso? — o homem berrou como se Nifir tivesse quebrado um de seus brinquedos.
— Porque eu tenho nojo do que você faz e acredite, sua cabeça logo estará a prêmio entre outros seres de Himura — Nifir deu de ombros, sabendo que o homem jamais poderia alcançá-la, por mais que seu desejo de fazê-lo fosse visível — saia da linha e colocarei seu nome na boca das divindades muito em breve.
Quando Nifir se afastou, ela decidiu deixar um recado para a pequena Ohime. Nifir queria que Ohime soubesse da sua presença ali e ela já sabia como iria alertar a jovem hansha. Já que ela estava quebrando todas as regras, então ela faria disso uma caçada mais divertida.
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Adentrei a via principal e me deparei com a capital envolta em um silêncio profundo, seus prédios quietos e alinhados. Busquei conforto no ar frio da noite, refletindo sobre as recentes mudanças em minha vida. Era incerto, mas algo me alertava que as coisas jamais retornariam ao estado anterior; não seria como nos tempos de solidão, nem se assemelharia àquela trágica narrativa que testemunhamos pelas linhas de Zyon. Meu coração estava repleto de emoções e pânico, uma combinação de sentimentos indescritíveis. Encarar o desconhecido não era simples, ainda mais desafiador era seguir rumo a um desconhecido que eu escolhi deliberadamente esquecer.
— É um alívio saber que você ainda consegue selar os outros seres assim, Ohime — Khalil disse ao meu lado, tentando iniciar uma conversa e me distraindo dos meus pensamentos.
— Não teria conseguido sem a sua ajuda, Khalil. Obrigada — sorri realmente agradecida — Ainda assim, há algo que me intriga. Como irão explicar o que aconteceu para os guardas? Seria algo do tipo "Bom dia, senhor. Nós fomos atacados por seres sobrenaturais que vocês nem sabiam que existiam, mas agora já acabou. Quer uma torrada?"... Acho que não, né?
— Isso não será um problema. O Imperador sabe como manejar tais situações; ele já apagou a memória de grandes populações anteriormente. Fazer isso novamente com um pequeno grupo não será um desafio — Zyon disse do meu outro lado.
— Relaxa — o Imperador Qiang falou com um pouco de graça na voz — eles não vão lembrar de uma jovem indefesa e amedrontada.
— Quem foi que te chamou para vir junto, mesmo? Tenho certeza de que somente Zyon e Khalil seriam ótimas companhias — cruzei os braços e virei meu rosto em sua direção — E aproveitando Majestade, irá modificar a memória de todos os moradores do seu enorme empilhado de pedras na qual você chama de palácio?
— Sou tão fascinante a ponto de você ter parado e fixado com tanta vontade assim seus olhos em mim, somente para me falar isso? — senti que apesar da faixa, ele tinha os olhos cravados em mim e de repente fiquei sem graça ao notar que ele estava certo, eu havia parado e tinha deixado minha visão fixa na luz tão agradável dele — Mas respondendo ao seu questionamento, realmente seria problemático se os seres humanos comuns descobrissem a existência de outros seres, não é mesmo? Eles tendem a não acreditarem em nada e se de repente acreditassem, seríamos alvos de atenções indesejadas, então... me fala, como você resolveria essa situação se não fosse apagando a memória deles?
— Não sei, você é o Imperador, então resolva — disse eu encolhendo os ombros. Porém, antes que ele pudesse replicar, uma voz incrivelmente familiar chamou meu nome, fazendo-me virar em direção à origem do som enquanto sentia o suor frio descer pelo meu rosto.
— Ohime — a voz furiosa me chamou de novo.
— Espera... — dei dois passos para trás — isso não é possível. Como você está aqui?
— Eu sabia, é você mesmo. Estou me fazendo a mesma pergunta, boneca — ele falou furioso, até mesmo a palavra "boneca" parecia escorrer veneno. Imaginei sua expressão retorcida por uma grande raiva — aonde diabos eu estou? Depois daquela palhaçada sua eu esperava não ter que lidar com mais nada desse tipo.
— Eu alterei a sua memória — falei dando mais um passo para trás enquanto o homem a minha frente se aproximava — você não deveria lembrar de mim.
— Eu não sei como eu lembro. Quem são essas pessoas com você? O que merda eu estou fazendo aqui?
— Então você é um conhecido da Ohime? — a silhueta do imperador indicava que ele havia estendido a mão para o Bae e o imaginei sorrindo brilhantemente ao fazê-lo — Prazer em conhecê-lo. Eu sou Qiang Huang. Tenho uma dívida considerável com a Ohime, então espero que não haja problemas aqui.
— Sou Zyon — Zyon aproveitou a deixa e se apresentou rindo — mas acho que eu não precisava me apresentar.
— De você eu lembro bem, e te aconselho a ficar longe se não quiser que eu drene todo o seu maldito sangue.
— Bae, vamos conversar, tudo bem? E depois eu vou te levar de volta — falei tentando amenizar um pouco a raiva do vampiro à minha frente.
Ele ficou em silêncio um tempo até se decidir falar algo.
— Peço desculpas pela minha grosseria, senhor Qiang Huang. Eu sou Bae. Peço novamente perdão pela minha hostilidade, mas tenho assuntos pendentes com a Ohime e acho que depois do que passamos, eu tenho o direito de uma explicação.
— Hum — a luz do rei se tornou ligeiramente mais contida, porém, nenhum dos seus sentimentos transpareceu em sua voz, que manteve a habitual arrogância — Não tinha conhecimento de que Ohime possuía alguém assim em sua vida. Ela deve ser muito especial para você.
— Ela é... ou melhor dizendo, ela era — a resposta fria dele fez com que um arrepio percorresse o meu corpo. Não era para ele se lembrar, ele não estaria sofrendo se fosse assim.
— Mantenhamos a calma — Khalil disse amigavelmente — Você provavelmente está com fome depois de tudo. Atravessar uma fenda nessas condições pode ser desconfortável. Que tal comer algo antes?
— Por um acaso você sabe com o que eu me alimento? — Bae perguntou irritado.
— Claro que sei — disse Khalil, encolhendo os ombros — Você acha que eu não reconheço um vampiro? Suas presas são tão evidentes que seria impossível ignorar sua fome. Vamos caçar alguma presa, e depois eu te levarei de volta ao seu universo de origem. Seria melhor que Ohime evitasse abrir fendas por enquanto. E, por falar nisso, Ohime fez isso para te salvar; apenas um tolo não veria isso.
— Agradeço sua preocupação, Khalil — eu disse suspirando — mas pode deixar que eu cuido disso. Afinal, eu realmente devo uma explicação a ele.
— Nesse caso, acredito que a minha presença não seja mais necessária — o Imperador deu de ombros e se afastou um pouco de mim.
— Vamos, Khalil — Zyon o chamou.
— Está bem — Khalil pareceu hesitante, mas acabou cedendo.
— Obrigada por terem me acompanhado até aqui — agradeci a todos eles — Vamos então, Bae. Você precisa jantar e voltar para casa.
— Ohime, toma cuidado — Zyon sussurrou ao meu lado — da última vez ele parecia que ia beber até a última gota do seu sangue.
— Não se preocupe comigo, Zyon. E obrigada por tudo. Voltarei para a entrada do palácio assim que acabar, afinal eu ainda não sei onde fica a pousada.
— Não demore — Zyon sussurrou e se afastou.
Me posicionei ao lado de Bae e depois de caminhar silenciosamente por um tempo, Bae finalmente quebrou o clima.
— Sinto muito, Ohime — ele suspirou — eu não estou bravo com você. Entendo que você fez isso para me proteger. Eu só estou confuso, não sei como vim parar aqui e nada a minha volta é familiar. De repente te ver de novo fez com que eu ficasse realmente muito bravo na hora, porque imaginei que pudesse ter acontecido alguma coisa com você.
— Você não lembra de nada e nem ninguém antes de vir para cá?
— Lembro só de um recado: "avise a ela que eu já sei onde ela está e sei exatamente com quem ela anda". Não lembro de nada mais.
Eu suspirei e resolvi contar tudo para ele, detalhe por detalhe de tudo aquilo que eu sabia.
— Eu sinto muito, eu aproveitei muito com você — falei para finalizar — Sinto muito se isso atrapalhou de alguma maneira a sua vida.
— Esqueça isso — ele parecia tão compreensível que senti como as lágrimas queriam subir até meus olhos — mais importante do que isso, Ohime, você tem certeza sobre aqueles caras? Você de alguma maneira parece abatida, parece triste com alguma coisa, está diferente dos dias em que passamos juntos. Se vocês são tão amigos, você não deveria estar melhor?
— Bem... — como eu falaria para ele que eu estava daquele jeito exatamente por que eles eram meus amigos e eu estava preocupada e com medo por eles?
— Eu não quero te colocar contra a parede — ele continuou falando ao perceber que eu não conseguiria falar mais nada — Não estou dizendo que eles fizeram alguma coisa de errado, eu só estou preocupado que você tenha sido puxada por algo muito mais perigoso do que parece. Promete que tentará se cuidar? Apesar do pouco tempo que passamos, eu me preocupo com você.
— Vou ter cuidado, prometo — disse, enquanto movia minha mão em direção ao seu rosto conhecido e pressionava meu dedo contra seus lábios, tocando a ponta de suas presas — Ei, bonitão, é hora do jantar.
Ele não me agarrou como as inúmeras vezes que ele havia bebido o meu sangue, parecia muito mais carinhoso do que de costume. Senti como ele beijava meu pescoço e se demorava ali antes de finalmente perfurar minha veia. Senti a dor terrível do furo, aquilo nunca seria agradável, mas eu jamais falaria isso para ele. Senti como o sangue quente saia com facilidade das feridas para a sua boca e esperei que ele parasse. Quando ele acabou, ele segurou meu pescoço por alguns segundos com um pedaço de pano que estava com ele, pressionando os furos do meu pescoço até que parassem de sangrar, e quando ele sentiu que já havia diminuído o fluxo de sangue, o escutei rasgar uma parte de sua roupa e amarrar no meu pescoço para ocultar a ferida.
— Eu já volto, boneca — Bae me falou e acariciou meu cabelo depois de ter se certificado de que eu estava bem.
— Você está bem? — perguntei preocupada.
— Eu estou bem — ele deu de ombros — só preciso fazer uma coisa rapidinho.
— Fazer alguma coisa aqui? Em um lugar que você nem conhece? — falei estranhando sua atitude.
— Ah, boneca — ele respondeu de forma divertida — não seja uma estraga prazeres. Estarei de volta em, no máximo, dez minutos.
Apesar de estranhar seu pedido, eu simplesmente cedi. Ele poderia estar me traindo? Óbvio que sim. Eu já tinha vivido tempo suficiente para saber que essas coisas aconteciam, mas sua luz continuava tão serena que me parecia algo improvável naquele momento.
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