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⚠️ATENÇÃO, ESSE CAPÍTULO CONTÉM OS SEGUINTES GATILHOS⚠️

❂ Morte

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☾✧ ━━ Dentro daquelas paredes, a maldição despertou, lançando sua sombra sobre a vida e descendência daqueles que ousaram encostar no meu filho (Princesa An) ━✧☽

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— Majestade — Zyon chamou Qiang Huang que seguia atento a cena na sua frente, o ar seguia faltando e hora ou outra ele precisava lembrar que necessitava respirar — Está vendo a linha que ligou da cabeça dela para minha?

Zyon indicou uma fina linha roxa que conectava sua cabeça, ainda mais jovem, à da moça.

— O que tem ela? — o Imperador perguntou.

— Agora, você deve se concentrar nela até que entremos naquela linha específica. Quando observo as memórias de alguém, posso acessar até aquelas que a pessoa não recorda, a menos que estejam obstruídas por selos. São linhas do tempo, e essa linha representa um evento que já ocorreu. Se deseja descobrir o que realmente aconteceu com ela, precisamos acessar essa linha do tempo.

Ele conduziu o Imperador, que o acompanhou, e o induziu a tocar com o dedo indicador a linha que conectava o Príncipe Corvo à jovem.

Em um palácio de uma pequena dinastia, era possível escutar o tamborilar dos passos de alguém.

— Mamãe!

Uma criança enérgica, vestida com roupas que um menino usaria, entrou correndo animadamente na sala.

— O que aconteceu? Por que você está tão animada? — a mãe perguntou calmamente, seu rosto tinha uma semelhança assombrosa ao da menina, embora com uma atmosfera muito mais tranquila.

— Eu queria que você visse isso! — ela se posicionou na frente da mãe, puxando um talismã de papel de sua manga — eu finalmente posso fazer isso, olhe!

A menina recitou um encantamento e soprou no talismã, e de repente diante delas uma borboleta de fogo voou suavemente.

— Uau... Isso é incrível!

— Você acha? — ela perguntou animada.

— É claro. Apesar de não estar nem um pouco surpresa. Você passou tanto tempo praticando esses dias.

— Eu ainda não consigo criar uma mensagem de ruah, então tenho que trabalhar mais.

— Eu aposto que você conseguirá fazer isso imediatamente — a mãe sorriu para a criança, e ela sorriu de volta para a mãe.

— Quem sabe? Eu não tenho o mesmo tipo de talento natural que você tem.

— Isso não é verdade — disse a mãe, acariciando o cabelo da filha — Você faz muitas coisas melhor do que eu. Por exemplo... veja só ali — apontou para a mesa onde a menina havia colocado o incenso que misturara — Eu não sei misturar incenso tão bem quanto você.

— Verdade — a menina riu — a última vez que fomos fazer incenso juntas, você acabou derrubando todos.

— Limpar tudo com certeza demorou um pouco — a mãe riu com vontade enquanto a criança tapava a mão com a boca para não rir.

— Mas você não é boa só fazendo incenso — a menina falou — Você é muito boa com encantamentos. É uma ótima jiwa. Eu não sei fazer esses encantamentos.

— Mas isso é porque você é criança ainda e não pode esquecer que é humana também, mas tudo bem, você está bem do jeito que está. O que falta em uma de nós, a outra pode compensar, já que estaremos sempre juntas.

Assim que essas palavras saíram dos lábios da mãe, o sorriso da menina, que antes estava radiante, desapareceu do rosto dela.

— O que foi? — a mãe perguntou parecendo preocupada.

— Nós provavelmente nem sempre poderemos estar juntas — ela abaixou a cabeça, segurando a bainha de seu hakama — Eu ouvi papai falando sobre isso antes com a senhora. Disseram que eu só poderei ficar nessa casa até chegar à idade certa, depois disso, eu terei que me casar.

A mãe ficou em silêncio por um tempo, engolindo as palavras da filha, mas não foi capaz de desmenti-la.

— Então, que tal isso? — ocorrendo-lhe um pensamento, a mãe se levantou de sua cadeira para retornar com uma caixa de madeira, cuja tampa ela abriu e mostrou um amuleto.

— O que é isso — a menina olhou para a caixa de maneira curiosa.

— Isso é um amuleto onde eu coloco algumas partes do meu ruah, seria como uma memória, é um amuleto protetor. Ainda falta alguns anos para que você atinja a idade estipulada. Dessa forma, mesmo que acabemos vivendo separadas, você não vai se sentir sozinha, se precisar de mim, apenas aperte o amuleto, ta bom?

— Essa é uma ideia maravilhosa — a criança falou com lágrimas nos olhos — Eu posso colocar outras memórias aí dentro?

— Você não poderá ver essas memórias, meu amor, mas pode colocar coisas que fazem você lembrar de mim — a mãe parecia satisfeita.

— Ah! Então que tal isso? — a menina pegou um vidro aromático que a mãe acabara de misturar — Você é a única pessoa do mundo que poderia ter criado esse aroma.

— Claro — o sorriso da mãe se alargou — coloque o que quiser.

Um sorriso voltou ao rosto da menina e os olhos da mãe suavizaram ao vê-la sorrir de novo.

— Este talismã — a mãe falou baixo embalando a filha nos braços — será nosso segredo. Vamos enfeitiçá-lo para que apenas você possa usá-lo.

— Sim, um segredo só entre você e eu — ela pareceu se acalmar — Ah, mas se eu ficar com o talismã, e você?

— Se eu ficar sozinha, eu irei atrás de você — a mãe estreitou os olhos em direção a sua filha — Eu provavelmente terei mais liberdade do que você.

— Promete? — ela perguntou se sentindo novamente amargurada.

— Prometo.

— Quando eu ficar sozinha — a criança falou sentindo uma lágrima escorrer pelo seu rosto — eu vou fugir para te encontrar também.

— Então, qual é o objetivo do talismã? — a mãe ocultou as lágrimas que formaram no canto dos seus olhos e segurou o choro.

Um futuro ainda desconhecido e incerto se aproximava delas, mas elas sabiam que sempre estariam conectados em seus corações e é somente nisso que elas acreditavam com total sinceridade naquele momento.

— Mãe — a menina voltou a falar — o Imperador de Yeou é um bom homem? Ele realmente não vai nos atacar depois que eu for?

— Você é uma boa menina, filha — a mãe finalmente chorou — se ele não for um bom homem, promete que irá sobreviver. Você sempre poderá chegar em Himura se quiser fugir.

Antes que Qiang Huang passasse para a próxima memória, ele parou tentando respirar. As lembranças dela ainda criança no palácio invadiram a sua mente de maneira dolorosa e um nó se formou em seu estômago.

— Protejam o rei e a rainha — os gritos ecoavam entre o palácio.

— Mamãe! — a criança corria em meio a diversos soldados.

— Filha — a mãe correu ao encontro da filha — proteja os seus irmãos. A princesa An vai te ajudar.

— Não, mãe! — a criança chorou e gritou.

— A princesa An vai te ajudar — a mãe deu um último beijo na filha e a criança foi arrasta pela princesa.

O cenário se transformou e a menina, agora uma verdadeira princesa jovem, encontrava-se no palácio de Yeou. Ela parecia mais velha e sua magreza extrema deixava seus ossos à mostra, evidenciando a fragilidade de seu corpo. Ainda assim, ela deslizava a mão pela mesa da cozinha e escapava furtivamente, como uma ladra.

— Aí está você — Qiang Huang reconheceu Ah-kum segurando a jovem com força pelo braço — A rata que anda roubando comida da nossa cozinha.

A princesa tentou se soltar, mas o aperto de Ah-Kum era forte, fazendo com que as tentativas dela fossem apenas infrutíferas.

— Ah-Kum — a voz de um jovem de no máximo dezessete anos chegou aos ouvidos de todos antes de sua presença.

Qiang Huang se encolheu ao ver a si mesmo ainda jovem.

— Seu pai pediu para castigar o ladrãozinho que estava roubando comida da nossa mesa.

O jovem príncipe olhou para a jovem com roupas nobres. Ele sabia que era uma das princesas roubadas após a invasão do seu pai.

— E por que irá castigá-la? — a voz arrogante do príncipe fez Ah-Kum estremecer.

— Porque ela que está roubando, meu senhor — Qiang Huang olhou novamente a jovem que não demonstrava um pingo de medo nos olhos. Seus olhos eram desafiantes e intensos, pareciam que o mataria na primeira tentativa de castigá-la.

— Ela só está fazendo o que eu mandei — o Príncipe mentiu, nem ele mesmo sabia o porquê fez aquilo, mas não queria que ela fosse castigada, não mais do que já havia sido.

Ele notou marcas de cortes recentes perto do seu braço, sabia que havia sido uma das concubinas de seu pai que havia feito aquilo, talvez em uma tentativa de colocar a jovem no seu suposto lugar, seu interior ferveu de raiva e ele precisou forçar o maxilar para se conter.

— Solte-a — o Príncipe ordenou, mas Ah-Kum não obedeceu inicialmente.

— Meu senhor — a criada estava com medo — o que irei falar para o imperador?

— A verdade — o príncipe falou firme — que eu estava roubando as comidas.

Assim que as mãos da criada afrouxaram nos braços da jovem princesa, ela correu ainda com a comida nas mãos.

Ela parou em uma porta secreta, olhou para os lados e entrou.

— Princesa An — a jovem chamou — aqui, trouxe comida para você.

— Você está se arriscando muito — a princesa An falou com a voz chorosa.

— E você está grávida daquele monstro — a jovem princesa retrucou — a criança não tem culpa, então vamos cuidar bem dela, está bem?

— Eu não quero que você se converta em uma das mulheres do harém dele — a princesa An chorou alto, tentando controlar os soluções espasmódicos que vinham com frequência.

— Está tudo bem — a jovem princesa consolou-a — mamãe me ensinou fazer algumas coisas. Posso me proteger.

— Você está mentindo — a princesa An encarou a outra.

— Mas você não precisa saber disso — ela riu — vamos, coma. Depois irei levar comida para nossas outras irmãs.

A jovem princesa saiu de lá na ponta dos pés e seguiu pelo corredor, mas foi surpreendida pelo Príncipe Herdeiro pela segunda vez naquele dia.

— Para quem você leva as comidas? — ele perguntou sem rodeio enquanto a segurava pelo braço.

— Me solta — a jovem tentou se soltar, mas não tinha forças o suficiente para isso.

— Para quem você está levando a comida? — o jovem Príncipe perguntou de novo com a sua voz de aço.

— Eu estou comendo — a princesa falou ainda tentando se soltar.

— Se estivesse comendo tudo o que rouba, não estaria magra desse jeito — ele falou irritado — agora me responde para quem está levando?

— Não — ela gritou — vocês são monstros. Mataram a rainha e forçaram a princesa An a ser uma das concubinas do Imperador idiota de vocês. Depois mataram a minha mãe e todas as outras concubinas do Imperador, meu pai. Mataram todos os meus irmãos e só deixaram as minhas irmãs vivas para fazerem parte do harém idiota do seu pai. Eu nunca vou me deitar com ele, se ele me forçar, eu o mato na cama! Eu te odeio e odeio a sua família. Tínhamos um trato! Vocês só precisavam esperar eu completar a idade.

Quando ela gritou todas aquelas coisas, o Príncipe ficou tenso com o tamanho do ódio nos olhos da moça, e em um ato impulsivo, ele a soltou e ela fugiu sem olhar para trás.

Alguns dias depois quando a jovem princesa saiu dos seus aposentos, o Príncipe a estava esperando novamente.

— O que você quer? — ela perguntou emburrada.

— Eu tenho o horário dos funcionários, posso te ajudar — ele falou sem olhar diretamente para ela — Eu não sei para quem você leva as comidas, mas eu não sou como o meu pai, eu o odeio. Minha mãe morreu por culpa dele também. Se quiser ajuda, venha falar comigo.

A voz do jovem Príncipe era baixa e cheia de raiva, ele não esperou a princesa responder, apenas saiu andando, mas a jovem princesa notou que ele mancava.

— O que aconteceu com as suas pernas? — ela perguntou deixando a curiosidade tomar conta de si.

— Não é da sua conta — ele não virou para trás ao responder.

— Você foi castigado por minha culpa? — a jovem princesa pareceu ver através do Príncipe Herdeiro — Foi isso, não foi?

Ele não respondeu, mas parou de andar. Ela se aproximou com cautela dele e se abaixou e em um ato completamente estranho para o príncipe, ela levantou a roupa dele mostrando a batata da sua perna com diversos cortes recém-abertos por chicotes.

— Vem comigo — a princesa chamou o príncipe — eu vou cuidar disso.

— Eu não preciso — ele respondeu sem se mover.

— Vem logo — ela falou com raiva — isso era para ser meus machucados, eu irei fazer sumir a dor.

— E como você faria isso? — o jovem príncipe perguntou.

— Eu sou igual Ah-Kum — a princesa deu de ombros — acho que aqui vocês chamam de feiticeiros.

— E por que eu acreditaria em você?

A princesa revirou os olhos, olhou bem para ele e levantou uma das mãos com a palma para cima e fez surgir uma pequena borboleta avermelhada.

Qiang Huang mal conseguia respirar ao ver as cenas se passando em sua frente, ele lembrava de tudo aquilo, ele procurou aquela jovem por muito tempo depois do incidente do castelo e ali estava ela, mil anos depois, como se não lembrasse dele...

— Majestade, tudo bem? — Zyon perguntou.

— Eu estou bem — Qiang Huang respondeu tentando ocultar o que sentia.

— Vou avançar para sete meses depois, está bem?

Qiang Huang apenas acenou com a cabeça e se viu nos mesmos corredores conhecidos do palácio.

— Ei, Alteza! — a jovem princesa correu para o encontro do Príncipe Herdeiro — é um menino!

— Ei, calma — o jovem príncipe sorriu ao vê-la tão animada — do que você está falando?

— É um menino — a jovem princesa respondeu — a princesa An está bem e ela teve um menino.

Inicialmente ele sorriu com a felicidade dela, mas depois seu semblante se tornou triste e pensativo.

— Príncipe Qiang? O senhor está bem? — ela pareceu preocupada.

— Eu não quero que você seja do meu pai. Sei que é a próxima e não quero que a senhorita seja dele — ele sussurrou e ela olhou para baixo.

— Eu não tenho escolha — ela falou dando dois passos para trás.

— E se eu conseguisse outra escolha para você? — ele levantou os olhos parecendo desesperado.

— O que você poderia fazer? — ela perguntou desesperançada.

— Case-se comigo — ele falou olhando-a nos olhos — Case-se comigo.

— O quê? — ela pareceu não entender — você quer dizer ser a sua concubina?

— Não — ele falou e pegou na mão dela — quero que se case comigo. Quando eu governar, quero que seja a rainha ao meu lado.

Ela olhou para ele e tentou controlar as lágrimas, mas foi em vão.

— O senhor tem certeza de que quer isso? — ela abaixou a cabeça para que ele não a visse chorar — o senhor sabe que não sou digna deste posto. Apesar de ser princesa, sou uma princesa sem dinastia e filha de uma concubina de baixa importância.

— Eu quero que você fique comigo — ele repetiu — não quero nenhuma outra.

— Se o senhor conseguir essa opção — ela sorriu em meio as lágrimas e olhou para ele — eu aceito me casar com o senhor.

A jovem princesa estava ajudando a cuidar da princesa An e de seu filho quando o imperador entrou furioso.

— Ele é cego? — ele perguntou irritado.

— Majestade — a princesa An se colocou na frente do filho implorando — por favor, não faça nada contra o meu filho.

Quando o Imperador olhou os olhos praticamente brancos da criança ele ordenou sua sentença.

— Matem-no.

— Não! Por favor, eu imploro — a princesa An chorava enquanto guardas a seguravam.

A jovem princesa tentou salvar o filho da princesa An, mas um dos guardas a empurrou enquanto um dos príncipes, irmão do Principe Herdeiro Qiang rapidamente cortava o pescoço do bebê ainda no berço.

— Não — a princesa An caiu de joelhos, mas antes de vir o choro ela começou a falar de maneira frenética — Eu te amaldiçoo Imperador de Yeou, que toda os descendentes reais deste castelo sejam amaldiçoados — o Imperador a olhou pela primeira vez parecendo assustado pois sabia das grandes linhagens de Jiwas das princesas raptadas.

— Não, com essas palavras não — a jovem princesa tentou parar a princesa An, mas a dor no corpo era terrivelmente forte.

— Que toda a realeza deste lugar passe a espelhar toda a dor dos outros, que nunca consigam causar dor sem a sentir também, que não consigam ver alguém com fome sem passar fome. Que o senhor nunca mais conheça a paz, que sua visão não conheça o descanso e que seja esquecido como monarca... Que levem a minha alma, o meu bem mais precioso para que essa maldição não seja nunca quebrada.

— Não, princesa An! — a jovem princesa estava apavorada, a princesa An não estava amaldiçoando somente o  Imperador e sim todos da realeza, inclusive a ela e suas irmãs.

— Matem-na — a voz do Imperador saiu assustado enquanto olhava a mulher a sua frente, mas antes que alguém pudesse matá-la de seus olhos saíram lágrimas de sangue e uma voz grave retumbou no ar.

— Que essa maldição nunca seja quebrada. Eu aceito o pagamento.

A princesa An caiu sem vida no chão e a jovem princesa foi atingida por uma nuvem prateada que a tomou por completo.

Quando os olhos da jovem princesa conseguiram novamente captar a luz, ela levou seus olhos ao redor do quarto e viu o Imperador caído. A dor em seu corpo inteiro foi instantânea, o medo tomou conta do seu corpo e uma raiva intensa a invadiu juntamente com um instinto assassino, ela não sabia, mas estava sentindo exatamente o mesmo que o Imperador.

Ela se levantou e pegou uma das espadas caídas e antes que o Imperador pudesse reagir, ela o atravessou no peito. A dor que ela sentiu foi tão intensa que a fez cair junto gritando e se contorcendo.

O príncipe responsável por matar o bebê ainda no berço, viu toda a cena também sentindo todas as dores que a jovem princesa sentia. Um riso louco brotou de seus lábios ao cravar os olhos na moça.

— Você está linda! — ele falou se aproximando fazendo a jovem recuar — seu medo é lindo e excitante...

A jovem princesa continuou recuando, sem dizer uma palavra, sentindo toda a satisfação retorcida do ser a sua frente.

— Que presente magnífico. Será que se eu te matar, irei sentir a morte também? — ele puxou uma das espadas ensanguentadas que havia caído pelo chão e se aproximou ainda mais — Isso, tenha medo... fique ainda mais bonita...

— Não! — exclamou a jovem princesa, fechando os olhos e apertando o talismã de sua mãe com toda a força.

Uma fenda foi aberta e ela foi lançada através dela.

Qiang Huang e Zyon retornaram para onde a jovem estava caída, na cena ainda em Himura.

— O que aconteceu depois disso? — o Imperador perguntou tentando não demonstrar todos os sentimentos que aquelas visões deram para ele.

— Ohime cresceu aqui até a caça aos mestiços. Por conta disso teve que fugir novamente e voltou para Yeou e vocês se encontraram de novo.

— E foi isso? Como eu não lembro desse reencontro? — o imperador parecia impaciente.

— Depois disso ela passou a ser alvo das divindades por ser considerada um ser potencialmente prejudicial para os universos e sabendo que a sua vida estaria em risco se ela seguisse aqui, ela te pegou desprevenido, alterou as suas memórias e fugiu. Infelizmente depois houve uma catástrofe, seu ruah foi liberado e por culpa dela sete bilhões de pessoas morreram. Apesar de você não lembrar dela, ela seguiu temendo por sua vida e por conta disso ela guiou o Espírito da Neve para que o senhor não estivesse sozinho. Com medo que nós voltássemos e te contássemos sobre ela, ela deu a sua ordem ao espelhar o professor Yakumo. Nós jamais poderíamos revelar sobre ela a você.

— E como você está conseguindo me contar agora? — o Imperador perguntou.

— Tecnicamente não estou te contando, estou falando com a minha própria cabeça. Você e os outros que estão invadindo o meu espaço e escutando isso tudo.

— E depois? — Qiang voltou a perguntar.

— Ela selou as próprias memórias para que nunca mais se lembrasse de você ou desse lugar, bloqueou a própria passagem até aqui para que nunca corresse o risco de te encontrar novamente e fugiu. Desde então eu e o professor a ajudamos. O problema é que o selo começou a fraquejar e ela começou a ter uns sonhos frequentes, um selo fraco coloca em risco seu portador, além do mais, ela nos fez prometer que te protegeríamos também, então... aqui estamos nós.

—Me proteger? De quê? — indagou o Imperador, estreitando os olhos ao se voltar para ele. Porém, antes que Zyon pudesse responder, Qiang percebeu que seu corpo era prontamente expelido da mente de Zyon.

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Observações:

Hakama é uma das vestimentas mais tradicionais do Japão. Ela parece com uma calça larga e foi tradicionalmente utilizada por samurais.