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I

Alemanha, 1927

Meu primeiro dia foi simples mas real..

Diferente das muitas outras crianças que começaram cedo, comigo também não foi diferente porém, eu comecei a estudar mais tarde do que todos da minha primeira classe.
Isso foi o suficiente para me deixar mais do que nervosa...

- Crianças antes da aula quero apresentar a vocês sua nova colega de classe, Hannah.

Minha cabeça estava em outro mundo professora, perdoe-me.

- Srta. Hannah? - ela se aproximou em passos tão cautelosos quanto a sua voz.

- SHADOV! - pregou-me um susto...O suficiente para levantar-me e fechar meu diário antes que pudesse ser punida.

Toda a classe riu.

- SILÊNCIO!- antes dela prosseguir com teu discurso, a sirene soou como se dissesse "hora do pátio!".
Cadeiras e mesas foram lentamente esvaziadas acompanhando um conjunto de passos em marcha, estando só eu e a velha. Eles parecem soldados, pensei. Futuros soldados prontos pra guerra.

- Quando eu lhe dirigir a palavra, responda está me entendendo? - eu via o diabo em pessoa. Seus olhos fulminaram meu rosto já pálido, enquanto minhas mãos apoiavam o presente de meu pai.

Ainda me encarando, ela tomou meu diário sem pensar duas vezes e agora sim, eu me levantei.

- Isso é do meu pai! - gritei. Eu só tinha sete anos quando escrevi minha primeira página
Desenhei, na verdade.

Sem ter uma folha para rabiscar, deixei minhas lágrimas serem meu único papel. O pátio estava coberto de neve e minha solidão pairava em silêncio. Apoei-me em uma parede, usando meus minúsculos braços como meu único cobertor. Meus olhos iam em direção a minha bota coberta de neve até eu perceber alguma coisa e secar minhas lágrimas. Alguém.
- Olá, como se chama? - despertei, com a voz masculina a minha frente.

- Me chamo Hannah. - respondi.

Aquele garoto tinha minha idade, seus olhos azuis eram simpáticos e vibrantes enquanto seu cabelo castanho e enrolado recebia a neve. Tive que me segurar pra não rir, em um braço ele segurava uma bola enquanto a outra foi estendida em minha direção.
- Kevin ao seu dispor, madame! -Kevin fez uma reverência para mim, o que me fez corar ainda mais -porque você estava chorando?. - antes que eu pudesse responder alguém gritou.

A outra voz era um eco, vinda de longe por uma menina. Meus olhos verdes se viraram para ela no mesmo instante que suas palavras fizeram Kevin se virar de costas.

- KEVIN! VENHA RÁPIDO OU VAI PERDER A SUA VEZ! - a menina ruiva das duas tranças longas, seria uma das pessoas que eu não gostaria de ter conhecido durante minha jornada.

- Ei, quer jogar comigo? - ele havia se virado novamente pra mim, com um sorriso enorme no rosto.

- Quem é ela? - Ela apareceu como um fantasma. Um fantasma que me assombraria por muito tempo.

- Hannah, esta é a Gisela.

- Oi..- Gisela era simplesmente assim, fria e egoísta.- agora vamos Kevin!.

Gisela puxava o braço de Kevin com tanta força que ele quase caiu no pátio.Era um cachorrinho e sua dona até eu aparecer. Ou ele aparecer.

- Espere! - ele bradou - só vou se a Hannah for!.

Ela ainda segurava seu braço até se virar para mim com aqueles olhos azuis e gélidos. Olhos de gelo afiado. Ela tinha o dom de me desafiar com apenas um olhar.
- Está bem então. - ela disse, revirando os olhos. Gisela era dois anos mais velha do que eu e Kevin, assim como meu irmão.

Minha mãe era uma judia muito ortodoxa, sempre exigia que eu usasse devastadores vestidos estando eu no frio ou no calor. "Coloque uma meia-calça, isso resolve." Ela também não gostava que eu jogasse alguns jogos "jogo é do diabo" , "porque está usando calças?", "ore antes da refeição", "Você esqueceu de orar!" Sempre, sempre, sempre me ditando regras estúpidas! mas papai não era assim comigo. Como sinto sua falta agora..

Eu era boa de bola!. Sempre que Gisela tentava acertar o seu alvo como goleira, eu ganhava mais ainda. Kevin me elogiou tanto quanto perdi o fôlego, tanto que esqueci o motivo de ter chorado. Gisela ainda me fitava com o olhar, só que mais intensamente. A sirene tocou, e meu dia estava apenas a começar.

- Porque estava chorando? - ele me pegou de surpresa, enquanto caminhávamos.

Ele era tão gentil comigo.
- A Sra. Becker pegou o meu diário, aquilo era o presente do meu pai... - respondi a ele.

Antes que eu entrasse pela porta da sala, ele suspirou ao olhar para a minha professora. Em seguida, murmurou em meu ouvido
- Me encontre na saída.

E lá estava ele, coberto de neve e com um livro sobre teus cotovelos -não era um livro qualquer, era só o meu diário-.
Não suportei, dei-lhe um beijo em suas bochechas rubras e coradas enquanto nossa amizade enfim nascia...

- Obrigada! - foi o consegui dizer.

*

Meu irmão tinha nove anos e tocava piano. Assim que cheguei na nossa floricultura, eu subi para o quarto e ele ali estava, com seus dedos sobre as teclas brancas soando uma linda melodia. A mais linda que escutei.
Nossa casa em Munique, tinha dois andares. A primeira era onde estocavamos chapéus, bolsas e todos os vestidos da Bellé époque. Mamãe costurava com tanta calma que de tecido em tecido, dava para sentir que cada peça fora costurada pelas mãos de um anjo. Adorava mexer nas plantas, especialmente as rosas.
O segundo andar era os nossos quartos. Mamãe dormia com o papai e eu e Urias tínhamos um quarto para nós dois. Não tínhamos uma cozinha ou uma sala própria pois o fogão, a mesa e a pia estavam em conjunto e por pouco, nosso pai conseguiu comprar um piano no ano passado.

Urias sempre fora muito talentoso.

- Jogando muito Hannah? - ele havia sibilado, concentrado demais para olhar a irmã. Como sabia ele?.
Sentei-me em um pequeno banco ao seu lado e comecei a tocar rapidamente.
- Ei! Não mexa aí! - gargalhei. Eu era uma criança muito curiosa e sabia irrita-lo como ninguém pois apenas eu poderia fazer isso contigo.

Hannah! - era papai - desça daí e vá ajudar sua mãe! - Uri é o príncipe e Hannah é a gata borralheira, porque tudo era Hannah que fazia.

Samuel Shadov, era um senhor de classe média que trabalhava para a polícia alemã e dedicou sua vida a uma investigação secreta, mas isto é uma outra história. A silhueta dele é hoje um fantasma que respira dentro de mim, como se dissesse que ainda estava vivo em algum lugar aqui dentro. Meu pai soltava aquele perfume francês entre a maciez de seu paletó preto e os seus chapéus da alta indústria e portanto, sua palavra estava a cima de todas as leis.

Meus olhos se acertaram quando passei despercebida por aquela escultura enorme com os seus olhos castanhos escuros sobre meus rastros.
Era os olhos de Uri, como um bom detetive.

Ajudei mamãe com a costura dos vestidos e nos cortes de tesoura afiada, onde meus pequenos dedos se movimentavam em uma melodia romântica e clássica aos dedos do meu irmão sobre o piano. A música e o silêncio foram nossa única companhia. Nossa mãe havia adorado tanto nossa música, que parou o trabalho pra criar um retrato em preto e branco do filho tocando piano. Seus olhos verdes estavam alegres sobre os binóculos da câmera e senti uma pontada de inveja dele mas o que me deixou mais curiosa, foi a expressão preocupante de papai sendo o maior mistério de toda aquela tarde.

Ele ficou em teu quarto durante o dia e apenas desceu para jantar quando todos havíamos terminado nossas refeições. Mamãe se manifestou, mas nosso pai insistia que estava tudo na perfeita ordem e nós concordamos. Bom, nem todos.
Meu pai era um pai brincalhão, amigo e muito protetor e ele só andava de um lado para o outro pela casa. Passava o tempo todo escrevendo e lendo a primeira página do jornal que falava sobre o tal "Pacto de Versalhes".

Eu tinha tantos pesadelos á noite com o monstro debaixo da cama que eu dividia com o Urias, que não suportava a ideia de dormir sem ter meu pai lendo uma história de dormir.

Desci da minha cama nas pontinhas dos pés para teu lado que era meu único e verdadeiro cobertor, mas antes que eu pudesse bater na porta ele já estava ali com seu pijama e seus cabelos pretos e grisalhos com o máximo de cuidado para não acordar sua esposa.
Sempre fui curiosa .

- Pai, tem certeza de que o senhor está bem? - eu tinha tanto medo de estar sozinha - eu não consigo dormir sem você. - eu lacrimejei.

- Estou bem sim, querida. - ele franziu a testa - E o seu primeiro dia foi bom?
Assenti como resposta a sua altura.

Quando ele se agachou para que ficássemos do mesmo tamanho, um silêncio veio logo em seguida como se ele estivesse procurando suas palavras cautelosamente até finalmente dizer
- Tome cuidado com quem andas.

Eu reclamei tanto pelo que vivi, que hoje luto para viver.

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