Existe um Universo em Você
Hoje é o aniversário do meu querido amigo, que considero um irmão, boquetelarry. E eu prometi dar de presente uma oneshot com o plot que ele tivesse vontade. É curtinho, simples e rápido, mas é feito de coração. E tudo que vem do coração, é único e especial. Do mesmo jeito que você é para mim! Te amo bro, feliz aniversário! Espero que goste! I love you.
Boa leitura, my bright star and shiny sun .x
Boa leitura para as outras estrelas e solzinhos que vierem parar aqui .x
Foi embora igual estrela cadente, mas aqui vai permanecer igual na memória.
~*~
Louis olha para a garota baixa que faz uma expressão pensativa e indecisa ao lado do irmão dela, que a olha esperando uma resposta também. O rapaz perguntou se a irmã queria chá gelado e ela disse que estava afim de tomar refrigerante.
- Hoje você quer refrigerante? Da vez passada todo mundo tomou refrigerante e você quis o chá.
- Eu sei, mas estou com vontade de tomar refrigerante agora.
O menino olha para Louis.
- Tem combo com chá gelado e refrigerante?
Louis balança a cabeça em negativo para seu cliente, esboçando o sorriso mais educado que consegue. Pelo visto esse pedido é um dos demorados que o faz tremer o olho esquerdo para manter o sorriso e postura profissional, quando por dentro gostaria de dizer "Vocês podem fazer o pedido amanhã, mas o filme já vai ter acabado".
Não o entenda mal, Louis ama seu trabalho no cinema.
Toda aquela pipoca fria que sobra da pipoqueira e os funcionários podem comer porque não venderiam pra mais ninguém e ás vezes até alguns doces – quando o gerente não estava vendo, mas sabia mesmo assim e deixava passar – que pegava na vitrine. Uma vez ele abriu a boca na máquina de refrigerante enquanto François, um dos seus companheiros de turno e fazer merda, despejava Sprite e Coca-Cola direto em sua goela. Ele se engasgou e ficou sem ar, o refrigerante subindo de volta por suas narinas e François rindo tanto que se jogou no chão.
Também era divertido ver os diversos tipos de pessoas e relacionamentos de seus clientes nas filas. Não tanto quando algum gringo vem assistir filme inglês, mas não consegue falar inglês pra salvar a própria vida e gaguejam "how much moni", ficando nesse ciclo vicioso pra completar o pedido com Louis dizendo "Senhor, pound não é uma alternativa para colocar na pipoca, estou falando do dinheiro que precisa me pagar". Mas divertido ainda assim.
É só que alguns dias Louis preferia estar em casa, jantando algo que não fosse pipoca e observando o céu noturno com seu telescópio pela janela do quarto. E não vendo dois irmãos discutindo calmamente o que eles sabem que no final não terá mudança alguma e terá sido em vão esses cinco minutos decidindo.
- Um combo de Lemon Pepper com chá gelado mesmo.
Viu.
- Claro, mais alguma coisa? – Louis se vira para pegar o pote de combo e põe em cima da bancada. – Qual o sabor do chá?
- Não, só isso. Limão.
Louis assente e pega duas garrafas de chá de limão, colocando dentro do pote e adicionando mais canudos e guardanapos que necessário, nunca se sabe. Ele se dirige para a pipoqueira e percebe que precisa colocar mais milho na panela grande. Louis vira a panela, tirando as pipocas que sobraram de dentro e colocando dois copos cheios de milho, fechando a tampa sem mais mistério. A máquina é profissional e funciona praticamente sozinha, eles só precisam ficar prestando atenção e reabastecer.
Louis enche o saco maior que é do combo e dá um passo para o lado, girando uma alavanca que faz a pimenta de limão ser moída na hora. Ele abre a boca do tubo e a quantidade medida automaticamente do pó verde cai por cima das pipocas, as colorindo.
- Aqui está. – ele põe no pote e tecla rapidamente no computador para fechar a compra. – São 12,90, por favor.
Eles pagam com cartão de crédito e Louis chama pelo próximo cliente.
E oh.
Louis pisca, paralisado e sem o sorriso que deveria estar dando nesse momento segundo o regulamento dos funcionários. Porque esse garoto parado na sua frente do outro lado da bancada faz exatamente o seu tipo. A coisa é: Louis não tem um tipo, mas aparentemente agora tem.
- Boa noite. – o garoto cumprimenta educadamente, mostrando o sorriso com covinhas.
E não é conveniente que ele tenha uma cratera na bochecha igual a lua?
- Boa noite, senhor. – diz no automático e franze o cenho porque tem certeza que o rapaz é mais novo que ele.
- Quero uma pipoca média com manteiga derretida e um suco de uva, por favor.
Quando Louis precisa de mais tempo pra admirar o cliente, o cliente faz pedido rápido. Que sorte. Entenda a ironia.
- É pra já, Curly.
O garoto suspende uma sobrancelha com o apelido, mas não comenta. Louis precisa pensar num plano e bem rápido se quiser rever o provável amor da sua vida que acabou de aparecer. Se deixar a chance passar, nunca vai se perdoar e quando for um idoso, vai ficar murmurando "e se" e fazer os futuros sobrinhos dele dizerem para as mães que o tio está ficando louco e precisa ser internado.
Ele não quer ser internado por não saber como seria ter o menino de cachos e tatuagens ao seu lado na velhice.
Na hora da manteiga derretida, Louis olha pra trás por cima do ombro. Os olhos verdes eletrizantes do menino já o olhavam fixamente. Louis arregala os olhos azuis como se tomasse um susto e fosse pego em flagrante, virando de volta pra manteiga.
Mordendo o lábio em grande concentração necessária para molhar a pipoca superficialmente com a manteiga e obrigar o cliente a voltar mais tarde pedindo por mais, ele sorri satisfeito com a farsa e volta para a bancada.
Curly - esse vai ser o nome pra se referir a ele enquanto não souber o nome real - come a pipoca no mesmo segundo. Ele é desses. Provavelmente a pipoca vai acabar e os trailers ainda estariam passando. Louis pega o suco de uva e finaliza o pedido.
- 8,90 senhor.
- Não era Curly?
E uou. Okay, isso é um bom começo. É ótimo, na verdade. Louis sorri e aceita o dinheiro, dando o troco e a notinha.
- Obrigado, Curly. Bom filme.
- Obrigado, Louis. – Curly sorri com um aceno de cabeça em apreciação.
Opa, como assim Curly sabe o nome dele?
- Você me conhece? – fica surpreso.
Louis teria lembrado de um rosto assim caso se conhecessem. Impossível não ficar marcado como se sente hoje, o vendo pela primeira vez. Curly parece segurar o riso, olhando pontualmente para o peito de Louis. O funcionário segue o olhar e abre a boca com sua própria lerdeza. Tem um crachá com seu nome no bolso da camisa do uniforme.
Curly ri dessa vez e se afasta. Louis fica maravilhado com a risada grave, piscando lentamente em estado dormente.
- Hã... – um adulto com aparência de quarenta anos e ter pelo menos um filho na vida, pigarreia chamando atenção de Louis pra saber se pode ser atendido.
- Desculpa. Boa noite, qual seu pedido?
- Vou querer nachos, uma pipoca pequena e uma Coca-Cola.
Louis une as sobrancelhas e cruza os braços, analisando o homem em sua frente que está completamente confuso com a atitude do funcionário.
- Enquanto faço seu pedido, me diz o que pensa de almas gêmeas? – Louis se aventura e é a vez do homem de unir as sobrancelhas em completo horror do quanto ele é aleatório.
***
Já faz cinquenta minutos. No momento a fila para pipoca está vazia porque os filmes começaram e as próximas sessões só abrem daqui meia-hora. Daqui a pouco aparecia gente de novo. Louis está com o cotovelo apoiado na bancada e a mão na bochecha, fazendo o olho direito ficar menor que o esquerdo com a bochecha levantada.
De vinte em vinte segundos, ele olha para o corredor das salas de cinema em esperança de uma cabeça com cachos e olhos verdes emergir em todo seu esplendor exigindo mais manteiga derretida. Talvez Curly seja preguiçoso como ele e prefere ficar vendo o filme e comendo pipoca seca.
- Está até parecendo que você é criança de novo, sentado no topo da escada esperando o tal Papai Noel aparecer com os presentes, mas à medida que o tempo passa, você fica convencido que talvez ele não seja real e seus pais mentiram, destruindo assim a sua infância. – François faz sua melhor análise psicológica da linguagem corporal de Louis, sendo um estudante de psicologia.
- Basicamente. – Louis dá de ombros, não discordando.
- Isso aí! Já posso montar meu consultório. – François comemora, não aprofundando no assunto.
Louis o encara e François sorri inocentemente.
- Ugh! Pergunta por que estou assim! Eu preciso desabafar. Você tem um dever, François. Só um! – Louis revira os olhos, se desencostando da bancada.
- Seja mais dramático – o amigo ri, mas cede aos caprichos do outro. – Me conte seus problemas. – finge abrir um bloco de notas e estar interessado na vida inteira dele.
- Bom, tudo começou na barriga da minha mãe. Eu já podia sentir lá dentro que o dia de hoje aconteceria—
- Ah, vai se foder. Tenho mais o que fazer. – François sorri forçado e dá um tapinha reconfortador no ombro de Louis.
- Idiota! Estou tentando dizer aqui que vi minha alma gêmea, um momento histórico da minha vida e você nem—
Uma presença na sua visão periférica o interrompe e Louis se vira com a mesma expressão de desgosto que usou com François para seja lá quem acabou com sua cena dramática e emocionante, que o faria ganhar o Oscar primeiro que Leonardo DiCaprio em apenas dez segundos de carreira.
- Oi, Louis. Com licença.
- Porra – Louis murmura, olhando embasbacado para Curly. – Isso é um sinal. Só pode ser um sinal.
- Desculpe? – Curly inclina a cabeça levemente, indagando com o olhar o que o funcionário estava delirando.
- Ele é um caso perdido, vive no mundo da lua. Literalmente. – François se põe na frente para socorrer a situação. – Tem telescópio gigante, faz astronomia e tudo. O que deseja, senhor?
- Você faz astronomia? – Curly sorri largo, os olhos verdes brilhando e Deus, Louis jura que viu estrelas dentro deles, mas estrelas não deveriam ser verdes.
O ar pesa, uma tensão pairando no ambiente enquanto o silencio se alastra e Louis não responde. Mal processando o que lhe foi perguntado. François o cutuca com o cotovelo na costela, ganhando um grunhido de dor do amigo.
- O quê? Er, sim. Sim, astronomia. Eu faço. Sim. – Louis se dá um soco mentalmente por se fazer de tão bobo. Só uma confirmação bastava.
Mas Curly não parece se abalar, o sorriso aumentando.
- Eu também, comecei esse ano.
E é claro que ele também faria astronomia. Quais as chances? Tão clichê! Tão alma gêmea.
- Definitivamente um sinal. – Louis se repete, mais mesmerizado.
Curly e François olham preocupados para Louis, não conseguindo entender seus murmúrios ocasionais sem contexto, falando sozinho praticamente.
- E definitivamente vou ser internado antes de chegar na velhice se continuar assim, não é? – Louis diz mais alto, suspirando e balançando a cabeça pra recuperar a compostura. – O que precisa? Mais manteiga?
- Quê? – Harry fica perdido por um segundo, mas logo realça o olhar e olha para a bancada pensativo. – Não, eu... Já comi a pipoca toda. Na verdade, quero mais um suco de uva? – diz como questionamento.
- Eu não quero. Nem François, ele prefere o de pêssego. Não sei se tenho a resposta sobre você querer ou não mais um. – Louis brinca, não evitando.
Curly sorri timidamente, mantendo o olhar na bancada. Uma coloração mais rosada tinge suas bochechas e caralho, Louis fez o amor da sua vida corar. Isso é um ponto pra Grifinória! Ou Lufa-Lufa. Merda, Louis costumava achar que iria pra Grifinória, mas o teste no Pottermore afirma que seria Lufa-Lufa. No final das contas, se apaixonou pela casa.
- Um suco de uva, por favor.
- É pra já, Curly.
Louis se prontifica a ser útil para esse ser maravilhoso com quem vai se casar um dia. Vai até encomendar muitos sucos de uva pro buffet.
- Harry.
- Você também fez o teste? – Louis sorri, feliz de sua alma gêmea gostar de Harry Potter.
- Teste?
- É, de Harry Potter. Pottermore, sabe? Tava pensando nisso agora e você falou – Louis percebe como é estranho e se talvez ele é telepata.
Pode lidar com isso. Aceitará qualquer explicação sobrenatural pra existência de um anjo como esse. Ou um ET, nunca se sabe. Um ET charmoso e sexy, mas ao mesmo tempo doce e fofo como cupcake. Com rosto de sapo. Isso! Ele deve ser um daqueles príncipes de contos de fada que se transforma em sapo. Faria sentido.
- Não, eu... Eu me chamo Harry. – cora mais, coçando a nuca. – Só pra... Você não precisar me chamar de Curly. Não que eu não goste. Você pode. É que... Huh, se quiser. Harry é... Outra alternativa.
Louis entrega o suco e encara Harry, tirando conclusão que é mais um sinal. O nome do seu possível namorado é Harry enquanto pensava em Harry Potter. O universo inteiro está trabalhando a seu favor pra comprovar que isso é um encontro escrito nas estrelas.
Harry paga pelo suco e hesita um pouco, mas se vira e anda a passos apressados de volta pra sua sala do filme. Louis sorri suavemente até ver a forma do menino sumir nas portas duplas e dar um tapa em sua testa por ter deixado a chance escapar de pedir o número dele ou que data seria melhor para o casamento.
- Isso foi patético. Os dois são tão óbvios, mas tão alheios – François resmunga, se afastando e rindo.
Louis dá o dedo do meio, não entendendo o que ele quis dizer, mas sabendo que dar dedo é sempre uma boa reação.
***
Durante a metade dos atendimentos com a nova fila que se formou com as sessões prestes a começarem, Louis se sentia desolado. Nunca mais veria Harry e a última coisa que falou pro cacheado foi o preço de um suco. Ele iria ter filhos com Harry e depois contar a história de como se conheceram para os netos. Mas vai morrer sozinho e contar esse final ridículo de preço de suco e nada inspirador ou impactante para os filhos dos sobrinhos.
- Obrigada. – a mulher de cabelo loiro sorriu pra ele após ser atendida, segurando na mão do filhinho e se afastando para dar vez ao próximo cliente.
Louis apenas suspirou longamente, abrindo um sorriso falso que parecia uma careta de psicopata. Não podia perder o emprego também.
- Oh.
- Ei.
É o Harry. Uma terceira vez. Louis poderia se ajoelhar no chão e olhar pro céu agradecendo Deus por enviar o mesmo anjo tantas vezes. Mas o gerente está presente agora e isso o ganharia uma bronca por falta de profissionalismo.
- Ei. – Louis dá um sorriso mais genuíno, o coração palpitando acelerado de felicidade.
Harry logo sorri de volta, a convinha aparecendo. Não, não. A cratera. É uma cratera fofa e do tamanho exato pra Louis enfiar o dedo. As pessoas atrás percebem que nenhum dos dois está realmente falando nada e ficam impacientes.
Harry abre a boca pra falar, mas Louis o vence:
- Meu turno acaba daqui meia-hora.
Harry pisca duas vezes, a expressão em branco, fechando os lábios.
- Se estiver interessado em saber! – Louis rapidamente adiciona, sendo sua vez de corar. – Caso, não sei, você queira sair? Sair comigo. Você quer? Isso foi estranho. Você pode ignorar completamente. – se constrange, desviando o olhar. – Quer outro suco?
- Não, eu já tenho do-
Harry se cala e Louis volta a olha-lo, não sabendo se escutou direito a frase cortada. Harry desvia o olhar como se cometesse um grave erro. Ele responde mais baixo:
- Eu adoraria.
- O suco? – Louis aponta pra onde as latinhas estão.
- Sair. Com você. – Harry chuta o chão com a ponta do pé, unindo as mãos em timidez.
E Louis... Louis deve estar sonhando. Não tem outra explicação lógica pra esse sentimento tão novo e tão intenso se apoderando de si. Não vai ser seu primeiro encontro na vida. Longe disso. Está na faculdade já, no seu terceiro ano de astronomia e já teve sua quantidade considerável de namorados e encontros. Normalmente com pessoas que demorava meses pra se enfatuar e não menos de três horas. Muito menos tão investido como se sente nesse pouco tempo.
- Okay.
- Meu filme acaba nesse horário, então...
- Okay, sim. – Louis balança a cabeça com mais veemência que necessário e as pessoas na fila resmungam alto suficiente pra demonstrar o descontentamento em não ver nenhum serviço sendo feito. – Te vejo depois. Perto da porta de emergência.
Harry mostra os dentes e as covinhas, concordando com a cabeça e pedindo desculpas para ninguém em especifico. Mentira, era para as pessoas reclamando atrás dele, mas Louis não podia dar a mínima. Harry se afasta e Louis o acompanha com o olhar, notando quando o cacheado se vira pra trás pra olha-lo de volta antes de adentrar a sala. Ele esqueceu do suco.
- Senhora, enquanto faço seu pedido, quer escutar o que penso sobre almas gêmeas? Eu acabei de fazer uma descoberta incrível – Louis diz para a cliente impaciente que para em frente da bancada.
***
Harry tem uma picape. Com adesivos de flores roxas e rosas na lateral. É tão ridículo e tão adorável que Louis não consegue fazer um comentário zoando como por natureza faria em qualquer outra circunstância ou com qualquer outra pessoa. Mas ele vai chegar lá quando já estiver íntimo e confortável suficiente com Harry.
Na traseira do carro está o telescópio do cacheado. Ele tira o objeto dali com a ajuda de Louis, o arrumando na clareira pra onde decidiram ir e discutir sobre a paixão em comum do universo.
Louis trocou o uniforme do cinema pela roupa casual. Um casaco da Adidas e bermuda da Nike, ele gosta de se chamar de versátil. Harry, visto inteiro de perto sem estar se afastando pra uma sala de cinema ou escondendo metade do corpo por trás de um balcão, é de tirar o folego.
- Por que uma roupa tão feia fica bem em você? – não provocou sobre o carro, mas a roupa estampada e chamativa era outra história.
- É Gucci.
- A marca não faz ser mais bonito, Harold.
Harry ri e Louis sorri satisfeito consigo mesmo. No fundo só estava querendo isso, fazer o cacheado rir. A verdade é que ele não poderia se importar menos com o que o garoto vestisse. Até um saco de batata ficaria perfeito se isso deixasse Harry confortável e feliz. A opinião dos outros não vale nada, ele não está se vestindo pra elas.
Estendidos no pano grosso e lilás, abaixo do céu estrelado, os dois garotos se veem trocando risos e histórias sobre a família e amigos. Louis tem um padrasto, cinco irmãs e um irmão mais novo, a mãe dele faleceu há um ano atrás de câncer, mas Harry nunca poderia ter adivinhado porque a personalidade de Louis brilha e brilha como se fosse o sol, fazendo desaparecer todas as estrelas e a lua para ser o centro da atenção e aquecer todos ao redor. Harry tem uma mãe, um padrasto e uma irmã mais velha, que ele odiava quando menor, mas agora é sua melhor amiga.
Os dois chegam a conclusão de que o outro aprecia a família e quer formar uma um dia. E nenhum deles explica o sorriso no canto dos lábios com a satisfação dessa informação. Porque mesmo que hoje seja o início de seja lá qual relacionamento haverá entre ambos, concordam que nem investiriam se não tivessem a vontade de tornar duradouro.
Discutem sobre o Gliese 436b que possui gelo quente por toda a superfície, sobre o maior reservatório de água do universo encontrado perto de um buraco negro colossal, sobre a nuvem Himiko que é considerada a origem da galáxia primordial e o planeta diamante que gira tão rápido que um ano dura apenas 18 horas.
- Eu gostaria de olhar de perto as framboesas espaciais com Rum. – Harry suspira sonhadoramente.
Louis sabe que ele está falando da nuvem de poeira Sagittarius B2, mas sua visão se foca nos lábios vermelhos, volumosos e úmidos se movimentando para emitir a voz grave e lenta. E com coisas tão extraordinárias aí fora, é possível que o mais fascinante está ao seu lado deitado e tagarelando empolgado sobre cheiro de rum e gosto de framboesa de uma nuvem. Louis quer sentir o cheiro de Harry e provar o sabor de seus lábios.
- Ela é composta por bilhões de litros de álcool, só ali. Flutuando dentro dela. Já imaginou? – Harry por fim se vira para olhá-lo com um sorriso gigante que fica menor ao perceber os olhos azuis já fixos em seu rosto e intensos.
- Harry.
- O-oi? – o rapaz balbucia sem jeito, a tensão pressionando forte em seus ossos.
- É a primeira vez que eu me distraio escutando alguém falar sobre o universo. – normalmente Louis estaria falando do assunto e a pessoa se entediando e fingindo escutar, e agora ele está tão admirado com Harry que a atenção se concentrou só em sua existência. - É a primeira vez que ao invés de querer saber os segredos do universo, eu só tenho uma pergunta pra fazer. A mais importante de todas.
Os olhos de Harry se desviam para os lábios finos e rosados em sua frente.
- Qual?
- Posso te beijar?
- Deus, sim – Harry assente com veemência e fecha os olhos, soltando a respiração que segurava.
Louis está em cima dele em segundos, os lábios se encaixando num beijo hesitante e demorado que se transforma em algo mais certo e demandante a medida que a língua mapeia e explora a boca do outro, conhecendo os melhores ângulos e o que fazia emitir os pequenos sons de gemido e necessidade que eram abafados.
Ele podia sentir Harry ficando duro onde tocava na coxa. Louis se impulsiona contra a ereção, arrancando um gemido mais enfático do cacheado. O corpo de um faminto pelo outro cada vez mais, aquele sentimento e desejo tomando forma gradual e física.
- Eu nunca fiz isso. – Harry murmura, os olhos embaçados encarando o céu ao subir o queixo, dando acesso a boca de Louis em seu pescoço.
- O quê? – Louis não para de distribuir beijos e mordiscadas por toda a pele macia e sensível de Harry, do pescoço para as clavículas expostas na camisa ridícula de vários botões abertos. – Amasso?
- N-não. – Harry morde o lábio, batendo os cílios e arqueando levemente as costas quando Louis dá um chupão bem no ponto certo. – Querer tanto alguém em poucas horas. – especifica.
- Nem eu. - Louis concorda, feliz de não estar sozinho com o sentimento desconhecido, mas tão bom e lindo.
- Louis – Harry geme. – Por favor.
- Diz, love – Louis sabe o que ele está pedindo, mas quer escutar da voz grave e implorativa.
Harry não consegue, seus músculos tencionam e a fricção entre os membros fica incessante, como dois adolescentes se masturbando pela primeira vez e gozando rápido demais. Nem o vento frio e casual consegue amenizar o calor queimando e atravessando de um para o outro.
- Harry, babe, me diz – Louis insiste, voltando a beija-lo e esfregando o quadril com mais vontade para motiva-lo.
As unhas do cacheado cravam nas costas do mais velho em reflexo, querendo algo pra se segurar e aguentar a sensação prazerosa que parece explodir.
- Quero você... Lou, por favor. Quero sua mão. – choraminga.
Louis não perde mais tempo, desabotoando e deslizando o zíper da calça de Harry com agilidade, enfiando os dedos por baixo da boxer do garoto para trazer seu volume encharcado e inchado pro lado de fora, as veias salientes da lateral pulsando sob seus dígitos.
- Porra, olha pra você. Tão grande e gostoso – Louis o elogia, sussurrando ao pé do ouvido de Harry, lambendo atrás e mordiscando o lóbulo.
- Mmmh Louis – Harry diz acompanhado de mais sons incoerentes, se entregando completamente para o homem em cima de si deixando seu mundo de cabeça pra baixo com tão pouco. – Você é tão bom com as mãos, Lou. H-hm, assim... – Harry o puxa pela nuca num beijo brusco e insaciável.
- Quer saber como sou com seu pau entalando minha boca? – Louis propõe com a voz repleta de malicia e tesão.
- S-sim! – Harry concorda tão rápido que faz Louis rir e dar um beijo mais carinhoso na bochecha corado do cacheado.
- Deixa comigo. Vou cuidar de você.
Ele se abaixa, ficando com o rosto de frente para o pau grosso que segura na mão pela base. Encara a glande avermelhada e brilhosa com o pré-gozo escorrendo da fenda e deslizando por toda a largura até chegar nos testículos. Seu próprio pau fisga na boxer apertada coberta pela calça. Olhando para os olhos verdes, dá a primeira lambida tentadora no topo da cabecinha. Como um gatinho.
Harry estremece e se arrepia, jogando a cabeça pra trás.
- Porra, Louis
Louis sorri e dá lambidas mais firmes e repetitivas, rodeando a glande e abocanhando com as bochechas fundas. A sucção fazendo barulhos obscenos altos e molhados no ar, que levam Harry à loucura.
Ele não consegue mais tirar os olhos de Louis o chupando e com a mão de dedos pequenos e grossos masturbando o que não está na boca. Quando Louis afunda mais, batendo a glande contra a parede de sua garganta que se contraía deliciosamente em volta de si, Harry geme o nome dele. Aperta com força o pano grosso onde está deitado. A respiração ficando agitada, o suor frio na testa e nuca e o movimento involuntário de seus quadris fodendo a boca de Louis.
Fica preocupado e pensa em parar, mas Louis apenas geme ao redor dele enviando vibrações prazerosas. Não parece se importar nem um pouco, recebendo o que Harry quiser dar. Fincando as unhas nas coxas do mais novo e abrindo a boca ao máximo para ser fodido sem mal engasgar.
Harry acha que o paraíso deve chegar muito perto disso. A boca de Louis é quente, molhada e maravilhosa. Louis acaricia uma de suas bolas sensíveis e enrugadas, balançando a cabeça pra baixo e pra cima no pau de Harry, parando no topo pra depois sempre voltar todo o caminho até a base. A língua grudada embaixo da ereção.
- Merda! Isso é tão bom, sua boca é tão gostosa.
E não são os olhos azuis e ladinos em sua direção ao chupá-lo que o faz perder os sentidos. Sãos os dedos que brincavam com seu testículo o estimulando mais ainda, que ao descerem pelo vãozinho de sua bunda, Harry imagina se fodendo neles. Tendo Louis o fodendo e preenchendo do mesmo jeito que estava o fazendo se sentir com o pau em sua boca.
Ele tenta avisar Louis, tremendo e tornando os movimentos dos quadris irregulares com o ápice se aproximando. Mas Louis nem pisca o olho, preparado pra tomar cada gotinha de gozo que expele do cacheado, quase se sufocando com a quantidade.
Louis prolonga a sensação do orgasmo até Harry protestar com a sensibilidade. Ele larga o pau flácido com um "poc" que se encurva na barriga de Harry. Lambe o canto dos lábios inchados para limpar resíduos.
- Bom? – a voz falha e rouca por conta do boquete faz o coração de Harry palpitar rápido.
- Muito mais que bom.
Louis sorri com a aprovação e cobre o pau de Harry, o vestindo de volta. Ele sobe pra ficar com o rosto no nível do cacheado e dar um beijo longo e nada apressado. Só aproveitando e dando uma amostra dos gostos misturados em sua boca. Harry o abraça e percebe que ele ainda está com uma ereção negligenciada.
- Você quer que eu...?
- Não precisa. – Louis nega, sorrindo gentilmente e dando um selinho pra garantir. – Eu quase gozo só de te escutar gemer e ver sua expressão de deleite. – admite.
Harry ri e esconde o rosto da visão de Louis, ficando envergonhado de uma hora pra outra. Louis acha adorável. Os dois ficam em silencio, se aconchegando no outro. Pernas cruzadas e braços envolvendo.
- Você tem as estrelas nos olhos e a lua na pele. Até as crateras no rosto.
- Crateras?
- Como você explica as covinhas? Hm? – Louis confronta, cutucando a covinha que aparece com o sorriso que Harry dá.
Eles ficam assim, só sorrindo, arrastando os pés pela canela do outro preguiçosamente e ocasionalmente afastando os mosquitos e insetos que se intrometem.
- Louis... O que significa tudo isso pra você? Nós dois? – Harry cria coragem de perguntar.
O rapaz pensa nisso agora, mas não é difícil tomar a decisão.
- Se lembra o que François disse?
- François?
- Aquele meu amigo no trabalho que disse que vivo no mundo da lua.
- Sim.
Eles falam sussurrando, criando um clima íntimo e frágil, como se mantivessem um segredo do universo ao invés do contrário. Só pra variar.
- E sabe aquela coisa que as pessoas dizem quando você olha pra alguém de um jeito apaixonado? "Você olha pra ela como se tivesse pendurado a lua e pintado as estrelas no céu".
- Sei. – Harry sorri, o coração batendo um pouquinho mais rápido quando a mão de Louis se coloca logo acima do órgão pulsante em seu peitoral.
- Harry, você passou dos limites. Você é a lua pendurada e as estrelas pintadas. E pode crer, se me permitir, eu quero viver no mundo da lua pro resto da minha vida.
Ele ingere essa declaração, antes de chegar na real conclusão:
- Então... Você está dizendo que quer viver comigo pro resto da vida?
- Eu estudei astronomia o suficiente pra saber identificar partes do universo. Você não conseguiu se camuflar de mim. – confirma com convicção, brincando e rindo, mesmo que no fundo seja exatamente isso.
- Bom. Porque eu sou tão apaixonado pelo universo que as pessoas dizem que namoro com ele. – Harry dá uma pausa, sobrando a última insegurança para prosseguir com cautela. - E você?
Louis não esperaria amanhecer pra dar a resposta. Está na ponta da língua desde o primeiro beijo trocado.
- Vou namorar de volta, vou corresponder.
***
- A propósito.... – Harry comenta mais tarde quando estão recolhendo o pano da grama e desmontando o telescópio. – Eu não precisava de outro suco de uva. A pipoca tinha acabado mesmo, antes dos trailers terminarem. Mas a garrafa ainda estava na metade e eu nem consegui tomar a outra. Eu só quis encontrar uma desculpa de falar com você.
Sucos de uva no buffet do casamento é o que vai ter.
Louis acha curioso que em um outro universo possa existir um Louis que não tem um Harry. Mas nesse ele tem e é só o que importa.
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