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Prímula Azul (Porque ele estava de volta)


🌾🌼


Setembro.

Estou encolhida dentro de um casaco grosso, sentada em um dos degraus da escada que dão acesso ao corredor L, onde fica meu apartamento. Estou esperando por ele, como sempre faço. Em meus fones, toca uma música qualquer que o aleatório escolheu, a voz suave faz meu corpo relaxar e sinto que não estou acordada o suficiente para prestar atenção nas letras da canção.

Já passa das onze horas, e gradativamente as luzes da cidade que consigo ver através das portas de vidro vão perdendo o brilho, tudo parece melancolicamente bonito; a forma como a cidade dorme, o silêncio tomando a rua, e a noite se tornando incrivelmente mais escura. Talvez essa fosse uma sensação que existia unicamente na minha cabeça, mas a noite parecia ainda mais escura horas antes do sol nascer.

Observo o par de meias coloridas que escolhi calçar naquela noite, elas não combinam em nada com o meu pijama temático, muito menos com o cabelo despenteado e meio preso que resolvi usar na ocasião especial, talvez eu tivesse sorte o suficiente de saber que Jungkook não enxergava muito bem à noite, muito menos naquela meia-luz que só as escadas do prédio proporcionavam, e  para ser sincera, eu pouco me importava como eu ia parecer para ele. Eu era uma bagunça, e ele sabia bem disso.

Ouço um "Boa noite" vindo da portaria, e estico-me porque sei que provavelmente é ele que está ali, e acerto. O capuz escuro cobrindo boa parte do cabelo, e a máscara ao redor do queixo não negam, a mochila parece duas vezes maior que seu tamanho normal e torço para que isso signifique dias à mais comigo.

Aquela é a primeira vez que o vejo depois de dois longos meses de distância devido ao seu trabalho, e estranhamente, meu coração bate tão rápido que consigo ouvi-lo através da melodia em meus fones, não existe ritmo ou compasso, mas o som parece natural, como um sinal de que é ele que está ali.

Ele sobe lentamente os degraus e então me encontra ali, desperta pelo som do próprio coração. Seus óculos estão na posição errada, os cabelos desgrenhados por baixo do capuz , e seu rosto inchado denuncia o cansaço dos últimos dias e das horas de vôo até aqui,  não existe nenhum pouco do glamour que eu vi nos últimos meses, a versão que está ali é a minha favorita dele, a verdadeira.

Estou tonta por alguma razão, e pondero minhas opções: uma crise de ansiedade iminente pela presença de Jungkook aqui, ou estou dominada pelo sono, o bastante para não conseguir parar de pé.

— Você demorou... 

Ele sorriu por baixo da máscara, e só notei isso porque seus olhos inchados formaram pequenas pregas laterais.

— Eu senti sua falta. 

Ele estava fazendo aquilo de novo. Aquele olhar que eu implorava para que não fizesse, como se estivesse derretendo todas as proteções e barreiras que meu coração possuía, como se pudesse enxergar além da minha alma, e aquilo era perigoso demais.

Puxei-o pela manga de seu casaco, caminhando pelo corredor para finalmente adentrar em meu apartamento, que a partir daquele momento não era apenas meu.

Girei a maçaneta, empurrando a porta e o puxando para dentro, Jungkook sorria como se soubesse o que eu estava prestes a fazer, porque meus dedos já alcançavam as alças de sua máscara, porque eu não estava suportando mais nenhum segundo sem poder olhá-lo tão de perto.

Estava tudo ali.

As pequenas pintas em seu rosto, como as estrelas da Constelação Gemini, cercando sua bochecha, na ponta de seu nariz, ao lado da orelha e aquela que praticamente chamava por mim, bem abaixo de seu lábio inferior, a marca de um beijo roubado. Deslizo os dedos por seus lábios, e por toda a pele de seu rosto fazendo com que aquela sensação de tocar as estrelas faça meu estômago fervilhar, estou prestes a beijar um anjo, estou prestes a segurar entre as mãos as gotas de uma chuva em Saturno. Meus dedos encontram a pequena cicatriz de meia-lua na lateral de sua face, que completa o universo que aquele homem abriga, e penso que estou perdendo o controle quando seus olhos fecham ao sentir meu toque. Talvez eu esteja e talvez seja isso que eu queira: me perder, contanto que eu encontre nele todos os caminhos.

Como a cena de um filme, assisto meu corpo aproximar-se dele, e seus lábios que antes abrigavam um sorriso, desabrocham para os meus. Deslizo minha boca por cima da sua, e suas mãos me seguram firme para perto, todo o frio de antes, simplesmente desaparece com a quentura de seu hálito, e tudo parece acontecer em câmera lenta: Seus sapatos lançados longe, o casaco que antes parecia necessário jogado em meus pés, um pedido insistente de Berry por atenção, a forma como os olhos dele estão fechados enquanto minhas mãos deslizam por sua nuca, e a mistura que só nós dois conseguimos ter.

Nossas testas estão coladas, eu o seguro tão perto de mim que todo o ar que respiro vem de seus pulmões, não quero soltá-lo, não quero imaginá-lo saindo novamente por aquela porta por mais uma infinidade de dias que se arrastam com sua ausência, eu sabia que estava dependente de algo que ele me dava e eu odiava aquela sensação de parecer incrivelmente desesperada por algo, mas isso era só um jogo de palavras que não fazia sentido, eu tinha o amor em minhas mãos e não estava disposta a deixá-lo ir.

— Noonim... 

Ele quebra o silêncio, e sinto que estou prestes a chorar todas as lágrimas que guardei nos últimos dois meses.

—  Noonim, eu não quero deixá-la nunca mais... 

Suas mãos seguraram minha cintura com tanta força que tive certeza que seus dedos estavam tocando meus ossos por baixo da pele fina. Ossos de Pássaro, como Helena costumava chamar.

—  Nunca... Nunca...

A sensação de que meu peito pode explodir em milhões de fogos de artifícios é real, eu sinto as chamas que sobem através de minha boca e encontram o pavio na ponta de minha língua, quente, fervilhando, pronto para clarear os céus. Jordana costumava dizer que certos sentimentos explodem no céu, e em seguida viram cinzas, e agora, enquanto Jeon está ali comigo, a frase surge em minha mente, e pela primeira vez eu compreendo o que ela quis dizer. Estou eufórica demais para pensar em outra coisa, eu vejo apenas cores, azul, laranja, verde, vermelho... A cor bonita dos olhos dele, que estão olhando apenas para mim.

Eu me sinto única.

— Você é lindo 

Isso é tudo que consigo dizer antes de enxergar unicamente Jeon.  Acho que fui feita para me encontrar apenas nele, e me perder, completamente, em suas cores.

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