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Oleandro (Você me manteve como um segredo)


Primeira parte.


🌼🌾


A camada generosa de argila nas mãos de Sota tomava forma conforme os moldes dos seus dedos. O silêncio brutal entre nós dois foi quebrado pela TV ligada. Desviei o olhar para ele que, atentamente, me olhou de volta.

— Recebi um e-mail importante há uns dias — Sua voz tranquila me manteve atenta. — Um e-mail sobre você.

Fechei as anotações no caderno apoiado em meu colo, estava finalizando as revisões do meu livro quando o assunto surgiu.

— Da editora?

Sota sorriu, parecia calmo.

— Não, — disse — do Jungkook-san.

O meu Universo vazio pareceu despencar conforme o nome dele tomou forma nos lábios de Sota, uma ruína de mistério, um fragmento; a raíz do problema. Como se Tóquio inteira tivesse sido silenciada no momento em que um segredo profundo era arrancado abruptamente de dentro de mim e exposto a olhos curiosos. Todos da plateia segurando suas respirações. Minha mente frenética trabalhava em conjunto. Ele sabia.

— Do que tá falando? — sorri — Um cara famoso te mandou um e-mail sobre mim?! Ah, Sota! Deve ter sido alguém brincando com você, não é óbvio?!

Sota não esboçou reações adversas, seus dedos moldaram o pequeno vaso que ganhava vida nas suas mãos, Berry espreguiçava-se em sua almofada temática no chão da sala e tudo se movimentava com uma lentidão de uma dança coreografada, um ritmo próprio, a pacificidade que antecede o caos.

— Ele é o seu ex-namorado, não é? — ele perguntou, sem hesitar. Parecia um questionamento retórico, de quem sabe a resposta. — O pai do Berry-chan, o cara que foi embora... É ele, não é?

A memória daquela noite ainda desbota e rapidamente se ajusta, como um punhado de cenários de escape no qual ainda tentava remontar momentaneamente em detalhes. O tom da voz de Sota, minhas reações denunciadoras como provas de um crime, depois que os corpos foram encontrados no jardim da casa, eu continuava a negar. Incansavelmente negava. Havia sido treinada para isto.

— É claro que não. Não sei que tipo de brincadeira é essa, Sota, mas isso não é engraçado. — Talvez a minha reação exagerada, o modo trêmulo do meu lábio, sua observação minuciosa, ele me lia bem, eu pensava, e todos os detalhes orquestraram os ajustes finais. Ou só estava cansada de carregar um segredo comigo e queria ceder. Eu queria falar em voz alta, para alguém, além do meu reflexo no espelho, do meu coração machucado, que Jungkook havia existido, que eu havia imaginado nada daquilo.

As mãos de Sota alcançaram o avental, limpando o excesso de argila para então, ajustar os óculos outra vez no rosto.

— Você o chama enquanto dorme, sabia disso? — disse — Quase todas as noites.

Ele carregava pesar em cada frase dita. Uma melodia triste de despedida que antecedia a nossa, como se já se antecipasse um destino imutável. Nosso previsível final. — Depois que li o e-mail, eu só tive certeza. Ele até tentou disfarçar, eu acho, mas é um grande bosta fazendo isso.

Levantei mais depressa do que deveria, cega pela tontura, caminhando até a cozinha, uma tentativa de manter meu rosto longe do seu campo de visão, mas quando as lágrimas não encontraram mais barreiras, tudo foi propagado no silêncio. Toda e qualquer verdade.

Sota caminhou até mim.

— E de verdade, pouco me importa o que ele sente, se ele é esse maldito cara. Não é importante. Porque acabou, não é? Tudo acabou entre vocês. Só quero que me diga, Sofi-chan, você me vê como um homem?

Mantive as costas em sua direção, os olhos fixos nos azulejos ridículos daquela cozinha planejada do nosso apartamento mediano. Havia colocado todas as minhas forças naquilo, sem pensar sobre as chances de uma derrota iminente. Eu confiava que poderia suportar, tolerar o intolerável. A verdade jamais daria as caras materializada por aqui.

— Sou sua noiva. — respondi, firme. — Isso não te responde nada?

Mas você me ama? — ele se aproximou, os pés cobertos por meias de cor clara, manchadas por respingos de argila. Um tom em desfalque no cenário de uma casa de bonecas, falsa e montada.

Queria dar a Sota a resposta que ele merecia, que o meu amor havia dado frutos com o tempo e não precisava se preocupar com nada, nunca mais, porque um nome por si só não seria capaz de me assombrar de novo. O fantasma do garoto bonito que habitava o apartamento anterior não havia seguido nosso rastro; mas ainda via seu rosto no reflexo de cada superfície espelhada, estirado nos lençóis da cama nova, tirando as roupas no canto do quarto com os olhos fixos em mim, beijando minha boca quando meus lábios tocavam os de Sota. Ele nunca partiu, como uma maldição de vidas passadas, ele continuava aqui.

— O que eu sinto por você é muito especial. — O meu sussurro pareceu gritado, assim como a decepção estampada em seu rosto. Falar de amor parecia errado, com Sota, era somente um erro.

— Vou reformular a pergunta. — Sota segurou minhas mãos, os olhos fechados por trás das lentes dos seus óculos. — Você ainda o ama?

Minhas mãos ampararam seu rosto, tão de perto, que cada palavra soava como um pedido de perdão, o anel brilhante ocupando espaço em meu dedo era só um berloque figurativo de algo que não significava mais o mesmo. Uma estrutura frágil, caída aos pedaços diante dos nossos olhos. Nossa fábula durou pouco, feri Sota de morte quando acreditei que poderia, somente poderia, viver feliz em nossa mentira.

Eu... eu não sei. — o soluço do meu choro entrecortava as palavras — Parece que ele não me deixa em paz nunca, — limpei as lágrimas se derramando no rosto — e eu não sei se quero que ele deixe.

No fundo, era como se eu soubesse que iria magoá-lo, desde o início. Minhas escolhas me levariam até este momento crucial de mágoa, quando o impacto das palavras tornaram tudo mais denso e lento, destrutivo.

Ele caminhou para longe, juntando tudo que julgava necessário em uma mochila pequena. Visivelmente não sabia o que fazer, mas parecia insuportável estar no mesmo espaço que uma traidora.

— Eu deixarei que você pense melhor sobre nós, sobre tudo. Porque não vou conseguir viver com a ideia de que você não está feliz ao meu lado.

— Sota, por favor, por favor...

— E sendo bem honesto, eu preferia morrer a ter que ser a pessoa que vai te dizer isto, mas se você realmente o ama, não deveria estar comigo.

Foi como acabei aqui, parada diante do hotel, observando a fachada bonita do Shangri-la Tokyo a uma distância exata de trinta e quatro passos que me separavam de uma série de questões mal resolvidas com meu passado. Erguendo o cronograma da turnê deles na cidade, imaginando, por puro instinto, que Jungkook estaria ali, hospedado naquele em um daqueles quartos luxuosos com janelas imensas. Ainda conseguia reconhecer os detalhes a olho nu; os rostos familiares dos managers, os seguranças amontados ao redor dos carros blindados e staffs disfarçadas no hall de entrada. Todos a postos em suas funções.

O papel úmido grudado aos dedos, assim como cabelo, o tecido da jaqueta e o vestido colado à pele, os lábios trêmulos, os sapatos ensopados denunciavam somente a espera. Me odiaria na manhã seguinte por me colocar em um papel do qual havia sido subordinada a sair, abandonar como uma fugitiva.

O rosto de Lee foi o primeiro a surgir. Apavorado, ao me reconhecer do outro lado da rua, quando acenei discretamente em sua direção. Havia envelhecido um pouco, parecia mais cansado, destacando as poucas horas de sono desenhadas em manchas ao redor dos olhos.

— Sofi-ssi, o que faz aqui? — O guarda-chuva sobrepôs minha cabeça, causando um alívio imediato da água que se infiltrava nas roupas. — Ele não me avisou que você viria.

Por um segundo tive medo de que Lee trouxesse uma daquelas notícias que se espera com a natureza do tempo; que outra garota estaria naquele andar, naquele quarto com portas numeradas, sempre à espera, ansiosa, repensando a vida inteira que viveria nos bastidores dos holofotes de Jungkook. Vestida em uma peça de roupa dele, um pequeno fragmento que ainda poderia ser seu quando ele atravessasse a porta de volta para o seu mundo agigantado e assustador, brilhante e tão, tão acelerado. Um perfume, um gosto nos lábios, a sensação permanente de sua mão apoiada em sua nuca, naquela despedida que afastava o seu olhar e aproximava o desejo: "eu volto para você." Era aquele sentimento que a faria ficar.

Jungkook era bom com promessas e as cumpria como ninguém.

— Ele não sabe que vim — respondi, sem olhá-lo nos olhos. — Mas preciso muito falar com ele.

Era pedir demais, no fundo, sabia que arriscar o cargo de Lee em troca de respostas, dos problemas que só diziam respeito a mim, era egoísmo.

— Eu não sei se posso, os protocolos são ainda rígidos, sabe disso. Ele precisa autorizar para que você suba.

A conversa de Lee com os seguranças durou alguns minutos, um telefonema, uma staff apressada com um olhar de soslaio e uma autorização pendurada ao redor do meu pescoço.

Atravessei o hall do hotel deixando pequenas poças de água pelo caminho, enquanto acompanhava a staff até o elevador.

Décimo sexto andar. Ela apertou no painel prateado. Um silêncio desconfortável ocupou o espaço. Em seu moletom personalizado havia o nome da turnê estampado em letras capitulares, as siglas de sua função bordadas por baixo de um capuz. O tempo pareceu correr ainda mais lento conforme subíamos.

As portas se abriram para um corredor vazio, de carpete vermelho e decoração requintada, as marcas dos meus sapatos ficavam marcadas a cada passo dado.

Quarto 976.

Ela parou, deslizando o cartão contra a tranca automática. A luz verde foi acionada e o espaço foi aberto como um portal mágico. Dei um passo para dentro e a porta se fechou atrás de mim. O impacto do seu mundo no meu ainda era exatamente igual: estranheza. Deslocamento.

Lá estava ele. Descalço, de pé, ao lado do telefone fixo do quarto mantendo-o contra a orelha, de costas para a porta. A toalha enrolada ao redor da cintura. Podia ver o caminho tortuoso que as gotas da água faziam ao redor da sua nuca, dançando para baixo na superfície da sua pele tatuada, enquanto o vapor do banho quente tomava o quarto. Cenas de um devaneio compartilhado.

Jeon Jungkook — Seu nome se enroscou na minha boca como uma palavra proibida, um gatilho no fundo da garganta, arrastando a ânsia que se disfarçava por trás da negação, da ideia idiota que outras sílabas mágicas de nomes comuns ditos em voz alta me trariam a mesma sensação de certeza, enquanto eu ainda estava ali, molhada até os ossos, na expectativa de algo que ainda não sabia designar com a palavra certa.

Seus olhos encontraram os meus como quem enxerga o passado inteiro. A inocência de Jungkook que um dia pareceu prevalecer diante da idade, se despediu há tempos. Um sinal de sua existência habitava na curva sutil do seu nariz franzido quando sorria, tímido, no modo infantil que seu lábio perfurado repuxava para o lado ao pronunciar o meu nome, cada consoante dançando na sua boca bonita em uma sintonia de modo repetição que me virava do avesso, mas o conjunto era de um homem. Vinte e sete. Eu contei. 9.855 dias. Me apaixonei por Jungkook quando ele tinha apenas dezenove. Um garoto que se perdeu no tempo, nos compromissos, nas responsabilidades, que há muito não estava mais ali.

— Noona?! — Ele pareceu desorientado — Meu Deus, fique aqui, vou buscar uma toalha para você. — O choro preso na garganta parecia voltar com sua força avassaladora. Era tudo que eu queria fazer. Chorar sem ter que explicar uma palavra, sem uma satisfação. Deixar que por si só, as lágrimas o fizessem compreender tudo que sentia tão profundamente. Estava exausta, eu só queria descansar.

Jungkook enroscou a toalha ao redor dos meus ombros. O gosto estranho na minha boca denunciava um amargor do meu próprio medo. Havia me esquecido das dimensões dele, de como parecia pequena em seus braços, protegida, como um alívio momentâneo da vida. Um respiro, anestesiada por algo que corria minhas veias e me desligava do que estava ali fora, amedrontando os dias distantes, o futuro, nós dois. Jungkook envolveu os braços ao redor dos meus ombros apoiando a minha cabeça contra o seu peito, seu calor confortável transmutado em cada parte minha e senti o seu coração bater sem compasso. Desarmônico. Tum tum, tum tum tum.

— Por que você não me liberta disso? — Meus ombros tremiam. — Eu tô tão cansada.

Sussurrei.

— Eu tô aqui agora. — Ele disse, fazendo o medo se transformar em outro sentimento. — Peguei você!


🌸


— Tire as roupas molhadas, — Jungkook esticou a camiseta retirada da mala em minha direção. — Não quero que adoeça. — Usava calças de moletom e uma camiseta de tecido macio que raspou contra o meu braço com sua aproximação, apoiando o rosto em meus joelhos. Havia se trocado com uma habilidade sobrenatural.

Sustentei a peça com os dedos trêmulos, ainda estava segurando os fragmentos borrados do cronograma da turnê. Sentada na poltrona do quarto, encarando um quadro surrealista pendurado acima do sofá, tudo estava mergulhado em um silêncio profundo, o immmmmmmm incômodo de uma cítara invisível.

— Obrigada.

— Precisa de ajuda?

Fiz que não com a cabeça.

Quando removi o vestido, Jungkook virou o rosto para o lado oposto, caminhando na direção contrária.

— Espero que tudo esteja bem, você poderia ter me avisado antes que viria. — ele disse, enfiando uma das mãos no bolso enquanto a outra toca o próprio queixo — Não precisaria ficar esperando na chuva.

— Não tenho planos de ficar. — As meias foram a última parte, revelando meus dedos enrugados. — Pode virar.

Ele estava nervoso, de algum modo ainda era perceptível no modo como se movia.

— Aconteceu alguma coisa? — Sua pergunta pareceu fingida, no fundo ele sabia a motivação, embora não tivesse consciência dos danos. Fiquei de pé, puxando a camiseta para cobrir uma parte exposta das nádegas. Jungkook manteve a cabeça recostada na parede, os olhos fixos no abajur brilhante.

— Por que mandou aquele e-mail para o Sota? — A pergunta o acerta em cheio, bem ali, naquele ponto frágil; — Você não tinha direito de dizer aquelas coisas para ele!

Ele fica em silêncio absorvendo a questão, seus olhos, profundamente escuros, parecem me engolir. Não há brilho algum. Nenhum traço de arrependimento. Crescentes, como duas luas negras, fixos em mim.

— Eu só pensei que... Ah, noona, eu precisava falar. O que eu fiz não foi legal, ok? Eu sei! Mas só estava tentando deixar as coisas claras para ele. — Suas sobrancelhas franziram.

Senti meus dedos formigarem, o perfume dele preso no tecido da camiseta ainda revirava meus sentidos, uma letargia que causava angústia. Um pedaço de tudo que não teria mais.

— Ah,— bufei — E desde quando isso diz respeito a você? Me diga quantas vezes enviei e-mails para suas namoradas falando sobre nós, exigindo algum tipo de reparação ou seja lá o que for?! Você não tinha esse direito, nós não temos mais nada um com o outro.

As palavras soaram como mentiras orquestradas. Se não existia nada, de fato, por que acabava sempre de volta aqui?

— É totalmente diferente, Noona! — O tom de sua voz subiu, me fazendo disparar na mesma intensidade com que ele me atingia.

— Diferente como? Me diga! — Me armei outra vez, caminhando até ele.

Ele fechou os olhos, apoiando as mãos contra a mesa no centro do quarto.

— É só...diferente!

— Rá, você não faz ideia de como tá sendo egoísta.

Seu punho bateu contra a mesa com toda força e seus olhos outra vez me encararam.

— Era a mulher que eu amo que estava prestes a se casar, o que você queria que eu fizesse? Uh?! — Ele respirou fundo, puxando os cabelos para trás. Deteve-se. — Desculpe, eu... Às vezes eu não sei o que fazer. Pessoas fazem merda quando estão apaixonadas.

Meus batimentos pareciam medidos pelo ritmo acelerado dos meus pensamentos, inundando minha mente outra vez em uma correnteza descontrolada.

— Você quer me dizer que nesse tempo você não esteve com ninguém? — Meu tom parecia incrédulo.

— Com algumas garotas. — Ele tomou um gole do copo preenchido de gelo e cerveja apoiado contra a mesa de cabeceira, conseguia ver seus dedos trêmulos. — Algumas.

E não se apaixonou por nenhuma delas?

Jungkook riu, jogando a cabeça para o lado, com sua dose desconfortável de sarcasmo dando as caras.

— Eu nunca pude ter o meu coração de volta, como poderia dá-lo a outra pessoa? — Seu queixo se ergueu minimamente, e então, levou o copo até a boca de novo.

Continuava em círculos ao seu redor como uma droga de vício. Colocar tanto amor nas mãos de uma menina, no passado, foi um risco. No fundo, eu sabia que ninguém iria me amar como Jungkook amava, este era o meu pesadelo lúcido, desejar ser amada por alguém que eu não poderia ter.

— Eu nunca quis machucá-lo, — ele começou — O Sota-ssi, eu digo, eu nunca quis que isso causasse algum tipo de dano. Foi uma ideia de merda. Mas pra ser honesto acho que eu só estava com inveja.

Jungkook esticou o corpo sobre a cama, mais tranquilo, e bateu contra o colchão para que eu me aproximasse.

— Você está diferente — disse, observando-o mais de perto — Vejo as coisas que faz no palco. Parece tão desinibido! As garotas devem amar isso, não deve faltar pessoas interessantes para você conhecer.

Jungkook ergueu o rosto, agora me olhando nos olhos. Cara-a-cara. Observando meu rosto em silêncio.

— O problema é que só tenho olhos pra você, não consigo me preocupar com quem está olhando pra mim. — Sua mão tocou os meus cabelos, deslizando os dedos pelo ombro. — Mas, posso conversar com o Sota-ssi, pedir desculpas pelo que disse, sei lá.

Os danos já eram irreversíveis para nós. Para Sota e eu. 

Eu senti suas palavras impregnadas na minha carne, marcadas. Observei seus dedos machucados pelo excesso de treino, e tive vontade de beijá-los, com o cuidado necessário que o amor parecia cobrar de mim. Outros desenhos cobriam a pele tatuada, ao lado da flor de lírio-tigre, um girassol bonito complementava o jardim pessoal de Jungkook.

— Você o magoou muito. Mas não sei se será mais necessário. — disse, observando o brilho da cidade lá fora através da janela, o vazio do meu dedo sem o peso de uma aliança ocupando o espaço. — Sota e eu não estamos mais juntos, — respirei fundo — pelo menos eu acho que não.

Jungkook apoiou a cabeça contra a palma de sua mão.

— A culpa é minha, não é?

Fiz que não com a cabeça.

— Não é só sua. Eu tenho procurado motivos para odiar você e passei os últimos três anos vasculhando uma razão para que pudesse te tirar de mim, o Sota não conseguiu sequer arranhar a superfície. A culpa não é sua só sua. Eu que sou uma péssima mentirosa mesmo. — cochichei — Nem deveria estar te dizendo isso.

— E você conseguiu? — ele rebateu. — Me tirar de você...

— Esse é o problema, Jungkook. Eu não consigo. — eu disse — E não tenho mais certeza se quero.

Ficamos em silêncio, observando os pingos de chuva escorrendo pela janela, parcialmente iluminados pelas luzes de outros prédios, arranha-céus que nos mantinham seguros de outros olhos curiosos. Seu braço enroscou ao redor da minha cintura, puxando-me para mais perto, seu rosto se aproximou do meu. Contatos de primeiro grau. Por um segundo, quase cedi.

— Às vezes parece que arruinamos por completo a vida um do outro. — Seu nariz raspou contra o meu. Meu corpo desmanchou qualquer resistência.

— Você não queria se apaixonar por outra pessoa? Acabar com isso? — Tenho medo da resposta, nada mais se comparava ao que sentia desde que havia entrado naquele maldito quarto e me condenado a ele, de novo.

Ele fez que não com a cabeça, os olhos fixados na minha boca.

— Eu só não quero mais ninguém, Noona. —  Sua respiração colidiu contra o meu rosto. — Eu só quero você.





N/A: Dividi esse capítulo em duas partes porque ele têm, ao todo, 10 mil palavras. 

Quais são os palpites de vocês sobre esse encontro, o magnetismo desses dois é inegável, né? Não conseguem se afastar de jeito nenhum! Hanami está chegando ao fim, falta pouco mais de dois capítulos para o encerramento da minha filhinha mais velha.

A gente se encontra de novo qualquer hora, né?

Obrigada a todos que tiraram um tempinho para ler, muuuuuito obrigada! 

— Com amor, S.


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