O DESTINO DE UM MONSTRO
O terror se instalou no baile assim que os ponteiros no relógio atingiram o 12.
De repente aqueles bonecos asquerosos estavam se mexendo e atacando as pessoas. E junto com eles surgiram outros.
Ninguém nunca saberia de onde eles surgiram. Num instante a escola estava infestada deles.
Houve pânico, as pessoas começaram a correr, e o pior, as pessoas começaram a morrer.
Grande parte das pessoas que morreram nunca soube na verdade o que aconteceu, exceto os mais antigos. Esses conheciam a verdade, escondiam seu escabroso segredo. Um segredo que eles fizeram questão de transformar em lenda.
Tinha sido em janeiro de 76, 4 meses após a tenebrosa noite de 31 de outubro. O prefeito da cidade, na época César Filho, reuniu o povo em uma convenção realizada na escola, e naquela noite eles decidiram que transformaram aquilo em uma lenda. Era assim que contariam a história às próximas gerações, a lenda do ventríloquo.
Naquela noite Padre Mário apresentou a todos o diário de José Augusto da Silva e se tornou uma espécie de guardião do livro.
Meses mais tarde alguém encontrou os bonecos em uma maleta e eles também foram escondidos.
Tudo fora abafado, apenas uma lenda, nada mais que uma história inventada para assustar crianças, contada pelos antigos moradores ao redor de fogueiras em acampamentos.
Era assim que muitos moradores preferiam se lembrar da coisa, e muitos desses morreram de joelhos, com terços e Bíblias na mão tentando rezar, tentando encontrar uma redenção que não havia. Seu pecado fora matar a inocência única e exclusivamente por inveja, e para esse pecado não havia perdão. Aquilo era a justa retribuição por seus atos perniciosos. Aquilo não teria fim, era a noite eterna.
***
Durval estava em seu quarto indiferente ao que estava acontecendo lá fora.
Como acontecia uma vez ao ano ele dava vasão ao monstro dentro dele e estuprava a garota loira e linda que havia capturado no baile.
Sobre a mesa que ficava à direita do quarto, encostada na parede, ele havia colocado a maleta com os bonecos que tinha achado na laje da escola. Bonecos que tinham sido deixados ali há muito tempo por pessoas que estavam tentando esconder um segredo terrível, pessoas que estavam tentando transformar um segredo em lenda.
Quando o relógio alcançou a meia noite, os bonecos ganharam vida.
Durval não percebeu. Ele gemia de prazer, completamente nu, enquanto estuprava a indefesa garota.
Quando ele percebeu o que estava acontecendo já era tarde demais.
Primeiro ele escutou um gemido estranho, depois alguma coisa subiu na cama.
Durval olhou e viu o asqueroso boneco olhando para ele com aqueles enormes olhos vermelhos. A pedra em seu peito lançava um brilho espectral que chegava a ofuscar os olhos.
Durval franziu o cenho.
- Mas... Mas que porra é essa?!
Não houve resposta. A coisa grunhiu e golpeou o pescoço de Durval com suas enormes garras.
Eu jato de sangue explodiu manchando a parede.
Ele arregalou os olhos e colocou as mãos no pescoço tentando estancar o sangue. Acabou engolindo sangue e caiu sobre a garota despida.
O outro boneco juntou-se ao primeiro.
Durval afastou-se em pânico e caiu no chão.
As criaturas lançaram-se sobre ele mordendo e arranhando, arrancando pedaços de carne.
Durval foi envolvido por uma dor lancinante mas não conseguiu gritar por causa do corte em seu pescoço.
Ele por fim sucumbiu, e ficou ali, caído no chão, envolto no próprio sangue, os olhos abertos numa eterna expressão de pânico.
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