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MARALINA

A cidade estava horrível. Era a opinião de Maralina, que odiava o dia das bruxas. Toda aquela decoração de Halloween espalhada pelas ruas lhe dava asco.

Ela sempre odiava aquilo, uma típica festa americana comemorada em uma cidadezinha de merda como aquela. Era ridículo. Era querer ser o que a cidade não era. Mas ao menos as crianças se divertiam saindo por aí à procura de doces. Ela mesma saira uma vez quando tinha 14 anos fantasiada de bruxinha. Lembrava-se que ela e mais uma amiga, uma daquelas que hoje em dia nem olhavam para sua cara, encontraram alguns garotos e acabaram com muitos "pirulitos" na boca.

Agora não havia sentido em tudo aquilo.Aliás, a própria vida em si tornara-se meio sem sentido. Era como se ela vivesse sem um propósito, estava ali só para ocupar o espaço, respirando o ar em vão. Não havia sentido.

"Será que o sentido  não atende pelo nome de Paulo?"

Ela deixou a pergunta sem resposta, apesar de saber exatamente qual era.

Ultimamente tudo o que ela fazia era negligenciar a voz da consciência.

"Perca o medo garota. Deixe de ser tola."

A voz que dizia exatamente o que ela tinha que fazer para se feliz.

Paulo era passado, uma coisa que não era mais possível. Ele estava em outra agora. Estava com Luana, e mesmo que ela fosse uma travesti era melhor do que ela, podia lhe dar muito mais carinho do que ela fora capaz de lhe dar.

Será? Ou isso era apenas um subterfúgio, uma invenção criada por seu subconsciente para amenizar a dor que ela ainda sentia? A dor de uma escolha mal feita.

Maralina balançou a cabeça e se obrigou a parar de pensar em Paulo mas estava difícil.

Acontecera há anos mas era como se fora ontem que ela tomara a decisão da qual se arrependeria pelo resto de sua vida.

Bem, agora o leite já fora derramado e não adiantava se lamentar, era melhor parar de pensar na coisa e ficar se martirizando, era melhor se concentrar no trabalho.

Ela pegou uma vassoura e foi varrer a calçada.

A prefeitura havia impedido parte da avenida. A praça da rodoviária havia sido transformada em um grande labirinto cheio daqueles bonecos da lenda do ventríloquo que era famosa na cidade.

Ela crescera ouvindo falar naquela coisa. Muitas das histórias que sua mãe lhe contava na hora de dormir eram sobre a lenda do ventríloquo. Não era uma história adequada para se contar a uma criança, mas ela nunca tivera pesadelos com a coisa.

Segundo a lenda uma bruxa teria sido queimada em uma fogueira. Seu marido, que também era bruxo, invocara as forças do mal e amaldiçoara a cidade, prometendo vingança e conjurando demônios que possuíram seus bonecos.

Maralina não acreditava em lendas, sabia que era apenas uma invenção supersticiosa do povo, mas odiava aqueles bonecos. Eles pareciam horríveis demais. Eram criaturas realmente asquerosas.

Mas eles estavam ali. O povo gostava, os turistas adoravam e as crianças se divertiam.

Todos pareciam se divertir, menos ela. Ela iria trabalhar até a uma da manhã, iria para a casa e cairia na cama e teria um longo e negro sono, que ela queria que durasse para sempre. Mas nem nisso tinha sorte.

Era a sua solitária vida, uma vida que ela não pedira mas escolhera. As suas escolhas.

As escolhas determinavam tudo.

Maralina não sabia que no passado o povo daquela cidade, incluindo seus pais, tinha feito uma escolha, e aquela escolha selara seu destino e aquele destino iria se cumprir naquela noite de Halloween.

Mas Maralina ainda teria uma chance de concertar os erros do passado, apenas uma chance. A última chance.

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