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9. Sky Full of Stars

Hoje eu não tenho motivos para adiantar a atualização, só estou ansiosa para os próximos capítulos mesmo. Espero que vocês gostem e aproveitem o comecinho de Benky! E ah, não deixem de olhar o Tumblr, tá cheio de novidades por lá <3 Se puderem/quiserem também, a autora aqui adora ler o que vocês estão achando de Hall of Fame. Até a próxima!  


O som de fundo daquele lugar se resumia a música clássica e barulho de secador, duas coisas que entrariam com facilidade na lista de 'coisas que Skylar Howard odeia'. Provavelmente estariam acompanhada de mais uma centena de outros itens, mas estariam lá.

Mas seus pensamentos estavam longe demais para ela perceber o mundo ao seu redor, olhando para a cortina do seu apartamento balançar de um lado para o outro enquanto Dallas puxava suas madeixas loiras vez ou outra. A ruiva, que sustentava um delineador gatinho glorioso e uma enorme tatuagem no pulso esquerdo, não parava de falar desde que havia chegado ali, rindo sozinha enquanto contava uma história ou duas de um dos seus outros clientes para Sky.

Em qualquer outro dia aquilo não seria um monólogo, mas estava sendo, apenas interrompido por um ou outro murmúrio de aprovação que a loira vocalizava, não se preocupando nem em colocar um sorriso no rosto e fingir que estava bem.

— Ok Sky, eu faço seu cabelo há pelo menos três anos e eu nunca te vi tão calada — Dallas falou de uma vez por todas, despertando a atenção da loira. — Para onde você irá hoje a noite? Não me diga que é um enterro ou eu vou ficar me sentindo muito mal por não ter lido nada nos jornais.

Skylar sorriu sem mostrar os dentes, levantando o olhar pela primeira vez para o espelho desde que tinha sentado na frente da sua penteadeira. As tranças laterais que Dallas tinha puxado se encontravam na parte de trás dos seus cabelos, finalizadas com laquê e as pontas naturalmente levantadas para cima pelo secador.

— Não é um enterro, Dallas — falou, sentindo sua voz fraquejar pela falta de uso. — É um encontro.

O tipo de evento fez as sobrancelhas de Dallas se arquearem em surpresa. Trabalhava com a mulher por tempo suficiente para saber que ela ficava completamente inquieta quando tinha um encontro e se recordava bem do sorriso em seu rosto quando ela fora jantar com Tom Farvee pela primeira vez.

Da mesma forma que se lembrava como ela ficou logo depois que eles acabaram. Não havia spray ou laquê no mundo que colocasse brilho nos cabelos loiros de Skylar, assim como não havia maquiagem no mundo que escondesse suas olheiras arroxeadas.

Elas não estavam presentes naquele momento, mas Dallas sabia bem que alguma coisa estava fora do lugar.

— Isso não é o clima para um encontro, darling — a mulher continuou, olhando para Sky pelo reflexo do espelho. — Se o encontro não for com Zayn Malik, obviamente. Nós sabemos que ele termina relacionamentos por mensagens e "hope she ain't fakin' it like I did, babe".

Skylar riu da fala da mulher, negando rapidamente.

Damien Portman. Seu encontro era com Damien Portman, segundo Mika, o amor da sua vida. Ou da sua cama, ficava a sua escolha.

O fotógrafo, que realmente tinha mandado mensagem a ela no dia seguinte a sua conversa com Mika, estava se esforçando para manter uma conversa agradável entre os dois e Sky não teve coragem de negar quando ele a convidou para uma noite no STATE, restaurante e bar no Empire State Building.

Amava o lugar, que era como um refúgio para sua mente atordoada quando ela estava cansada demais para qualquer coisa que não fosse bebidas geladas com uma grande porcentagem de álcool. Tinha certeza que Mika tinha dado uma dica para ele de onde deveria levá-la, mas não conseguia se animar para a noite que teria, vendo sua cama como uma companhia bem mais agradável que Damien.

Ele não era tão ruim, só... usava pronomes possessivos demais e falava muito sobre si mesmo. E ah, ela já tinha mencionado que ele falava demais de si mesmo?

Se ela ouvisse pessoalmente a mesma história de como ele conseguiu ficar famoso como ele já tinha contado duas vezes a ela no curto espaço de tempo que conversaram, Sky não sabia se aguentaria.

— Então coloque um sorriso nesse rosto, você sabe que fica imensamente mais bonita assim — Dallas concluiu, piscando adoravelmente para a mulher antes de voltar a fazer seu trabalho.

Sky sorriu após a fala dela, abaixando o olhar para suas unhas recém pintadas em busca de qualquer coisa que pudesse distrair sua mente.

— Ele parece com o Ken — murmurou, juntando as sobrancelhas. — Você sabe Ken, o boneco? Bronzeamento artificial, dentes falsos e tudo.

A fala fez Dallas rir, negando levemente enquanto observava um pequeno sorriso no rosto de Sky. Começava a reconhecer a mulher, com seus comentários inesquecíveis que tiravam sempre uma risada sincera sua.

— Você me parece muito crítica, Skylar. Dê uma chance ao Ken de Nova Iorque.

Ela não estava sendo tão crítica assim. Damien realmente se parecia com o Ken, mesmo que tivesse ouvido piadas sobre como ela se parecia como uma Barbie quando comentou isso com Mika.

Não tinha olhos azuis como a boneca e aquele corpo era inalcançável para qualquer uma, sabia disso porque já tinha lido em algum site da internet que não inspirava confiança.

Mas ela estava dando uma chance a ele. Por mais que soubesse que aquele encontro ou qualquer coisa do tipo já estava fadado ao fracasso. No fim, estava se arrumando para ir, não estava?

— Seu correio chegou!

A voz de Heather Füller surpreendeu Skylar, que se virou da cadeira que estava sentada bem a tempo de ver a empresária entrar pela porta do seu quarto com um bolo de papéis nas mãos que fora deixado em cima da cama assim que surgira a oportunidade de se livrar deles.

A mulher era a definição da palavra sofisticada. Com o cabelo loiro preso em um coque bem arrumado no topo da cabeça e vestindo uma saia midi nude, ela parecia alguns anos mais velha que seus trinta e poucos que estavam marcados em sua certidão.

Todos que a conheciam e tinham intimidade suficiente para isso, atribuiam as rugas e os cabelos brancos que ela escondida com tintura ao seu trabalho desgastante que a seguia por vinte e quatro horas. Não havia descanso para a agente, que não soltava seu celular por um segundo sequer durante o dia.

— Dallas, sweetie, eu não sabia que você estava aqui! — Heather falou, se aproximando para deixar dois beijos na bochecha da cabeleireira, que sorria em sua direção. — E você está maravilhosa, Skylar. Você tem algum evento hoje que eu tenha cometido o erro de não anotar na minha agenda? Você sabe que eu faço isso às vezes e que minha memória não funciona quando eu não anoto.

Sky deu risada da afobação da agente, negando com a cabeça assim que ela se posicionou atrás de si, estudando-a pelo espelho.

— Não, eu só vou para um jantar com alguns amigos — colocou no plural para não ser questionada pela mulher, continuando antes que desse abertura para ela questionar quem eram eles. — Enviei dois posts para a próxima semana. Estive pensando em fazer algum conteúdo em vídeo também.

— Isso é ótimo, querida — Heather falou animada, desviando o olhar para seu celular. — Ok, vamos ao correio da semana, eu preciso estar do outro lado da cidade em dez minutos e não tenho muito tempo. Metade dessa pilha de papel é lixo, mas metade são convites realmente interessantes para desfiles e ensaios fotográficos, está tudo digitado no seu e-mail. Por que todas as empresas do mundo não adotam a mágica da tecnologia e poupam as árvores? Eu iria amar.

A loira pensou em responder, mas assim que abriu a boca, a agente já voltava a falar.

Estranharia, se não estivesse tão acostumada com a tagarelice de Heather.

— O porteiro está subindo com os pacotes, temos uma centena deles dessa vez. Lembre-se de abrir pelo menos metade até amanhã e não se esqueça de postar um agradecimento aos seus patrocinadores, não queremos vê-los irritados. Se eu me lembrar de mais alguma coisa que deveria ter falado e não falei no caminho até a reunião, te mando uma mensagem.

Sky apenas assentiu, vendo-a se virar e andar em direção a porta de madeira do seu quarto, voltando novamente a atenção ao penteado que começava a ser finalizado.

— Oh, eu quase ia me esquecendo — Heather virou-se novamente para Sky, vasculhando sua bolsa sem cuidado algum até retirar um envelope preto dali. — Isso também chegou para você ontem, mas a secretária fica me ligando de minuto em minuto para garantir que vou entregá-lo pessoalmente em suas mãos. Não sei que pote de ouro é esse, mas parece ser mais importante que o resto da pilha. Abra e me diga o que é mais tarde, sou curiosa.

Heather entregou o envelope nas mãos de Sky, saindo do quarto antes que a blogger pudesse perguntar quem era o remetente e quem era a secretária que a ligava tantas vezes para garantir a entrega. Tinha que assumir que era uma ótima ideia, já que o envelope facilmente se perderia junto aos outros que ela tinha recebido, se não houvesse um alerta que aquilo era urgente.

Era curiosa, então não esperou nem um segundo antes de descolar a cera derretida com um slogan que ela não conhecia marcado, arqueando as sobrancelhas assim que percebeu que havia um ingresso e um pedaço de papel preto no seu interior.

Pegou o ingresso primeiro, franzindo as sobrancelhas assim que percebera que se tratava de um Pocket Show privado do Coldplay na cidade, marcado para quatro horas mais tarde. Relaxara sua expressão assim que percebeu o slogan da E!vents no canto do papel, quase esquecido no meio de códigos VIP's e seu nome completo.

Colocou as mãos no outro papel, sem saber o que deveria esperar daquela mensagem grafada a mão. Poderia ser Damien surpreendendo-a, o que mudaria seu humor. Ou poderia ser apenas mais uma festa à trabalho que ela precisaria frequentar.

Ou poderia ser...

Não, não poderia ser ele. Ou podia?

Damn, ela queria que fosse ele.

"I can't stop thinking about our last night and this seems like a sign that I messed big for letting you go like that.
Meet me at backstage. Come see a Sky full of stars with me.
I'll be waiting for you.
Ben Elliot."

"Não consigo parar de pensar na nossa última noite e isso me parece um sinal de que eu fiz algo errado em deixar você ir daquele jeito.
Me encontre nos bastidores. Venha ver um Céu cheio de estrelas comigo.
Eu estarei te esperando por você.
Ben Elliot."

Ela conseguia ouvir a voz de Benjamin em seu ouvido enquanto lia o bilhete, sentindo seu braço se arrepiar com essa sensação. Enquanto parte dela queria comemorar, a outra parte desejava que nunca tivesse recebido aquele convite.

Poderia classificá-lo como uma das pessoas mais imprevisíveis que já conhecera e isso a assustava por ser o total oposto. Gostava de estar no controle e qualquer coisa que fugisse ao seu planejamento a deixava extremamente ansiosa, como se fosse ter que correr ao banheiro e esvaziar todo o conteúdo do seu estômago a qualquer momento.

Ben causava isso. Não a vontade de vomitar, mas a sensação de que não sabia o que vinha a seguir.

Não esperava o fora que tinha levado no restaurante e não esperava, de jeito algum, receber a carta que estava em suas mãos. Diria que aquilo era um sonho se Dallas não tivesse puxando seu cabelo e incomodando seu couro cabeludo naquele exato momento, doendo mais que um simples beliscão.

Dallas... — falou, recebendo um murmúrio baixo da cabeleireira em resposta. — Se eu recebo dois convites para eventos que vão acontecer mesma noite, o que eu devo levar em conta para escolher para qual eu vou?

Deus, ela não conseguia escolher nem a cor que pintaria suas unhas quando ia ao salão, como poderia, em tão pouco tempo, decidir entre Damien e Ben?

— Escolha o segundo — Dallas falou como se fosse simples, dando os últimos ajustes no penteado de Sky. — Se o primeiro fosse tão importante você nem consideraria o segundo como uma opção.

"Escolha o segundo...

A voz ecoou pela sua cabeça e ela baixou o olhar para o convite VIP nas suas mãos, passando os dedos pela mensagem escrita por Ben. De alguma forma, ela sabia que aquela era sua caligrafia, tortuosa mas extremamente organizada, assim como ele era. Sorriu ao ler a penúltima frase mais uma vez, identificando ali o trecho da sua canção favorita de Coldplay. A sky full of stars.

... se o primeiro fosse importante você nem consideraria o segundo como uma opção".

♦ ♦ ♦ ♦ ♦

Na primeira vez que Benjamin Elliot tinha ficado no backstage de um show, ele achou que nunca mais conseguiria voltar para a pista comum em outra ocasião.

Sim, o som era mais alto do que o normal, o artista nunca ficava completamente de frente a ele e tinha a companhia frequente da equipe de som, mas ele gostava de ficar ali, entre as coxias, com os braços cruzados e uma expressão vaga no rosto.

Tinha dezoito anos na primeira vez e tinha ganhado o passe para o show do Oasis, que ainda se aturavam na ocasião. Percebera, no clima entre os irmãos quando ele estava no camarim, que havia muita coisa que ficava fora do palco quando se tratava da mídia, mas a situação não fora suficiente para fazê-lo parar de desejar voltar àquele lugar.

Na época, tinha ganhado o passe livre por ser filho de James Marlowe, pouco antes do evento que quebrara seu laço com o pai de uma vez.

E apesar de muita coisas terem mudado em sua vida desde que ele tinha dezoito anos, seu amor pelo backstage continuava o mesmo. Já não mais frequentava todos os eventos que fazia, como ele e Theo costumavam no começo da E!vents, mesmo que fossem dois ou três na mesma noite.

Agora eles escolhiam, muitas vezes priorizando o sono e a saúde mental depois de meses se dedicando a tirar o planejamento e as ideias do papel exatamente como os seus clientes queriam. Mas, toda vez que resolvia acompanhar sua equipe, não se arrependia.

Para Ben, era mágico ver na frente dos seus olhos meses de programação tomando forma, justificando todas as noites sem dormir e todo o abuso de xícaras de café que manchavam sua mesa.

Talvez, naquela noite, ele iria para o pocket show do Coldplay de qualquer forma, se conseguisse vencer a vontade de voltar para casa para ouvir a voz de Chris Martin ao vivo. Conhecia a banda, a maioria das músicas e já tinha ido a um show ou outro alguns anos antes, quando Viva La Vida era um sucesso.

Mas seria um grande mentiroso se não assumisse que era o convite a Sky que o fez gastar cinco ou dez minutos a mais enquanto escolhia a blusa social que iria usar, além de ter gastado mais alguns extras enquanto olhava para os seus relógios.

Era a presença dela, ou apenas a expectativa que ela fosse encontrá-lo, que fazia com que ele se virasse para trás de momento em momento, buscando na lateral do palco alguém que estivesse usando um crachá.

Sabia que havia uma grande possibilidade de assistir ao show sozinho e já tinha feito isso tantas outras vezes que a solidão não o incomodava, mas sim o que isso significaria.

Se Sky não aparecesse, sabia que aquela era sua resposta definitiva e teria que passar o resto dos seus dias pensando no que tinha feito e imaginando outros desfechos para a história.

E se...

E se ele não tivesse dito nada no jantar?

E se eles tivessem tido um segundo encontro?

E se...

Provavelmente a imagem dela desbotoaria das suas memórias em algumas semanas, mas até lá ele teria que saber como controlar sua mente inquieta que o fazia pensar demais.

— Ei, Kay — chamou um dos homens da sua equipe que passava com pressa por onde ele estava, fazendo-o parar de supetão. — Você sabe me dizer se alguma loira com um passe VIP passou pelos portões de entrada?

O homem franziu as sobrancelhas, retirando o walkie-talkie que estava preso no cinto e repetindo o que Ben tinha acabado de falar para ele para o responsável pela liberação da entrada do Backstage. A resposta veio em forma de ruído que, apesar do esforço, Benjamin não conseguiu compreender.

— Até agora não — Kay respondeu, notando o desapontamento nos olhos do homem a sua frente. — Mas ela pode ter passado despercebida.

Benjamin assentiu, agradecendo o homem antes de deixá-lo voltar ao seu trabalho.

Sabia que Skylar nunca passaria despercebida de um lugar, nem que ela se esforçasse para isso. Sempre haveriam olhares e câmeras em sua direção, principalmente em um evento exclusivo como aquele.

Começou a se acostumar com a ideia de que ela tinha planos mais importantes para aquela noite que não eram com ele, colocando as mãos no bolso depois de checar o horário no relógio que estava em seu pulso, olhando fixamente para o palco. Em poucos minutos Coldplay entraria para fazer o show e ao menos ele poderia dizer que tivera uma ótima sexta a noite.

E estava com sua cabeça tão ocupada que não percebera a aproximação de uma outra pessoa, enquanto todas as outras passavam apressadas por ele. Se estivesse prestando atenção, teria escutado o barulho dos saltos no chão ou a respiração acelerada, mesmo com o barulho da platéia que esperava animada.

Mas não ouviu.

E ela precisou de um pequeno pigarro para anunciar sua presença.

Benjamin se virou de uma vez, encontrando os olhos escuros de Skylar encarando-o sem nenhuma discrição. Ela tinha um pequeno sorriso no canto dos lábios, as mãos escondidas atrás do corpo enquanto uma mecha do seu cabelo estava caída na frente do seu rosto.

Ela estava ali. In persona.

— Estou muito atrasada? — ela perguntou, tirando a mecha loira de frente do seu rosto. — O trânsito de Nova Iorque me prendeu mais do que eu esperava.

— O trânsito é uma merda nesse horário — Ben limitou-se a comentar, sem saber exatamente o que deveria falar. — Mas você chegou bem na hora.

Uhum.

Sky não deixou de observar os seus cabelos bagunçados, que parecia ser uma marca dele, a blusa social preta com as mangas dobradas no meio dos braços e a forma como ela ficava esticada graças aos seus músculos flexionados. Não deixou de notar os olhos brilhantes em sua direção, a maneira que ele a observava e como ele não conseguia esconder a surpresa de tê-la ali.

Desviou o olhar para o palco assim que os componentes do Coldplay entraram em cena, sentindo Benjamin sustentar o olhar para seu perfil um pouco mais antes de se focar no show que começava.

— Eu estava com medo que você não recebesse o convite a tempo — Ben falou perto do seu ouvido, fazendo-a se virar e dar de cara com o rosto dele bem mais próximo do seu do que esperava.

Engoliu em seco encarando os lábios rosados bem a altura dos seus olhos, se esforçando para levar seu olhar até suas íris azuis que a estudava minuciosamente. Ganhou cor nas bochechas assim que ele percebeu o que ela fazia, evidenciado por um pequeno sorriso lateral que apareceu no seu rosto.

Berna... Berna se certificou que minha agente entregasse o convite nas minhas mãos — respondeu, pigarreando em seguida. — Você realmente tem uma boa secretária, Ben.

— Eu deveria promovê-la — ele comentou, vendo Sky sorrir levemente antes de desviar os olhos para o palco novamente.

Não podia correr o risco de deixar que o convite se perdesse entre os outros que Skylar deveria receber, então praticamente implorou para que Berna tirasse a tarde de folga e apenas tivesse certeza que a loira iria ao menos ler o convite e o seu cartão desajeitado.

Precisaria se lembrar de agradecer a secretária no dia seguinte.

— Então é assim que assistir um show do backstage se parece — Sky murmurou, cruzando seus braços e apertando os olhos em direção ao palco. — É mais baixo do que eu pensava.

— Você nunca foi a um antes? — Ben questionou, franzindo suas sobrancelhas.

— Parece que eu não sou tão famosa quanto você pensou, Ben.

Ele sorriu, prendendo o olhar nela por um tempo antes de voltar a atenção para o palco, com uma inquietação notável e uma ansiedade que travava sua garganta.

Conseguia perceber que ela estava na defensiva, mas precisava se atentar aos aspectos positivos e levar em conta que ela estava ali. Tinha recebido o convite de última hora com seu bilhete e estava ali, ao lado dele, linda como todas as vezes que eles se encontraram.

As coisas não pareciam tão perdidas no fim das contas.

— Obrigado por ter vindo, Sky — aproximou-se do ouvido dela para falar por causa da altura do som, vendo-a engolir em seco antes de sorrir sem mostrar os dentes.

Ela conseguiu sentir o perfume delicioso de Ben quando ele se aproximou, tomando conta do seu olfato, conquistando a sua mente e bagunçando todos seus pensamentos.

— Eu também preciso agradecer pelo ingresso, então estamos quites — ela murmurou de volta no ouvido dele, passando a língua pelos seus lábios. — Obrigada.

Ben apenas assentiu levemente, olhando fixamente para a mulher até ela desviar o olhar para o palco, fingindo estar atenta no show e não no homem ao seu lado.

As duas horas e dez minutos que Coldplay estava acertado para ficar no palco se passaram como um estalar de dedos e por mais que Skylar amasse a banda, não conseguira curtir o show como faria se estivesse na presença de Gale ou Mika.

A todo momento ela olhava para o lado, discretamente ou não, só para ter certeza que Benjamin ainda estava ali, com os braços cruzados e os olhos apertados enquanto olhava para o palco. Não se falaram muito entre as músicas, guardando as palavras e tudo o que queriam dizer para quando não precisassem gritar para serem escutados.

Também havia uma linha de tensão entre os dois e Ben podia facilmente dizer que a loira estava receosa, talvez pela última vez que eles estiveram sozinhos. E ele não podia culpá-la, mas iria se esforçar para fazê-la relaxar os ombros em sua presença e vê-lo de uma forma diferente.

— Nós gostaríamos de agradecer novamente a plateia por um show tão incrível, é sempre um prazer tocar em Nova Iorque — Chris Martin falou no microfone, animando a platéia seleta que estava presente naquele pocket show. — E para finalizar eu recebi um pedido especial de música para essa noite. Sky, essa é para você.

O momento que o instrumental de "A Sky Full of Stars" começou a tocar, Skylar achou que estava ficando louca ou que iria explodir de felicidade. Adorava Chris Martin, adorava Coldplay e seu nome soava muito bem no sotaque inglês pesado que o cantor tinha. Olhou para Ben, que tentava ler sua expressão, parado ao seu lado. Sabia, pelo sorriso que ele sustentava nos lábios, que tinha sido ele.

Precisava se acostumar com o fato de Benjamin Elliot ter sempre um coelho na cartola para surpreendê-la.

— Então você pediu para eles fazerem isso? Ben, isso é... — Skylar questionou, apertando os olhos em direção a Ben com um enorme sorriso no rosto, que assentiu em seguida. — E se eu não viesse?

— Você nunca saberia — Ben respondeu rapidamente, dando de ombros. — Mas eu tinha que tentar. Dance comigo, Sky.

O pedido a surpreendeu, assim como a dedicação e o convite que havia chegado mais cedo em sua casa. Não tinha como negar, Benjamin Elliot era completamente imprevisível e ela estava morrendo para saber qual seria o passo seguinte.

— Ben, essa não é uma música para uma dança lenta — Sky tentou alertá-lo enquanto dava risada, vendo-o dar de ombros.

— Isso não importa para mim — murmurou, oferecendo a mão para ela. — Diga que isso não importa para você também.

Ela olhou novamente para a mão dele estendida em sua direção antes de aceitá-la, mordendo o lábio inferior com força assim que repousou suas próprias ao redor do pescoço dele.

Cresceu acostumada em estar rodeada de câmeras, por isso não conseguia entender porque seu rosto queimava de vergonha em estar tão próxima de Ben, mesmo que não tivesse ninguém ao redor observando os dois.

Eram só eles, Coldplay fazendo um show no palco e uma plateia animada que não fazia ideia do que acontecia nos bastidores.

— Eu te julguei — Ben começou a falar, mas Sky não conseguia ver seu rosto pela proximidade que estavam, encarando apenas o vão que estava atrás do seu corpo. — No dia da inauguração, assim que eu soube quem você era. No hospital, enquanto você dormia e no jantar, toda vez que você ficava em silêncio e eu me lembrava o que seu nome significava.

Falar aquilo em voz alta tirou um peso das costas de Benjamin, mas também o fez se envergonhar do que tinha feito. Ele crescera ouvindo de sua mãe que a pior coisa que ele poderia fazer com alguém era julgá-lo, por qualquer coisa que fosse. No caso de Sky, ele fora ainda mais a fundo e fizera o que fizeram com ele a vida toda.

Quando a reportagem sobre os dois saiu, ela a culpou. Odiou ver seu nome no meio da mídia e demorou quase um dia para voltar a pensar racionalmente e se dar conta que aquilo também tinha acontecido por quem ele era. E não havia nada mais do que ele já fazia a ser feito.

— É por isso que eu falei tudo aquilo no jantar — continuou, engolindo em seco. — Mas você é mais que um nome.

Ela sorriu sozinha, relaxando assim que ele terminou de falar.

Era só Ben ali, da mesma forma que ela era apenas Sky para ele.

— O que fez você voltar atrás? — ela o questionou, passando a língua pelos lábios. — Nesse exato momento alguém pode estar tirando uma foto nossa e amanhã você estará na capa da mídia que você tanto odeia.

— O sentimento de que eu não estava sendo justo com você — ele respondeu de prontidão com um pequeno sorriso no rosto, demorando um pouco antes de continuar. — E você.

Sky fez o máximo para não esboçar nenhuma mudança de expressão naquele momento, mas suas bochechas se levantaram em um pequeno sorriso, ganhando cor como se ela tivesse passado um blush bem pigmentado ali. Queria ignorar a festa que acontecia no seu estômago e a pequena tremedeira das suas mãos, mas não seria capaz.

Afastou-se minimamente dele, apenas o suficiente para conseguir enxergar seus olhos incrivelmente azuis, evidenciados pela luz branca que os atingia diretamente do palco vez ou outra.

— Benjamin, eu preciso que você seja bem claro agora — Sky falou de uma vez, mordendo o lábio inferior levemente antes de engolir em seco. — Como eu devo interpretar tudo isso? O convite, a dança, tudo o que você está falando...

— Veja como uma tentativa de recomeço — Ben falou franzindo suas sobrancelhas, pigarreando antes de quebrar o contato visual dos dois.

— Seja mais específico que isso. Um recomeço de onde?

Ben continuou sem encarar a loira em sua frente, variando seu olhar entre o palco e as caixas de som escuras que ficavam ao lado dos dois, tentando ganhar tempo para a sua resposta. Podia sentir que Sky praticamente prendia a respiração, ansiosa para que ele falasse de uma vez.

— Daquela noite — falou por fim, passando a língua pelos lábios antes de continuar, levando seu olhar para os olhos escuros dela. — Quinze segundos naquele restaurante antes que eu falasse que precisava ser sincero com você.

O silêncio se estabeleceu entre os dois e daquela vez era Ben que esperava a resposta de Skylar. Ela abriu a boca duas vezes antes de sorrir, desviando o olhar para a gola da blusa que ele usava antes de voltar a encarar seus olhos.

Um recomeço.

Como aquele homem conseguia ser tão bom em deixá-la sem palavras?

Um recomeço — ela repetiu o que ele tinha dito antes, sorrindo sem mostrar os dentes antes de assentir. — Acho que posso lidar com isso.

Ben sorriu com a resposta dela, segurando uma de suas mãos para fazê-la rodopiar e voltando a segurar firme na sua cintura assim que ela voltou a ficar em sua frente, no momento que os confetes coloridos explodiram no palco.

O vento fornecido pelo sistema de ventilação do espaço levou alguns dos papéis picados até os dois, que acabaram presos nos fios dos cabelos ou perdidos no tecido das roupas que usavam. Sky prendeu a respiração quando Ben se aproximou ainda mais do rosto dela, retirando um dos papéis dourados do seu cabelo e sorrindo graciosamente ao mostrá-lo para ela antes de deixá-lo cair no chão.

Ela não sabia ainda, mas seria a imagem dele e a proximidade que os dois estavam que apareceria em sua mente toda vez que ela tentasse fechar os olhos para dormir no final da noite, sorrindo sem parar com as bochechas rosadas sempre que se lembrasse de Benjamin.

E que passaria as próximas horas se perguntando se o mesmo tinha acontecido com ele quando a imagem dela viesse a tona.

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