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24. Bridges


Cinco pessoas estavam na sala, mas nenhum deles ousava quebrar o silêncio que se sustentava desde o momento que a porta de madeira do escritório de James Marlowe dentro da casa tinha sido fechada.

Quando Benjamin era pequeno, aquele lugar era a única proibição dentro da mansão Marlowe e, apesar das tentativas, todos os empregados davam o melhor de si para manter Ben e Aaron longe dali. A única coisa que o mais novo sabia, naquela idade, era que era atrás daquela porta de madeira que James passava a maior parte do seu dia, dividido entre telefonemas eternos e horas na frente do computador.

Sua mente criativa infantil transformou aquele ambiente no seu maior pesadelo, responsável pela ausência do seu pai por boa parte da sua infância. Até o auge da sua fase rebelde quando ele, em um momento de descuido do pai, conseguira entrar naquele lugar proibido quando já se passava das três da manhã.

Não encontrara um segundo quarto, como imaginava, nem nada que o incriminasse por fraude fiscal ou por ter uma segunda família, como ele sempre hipotetizou. Nada além de uma enorme mesa de madeira, um computador enorme para a época, um telefone, uma biblioteca particular e diversas fotos.

Fotos da família. Ben e Aaron quando ainda eram pequenos, Eva com os dois filhos no braço, uma foto do casamento dos dois e a famosa foto que estava na parede do lobby de todo hotel da rede Marlowe: Eva, ao lado de James, e os dois filhos que tinham o sorriso da mãe no colo de cada um dos pais.

Anos depois, algumas fotos já não estavam mais ali. A do casamento tinha sido guardada e uma de Willa com os dois enteados já grandes tinha sido adicionada na mesa de James, que já não era tão jovem como as outras que enfeitavam o lugar.

— Os advogados já ligaram, James?

Willa que quebrara o silêncio, ganhando a atenção de Aaron e Emma, que dividiam o sofá que havia no canto do lugar. James estava sentado na mesa com a mulher ao seu lado, com o olhar preso na tela do computador que já não era mais antiquado como antes. Perto da porta, com os olhos azuis perdidos pelo carpete, Ben estava encostado na parede, sentindo como se seus ombros pesassem uma tonelada.

Tinha pousado em Nova Iorque minutos antes, depois de três dias na capital em uma viagem de trabalho com Theo, e não tinha passado nem em casa para trocar as roupas ou jogar uma água no corpo antes de ir para a mansão Marlowe.

Não havia tempo. Não quando sua família, e ele, eram manchetes mais uma vez.

Ele tinha ganhado muitas capas de revistas desde o momento que ele e Sky tinham aparecido juntos no memorial de Eva. Também apareceram algumas coisas a seu respeito sobre o aniversário dela, mas nada que o incomodasse ou o fizesse perder mais de cinco minutos.

Precisou de uma semana após o aniversário dela para a primeira bomba explodir.

Uma reportagem sobre a família Marlowe, sucinta mas não o suficiente para deixar esqueletos antigos guardados dentro do armário. Trazia algumas informações sobre sua relação complicada com James, que nunca tinham sido abordados antes, junto com uma declaração inédita sobre o acontecido em seu aniversário de vinte e um anos.

Ou o dia que ele estava tão puto com seu pai que as falas atravessadas evoluíram para uma briga física que só foi parada quando Aaron entrou no meio dos dois, segurando o pulso do mais novo enquanto ele puxava a camisa do próprio pai.

Ganhou cor nas bochechas quando se lembrou de tudo o que tinha acontecido uma década antes, desviando os olhos para os próprios sapatos. Na época, James tinha dado o ultimato para o filho mais novo: ou ele assumiria parte dos hotéis da Europa, ou ele estaria fora da família de uma vez por todas.

A promessa não se cumpriu, mas a assinatura de Benjamin Elliot Marlowe tinha passado longe do contrato que James mandara fazer especialmente para aquela data, junto com a chance de reaver a relação já estremecida que os dois tinham desde que Eva tinha falecido.

— Não há muito o que eles ainda podem fazer, aparentemente — o mais velho respondeu parecendo frustrado, apertando as próprias têmporas. — A informação foi vendida por alguém que sabia exatamente o que estava fazendo e parece ter um contrato de confidencialidade. Eu não acho que vamos conseguir muita coisa processando o veículo.

— E como infernos isso chegou em alguém, pai? — Aaron falou, suspirando assim que sentiu a mão de Emma apoiar em seu braço, pedindo calma silenciosamente. — Você sabe o quão ruim é ter essas informações sobre nós na imprensa. Ter nossa imagem manchada nos jornais por causa de alguém que simplesmente achou que reviver o passado seria divertido...

Ben levantou os olhos pela primeira vez que entrara dentro da sala, suspirando pesadamente antes de molhar os lábios.

— Quem fez isso sabia exatamente o que procurar — Benjamin falou, levando toda atenção para si mesmo, dando de ombros. — Não é uma história que nós deixávamos fora do círculo de segurança.

— Não era, mas há alguns meses o seu círculo de segurança se estendeu por toda a mídia — Aaron aumentou a voz, olhando diretamente para o irmão. — Ou você acha que é uma porra de uma curiosidade que tudo que tem sido publicado sobre você aconteceu depois que você começou a sair com a Skylar?

A afirmação pegou Benjamin de surpresa, fazendo-o rir alto enquanto tanto Willa quanto Emma pediam calma entre os dois irmãos, observados de perto por James.

— É isso que você acha, Aaron? — questionou o irmão mais velho, apertando os olhos em sua direção. — Que a Sky está vendendo informações sobre nossa família? Me diga de uma vez só, o que você acha que ela ganharia em troca disso?

Aaron pensou em se manter em silêncio, mas no instante seguinte ele ignorava a voz da mulher e caminhava em direção a Benjamin com os pulsos cerrados, pronto para provar o ponto que ele tinha exposto quando tinha chegado ao lugar e o irmão mais novo ainda não estava ali.

— Fama, atenção, escolha o que quiser — praticamente cuspiu na cara do irmão, rangendo os dentes assim que fechou sua boca. — Ela vive por isso, Benjamin. A carreira mais suja que se pode imaginar. Ela faria qualquer coisa para estar na capa dos jornais.

O mais novo sorriu sem mostrar os dentes por um momento, mas seu rosto ganhou uma expressão tensa assim que Aaron parou de falar, sendo empurrado pelas pontas dos dedos de um Benjamin irritado.

— Você não a conhece — manteve o tom baixo, arqueando as sobrancelhas enquanto olhava nos olhos claros do irmão. — Então eu acho bom que você guarde qualquer merda de teoria ridícula para você agora porque eu a conheço o suficiente para falar que ela nunca faria isso.

— O que? — Aaron sorriu, abrindo os braços. — Namorar alguém famoso só para estar nas capas de revistas ou jogar informações na imprensa para ganhar atenção? Você ao menos jogou o nome dela no Google antes disso tudo?

— Chega, Aaron.

A voz de James interrompeu os dois no momento em que Benjamin deu um passo em direção ao irmão, travando os próprios pés no chão antes que ele o calasse com as próprias mãos. Achou que as brigas tinham ficado na adolescência, quando eles discutiam por tudo e qualquer coisa que se pudesse ser discutido, mas o fogo que queimava nos olhos do mais novo dizia o contrário.

— O que, pai? — Aaron gritou, negando. — Você não informou ao Benjamin o histórico maravilhoso da namorada dele?

Ben desviou os olhos dele para encarar James, que apoiava o queixo nas mãos enquanto olhava para os dois filhos em alternância. O mais novo arqueou as sobrancelhas em confusão, relaxando os músculos no momento que virou em direção ao pai.

— Histórico? Oh, fuck, você investigou a Sky, pai?

O silêncio que se seguiu e o suspiro cansado de James foi a resposta que Benjamin precisava para dar risada, levando os dedos para seus cabelos assim que o viu engolir a seco, sem uma resposta para dar.

Você, que me disse um mês atrás que eu não deveria ser covarde e deixá-la ir — continuou a falar, andando em direção ao pai. — Você, que prometeu que isso seria um novo começo, indo pelas minhas costas vasculhando a porra da vida antes de mim que não me interessa de alguém importante para mim.

— Esse é um novo começo — James levantou-se de supetão da cadeira, batendo com o punho na mesa de madeira. — Mas eu preciso tomar conta dessa família, Benjamin. Eu preciso me certificar que vocês vão fazer as escolhas certas, eu preciso ter certeza que isso não vai acabar em tragédia.

— E como inferno a vida dela vai te certificar disso, uh?

Ben gritou de volta, apertando os olhos e sentindo a dor em sua cabeça apertar no momento que o silêncio se fez presente. Ele não se importava com quem tinha sido Sky dois meses ou dois dias antes do momento que ela aparecera em sua vida, certificando-se que ficaria. Não se importava com qualquer informação que seu pai poderia ter descoberto, compondo uma ficha que ele sabia que deveria estar em algum lugar daquele escritório, assim como ele fazia quando ele tinha quinze anos e amizades que não passavam confiança.

Não importavam porque ele já não tinha mais quinze anos e um péssimo senso para escolher quem queria ao seu lado. Não importava porque com trinta e um ele sabia exatamente quem Sky era.

E o quanto ele a queria em sua vida.

— Sua namorada tem um histórico curioso de relacionamentos, Benjamin — foi Aaron que continuou a falar, bem atrás dele. — E você sabe o curioso entre cada cara que ela colocou na capa das revistas? Famosos, ricos, queridinhos da mídia, propensos para garanti-la um milhão de likes nas fotos das redes sociais.

— Você acha que isso importa para mim, Aaron? Com quem porra ela esteve antes de me conhecer? Ou se isso a garantia capas de revistas ou não?

Deveria. Ou ao menos controlar o que você fala sobre a nossa família para ela.

Ben sorriu mais uma vez, sem acreditar no que saia da boca do irmão mais velho, sentindo a ira consumi-lo a medida que cada palavra saia da sua boca.

— Cale a boca, Aaron — Emma pediu ao se levantar e ficar de frente ao marido, colocando uma mão no ombro do homem. — Você está irritado com a repercussão que a matéria teve, mas dê a Ben e a Sky um voto de confiança. Eles são a sua família e você agir desse jeito é exatamente o que queriam quando lançaram essa notícia.

A voz terna da mulher fez com que o homem se acalmasse, respirando fundo no momento que ela quebrou o contato com ele, olhando fixamente para Ben, que os observava a uns passos de distância.

Quebrado com tudo o que tinha escutado da família. Confuso por todos os pensamentos que sussurravam absurdos em sua cabeça. Cansado da vida aberta que nunca quis ter.

— Mas eles também conseguiram me mostrar exatamente quem está do meu lado quando as coisas saem do previsto — Ben falou baixo, segurando o olhar no irmão por um instante antes de direcioná-lo até o pai, calado até o momento. — E se vocês não conseguem acreditar que eu sei exatamente quem dorme do meu lado, eu acho que a revista estava certa por fim. Não temos nada de perfeito. Não temos nada de família.

A última frase saiu como uma dor cortante no peito de James, que abaixou o olhar para a mesa de madeira quando o seu filho mais novo buscou apoio neles, os olhos marejados como poucas vezes havia sido vistos antes.

— Ben, não é assim — Willa tentou, mas ele apenas levantou a mão em sua direção em um pedido que ela parasse de falar, negando.

— Eu achei que nós poderíamos fazer isso funcionar... Como eu pude ser tão tolo? Eu sempre faço péssimas decisões, uh? Não é isso que vocês acham? — riu, abrindo os braços. — Ninguém entendeu porque eu não me casei com Freya anos atrás. Ninguém entendeu porque eu não quis seguir com os hotéis com vinte e um anos. Ninguém entendeu porque eu preferi me manter afastado da família porque todo dia eu acordava e pensava que talvez minha mãe ainda estivesse aqui se eu não tivesse pedido para ir embora naquele dia. E agora todo mundo está me questionando por que eu continuo com Sky.

Os rostos começavam a ganhar expressões de culpa a medida que o olhar de Benjamin passava por eles e sua voz, sem perceber que em algum momento uma lágrima tinha escorrido pelo canto dos seus olhos, chamando a atenção de todos na sala.

— Coloquem na cabeça que eu só estou tentando ser feliz — murmurou baixo, negando. — Tentando encarar meus defeitos, encontrar algo que eu sou realmente bom e uma pessoa que eu quero ao meu lado. E tudo o que eu queria era não ter que convencer minha família que eu sei exatamente o que eu estou fazendo.

O silêncio foi o aval que Benjamin precisava para ir embora, olhando uma última vez para cada rosto da sala antes de abrir a porta e fechá-la de supetão, escutando o eco da madeira se chocando com o apoio por toda o grandioso hall de entrada da mansão.

Jogou o sobretudo por cima do ombro antes de abrir a porta principal, tendo uma vista privilegiada de cima das escadarias da cama de onde vários paparazzis enchiam o portão de entrada do terreno, fazendo barulho e disparando flashes assim que ele se fez visível.

E, enquanto sua garganta se fechava e uma sensação de mal estar preenchia todo seu corpo, ele entendeu porque não era feito para aquele mundo. E porquê ele nunca seria.

— Talvez o único modo de fazê-lo parar de ligar seja atendê-lo de uma vez.

— Talvez o único modo de fazê-lo parar seja ignorá-lo mais uma vez — Sky corrigiu, apertando o botão vermelho na tela do seu celular mais uma vez, levantando os olhos para Mika, sentada com as pernas cruzadas à sua frente. — Ele deveria estar atolado de trabalho em Washington e não me ligando a cada dois minutos.

— Você deveria estar feliz que ele está ligando a cada dois minutos — Mika revirou os olhos, vendo Sky abraçar as pernas enquanto deixava o celular cair de volta na cama. — Você está meio que ignorando ele desde quando ele viajou e estaria surtando se ele não estivesse fazendo isso. E não vamos mentir, S, eu também estaria preocupado se fosse o Ben.

A fala de Mika Lavoie soou extremamente rude, mas esse era exatamente o tom que ela queria usar. Sky percebeu isso, levando a unha do polegar aos lábios antes de bufar em frustração assim que o seu celular começou a vibrar novamente, mostrando uma foto sorridente de Benjamin Marlowe.

Levantou da cama em um pulo, apertando ainda mais o laço do roupão que vestia enquanto caminhava lentamente em direção a janela de vidro que cobria boa parte da parede do seu quarto e a fornecia uma visão ilustre do pôr-do-sol de Nova Iorque. Seu cabelo loiro estava preso no topo da sua cabeça em um coque bagunçado, estando daquela forma desde o momento que ela levantou enjoada pela manhã e não teve tempo para nada que não fosse surtar antes de ligar para Mika.

— Me diga mais uma vez porque você não diz para ele de uma vez — Mika perguntou, fazendo Sky suspirar enquanto observava seu próprio reflexo na vidraça. — E por que diabos você está guardando esse segredo há tanto tempo.

Skylar fechou os olhos antes de se virar novamente em direção a amiga, cruzando os braços por cima da barriga antes de engolir em seco. Ela só tinha falado aquilo duas vezes antes, uma para Mika logo pela manhã e outra para Gale, que ainda não tinha chegado até seu apartamento.

— Porque nós não podemos ter um bebê agora, Mika — falou, sentindo um arrepio passar pelo seu corpo assim que escutou sua própria voz. — Nós nos conhecemos há meses, praticamente terminamos tudo três semanas atrás e eu não posso ligar para ele e simplesmente falar que talvez nós seremos pais em oito meses — relaxou os ombros de uma vez só, abraçando o próprio corpo. — Não é assim que funciona.

Falar em voz alta sobre a possibilidade de ter um bebê era aterrorizante para Skylar.

Tornava tudo tão mais... real.

Os enjoos, a mudança de humor de última hora, os míseros quatro dias de atraso que podiam significar tudo ou significar nada...

— E eu realmente preciso te lembrar que ele disse que não pode ser pai agora uma semana atrás? — choramingou enquanto voltava a se sentar na cama, abraçando as próprias pernas enquanto apoiava seu queixo nos joelhos. — E você realmente acha que eu posso ser mãe agora?

Mika permaneceu um minuto inteiro em silêncio enquanto olhava diretamente para a blogueira, colocando sua mão em cima da coxa dela logo em seguida, como forma de apoio.

— Se importa, eu acho que vocês seriam os melhores pais do mundo se um bebê realmente estiver aí — ofereceu um sorriso sincero para Sky, que deixou uma pequena risada escapar dos seus lábios. — E não vamos nem falar da genética que ele teria.

Nunca tinha se imaginado mãe tão cedo antes. Sempre tinha deixado esses planos para o futuro, nunca abrindo mão de pelo menos um método contraceptivo desde quando tinha iniciado sua vida sexual e por isso se perguntava onde tinha errado com Benjamin só pelo atraso incomum de quatro dias que tinha percebido pela manhã. Ouvia, de amigas, que havia uma chance da cartela de anticoncepcionais falhar, mas jurava que era fábula infantil de pessoas que não eram bem informadas.

E ali, olhando para a sacola com dois testes que Mika tinha trazido cedo, ela realmente esperava que aquilo fosse história de ninar.

Por mais que a Skylar de vinte e sete anos já conseguisse ver uma família com filhos com Benjamin, ele tinha dito uma semana antes, no dia do seu aniversário, que aquilo era algo pro futuro. Planos futuros de meses ou anos.

Como ela podia fingir que não estava surtando?

— Só faça de uma vez — Mika pediu, entregando um teste em sua mão. — Eu não quero te deixar nervosa, mas boatos que esse é o ano das blogueiras engravidarem. Só me prometa que não vai vender seu anúncio para uma marca de testes ou eu vou ficar muito decepcionada.

Sky conseguiu rir do que Mika tinha falado, segurando a caixinha com as duas mãos enquanto passava os olhos rapidamente pelas poucas instruções do testes. Sabia o que uma linha significava, sabia o que duas linhas significava, mas não sabia exatamente o que queria que elas mostrassem. Sua barriga se revirava só de imaginar um positivo e, de alguma forma, já não acreditava que pularia de felicidade com um negativo.

— Ok, espere aqui por cinco minutos que eu...

Não terminou a frase.

No instante seguinte Benjamin passava pela porta, com olheiras arroxeadas e olhos vermelhos que ela conseguia ver do outro lado do quarto. Seu suéter cinza estava amassado e várias manchas de pingos mostrava que ele tinha pegado parte da chuva para chegar até o apartamento da mulher na quinta avenida.

Ben — Sky murmurou em surpresa, não escondendo o que tinha nas mãos rápido o suficiente para que o homem não levasse sua atenção toda para ele. — Eu achei que você só voltasse amanhã, eu...

Engoliu a seco no momento que ele começou a andar em sua direção, delicadamente tirando o teste da mão na mulher assim que parou em sua frente. Abaixou a cabeça, lendo o rótulo e cada pequena instrução como Sky tinha feito pouco antes, passando a língua nos lábios antes de levar seus olhos azuis até os escuros da loira.

— Mika, eu posso conversar com a Sky sozinho por um minuto?

Ele não escutou, mas a fotógrafa respondeu um 'sim' baixo e deixou o quarto no instante seguinte, não antes de enviar o seu melhor olhar de consolo para Sky.

A loira não conseguiu emitir uma palavra sequer enquanto observava Benjamin, esperando para que ele quebrasse o silêncio que surgira no quarto no momento que a porta fora fechada. Não ouviam as gotas de chuvas que batiam no vidro do quarto, a música baixa que tocava no ambiente ou os trovões que vinham acompanhados de relâmpagos que cortavam o céu.

Eram apenas dois corações descompassados e respirações que acompanhavam o mesmo ritmo.

— Desde quando você sabe?

— Eu não sei — Skylar se apressou para corrigi-lo, engolindo a seco. — Eu suspeito. Duas semanas, mas eu ainda não tive tempo de fazer o teste e eu só fiquei atrasada essa semana.

As sobrancelhas de Benjamin se arquearam em surpresa com o tempo que ela estava mantendo aquele segredo, sentindo-se extremamente estúpido por não ter desconfiado da conversa fora de hora que tinha tido com ela na semana anterior.

Era óbvio que ela estava escondendo algo.

— Duas semanas? — murmurou, mordendo o lábio inferior antes de continuar. — Como você pode manter isso em segredo por duas semanas, Sky?

— Eu só não estava pronta. A ficha não caiu até o dia do meu aniversário e desde que você viajou eu só queria te ligar e chorar por horas seguidas. Mas eu não...

— Esconder isso e me ignorar todas as vezes que eu tentei falar com você foi mais fácil, não é? — ele falou sério, fazendo com que o coração de Sky se apertasse, deixando que os olhos dela caíssem de volta a caixinha que estava nas mãos dele. — Eu não acho que podemos ter essa conversa antes do resultado.

Estendeu a caixinha em direção a Skylar, levantando seu olhar para os olhos escuros dela enquanto a observava pegá-la como se pudesse mordê-la a qualquer momento. Antes que a loira pudesse ir, porém, Ben a segurou pelo braço, escorregando seus dedos até que eles se entrelaçassem com os dela.

— Sky, eu estarei esperando aqui — sussurrou, vendo-a assentir. — Não importa o resultado, eu estarei aqui.

Deixou um beijo no dorso da mão dela antes de deixá-la ir, engolindo em seco e passando as mãos pelos cabelos assim que a porta do banheiro fora fechada. Se havia um sentimento de que algo estava fora do lugar com as poucas mensagens que tinham trocado desde que ele tinha viajado, agora tudo parecia explicado.

A briga com seu irmão ainda queimava na sua garganta assim que ele abaixou os olhos e percebeu outro teste de gravidez esquecido ali, com uma embalagem um pouco diferente do que estava com Skylar. E Ben se pegou pensando, enquanto lia aquelas primeiras letras que se assemelhavam muito com o primeiro, o que mudaria em sua vida no momento que Sky deixasse o banheiro.

Independente do resultado, muita coisa. Independente do resultado, ele estaria ali.

A porta voltou a se abrir seis minutos depois e antes mesmo que Benjamin perguntar, ela já estava na sua frente, negando duas vezes com a cabeça.

Negativo — Skylar falou de uma vez ao mostrar o teste para Ben, mordendo o lábio inferior enquanto via o homem assentir. — Eu deveria ter feito isso de uma vez na semana passada e aí...

— E aí você esconderia de mim que tudo isso aconteceu, não esconderia?

Falava sobre toda a situação da suspeita, dos enjoos e dos testes que provavelmente faria sozinha se ele não estivesse chegado naquele exato momento. Sky assentiu, abaixando o olhar para seus pés assim que sentiu suas bochechas corarem.

— O que eu preciso te dizer para você entender que eu estaria do seu lado em qualquer situação? — Ben a questionou, pegando a mão dela com a sua, deixando seu olhar cair para o anel de diamantes que tinha dado para ela uma semana antes. — O que eu preciso fazer para que você entenda isso, Sky?

— Eu estava com medo — foi sincera, entrelaçando seus dedos e levantando a cabeça para olhar em seus olhos. — Eu estava com medo do resultado, Ben.

Benjamin assentiu, acariciando o rosto dela com o polegar antes de juntar seus lábios, sentindo todo o seu corpo se arrepiar no momento que suas bocas começaram a trabalhar juntas, como se fossem treinadas para fazer isso por anos.

Percebeu que, naquele momento, precisava que ela estivesse ali tanto quanto ela precisava dele, usando seus braços para abraçá-la pela cintura assim que ela passou os seus pelos ombros do homem.

Afastou-se por um instante para que pudesse voltar a encará-la, passando a língua pelos lábios antes de voltar a falar.

— Eu entendo que você estava com medo porque eu estava tremendo desde o momento que vi esse teste em sua mão, mas eu preciso que você pare de me afastar todas às vezes que as coisas apertam, Skylar — suplicou, juntando as duas sobrancelhas enquanto olhava diretamente para os olhos marejados de Sky. — E de achar que você precisa lidar com todos os problemas do mundo sozinha. Para o resto do mundo você pode passar essa imagem, mas você não precisa ser assim pra mim.

Parou, aproveitando o silêncio para puxar o ar que faltou em seus pulmões, escondendo as duas mãos nos bolsos da calça jeans, negando levemente com a cabeça.

Porque eu conheço você — finalizou o que tinha passado o dia todo repetindo em sua cabeça, juntando as sobrancelhas enquanto olhava para ela. — E se você saísse desse banheiro com um positivo, eu iria te abraçar e chorar pelas próximas três horas de felicidade só em pensar na nossa família.

Sky deixou que um sorriso escapasse dos seus lábios, abraçando Ben pela cintura e descansando sua cabeça no peito dele, ouvindo os batimentos acelerados que faziam barulho na caixa torácica.

— Eu acordei essa manhã achando que seria o melhor dia do mundo porque amanhã eu estaria de volta a cidade e com você... — ele murmurou, fazendo com que ela levantasse a cabeça para acompanhar seus lábios. — E aí... Você viu os jornais?

A mulher concordou com a cabeça, levantando a cabeça para que pudesse olhar diretamente para seus olhos azuis que não escondiam nada.

— Como você está?

— Confuso — respondeu rápido, abaixando a cabeça para olhá-la. — A repercussão foi péssima para a minha família, eu tive uma briga feia com o Aaron e... Eu tenho esse sentimento de que foi só o começo.

Ela permaneceu em silêncio, analisando cada detalhe do rosto dele que gritava que Ben não estava bem. As olheiras, os olhos vermelhos, o semblante de cansaço que ela podia ver mesmo quando ele estava sorrindo, sempre repetindo para ela que estava bem...

Ele não estava.

— E eu já sei a resposta, mas eu preciso ouvir de você só para ter certeza que não estou errado — Benjamin falou, fazendo-a juntar as sobrancelhas em curiosidade, esperando ele continuar. — Você não teve nenhuma relação com tudo o que foi publicado, não é?

Sky ficou surpresa com a pergunta, afastando-se ligeiramente do homem antes de responder, negando com a cabeça.

— Por que eu teria algo com isso?

— Eu sei que você não teria, eu só... — levou a mão até os cabelos, negando enquanto apertava os olhos. — Eu sinto que estou enlouquecendo com isso tudo que está acontecendo. As matérias, os paparazzis grudados em mim a todo momento, a reação da minha família com isso tudo, você...

Estava sendo completamente sincero. Se achou que dali pra frente seria fácil lidar com a perseguição de fotógrafos, repórteres e matérias, estava completamente enganado. A última coisa que Benjamin conseguia fazer quando colocava a cabeça no travesseiro pela noite, era dormir, sempre imaginando qual a tempestade que viria a seguir.

— E eu acho que eu preciso de um pouco de ar agora — falou por fim, apertando os lábios em uma fina linha antes de continuar, vendo Sky buscar respostas no seu rosto. — Nós temos um evento grande em LA. Theo me pediu para ir com ele e eu não queria passar tanto tempo fora já que estava em Washington até ontem... Mas eu preciso ir, Sky. Eu preciso ou vou perder minha sanidade de uma vez por todas.

Ela suspirou pesadamente e não conseguiu esconder que não tinha visto aquilo chegando. Imaginou que eles teriam, ao menos, a noite para ficarem juntos e afastarem qualquer sensação de mal estar que pudesse ter ficado ali.

E mesmo que não estivessem mais gritando, ela sabia que ainda não estavam bem.

— Eu também preciso que você entenda que nós estamos nisso juntos — Ben pediu, vendo-a assentir. — Tire esse tempo para pensar sobre nós. Eu estarei fazendo o mesmo.

Sky assentiu mais uma vez, fechando os olhos no momento que Benjamin se aproximou dela, deixando um beijo demorado no topo dos seus cabelos, descendo em um segundo momento para sua boca, juntando seus lábios sem pressa de deixá-la sozinha.

Sentiu o momento que a loira levou os braços até seu pescoço, abraçando-o como se não quisesse deixá-lo ir embora. Como se não quisesse que ele se afastasse, deixasse seu quarto ou fosse para Los Angeles.

— Eu preciso ir — murmurou ainda com os lábios próximos, vendo ela assentir lentamente antes de abrir o olhos, escorregando os braços pelos ombros do homem. — Eu amo você.

— Eu amo você também — ela repetiu baixinho, roubando um selinho antes de vê-lo se afastar, andando em direção a porta do quarto.

Ben olhou para Sky uma última vez antes de sair do lugar, guardando dentro da sua cabeça o pequeno sorriso que estava em seu rosto enquanto o observava se afastar. Ele queria manter aquela memória pelos dias que estivesse afastado, os lábios rosados por estarem juntos com os seus até instantes antes, os cabelos presos em uma bagunça que ele adoraria desfazer com seus próprios dedos...

Essa foi a última imagem que ele tivera dela antes das cortinas serem levantadas. A última vez que ele a veria antes da tempestade.

A última vez antes deles virarem protagonistas não mais das capas das revistas, mas de um filme amador que não deveria existir.

A última vez antes que a coroa fosse tirada dela.

E que seu castelo fosse ao chão de uma vez só.

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