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[ d a i s y ]

Sei que estou a dormir sem sonhar com nada, quando ouço sons de desconforto ao meu lado e sinto o Harry a revolver-se na cama. Abro os olhos e viro-me para ele. Tem a testa franzida e murmura "Não, Daisy. Não..." repetidamente. Está a ter um pesadelo.

"Harry? Amor, acorda." Digo baixinho, abanando-lhe levemente o braço.

Ele acena negativamente com a cabeça na almofada, encontra a minha mão agarra-a.

"Harry, acorda, estás a ter um pesadelo!"

O meu marido abre os olhos e senta-se na cama, ofegante. Depois puxa-me para si e abraça-me com força.

"Não podes, minha estúpida! Não podes fazer carreira em Paris ou viajar para o Egito ou ter um bigode! Isso não seria bom para os nossos octogémeos!" Ele diz de um fôlego, e de seguida afasta-se, ficando a fitar-me.

Fico uns momentos em silêncio, a processar o que ele disse. Um riso escapa-se-me dos lábios e pouco depois perco-me em gargalhadas barulhentas. O Harry também ri.

"Oh, meu grande camelo... Mas afinal com o que é que sonhaste? Pensava que estavas a ter um pesadelo!" Exclamo.

"E foi um pesadelo!" Harry protesta. "Ou pelo menos um sonho muito estranho. Eu estava a falar contigo por Skype. Tu tinhas tido muito sucesso na tua carreira como cantora. Cantora! Foste para Paris, pois tinhas a Torre Eiffel atrás de ti no ecrã. Mas de repente a paisagem mudou para as pirâmides do Egito, o que eu achei estranho e perguntei-te como tinha acontecido aquilo, e tu respondeste que não sabias. Finalmente, disseste-me para cuidar dos nossos filhos enquanto estavas fora, e foi aí que ouvi choros, e quando olhei vi oito carrinhos com bebés. Octogémeos! E quando te despediste, tinha-te crescido um bigode! E por fim acordei."

O meu homem termina o relato e, depois de um breve momento de choque, eu não consigo parar de rir.

"Meu Deus, o melhor filme de sempre." Comento.

"Diz antes o sonho mais estranho que jamais alguém teve." Harry contrapõe.

"Então... Achas que tenho futuro como cantora?" Pergunto-lhe, piscando o olho.

O cara-de-camelo sorri e beija-me. "Claro."

Lanço-lhe um olhar sedutor e começo a cantar desafinadamente a Marry You do Bruno Mars. O Harry ri e bate palmas.

"Por favor não te mudes para Paris." Harry pede.

"Terias de vir comigo." Beijo-lhe as covinhas, levanto-me da cama e abro as cortinas. Raios de sol entram pelo quarto. "Parece que já é dia."

"Hora do pequeno-almoço!" Ouço o meu marido exclamar. Sinto as minhas pernas serem levantadas do chão e um segundo depois estou nas cavalitas do Harry. Guincho como uma menina enquanto percorremos a casa até a sala. A campainha toca nesse momento. Vamos abrir a porta e é o Brandon, que, ao ver-me em cima dos ombros do Harry, qual cavaleiro em cima do cavalo, faz um ar de espanto.

"Oh. Meu. Deus. Vocês são as criaturas mais shippáveis que eu conheço." É a primeira coisa que diz.