único
As luzes coloridas ficaram para trás junto com o som estridente de alguma música eletrônica, changbin fechou a porta do banheiro de uma casa desconhecida, de uma festa lotada de gente desconhecida, com rostos e cheiros desconhecidos. Ele precisava daquele tempo. Seria o suficiente.
Sentou dentro da banheira, sua visão turva e sua respiração amena. Ainda faltava um tempo. Tentava controlar a vontade de desmaiar e os efeitos alucinógenos, mas tinha certeza que christopher estava ali na sua frente, a metros de distância, tentou esticar a mão tocá-lo. Ele estava vestido como da última vez que se viram, camisa branca manchada de sangue, os lábios roxos e sem vida, seu cabelo loiro parecia angelical combinado com a palidez natural da sua pele. Ele sorria para changbin, como se estivesse o chamando do jeito que sempre fazia ao amanhecer depois de uma longa noite, sua voz aveludada e confortável para os ouvidos do moreno, ele acolhia o menor em seus braços e sussurrava para ele levantar. O dia está nos esperando. Ele dizia, parecendo tão cheio de vida. Aparentando estar feliz e satisfeito com tudo.
Mas era tudo uma ilusão que changbin não percebeu.
Não percebeu todas as vezes que o viu aéreo demais olhando para as paredes, todas as noites acordado pensando, todas as crises de pânico que surgiam do nada justamente quando o moreno não estava em casa para ajudá-lo, todos os surtos e recaídas. Os remédios já não ajudavam o loiro, já não afastavam o sentimento de solidão que o sugava de dentro para fora.
Changbin lembrava como se fosse ontem eles saindo para almoçar pela última vez, chan parecia bem, sorria como sempre e ainda tinha aquele brilho no olhar que encantava o seo. Eles comeram no restaurante que tinham se conhecido, uma época turbulenta da vida do moreno. O moreno lembrava de ter almoçado na mesma mesa que um rapaz de fios dourados e sorriso fácil, eles conversaram por bastante tempo até alguém finalmente aparecer para anotar seus pedidos. Changbin descobriu que também existia pessoas como ele que estavam sendo forçadas a trabalhar com algo que não queriam, sendo pressionadas a seguir um sonho que não era delas.
Chan estava passando por tudo aquilo naquela época, e as coisas não melhoraram depois que eles começaram a namorar e foram morar juntos.
Changbin estava cego por sua própria mente, e o loiro era um ótimo mentiroso.
Ele suspirou e sentiu o corpo fraco. Estava quase lá. Lembrar de como tudo aconteceu simplesmente do nada ainda trazia uma vontade enorme de vomitar, um comichão no pé da sua barriga. Ainda tinha as últimas palavras do loiro escrita em um papel qualquer na cabeça.
"Viva por mim". Changbin não queria viver sem ele.
Mas tudo iria acabar em breve, ele estaria com chan novamente, pois nada tinha sentido se o loiro não existisse. Ele precisava do australiano, precisava dos seus abraços e beijos, das suas palavras de conforto e da sua proteção, porque chan era o único que realmente o entendia e somente ele era capaz de curar todas as suas feridas. Precisava ir até o loiro para se desculpar por ser um péssimo namorado que não notou o quão mal ele estava.
Seus olhos se fecharam, o barulho do lado de fora sumiu de repente, e sua cabeça ficou leve. Não sentiu nada, como se estivesse levitando no meio do oceano. Changbin teve certeza que ouviu chan o chamando, pedindo para acompanhá-lo, e ele iria sem hesitar, sem pensar duas vezes.
Quando seu coração parou de uma vez e tudo não fez mais sentido, ele percebeu que era o fim, mas se sentia bem. Agora estava com christopher novamente e nada mais importava do que aquilo.
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