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7 - Possuidor passado

A realidade desce até mim como um pedregulho cai de uma montanha quando vejo meu advogado, o dr. Muniz, sentado na área da recepção. E lembro rasamente da última vez que vi esse sujeito atarracado, careca e de paletó. Penso no tribunal, no momento em que foi quantificado o tamanho do desastre de minha autoria.

— Doutor Moraes! Bom dia! Como vai o senhor?

O homem de sorriso largo estende a mão até mim, levantando-se.

— Estou normal, doutor Muniz.

Já passa do meio-dia, e eu sequer me formei doutor, mas decido não corrigir o lisonjeio mal feito.

E enquanto caminhamos para o salão de visitas, o homem não se controla e fala sem pausas.

— Normal? O senhor parece melhor do que da última vez. Parece que foi ontem, né? Aposto que estão te tratando bem aqui. Mas, de qualquer forma, estando bem ou mal, o senhor logo voltará para casa. Vai adorar saber que consegui, no Ministério Público, uma ordem para reabrir a investigação. O senhor ficará em casa até tudo ser concluído.

Ao sentar-me num banco encostado na parede, ele me acompanha. Mesmo em movimentos lentos ele soa enérgico. Não me dá o mínimo espaço para pensar. Mas consigo esse tempo após a última frase soltada pelo advogado alegrinho e o respondo.

— Tudo já foi concluído. Não há mais nada a ser investigado.

E ele me lança um olhar com sorriso de canto de boca, em malícia, como se fosse piscar pra mim.

— Há ainda muita coisa, muita mesmo, a ser investigada. Digamos que levamos luz aos promotores...

Diante de tal insinuação, levanto-me em abrupto, lanço uma carranca feroz a ele e protesto em alta voz.

— Está me dizendo que foram plantadas provas? Ou que o senhor os subornou?

Nos movimentos de vergonha que dá aos lados, para os olhares fofoqueiros, faz um gesto de calma com as mãos, antes de agarrar amigavelmente meu braço para que eu me sente. Pouco me importo com a inconveniência da cena, fazendo fracassada a tentativa dele de me anestesiar.

Entendo a falta de palavras, acompanhada pelo rosto medroso e surpreso, como um sim.

— Quem o chamou de volta? Quem levou essa tal luz com você? Aposto que foi o Mauro... Aquele garoto...

Cito o ex-marido de minha filha Marta, pai de Eli. Éramos muito próximos e pouco nos distanciamos quando ele se separou. Na verdade, nossa amizade fraterna foi o que causou o divórcio.

Marta não me odiava como Bárbara, sua irmã, mas sentia-se angustiada com minha presença, e quase sempre chorava de tristeza ao me ver, o que a fazia querer me ter por longe. Mas Mauro sempre ficou do meu lado, contratando esse advogado e pagando-o do seu bolso, inclusive.

Ele gosta tanto assim de mim para ser capaz de fazer o que acho que fez? Não sei... Não sei se ele é tão tolo a esse ponto. Num disfarce de resolução que só vai complicar mais ainda minha situação penal.

 — Fale logo! Quem te mandou fazer isso, seu desgraçado?

Grito em tom ameaçador, correspondente ao papel de louco que ocupo.

— O senhor Mauro, doutor...

Ele põe a mala na frente ao corpo, patética e covardemente, parecendo diminuir de tamanho.

Com toda a atenção chamada, dois enfermeiros vêm me controlar, segurando meus braços. E somente assim ele retoma a coragem, esta sendo tanta que se esquece daquele tom de submissão irrefletida do começo.

— Com esse comportamento será difícil reverter seu quadro em juízo, Benício.

Olho para ele com cara de desprezo, enxergando o que não vi há meses. Ali, na minha frente, está um sujeito ganancioso, corrupto, capaz de defender até Lúcifer em troca de uma boa lavagem. Um porco, na melhor definição da palavra.

O levanto a voz novamente, já em ímpar indignação, na contínua e primeira demonstração de raiva que sinto no lugar feito para acalmar. Mas a ira vem não somente por ele, como também por mim, pelo homem que incitou tudo aquilo. Amado demais, sem o menor merecimento, onde me tentam aliviar a culpa ou me livrar dela, podendo até destruir qualquer barreira que a lei construa.

— Aquelas famílias que eu destrocei jamais serão libertas! Não há meios ilegais para aliviar o sofrimento delas, seu porco imundo!

E retiram-me do recinto, com a imagem mais retumbante daquele salão sendo a cara de decepção de um animal que não recebeu sua pastagem.

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