Capítulo 44
Peter Todd
Ele tinha ferido Gwen, tinha feito ela se estressar e agora ela estava com a cama de hospital dela meio inclinada para que ficasse com as pernas para cima. Ela ainda estava dormindo e não queria acordar para falar tudo.
Mattias e Tessa tinham passado aqui e estavam resolvendo o negócio de Joseph, parece que ele realmente tinha caído no plano que fizemos meses antes, quando Gwen avisou que Joseph foi atrás dela.
Ela faz um som rouco e ergo a cabeça, então sorrio quando seus olhos abrem e só olha para mim. Sua mão tenta me alcançar e a seguro com força, como se não acreditasse que ela estava realmente aqui.
-Peter.- ela engole em seco.
-O bebê está bem.- a acalmo e ela parece relaxar.- Eu também estou, se quiser saber.
-Você levou um tiro.- ela fala e começa a chorar.
-Eu tô bem, Gwen.- sorrio e beijo a mão dela.- Foi de raspão, acho que só fiquei assustado e entrei em choque.
-Achei que você tinha morrido.- ela aproxima nossas mãos dos lábios.
-Estou bem aqui.- toco a barriga dela.- Estamos bem.
-O pendrive.- ela começa a chorar de novo.
-Gwen, quero que você ouça.- me aproximo e seguro seu rosto para que me encara.- Você precisa se acalmar, se não por mim ou por você, pelo bebê. Não pode sofrer estresse por quarenta e duas horas, entendeu?
-Ok.- ela engole o choro e beijo seus lábios.- Mas e o...
-O pendrive tem um programa rastreador.- explico.- Nesse momento, Albert deve estar chutando a cara de Joseph e o trazendo para que eu dê a ele o que merece.
-Pode só ficar comigo antes disso?- ela aperta minha mão como se tivesse medo de ficar sozinha.
-Posso.- sorrio.- Vou ficar aqui até enjoar de mim.
-Acho isso bom.- ela fecha os olhos de novo.
-Gwen....
-Eu só estou descansando.- ela coloca a mão em cima da minha, que está na barriga dela.
Apoio meu queixo no colchão e encosto minha testa no braço de Gwen, continuo acariciando a barriga dela e recebo uma mensagem. Ignoro tudo e apenas fico com Gwen, ele precisa de mim e eu vou ficar cem por cento focado apenas em Gwen.
Preciso começar a focar na minha família, sim, Gwen e o bebê agora eram minha família assim como Tessa, Mattias, Lucy, Albert....
Acho que eu realmente estava me superando, há alguns meses atrás achava que eu nunca conseguiria uma família de verdade. Mas agora eu tinha uma noiva e um filho vindo, não podia ter mais família que isso, não?
-Peter.- Gwen geme.
-Oi.- ergo a cabeça rapidamente.
-Você tá apertando minha mão.- ela fala rindo.
-Desculpa.- afrouxo mais o aperto.- Só estou me certificando de que você está bem e alerta.
-Eu estou bem e alerta.- ela respira fundo.- Cadê Tessa, Lucy e Mattias?
-Lucy está vindo da faculdade, Mattias e Tessa estão resolvendo o negócio do pendrive mas passaram aqui mais cedo.- explico.- Eles disseram que vão passar aqui em duas horas há uma hora atrás.
-Se nada der certo, risque garoto de recados da lista de empregos.- ela dá tapinhas consoladores na minha não.
-Obrigado por me motivar.- sorrio.
-De nada.- ela pisca.
-Gwen.- a chamo.- Eu amo você.
-Eu também amo você.- ela sorri ainda mais.- Adoro falar isso.
-Eu também, apesar de me sentir idiota.- mexo os ombros.
-Pelo menos você é um idiota bonito.- ela fecha os olhos.- Vou dormir um pouco.
-Ok.- beijo o braço dela.- Vou estar aqui quando acorda. Vou estar bem aqui.
✯
Gwen Gallagher
-Trouxe donuts de chocolate.- Lucy aparece com uma caixa enorme.
-Você é incrível.- sorrio me ajeitando na cama que já pode ficar normal.
-Como está minha sobrinha?- ela senta na cama e eu abro a caixa cheia de donuts.
-Muito bem e com fome.- começo a comer uma.
-Se vocês ficarem falando que é menina, ele vai nascer confuso.- Peter bufa.
-Ele não vai nascer confuso, por que vai ser ela.- lembro.
-Vocês estão discutindo isso de novo?- Tessa aparece.
-Não.- Peter e eu falamos na mesma hora.
-Eu trouxe chocolate quente.- ela coloca na minha frente.- Vamos mimar muito você, sabe?
-Sei e estou adorando isso.- pego o copo.
-Eu participei também.- Peter lembra.- E levei um tiro no ombro.
-De raspão.- Lucy lembro.
-Bem observado, detetive.- ele bufa.
-Você pode comer um donuts.- aponto com o queixo.- Só uns.
-Que gentil da sua parte, Gwen.- Peter senta ao meu lado.
-Eu sou gentil.- murmuro.
-Como foi encontrar Joseph?- Lucy pergunta quando Mattias entra e fecha a porta do quarto.
-Nada legal.- ele passa a mão pelos cabelos mais crescidos.- Ele feriu dois dos nossos, mas agora estão bem.
-Conseguiram pegar?- pergunto nervosa.
-Sim.- ele assente e vejo um semblante meio confuso nele.- Na verdade, tiramos algumas coisas dele antes que fugisse.
-Ele fugiu?- Peter levanta rapidamente e quase grita.
-Como eu falei, conseguimos extrair informações importantes.- Mattias o encara.- É melhor que nada, Peter.
-É melhor que um maluco perseguindo Gwen?- franze as sobrancelhas.
-Ele não vai não perseguir ela.- Mattias parece pesar se conta ou não.
-Como assim?- pergunto.
-Ele vai atrás do pendrive. Gwen parece ter...- ele me observa e eu sustento o olhar.- Ele disse que Peter corrompeu você.
-Ah, pronto.- Peter começa a ficar vermelho.- Você devia ter deixado eu ir com você e dar uma surra naquele velho pervertido...
-Ele está focado no pendrive.- Mattias fala cansado.- Mataria qualquer um por ele, acho qie tem mais coisa nessa pendrive do que imaginamos.
-Como assim?- Lucy parece curiosa.
-Tem uma pasta no lixo.- Tessa fala arrumando os cabelos.- Tentamos acessar, mas é uma senha de nove dígitos.
-Seu pai deve ter deixado alguma coisa.- Peter olha para Tessa e então para mim.- Não lembram dele ter falado algo ou...
-Eu era muito pequena.- falo.
-Ele não falava muito de negócios.- Tessa respira fundo.- São nove dígitos, exatamente assim: cinco números, um traço e então quatro números.
-Sério?- Lucy parece surpresa e todos olham para ela.- Exatamente assim?
-Isso.- Mattias assente.
-Uma das coisas que herdei da herança do papai foi um colar.- explica.- Tinha um número gravado nele, achei que era o número de série.
-Onde está o colar?- Tessa parece animada.
-Eu...- Lucy tenta sorrir.- Eu acho que está na casa de Rose.
-Você perdeu o colar?- Mattias parece incrédulo.
-Olha, eu não sou obrigada a saber onde as coisas estão todo o tempo.- Lucy se defende.- De qualquer maneira, eu pego depois.
-Depois, quando?- Tessa levanta as sobrancelhas.
-Quer que eu saia agora para pegar?- Lucy a encara.
-Se você está se oferecendo...
-Eu mereço.- Lucy começa a vestir o casaco.
-Quer que eu vá com você?- Mattias se preocupa.
-Não, não preciso de ninguém presenciando eu ter que roubar um presente que dei para minha ex.- ela fala sarcástica e Peter sorri fraco.
-Qualquer coisa, nos ligue.- Tessa avisa quando ela já está saindo.
-Ok.- Lucy desaparece.
Então tudo fica em silêncio e olho para Peter, que agora está andando de um lado para o outro como se estivesse com pulga ou algo assim. Me ajeito na cama e olho para Mattias procurando um pouco de ajuda por aqui.
-Tudo bem, cara, ele não vai mais procurar por Gwen.- Mattias o acalma.
-E se ele estiver mentindo?- pergunta nervoso.
-Joseph quer o pendrive mais que tudo no mundo. Não sabemos ainda, mas sabemos que essa é a motivação dele.- Tessa fala.- Ele é um psicopata, pode querer Gwen, mas não vai arriscar a chance de pegar o pendrive por ela agora que sabe que ela não sabe de absolutamente nada sobre o pendrive.
-E vamos manter assim.- Mattias olha para mim.
-Até prefiro.- acaricio a barriga.
-Acha mesmo que ele não vem atrás de Gwen?- pergunta Peter.
-Tenho certeza.- Mattias assente.- Ele não é burro para arriscar o pendrive. E Tessa está certa, ele só queria Gwen como prêmio, e agora que...- ele olha para minha barriga.
-Eu estou estragada para ele.- completo.
-Idiota.- Peter senta na cama e bufa.- Vamos pegar ele. De um jeito ou de outro.
-Ele é muito escorregadio.- Tessa parece frustrada.- Sempre que conseguimos o pegar, ele consegue escapar.
-Vai ter um dia que isso vai parar.- Peter segura minha mão e trás para o colo.
-Não podemos você com medo dele.- três olha para mim.- Vamos viver normalmente. Com os seguranças e trabalhando, vamos fingir que não sabemos dessa pasta na lixeira e que Lucy tem o código.
-Isso.- Mattias concorda.- Tudo está normal para todos.
-Normal.- repito e Peter me encara.
-Ok.- ele assente.- Tudo está normal, por enquanto.
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