Capitulo 16
Peter Todd
-Eu não quero.- cruzo os braços.
-Peter, qual é.- Mattias bufa.- Me ajuda aqui.
-Não.- viro o rosto.
-Tessa vai me matar se eu não pegar o vestido.- explica.- Agora, você sabe onde ela costuma colocar a roupa para lavar. Onde é a lavanderia?
-Importa?- pergunto.
-Ok, chega.- ele bufa.- O que você tem?
-O que eu tenho?- franzo as sobrancelhas.- Por que as pessoas acham que eu tenho alguma coisa?
-Por que você fica com essa cara de raiva para todo canto que você vai.- explica.- Não era assim antes, você dava mais sorrisos.
-Eu só não tô querendo sorrir.- me defendo.- Qual é o problema nisso?
-Que com essa cara feia, vem a irritação e você age feito criança.- ele explica.- Então, quero saber o que você tem.
-Eu estava saindo com uma garota.- começo e ele me olha surpreso.- Só que a gente não acertou nada, então eu peguei outra garota.
-Ah, Peter.- ele franze as sobrancelhas de modo frustrado.- Até você sabe que isso é idiotice.
-Eu sei, eu sei.- passo a mão pelo rosto.- E eu também falei que não gostava de beijar na boca, mas ela me viu beijando a outra garota também.
-Você realmente se complica.- ele bufa.- E aí? Tentou pedir desculpas?
-Sim, mas quando cheguei no apartamento dela, estava saindo com outro.- explico.
-Justo ela ter feito isso bem na sua cara.- ele sorri e o encaro.- Gosta dela?
-Eu não sei, é tão confuso.- coloco as mãos dentro dos bolsos.- A gente teve história antes. História ruim.
-E por que decidiu ficar com ela?- ele acha estranho.
-Por que ela me excita, Mattias.- admito.- Sério. É maluco o jeito como eu olho para ela e simplesmente fico duro.
-Então você gosta dela.- ele admite.- Você gosta de tudo que deixa você duro.
-É, verdade.- percebo.- Enfim, eu tentei pedir desculpa e ela nem quis me ouvir.
-O que você esperava? Que ela estaria esperando você pronta para transar de novo?- ele sorri.- Peter, você nunca correu atrás de algo, não?
-Não.- balanço a cabeça.- Elas correm atrás de mim.
-É, você nunca faria isso sem ajuda.- ele suspira.- Você precisa provar que se arrependeu de verdade.
-Como?- pergunto.
-Não sei, cara, do que ela gosta?- franze as sobrancelhas.
-Eu não....não sei.- percebo.
-Nossa, Peter, que merda.- ele bufa.- Ok, você pode comprar flores, e chocolate, talvez falar alguma coisa...
-O que?- o observo.
-Não sei, Peter, você quer que eu escreva em um papel?- pergunta sarcástico.
-Legal.- respiro fundo.- Mas o que eu falo? Tipo...por onde eu começo?
-Que você foi um babaca.- explica.- Que você se arrepende e que, se isso acontecer de novo, é você quem nunca mais vai procurar ela. Você realmente precisa estar arrependido, Peter.
-Eu não sei o que há entre nós.- balanço a cabeça.- Simplesmente não consigo parar de pensar nela.
-Parece que finalmente alguém está infernizando você, como você infernizava os outros.- ele sorri.
-Isso não é engraçado, Mattias.- bufo.- É como se fosse uma droga, fico com ela na cabeça e parece que vou surtar sempre que penso nela com outro.
-Imagine como ela se sentiu quando viu você com a outra.- ele fala pensativo.
-Eu já entendi, Mattias.- balanço a cabeça.- Eu fui um filho da puta idiota e insensível. Eu só quero resolver isso.
-Bom, então é melhor resolver antes da festa de Natal.- ele explica.- Agora, você tem que me ajudar a pegar os vestidos, senão Tessa vai me matar e não vou poder ajudar você.
-Ok.- levanto do sofá.- A lavanderia dela é aqui perto. Você deveria saber.
-Eu deveria.- ele suspira pegando o casaco.- Vamos. Tenho que pegar o de Lucy e o da Gwen também.
-Ah.- sigo ele e tenho uma ideia.- Se quiser, eu vou deixar o vestido delas depois.
-Seria bom.- mexe a cabeça.
-Ok.- fico mais animado.- Obrigado pelo conselho.
-De nada.- ele bate de leve no meu ombro.
✯
Gwen Gallagher
Meus braços estão até os cotovelos na terra e eu estou tentando ver se a raiz está presa demais. Preciso de luvas maiores da próxima vez, estou quase com os braços inteiros e vou ter que lavar eles depois.
Uma mecha de cabelo cai no meu rosto e bufo soltando a raiz, me ajoelho na terra e respiro fundo sentindo o cheiro das flores, parece até um calmante para mim. Melhor do que os calmantes da minha mãe.
Entro em casa e lavo meus braços antes de pegar um copo cheio de água e começar a tomar, ouço um som na frente da casa e penso que seja Connor, ele esqueceu o casaco aqui e não veio buscar até agora.
A campainha toca e caminho para destravar as trancas, assim que abro a porta me arrependo na hora. Peter me observa e vejo que ele tem várias coisas na mão, nem sei por onde começar primeiro.
Tem uma caixa vermelha com um laço dourado, tem flores presas em seu braço e ele está com, o que eu acho que seja, o meu vestido para a festa de Natal, que é em três dias.
-Vim entregar isso.- ele fala baixo e pego o vestido.
-Tchau.- começo a fechar a porta.
-Calma.- ele segura sem esforço.- Eu também vim entregar esses.- ele mostra quando apoio o vestido no sofá.
-O que é isso?- pego a caixa.
-Chocolate.- explica.- Lembre que você gosta daqueles de caramelo, não?
-É.- travo o maxilar.- Acabou?
-E as flores.- ele estende.
-Não quero.- coloco a caixa em cima da mesa.- Agora você pode ir...
-Por favor, Gwen.- ele fala rouco.- Eu estou arrependido.
-Você sempre está, não?- levanto as sobrancelhas.
-Eu tô com medo, também.- ele admite e paro.- Porra, Gwen, eu tô com medo de tudo que envolve você.
-Isso era para ser algo bom?- pergunto.
-Não, nunca é.- suspira.- Tenho medo de tento tocar você, eu esqueça de tudo, de todas as coisas que já passamos. Por que quando toco você.... é como se tudo parasse de existir.
-Esse discurso idiota não vai me convencer, Peter.- cruzo os braços.
-Eu sei, eu esperava isso.- ele engole em seco.- Me dá uma chance, por favor.
-Eu já dei uma chance para você...
-A última.- ele interrompe.- A última e eu juro que não vou mais ser um cuzão.
-Parece impossível.- provoco.
-Não vou sair com outras pessoas, não vou nem mesmo olhar para outras mulheres.- explica.- Vou fazer o que você quiser, tudo que quiser. Vou te dar mil beijos se quiser, vou tratar você como se fosse uma rainha.
-Peter...
-Por favor, Gwen, só mais uma chance....
-Eu tenho um encontro com Connor hoje.- falo antes de mais nada.- Tenho que tomar um banho, na verdade.
-Vai sair com ele?- os olhos dele brilham.
-Sim.- assinto.
-Vão onde?- ele limpa a garganta.
-Ele vai me levar para ver um filme.- informo.- Depois vamos passear um pouco pelo parque.
-É isso o que você quer?- pergunta.- Alguém para levar você para o cinema, parque?
-Eu quero alguém em quem possa confiar.- falo e ele parece se encolher.
-Você pode confiar em mim.- sussurra.
-Eu não sinto isso.- balanço a cabeça.
-Por favor, Gwen...
-Vejo você na festa de Natal.- o paro.
-Certo.- ele mexe a cabeça.- Mas eu não vou desistir.
-Eu não vou aceitar.- rebato.
-Eu estou torcendo para que aceite.- começa a ir.- Poucas coisas me fizeram querer lutar tanto por elas.
-O problema é que você perdeu antes mesmo de ganhar.- explico calma.- Isso é ainda mais difícil de recuperar.
-Eu consigo.- ele sobe na moto e o observo.- Tenho fé em mim. Você não?
Sustento o olhar dele e Peter coloca o capacete, então vejo ele indo embora e passo a mão pela nuca. Não sei o que esperar dele, mas parecia muito focado em conseguir o que queria conseguir.
De qualquer forma, eu não vou ceder.
Tenho um encontro, esses encontros com Connor estão indo muito bem, menos quando aquele alerta no fundo começa a alarmar e eu fico mais fechada. No geral é quando ele fala sobre nosso relacionamento, sobre eu estar com ele e com mais ninguém.
Mas isso é um relacionamento sério, não?
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