Ele andava segurando seu chapéu enquanto sua capa azulada, agitada, balançava com o vento frio da maresia. Seus sapatos pontudos deixavam pegadas na areia branca, iluminada pela intensa luz do luar. As ondas batiam na costa e bem adiante estava o imponente farol de luz carmesim. Sobre sua cabeça as estrelas brilhavam no céu noturno, tão limpo quanto escuro. Estava apressado, pois já era quase meia noite. Foi então que, ao aproximar-se de seu destino, pôde notar que alguém ali o esperava. Com um sutil brilho de seu cajado, o mago azul, fez sumir uma intensa neblina que encobria sua presença, fazendo-o aparecer por trás da figura encapuzada que ali estava, no pé do farol negro.

- Bem a tempo! - Disse o homem encapuzado. - Aqui está o mapa e a chave para sua missão! - E assim, após cumprimentarem-se pelo olhar, se despediram com um aperto de mãos. 

Assistindo tal misterioso homem montar num cavalo e sair dali discretamente pela praia. O mago sem rosto logo subiu os degraus do farol até o topo; Sacando um relógio de bolso, que indicava exatamente as meia noite, ao encarar o mar com profundidade, percebeu vindo no horizonte, uma determinada embarcação. 

Então o mago subiu no telhado, ergueu seu cajado para o alto, e fez as ondas agitar-se, pouco a pouco. Com cada balançar do cajado as elas ficavam cada vez mais fortes e maiores, a ponto do mar tornar-se extremamente violento até mesmo para os peixes. Não demorou para que a embarcação desaparecesse, engolida pelas águas do mar, que logo, subitamente, acalmou-se de novo.

Antes de sair, o enigmático mago, destruiu a luz vermelha do farol negro, que apagou-se. E agora, apenas o que iluminava a praia, as rochas e a costa, era a luz da deslumbrante lua cheia.