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Rodrigo e Leonor

O Romeu e a Julieta de Peniche


     Esta descrição é baseada na narrativa #3203 do Arquivo Português de Lendas (APL 3203).


     A história de Romeu e Julieta, imortalizada pelo génio do William Shakespeare, é, sem dúvida, o mais célebre dos romances trágicos. Todavia, não é o único: histórias de amores proibidos que acabam em tragédia têm conquistado os corações dos homens desde a Antiguidade. E é claro que o imaginário popular português não podia deixar de ter os seus «Romeus e Julietas». Uma dessas histórias ocorreu nos primeiros vinte e cinco anos do séc. XVI: no lugar de Verona estava Peniche; e o «Romeu» e a «Julieta» se chamavam Rodrigo e Leonor, respetivamente.

     Quis o destino – ou Deus – que dois jovens na flor da idade, o Rodrigo e a Leonor, se apaixonassem um pelo outro. E poderiam manifestar livremente esse amor se não houvesse um senão: os seus progenitores paternos eram fidalgos que se odiavam mútua e profundamente, quiçá devido a negócios decorrentes dos Descobrimentos Portugueses.

     Por mais secreto que fosse o seu namoro, os pais deles acabaram por saber disso. Quando soube com quem o seu filho namorava e que estava resoluto em continuar aquele romance, o pai do Rodrigo fez ele ingressar no então ativo Mosteiro da Misericórdia da Berlenga como noviço da Ordem de São Jerónimo com vista a que esquecesse aquela paixão proibida.

     Mas o hábito de frade não apagou a chama do amor que envolvia o coração do agora Frei Rodrigo! Foi posto em prática um plano: todas as noites, com a ajuda de um pescador seu amigo, ele fazia-se transportar num pequeno barco até uma gruta nas penedias do Sul da Península de Peniche, onde a Leonor o aguardava, com a luz de uma pequena lanterna a indicar a presença dela. E assim se encontravam estes dois jovens apaixonados durante muito tempo.

     Já agora, é curioso eles se encontrarem numa gruta: por parecerem úteros, as grutas simbolizam a conceção de algo novo. Neste caso, podia significar que estava ali a formar-se uma nova vida a dois – a do Rodrigo e da Leonor, juntos. Mesmo que tivesse de ser às escondidas.

     Só que o manto do secretismo desapareceu-lhes de novo. E numa noite, a Leonor fugia dos servos do pai dela, saltando de rochedo em rochedo, quando resvalou sobre os seixos da encosta acima da gruta. Gritou enquanto caía para o mar escuro, no qual se afogou.

     Entretanto, chegou o Rodrigo. Não vendo o sinal do costume na gruta, subiu a encosta, chamando pela Leonor. Foi então que avistou a boiar na água o manto branco da sua namorada. Gritou, e depois lançou-se do alto das arribas, na esperança de ainda salvá-la.

     Dias depois, num carreiro à beira-mar perto da gruta, alguém encontrou o corpo da Leonor, com um sorriso triste e imaculado no rosto. Ela foi sepultada no adro de uma capela dedicada a Santa Ana.

     Já o corpo do Rodrigo foi encontrado na costa Norte da Península de Peniche, junto a uma rocha a que se deu o nome de Laje de Frei Rodrigo. Não é referido o local onde foi sepultado.

     A gruta que foi palco de tão trágico amor também ganhou um nome: Passos de D. Leonor. Tal recanto parece ainda hoje aguardar o regresso dos dois enamorados como que houvesse o desejo de um outro final para a sua história, porventura mais feliz.



Fonte da imagem: Franco nuno (canal de YouTube)

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