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Costureirinhas

A costura que vem do outro mundo


     Esta descrição é baseada na narrativa #2024 do Arquivo Português de Lendas (APL 2024).


     Se estiverem em qualquer parte de uma casa, em especial no Alentejo, e começarem a ouvir os pedais de uma máquina de costura a moverem-se, uma tesoura a cortar ou até mesmo uma linha a partir-se, das duas, uma: ou os ratos passaram a dedicar-se à costura, ou uma Costureirinha veio do Purgatório chamar a atenção para as faltas que precisa de expiar!

     As Costureirinhas são uma variante de Almas Penadas. Quando uma pessoa que não é realmente má morre sem fazer aquilo a que se propôs (como cumprir uma promessa ou respeitar certos preceitos da religião que seguia), vai para o Purgatório e torna-se uma Alma Penada. E assim está durante um determinado período de penitência das faltas que cometeu em vida, após o qual irá para o Céu. Como esse período pode ser longo (e sem dúvida muito penoso por conseguinte), as Almas Penadas voltam ao nosso mundo, o dos homens vivos normais, quando se abrem as portas do mundo do sobrenatural e manifestam-se junto de nós de diferentes formas – luzes, sons, formas de animais, etc – em determinados sítios, a pedirem que rezemos por elas ou façamos o que não fizeram como proposto em vida para encurtar o período de penitência delas. O barulho do corte e da costura mecânica é a forma das Costureirinhas dizerem «Presente!» (embora ninguém faça-lhes a chamada!).

     As Costureirinhas foram costureiras que partiram deste mundo e deixaram por fazer aquilo a que se propuseram – por exemplo, a Costureirinha da Vidigueira trabalhava nos dias santos (dias em que os católicos devem ir à missa em vez de trabalhar) quando era uma mulher que decidiu seguir certamente a doutrina católica antes de morrer por doença. Mas é curioso que só passou a haver Costureirinhas com o advento das máquinas de costura de pedal no séc. XIX... Senão como é que haviam elas de fazer os seus característicos sons? Talvez a lenda da Costureirinha da Vidigueira dê uma resposta a essa questão.

     As máquinas de costura eram tão poucas até há algumas gerações. Resultado: as costureiras tinham então mais trabalho para fazer – muita gente queria aproveitar a rapidez com que eram cosidas as roupas. E se calhar alguém superior concebeu então uma nova variante de Almas Penadas para lembrar às costureiras que mais trabalho não significa, por exemplo, deixar por fazer um manto prometido a Nossa Senhora, por algum motivo, quando se é católico em vida...

     As Costureirinhas parecem ser de sexo feminino; é lógico, pois a costura tem sido uma profissão tradicionalmente de mulheres. Mas mesmo assim, também existem Costureirinhas de sexo masculino, perguntam vocês? Bem, talvez... Se houve costureiros, de sexo masculino, que não fizeram aquilo a que se propuseram em vida, então também deve haver «Costureirinhos»! Afinal, se se fala tanto de igualdade de género nas ocupações profissionais deste mundo – e ainda bem que assim é –, porque não haveria também igualdade de género nas do outro mundo?



Fonte da imagem: Alqueidão da Serra (site)

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