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Rodolfo

一 Não foi tão ruim. 一 No dia seguinte, eu chamei Victória para a minha casa após a aula particular de cálculo. Contei a ela tudo o que aconteceu no dia anterior, e como a minha expectativa havia sido frustrada. 一 Pelo menos você transou com aquele deus grego.

一 Preferia não ter transado. 一 Revirei os olhos. 一 Foi uma péssima noite.

一 Bobagem. Toda experiência é uma experiência. 一 Ela me deu uma cotovelada. 一 Vamos procurar outro cara. Talvez você tenha mais sorte dessa vez.

E puxou o celular da minha mão, apertando a senha que eu bem conhecia 一 Ter fornecido a senha de desbloqueio para Victória foi um erro. 一 e abrindo novamente o cardápio humano, procurando mais um exemplar do sexo masculino com o qual eu possa passar a noite.

一 Acho que eu... 一 Iniciei, um pouco receosa. 一 Não quero mais usar o tinder.

Victória ergueu os olhos para mim, contradizendo-me apenas com o movimento de suas órbitas. Contudo, eu estava convicta na minha decisão.

一 Tem certeza? 一 Ela perguntou. 一 É a maneira mais fácil de conseguir um namorado.

一 E de conseguir gente lixo também. 一 Me lembrei de Miguel. Se ele fosse um cara decente, teria ao menos se preocupado com o meu orgasmo. 一 Acho que podemos tentar de outras formas.

一 Tá, você quem sabe. 一 Ela jogou o celular para mim. 一 Tem alguma sugestão?

A verdade é que eu não tinha nenhuma. Não imaginei que seria fácil assim convencer Victória a abandonar o tinder.

一 Você... 一 As palavras morreram na minha garganta. 一 Consegue pensar em algo?

Ela se pôs a pensar por alguns minutos. Como eu imaginei que faria, Victória logo veio com uma ideia que eu jamais iria querer pôr em prática:

一 Podemos ir a uma balada.

***

Sexta feira à noite, um calor desgraçado em São Paulo. Fomos na balada mais barata da região, onde a gente possa ficar bêbada pela menor quantidade de dinheiro possível, embora Victória não bebesse e eu fosse fresca para cerveja. Não era a minha ideia de passeio preferido.

Não conheço muita gente que namorou ou casou via balada, mas Victória diz que existe. Ela tem mais contatos que eu e, apesar de também não ser uma mulher de festas, sua vida social é levemente mais agitada que a minha, então eu acreditei. Mas, uma coisa é verdade: Se o tinder me incomoda por tratar as pessoas como descartáveis, na balada isso se intensifica três vezes mais.

Vesti meu melhor vestido e tentei me maquiar de um jeito discreto, mas que escondesse minhas imperfeições. Talvez um cara bêbado pudesse me achar atraente, pensei. Minha mãe sugeriu que eu usasse seus saltos, mas eu sou desengonçada e odeio salto alto, então optei por ir com uma sandália normal mesmo. Não é como se alguém fosse ficar olhando para os meus pés, de qualquer forma...

Victória chegou para me buscar às dez e meia. Ela tinha uma moto, diferentemente de mim que sequer havia tirado CNH e dependia dos outros para me locomover a praticamente qualquer lugar, e estava deslumbrante. Minha amiga também não era fã de maquiagem, mas o batom vermelho que destacava seus lábios e o delineado leve que deixava seus olhos ainda mais penetrantes a tornava ainda mais bonita.

一 Vamos logo, antes que a gente pegue fila. 一 Ela buzinou. Eu me despedi de minha mãe às pressas e logo subi na garupa.

一 Você está bonita. 一 Reparei, tão logo nos encontramos. 一 Os homens certamente irão olhar para você.

一 Eu não quero homem nenhum. 一 Ela me respondeu, taxativa. 一 Irei encaminhar todos para você.

E, assim, seguimos para a boate.

Não pegamos muita fila, o que, para ser sincera, não foi muito bom; Ao contrário do que eu imaginaria, lá dentro era ainda mais quente que lá fora. O local estava abarrotado de pessoas, uma mais esquisita que a outra, e todas dançavam uma música sertaneja atual que eu nem reconhecia. Detesto música sertaneja.

Olhei para Victória, que balançava seus cabelos no ritmo da música, e minha amiga parecia estar se divertindo bastante. Como eu imaginei, ela era o centro das atenções: Contei no mínimo uns 4 caras diferentes (dois eram bem gatinhos. O terceiro, eu devo admitir, não muito, e o quarto era bem feio.) que lhe passaram uma cantada e foram cruelmente rejeitados; Victória encaminhou todos para mim, mas nenhum deles pareceu se interessar pela amiga feia da protagonista (nem mesmo o que parecia a própria cópia do smeagol, o que é um absurdo. Eu não sou nenhuma Gisele Bundchen, mas também não sou tão feia assim.), de forma que até as duas da manhã eu me mantive completamente solitária. A temperatura subia, as músicas ficavam cada vez piores e eu sentia vontade de vomitar.

一 Vi. 一 Eu iria desmaiar se ficasse naquele cubículo minúsculo regado à música ruim e gente bêbada. Definitivamente, baladas não são o meu tipo de rolê. 一 Acho que eu vou no banheiro.

一 HÃ? 一 Ela berrou. A música estava realmente alta.

一 BA-NHE-I-RO. 一 Separei cada sílaba lentamente, para que ela pudesse entender. 一 Já volto, ok?

Ela fez um joinha com uma das mãos e continuou dançando. Pelo que eu sei de Victória, seu estilo não é o sertanejo 一 Ela é bem mais do MPB. 一 mas a sua capacidade de se divertir em absolutamente qualquer lugar é incrível.

Só queria tomar novos ares, mas quando me afastei da pista de dança, realmente senti a minha bexiga apertar. Acho que havia tomado muita cerveja, no final das contas; Me dirigi ao lugar onde eu sabia que estavam os banheiros e aguardei uma fila imensa que se formava na porta.

O masculino também estava lotado, o que era estranho, porque geralmente só se forma fila no masculino. Os homens se aliviam no matinho ou sei lá, nada que venha do sexo oposto realmente me surpreende. Decepciona, mas não surpreende. Não que isso importasse muito; Como uma boa menina, me pus no final da fila e aguardei pacientemente minha vez.

Talvez alguém estivesse tendo uma crise de caganeira violenta no banheiro ou algo do tipo, não sei, porque a demora foi maior do que eu poderia prever. A bexiga apertava cada vez mais e eu dançava de um lado para o outro, com medo de fazer nas calças. Que situação constrangedora, meu Deus!

Eu estava tão transtornada segurando o xixi que quase não reparei quando um deus grego puxou assunto comigo:

一 Que fila, não?

Estava de costas. Quando eu me virei, focalizei o homem: Fortinho, pele parda, cabelos curtos enrolados e pretos raspados do lado, piercing na sobrancelha e camiseta polo. Ele era muito bonito, bonito demais para eu cogitar a hipótese daquilo ser um flerte.

一 Você está falando comigo? 一 Perguntei, um pouco envergonhada. Não tenho muito tato diante de homens bonitos.

Ele penteou o cabelo para trás com a mão e sorriu com o canto da boca. Era realmente lindo.

一 Com quem mais eu poderia estar?

Senti minhas bochechas corarem. Claro que era comigo, quem mais poderia ser?

一 Ahn... Está longa sim. 一 Eu falei. 一 Talvez alguém tenha entupido algum vaso. Por isso está empacando lá na frente.

E, se eu algum dia tive chances com esse moço, elas foram completamente aniquiladas, porque eu havia acabado de dizer a pior e mais broxante coisa do mundo.

Mas, por alguma razão, ele riu. Talvez me achasse engraçada.

一 Eu gostaria de te conhecer melhor. 一 Com os olhos castanhos brilhantes, ele me encarou diretamente no fundo da minha alma. 一 Meu nome é Rodolfo. O seu?

一 Mariana. 一 Respondi.

Conversamos um pouco sobre uma série de coisas. Descobri que ele também odiava sertanejo e era fã do Black Sabbath, uma das minhas bandas preferidas. Também descobri que ele jogava basquete e gostava muito de esportes, além de ser corinthiano. Ele trabalhava numa escolinha infantil de esportes, atuando como técnico. Sobre política, Rodolfo se considerava centrista, pretendia votar na Marina Silva e odiava o Bolsonaro (Eu sei, não é o ideal. Mas poderia ser pior).

Quando eu fiz xixi, encontramos um canto afastado da balada (onde a música não invadisse nossos ouvidos) para nos conhecermos melhor. Eu não tinha muita coisa relevante para falar sobre mim mesma; Estou desempregada e procuro um namorado, isso é tudo o que posso dizer sobre mim. A última parte eu obviamente omiti, porque iria parecer uma desesperada... Enfim. Para fingir que era mais interessante, eu falei da minha paixão por livros, porque a maioria julga isso hábito de gente inteligente; Mal sabem eles que eu leio pornô de aliens. De qualquer forma, também falei do meu gatinho, Bolota, porque qualquer homem que queira me conhecer terá que se dar bem com ele também.

Para a minha surpresa, ele me achou realmente interessante. Minha vidinha de merda interessa a alguém.

一 Sabe o que eu acho? 一 Ele disse, baixinho, no meu ouvido. 一 Você é muito divertida e inteligente.

一 Obrigada? 一 Não eram as duas primeiras qualidades que eu atribuiria a mim, devo confessar.

一 E sabe o que eu também acho? 一 Ele enlaçou as suas mãos em minha cintura. 一 Nós deveríamos beijar. Eu e você.

E, quando ele disse isso, eu senti seu hálito de hortelã bem perto do meu rosto. Entorpecida pela beleza e pela gentileza do moço, eu disse sim.

Ele me arrancou um belo beijo que me fez subir às alturas. Sua língua dançava com maestria e eu me sentia em um filme antigo de romance.

Por fim, nos separamos e ele se manteve olhando diretamente para o meu rosto por alguns minutos. Parecia esperar que eu dissesse algo, mas eu não tinha nada a dizer. Estava demasiadamente em êxtase pelo hálito quente do rapaz.

一 Que tal se nós... 一 Ele enfim se manifestou. 一 Fôssemos a um lugar mais... Reservado?

Quem esse crápula estava achando que eu era? Eu sou uma mulher difícil. Para Miguel eu cedi facilmente, mas apenas porque ele era muito bonito e eu estava há muito tempo sem... Você sabe o que. Só porque este homem é bonito, gostoso, inteligente, bom de papo, simpático, educado... Ele pensa que me terá na mão desse jeito?

Eu disse sim.

***

Quando eu acordei, no dia seguinte, havia uma mensagem de Victória no meu celular.

Victória Grecco

Vc saiu com aquele bonitão e me deixou sozinha!

Bom, espero ao menos que tenha se divertido.

Me senti levemente envergonhada por ter esquecido de mandar uma mensagem para minha melhor amiga, mas senti que, como sempre, ela entenderia. Rodolfo deitava ao meu lado, completamente nu, e eu novamente havia me arrependido do que aceitei fazer.

Não é necessário dizer mais uma vez, mas ainda assim eu repetirei: Eu não gozei. Porque todos os homens parecem se importar apenas com o próprio prazer?

Quando eu me levantei, logo tratei de me vestir e de arrumar minhas coisas na bolsa. O celular estava em 10% de bateria, eu teria que ser rápida se quisesse chamar um uber.

Naquele exato momento, porém, Rodolfo acordou. Eu não queria dar muitas satisfações a um homem que sequer havia me feito chegar ao orgasmo, mas seria indelicado se eu nem ao menos o cumprimentasse.

一 Bom dia. 一 Falei, calçando meus sapatos. Ele esfregou os olhos mais uma vez, como se ainda decidisse acordar ou não.

一 Bom... Dia. 一 Sua voz estava embargada. 一 Foi uma excelente noite.

Bem, não para mim, eu pensei, mas ainda assim me mantive calada. Havia tomado o contato dele antes de partirmos para os finalmentes e agora ele estava na minha agenda. Talvez, na próxima vez, ele fosse menos centrado no próprio prazer.

一 Nós usamos camisinha? 一 Ele perguntou, coçando a própria nuca.

Ok, este homem realmente acha que eu sou uma grande irresponsável. Ou louca, um dos dois.

一 É claro que usamos. 一 E disso eu me lembrava bem. 一 Estou desempregada, meu filho. Você realmente acha que eu preciso de uma criança agora?

一 Uma pena. 一 Ele bocejou. 一 Eu adoraria ter um filho com você.

Ok, isso soou um pouco creepy, mas como eu sou uma grande idiota que ignora red flags, resolvi relevar. Apenas terminei de arrumar minhas coisas na bolsa (E roubei um desodorante, porque não estou podendo gastar muito com higiene básica. Tenho certeza que papai do céu vai me perdoar por isso mais tarde) e despedi-me:

一 Eu já estou indo. 一 E puxei meu celular do bolso, agora com 9% de bateria. 一 Se cuide.

一 Ah, não. 一 Ele fez beicinho. 一 Fique mais um pouco. Eu falei para a minha mãe que você estaria aqui...

Espera, ele o que?

一 Por que você disse isso? 一 E pisquei freneticamente, incrédula. 一 Sua mãe não vai reclamar de uma estranha na sua casa?

一 Ué, eu não deveria? 一 Rodolfo arqueou as sobrancelhas. 一 Você é minha namorada.

Ok, eu DEFINITIVAMENTE perdi o momento em que as coisas chegaram a esse ponto.

一 Eu sou O QUE? 一 Ontem, ele era só um cara bonito na balada. Agora, ele é meu namorado? Eu sei que estou buscando por alguém, mas não precisa ser assim tão rápido.

一 Minha namorada, oras. 一 Ele se levantou, procurando as próprias roupas. 一 Contei para a minha mãe. Ela ficou muito feliz, e eu...

一 Rodolfo... 一 Eu nem conhecia ele direito. 一 Nós só transamos.

Ele me encarou com os olhos fundos e as sobrancelhas franzidas. Parecia prestes a chorar.

一 Você não quer ser minha namorada?

一 É bem cedo para isso. 一 Falei, como se fosse óbvio. 一 Além disso, eu nunca conversei sobre isso com você. Talvez eu só quisesse diversão mesmo, e...

Os olhos de Rodolfo ficaram marejados. Ele parecia prestes a chorar, como um bebê de meses.

Neste momento, eu percebi que era o momento para dar o pé e fugi pela janela. Não tinha certeza se ele me impediria de sair, mas eu não queria ser a próxima vítima de cárcere privado por dizer a um homem de trinta anos que, às vezes, sexo é apenas sexo.

Chamei logo um uber e ao longe conseguia escutá-lo chorar de sua casa. Ele gritava coisas feias para mim, me chamava de biscate, vadia, sem coração. Bem, talvez eu fosse mesmo. Meu uber logo chegou e, tão logo entrei no carro, tratei de bloquear o contato do homem no meu celular.

Não sem antes notar que ele havia me xingado horrores pelo whatsapp.

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