Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

XXV

I'm headed straight for the castle
They wanna make me their queen
And there's an old man sitting on the throne
That is saying that I probably shouldn't be so mean

- Halsey, Castle

Meu olhar esta fixado nele, que está sentado tranquilamente em uma cadeira num canto do quarto. Um leve sorriso presente em seus lábios enquanto me olha fixamente com seus olhos bicolores, um tão azul quanto o céu e o outro dourado como o ouro.

Os mesmos olhos que me encararam de forma tão curiosa apenas alguns dias atrás naquele festival que estávamos presentes, só que dessa vez sem aquela máscara de lobo no rosto, nem mesmo o capuz, revelando agora seus cabelos brancos como a neve que combinam perfeitamente com a imensidão branca do quarto, seu rosto perfeito me lembrando da beleza incontestável dos elfos, além do ar... superior que ele exalava somente pela forma que estava sentado, e sua graça ao se levantar me fazendo reparar pela primeira vez nas suas roupas. Ele está usando roupas clássicas de nobres em tons de azul royal e dourado. Com botas pretas que vão quase até o seu joelho. Roupas que não combinam com muitas pessoas, mas com ele parecem terem sido criadas somente para moldar a sua aparente perfeição.

Mirei em seu peito o fazendo parar, não precisei dizer nada para que ele entendesse o recado. Ele abriu um sorriso mostrando todos os dentes, o tipo de sorriso que não se deve ignorar, além de que não me parece que parou por medo ou receio do meu aviso, o que me causou receio.

_Que imenso prazer vê–la pessoalmente depois de tanto tempo, Victoria. – ele disse meu nome da mesma forma que um amante diz pra sua pessoa amada no auge de seu amor.

Constatar isso me causou arrepios.

_C–como sabe o meu nome? – minha voz saiu meio tremida no início e eu me amaldiçoei internamente por isso.

Ele inclinou a cabeça para o lado mostrando confusão – Como não saber? Já nos conhecemos há eras. Conheço cada uma de suas reencarnações, mesmo que elas não tenham sido muitas e nem tão importantes quanto essa.

_Mas do que diabos você está falando? E quem é você?

_Pense um pouco, Victoria, pense e irá se lembrar do meu nome.

Não tem como eu conhecer uma pessoa que eu vi duas ou três na vida e se quer troquei palavras decentes com ela, ainda mais alguém que nem parece ser real. A não ser...

Que fosse um sonho.

Os sonhos.

Como? Como isso é possível? Eu ter sonhado com ele tantas vezes durante todos esses anos sem saber por quê? É como se eu o conhecesse há anos, seu nome fluiu pelos meus lábios antes que eu percebesse.

_Eros...

Ele se curvou como um cavaleiro com uma de suas mãos sobre o peito – Eros Scorpius–Titanus I, ao seu dispor.

_Como...? Como eu sei o seu nome? E como você sabe o meu?

_Nomes só servem para facilitar o modo que iremos chamar a pessoa, o que realmente importa é a sua alma e a essência que ela irradia – explicou voltando a ficar reto e me olhar fixamente nos olhos, brilhantes e intensos olhos – E a sua alma, querida, é a mais brilhante de todas, eu a reconheceria em qualquer lugar.

Eu não estou entendendo nada, tudo o que eu consigo pensar é como e do que ele está falando.

_Você deve ter muitas perguntas a fazer, mas por enquanto por que não abaixa essa arma para podermos conversar como pessoas civilizadas? – questionou–me. Levantei uma sobrancelha. O que ele quis dizer com isso?

_O que você está fazendo aqui?

_Bom, eu gosto muito de bailes – respondeu com um sorriso – Principalmente aqueles que têm um motivo muito importante por trás deles.

_Como se isso esclarecesse muita coisa – murmurei pra mim mesma, mas tendo a certeza que ele ouviu, principalmente depois de ver o seu sorriso se abrir. Francamente, o que esse cara tem pra sorrir tanto? Ninguém sorri tanto assim, a não ser que tudo esteja dando certo na vida dele, o que eu sinceramente espero que não seja verdade.

_Eu fico muito feliz por termos nos encontrado finalmente, Victoria. Você não sabe o quanto eu tenho esperado por isso – começou a andar pelo quarto indo ate uma mesa em que havia alguns frascos com líquidos âmbar dentro dos mesmos e alguns copos dispostos.

Ele não parece estar ligando para o fato de eu estar apontando uma arma de plasma para a sua cabeça, porque tranquilamente ele se serviu de um copo da tal bebida e levou o copo aos lábios depois de me oferecer.

_As coisas ultimamente andaram meio agitadas por aqui, não é? – continuou andando calmamente de volta para a cadeira que estava sentado antes.

_E alguma coisa me diz que você sabe o porquê de tudo ter andando tão agitado, não é? – questionei usando as mesmas palavras que ele usou anteriormente.

_Touché. E algo me diz que você quer resolver isso da forma mais pacífica possível, estou certo?

_E se estiver? – questionei desconfiada. Não que toda a situação já não fosse estranha por si só.

_Então eu tenho a solução perfeita para você. E todos saem bem e felizes, bom... quase todos.

_O que você quer dizer com isso? – destravei a arma, fazendo com ela soasse o suave barulho que ela solta quando liga, o que não pareceu intimidá–lo.

_Eu abaixaria isso. Ou você não quer saber o que aconteceu com sua preciosa 'tia Serenity'?

Por um momento eu congelei. Há tanto tempo não escuto esse nome, já que ele se tornou meio que um tabu perto de Skye, então todos evitávamos falar dela por não sabermos o que aconteceu e pra não deixá–la ainda mais preocupada, e agora aparece um homem que eu nunca vi na minha vida, mas que parece saber tudo sobre mim, dizendo que sabe o que aconteceu com tia Serenity.

Onde está Skye? Meus pensamentos se voltaram para ela já que eu havia saído do quarto justamente porque ela havia sumido, e agora começo a me preocupar que esse homem possa tê–la pego e feito algo com ela. Merda, isso se ele já não pegou os outros, porque se ele sabia que estaríamos exatamente nesse andar é bem provável que saiba dos outros também.

Abaixei a arma devagar e o encarei odiando cada vez mais o irritante sorriso que permanecia em seu rosto.

_Não me olhe com essa expressão, doce Victoria, eu não sou o vilão dessa história – pediu fazendo cara de ofendido – O que eu quero é acabar com os verdadeiros vilões.

Ele fez uma pausa dramática tomando mais um gole da sua bebida, apreciando–a lentamente.

_A história desse mundo assim como o de muitos outros é muito... conturbada. Cheia de guerras, conflitos e muito derramamento de sangue – continuou ele depois de um longo período em silêncio – E eu quero acabar com tudo isso.

_Com mais derramamento de sangue? – complementei com a voz um pouco cínica, vendo seus olhos escurecem e sua mandíbula se contrair antes de fazer um gesto de desdém com a mão livre.

_Efeitos colaterais. Algumas pessoas tinham que entender que eu não estava brincando quando expus meus planos.

_Então você não é o vilão, mas age como um? Pode me explicar como isso funciona? Porque eu estou um pouco perdida aqui.

_Por que eu sou o errado e a Ordem é a certa? – questionou-me, levantando uma sobrancelha – Você só acredita estar do lado certo, porque escolheu acreditar, porque fizeram você acreditar, mas não significa que é verdade. E todos já sabemos que a historia é contada pelo lado vencedor.

Ele se levantou deixando o copo sobre a mesa ao lado da cadeira e veio na minha direção, e embora eu quisesse muito levantar a arma novamente, eu me segurei, eu ainda preciso de informações e ele não vai me dá–las se estiver morto. Eros parou na minha frente apenas a um passo de distancia, seus olhos se fixaram nos meus e por um tempo ficamos apenas ali, trocando olhares, tentando ver quem cedia primeiro.

_Ainda é muito cedo para que entenda as minhas razões – sentenciou depois de um tempo ainda sem quebrar a conexão. – Mas eu espero que logo você se lembre e pare de me olhar com esses olhos acusadores, anjo.

_Do que você está falando? – pra mim ele só parece mais uma cara louco querendo dominar o mundo que para si próprio suas razões são certas e/ou justificáveis.

Talvez eu não esteja tão errada assim.

_Você logo saberá, no momento tudo o que precisa saber é que sua tia está viva, por enquanto. Não vou conseguir segurá–los por muito tempo.

_Do que você está falando? – repeti a pergunta pausadamente, minha mão se fechando sob a arma fortemente.

Ele negou com a cabeça – Eu preciso terminar de contar a historia, anjo, antes de dizer o que eu quero. Por que não nos sentamos? – ele fez um gesto para um sofá de dois lugares perto da grande janela do quarto e quando ele viu que eu não me mexeria, ele suspirou e voltou a andar pelo quarto tranquilamente, ele pegou o seu copo em cima da mesa e dando um pequeno gole antes de se virar pra mim novamente. Mas o que me chamou a atenção foi que ele colocou sobre a mesa uma arma antes de pegar o copo.

A minha arma.

Olhei para as minhas mãos vazias. Como ele fez isso? Eu nem percebi que não estava mais com a minha arma. Quase entrei em pânico, mas me lembrei que estava com outras armas presas ao meu uniforme, incluindo a minha foice e me forcei a respirar fundo e tentar ouvir o que ele tinha a dizer.

_Esse mundo já foi o lugar perfeito pra se viver, antes é claro dos humanos chegarem e contaminarem tudo com o seu jeito... como posso dizer? – ele pensou por um tempo, franzindo o cenho no processo e encarando seu copo enquanto o balançava lentamente – Humano de ser – completou com certo rancor, talvez raiva na voz. – Eles se alastraram como praga e seus ideais e corações corrompidos enraizaram até mesmo nas famílias mais nobres e puras criadas pelas mãos do próprio Titanus, destruindo esse mundo de pouco a pouco. O que eu infelizmente fui obrigado a presenciar.

_"Eu não quero mais guerras, Victoria, eu quero que tudo volte a ser como era antes e quando você se lembrar, tenho certeza que vai pensar da mesma forma que eu. Infelizmente, para que meus sonhos fossem alcançados tive que tomar algumas decisões... difíceis e que tiveram efeitos colaterais que eu não pude prever, mas eu precisava ser ouvido e eliminar potenciais ameaças."

_A Ordem era uma dessas ameaças? – indaguei fazendo–o voltar o olhar para mim.

Ele franziu o cenho – Eu não sabia naquela época que você havia se tornado uma deles, eu deveria ter tomado mais cuidado com as minhas escolhas, principalmente ao tomar decisões que poderiam ter arruinado tudo o que eu venho planejando há séculos. Mas a culpa é minha por ter me esquecido que você sempre teve esse senso de justiça e proteção para com todos – ele abriu um sorriso gentil na minha direção, o primeiro desde que eu o conheci – Felizmente você sempre foi bastante habilidosa para conseguir sobreviver a perigos extremos.

_Por que você fala como se me conhecesse há anos? – fiz a pergunta que estava remoendo desde que ele abriu a boca pra falar de mim.

_Eu conheço, anjo, você só não se lembra, mas não se preocupe logo eu irei resolver isso.

_Eu não quero que você resolva nada! Eu quero saber o que você fez com a minha tia Serenity!

_Eu não fiz nada, alguns dos meus homens capturaram Guardiões naquele ataque a Ordem – começou a se explicar – Não deixei que fizesse mal a nenhum deles até comprovar que você não estava entre os prisioneiros e nem entre os mortos, quando a possibilidade de você ter entrado para a Ordem me passou pela cabeça.

_Quer dizer que depois você deixou? – questionei irritada, querendo avançar e esganá-lo até a morte. Até agora, ele não me deu nenhum motivo para que eu tivesse simpatia para com ele.

_Algumas escolhas tem que ser feitas para que alianças sejam formadas – respondeu como se não fosse nada – E algumas pessoas importantes, para que meu plano dê certo, têm muita raiva de certas pessoas da Ordem, quanto a isso eu não posso fazer nada. Mas não se preocupe, ela foi uma de minhas protegidas e por isso não está morta ainda. Ela me foi muito útil para me contar algumas coisinhas sobre você.

Ele caminhou ate mim levantando uma de suas mãos para acariciar o meu rosto lentamente. Seus olhos novamente fixados nos meus, como se ele não quisesse perder nenhum detalhe.

_Por isso sei que você quer impedir que essa guerra de fato comece, Victoria, e pra isso preciso que me ajude. Preciso que esteja ao meu lado, quando eu entrar naquele salão. Preciso que aqueles Lordes a vejam, e vejam que está do meu lado, só assim terei o apoio de todos eles e só assim para que essa guerra não se inicie – olhei dentro dos seus olhos e por um momento pude ver dor e solidão refletidos neles, pude ver o apelo silencioso que ele fazia para que eu aceitasse, embora eu ainda não tenha entendido o porque dele me querer ao seu lado nesse baile, nem o porque de eu ser tão importante pra ele.

Talvez eu possa usar isso ao meu favor então.

_Prove que ela está viva.

Ele estendeu a mão para trás de mim, como se pedisse algo, e mesmo contra a vontade de dar as costas a ele e quebrar o contato com seus olhos, eu me virei lentamente para ver o que ele estava fazendo, me surpreendendo ao ver que Ivy se encontrava na porta segurando uma tela de vidro numa mão e uma espada embainhada na outra, enquanto me olhava fixamente com os olhos em brasa. Eu não havia escutado–a entrando, e me amaldiçoei mentalmente por não ter prestado atenção a minha volta por causa de todos os sentimentos conflitantes dentro de mim, um erro, um grande erro, porque se ele quisesse eu já estaria morta.

Ivy deu poucos passos até alcançar a mão estendida e lhe entregar a tela que já estava aberta em algo. Eros estendeu a tela na minha direção e eu vi que havia um vídeo aberto. A contragosto parei de encarar Ivy e voltei meu olhar para a tela. Meu coração se apertou quando conheci reconhecer a pessoa que estava aparecendo na tela. Tia Serenity. Ela está sentada em uma cadeira, amarrada e com muitos machucados pelas partes visíveis de seu corpo e aparentemente ela está inconsciente.

_O que você fez com ela, seu infeliz?! – questionei com raiva avançando em Eros, segurando firmemente a gola de seu casaco e o trazendo para mais perto de mim. No mesmo instante eu escutei o barulho da espada de Ivy sendo desembainhada para logo em seguida senti–la em meu pescoço em um claro sinal de aviso, ao mesmo ponto que Eros parecia tranquilo com toda a situação como se estivéssemos tendo uma conversa normal sobre o tempo.

_Solte–o. – Ivy sibilou em tom baixo de aviso.

_Abaixe a espada – Eros ordenou em contrapartida com a voz calma e sem desviar o olhar do meu. Ivy não o obedeceu imediatamente o que o fez quebrar o contato visual comigo para voltar o seu olhar para em cima do meu ombro, em Ivy – Abaixe essa espada, agora – repetiu a ordem, dessa vez destacando cada silaba, já não demonstrando a calma de antes com ela, que pareceu pressentir o perigo e decidiu acatar a ordem. – Anjo, embora eu goste da proximidade que você impôs entre nós eu gostaria que não amassasse a minha roupa. Ainda tenho um baile pra ir, que por falar nele, iremos provavelmente nos atrasarmos se não trocar de roupa logo.

O soltei e me afastei um pouco – Eu não irei com você.

Ele levantou uma sobrancelha, ao alisar o seu casaco e verificar a sua roupa antes de voltar o seu olhar pra mim e se aproximar novamente, perto o suficiente para que eu sentisse o seu perfume e a sua respiração.

_Achei que sua tia querida fosse incentivo o suficiente, mas parece que eu estava errado. Muito bem, quanto mais você demorar a decidir vou pegar um de seus amigos que estão espalhados pelo castelo.

_Está blefando, não sabe onde todos estão – falei, mesmo não tendo tanta certeza de minhas palavras.

_A não? Então onde está sua amiguinha Skye que estava com você há alguns minutos atrás?

Desgraçado.

_Pensei que eu tinha sido bem claro, mas parece que não – ele se aproximou mais, dessa vez colando a sua boca na minha orelha – Você tem duas escolhas: evitar uma guerra e salvar seus amigos ou ser o motivo dela. – Ele se afastou, me encarou por um momento antes de caminhar em direção a porta dando a conversa por encerrada.

Eu não me mexi, nem me virei para ver se Ivy ainda estava parada atrás de mim com a espada na mão. Eu estava com o olhar focado a minha frente, ao mesmo tempo que não via nada. Toda a conversa que eu tive com Eros anteriormente passando na minha cabeça, principalmente suas ultimas falas antes de sair e me deixar sozinha no quarto:

_A escolha é sua.

Como se fazer uma escolhas dessas fosse tão fácil assim. Bufei em descontentamento, começando a andar de um lado para o outro no quarto, pensando.

O que fazer? E por que ele ficava repetindo que eu logo iria lembrar? Me lembrar de que?

Pense, Tori. Pense.

Me joguei na grande cama de casala do quarto. Argh! Que droga! O que mais me frustra é notar que tudo esta saindo de acordo com seus planos, ou melhor, boa parte deles, porque aparentemente ele não sabia que eu estava na Ordem, e aparentemente ele precisa de mim viva para que seus planos deem certo, embora eu não tenha entendido o porque de eu ser tão necessária assim.

Será que tem haver com as reencarnações que ele disse antes? Provavelmente. Mas então de quem eu sou reencarnação? Alguma pessoa muito importante para evitar uma guerra entre Eros e os Lordes. Mas quem foi tão influente assim?

Eu deveria ter prestado mais atenção nas aulas de historia, já que pode ter sido alguma figura histórica, ou pelo menos alguém que já fez parte desse... circulo de pessoas importantes. Talvez um ou uma Lorde muito influente ou até mesmo... Sentei. Não. Não pode ser isso.

Eu sou mesmo uma azarada. Só morrendo e nascendo de novo pra dar certo, porque agora não tem mais concerto.

Passei meus olhos pelo quarto, sentindo certa familiaridade com o local e suspirei. É, acho que dessa vez meus pensamentos não me traíram. Fixei meu olhar em um ponto em especifico que eu não havia notado antes, com todo aquele... dialogo super amigável anteriormente.

_O que fazer? – murmurei pra o nada, ou melhor para alguém em específico que sei que não irá resolver. Deixei minha cabeça cair sobre as minhas mãos, mil e um pensamentos passando ela minha cabeça.

O que fazer?

***

As luzes se acendiam, uma a uma, a medida que andava, me guiando por imensos corredores cada vez mais próxima da música.

Expira. Inspira. Repita e tente se acalmar.

É o que eu repetia para mim mesma várias vezes, tentando não perder a cabeça com tudo isso, mas confesso que está bem difícil.

Virei mais um corredor, o último. Uma grande porta se estendia a minha frente e o som dos instrumentos musicais e das conversas soava mais alto aqui. Dois homens armados por esgotadas e vestindo armaduras de cavaleiros tradicionais pretas estavam parados lado a lado em frente a porta, guardas. Não parei de andar e não desviei o olhar, quando estava perto o suficiente parei e esperei.

Não precisei falar nada, já que instantes depois de parar, todo o barulho vindo do outro lado da porta cessou completamente e antes que eu pudesse pensar sobre isso, os guardas se viraram e abriram as portas em prefeita sincronia. O corredor, antes pouco iluminado, se encheu de luz vinda do salão e eu precisei piscar algumas vezes para me acostumar a súbita claridade.

Expira. Inspira. Repita e tente se acalmar.

Você consegue, Victoria.

Endireitei a postura e dei um passo a frente e depois outro, e outro até me ver no topo de uma enorme escadaria e dezenas de pessoas me encarando.

Passei meus olhos pelo salão, encontrando vários Lordes e pessoas pertencentes as doze Casas me olhando fixamente, parecia até mesmo que o tempo havia parado. Respirei fundo mais uma vez e continuei a correr meus olhos pelo salão e meu coração se apertou ao ver Skye no pé da escada sendo segurada por Kay e Keni, ela se debatia tentando se soltar, mas de repente seu olhar seguiu o de todo mundo e encontrou o meu no topo da escada. Ela parou de se debater e eu vi sua boca se mexer como se disesse meu nome, surpresa.

_Tori? - a voz de Kendra soou pelo meu comunicador que eu nem me lembrava que estava com ele - O que está acontecendo? O que você está fazendo ai?

_E onde arrumou essa roupa? - Ally gritou no comunicador e eu acabei fazendo uma careta.

Desci meu olhar pra meu vestido, que estava pendurado no quarto que eu estava antes, com um bilhete pendurado no mesmo para que eu vestisse, não pensei muito ao trocar de roupa, porque eu estava com a cabeça cheia em outras coisas, mas agora que Ally chamou a atenção para o mesmo eu percebi o quanto era bonito. O vestido é longo na cor vermelha, com um tomara que caia em formato de coração todo cheio de pedrarias até a faixa branca na minha cintura, e uma saia rodada o suficiente pra não precisar usar nada para que ficasse assim. É um vestido bonito e que caiu bem em mim.

Tirei a atenção do meu vestido e meu olhar vagou para a outra ponta da escada que eu estava, onde Eros terminava de descer e para no patamar, ele estava com um mínimo sorriso no rosto e seus olhos pareciam brilhar com alguma emoção que a essa distância eu não consigo distinguir, ele olhou para os Lordes por um momento antes de se virar para mim e estender um de suas mãos.

_Tori o que está acontecendo?  - escutei a voz do meu irmão soar nervosa pelo comunicador.

_Desculpe, irmãozão, é uma coisa que eu tenho que fazer.

_Seja o que for nós podemos resolver isso, não faça nada sem pensar antes - dessa vez foi Anthony e sua voz está ofegante como se ele estivesse correndo, e dado pelos barulhos que eu estava escutando, eu não duvido.

_Eu já pensei, e nesse momento só um milagre pra ter outra solução - encarei Eros que já parecia impaciente pela minha demora - Me desculpem. 

Retirei meu comunicador antes que eles falassem alguma coisa e eu mudasse de ideia, afinal há certas escolhas que temos que fazer na vida, mesmo que não seja a certa.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro