XVIII
Desculpem de verdade pela demora, tive um bloqueio criativo enorme e depois começou época de prova e não consegui escrever, claro que a preguiça ajudou um pouco, mas isso não vem ao caso agora...Mesmo depois de toda essa demora vim aqui com mais um cap pra vocês!
Cap dedicado a Ninamessier14 por seu aniversário que foi no inciso do mês, to um pouquinho atrasada, mas espero que goste mesmo assim ^^
LEIAM AS NOTAS NO FINAL DO CAP!
Não vou enrolar muito mais, boa leitura e desculpem os erros!
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A sombra de Kay tampou a luz da lua que recaia sobre mim e enquanto ele avançava empunhando aquela espada que parecia brilhar ainda mais depois que tampou a minha visão da lua. Tentei dar um passo para trás para tentar desviar do golpe que me atingiria em cheio, mas infelizmente pra mim, eu acabei tropeçando e caindo com tudo no chão.
Não consegui fechar os olhos enquanto via a espada chegar cada vez mais perto da minha cabeça pronta pra ceifá-la com vontade e precisão, e foi com extrema surpresa - e felicidade - que eu vi, do nada, algo se chocar com um despreparado Kay, fazendo com que ambos os corpos caíssem de lado e rolassem um pouco antes de pararem, sendo que o novo personagem conseguiu parar em cima, com um sai* pressionado na garganta dele, e com grande satisfação percebi que ele estava encurralado.
Tudo isso aconteceu em milésimos de segundos que mais me pareceram ser em câmera lenta e o tempo só pareceu correr normalmente depois que eu percebi que quem havia me salvado é uma menina vestida com um uniforme parecido com o meu, só que sem as mangas, deixando a listra em seu braço direito à mostra, também cheguei a conclusão de que definitivamente eu não a conheço, embora ela me pareça ser bem habilidosa.
Os rugidos, gritos e lamurias dos monstros que estavam sendo acertados e deixados para morrerem agonizados no chão, preenchiam o ar, mas nada disso parecia importante o suficiente comparado a garota que tem a minha total atenção e que havia me salvado, agora apontando dois sais para Kay - um na sua garganta e o outro na direção de seu rosto - que estava com os olhos arregalados de surpresa. A espada dele está longe demais para que ele conseguisse recuperá-la para tentar se salvar, mas isso não foi preciso, pois da mesma forma que essa garota havia aparecido, Ivy surgiu brandindo uma outra espada pronta pra ajudar o irmão, seus ferimentos nem pareciam a incomodar e nessa hora eu me simpatizei com ela, pois ela, assim como eu, faria de tudo para salvar a sua família.
Felizmente, a garota conseguiu se desviar do ataque de Ivy dando um salto para longe de Kay, os dois irmãos, pareceram trocar breves palavras antes de se levantar e correrem na direção do irmão caído, levantando-o para em seguida saírem em disparada, ou melhor dizendo, fugindo em disparada, sendo encobertos pelas criaturas que controlavam, não tive muito tempo para pensar sobre isso, pois as criaturas, numa tentativa de dar tempo para seus mestres fugirem começaram a atacar mais ferozmente do que antes e novamente vieram como abutres numa carniça pra cima de mim, mas a mesma garota que me salvou antes me ajudou a me levantar e a recuperar meu bastão que estava caído um pouco longe mim, antes de começarmos a atacá-los e mantê-los longe da gente.
Uma saraivada de flechas preencheu o ar, antes de caírem certeiramente em seus alvos: as criaturas, que soltaram gritos bestiais quando foram atingidos em seus olhos, pescoços ou em seus peitos pelas flechas lançadas por várias pessoas - que pela roupa eu sei serem Guardiões - que estão prostadas em cima dos prédios em volta da praça, tendo uma vista privilegiada do local e de seus alvos.
Sorri ao notar que havíamos conseguido achá-los e que poderíamos começar a reunir forças até conseguirmos reerguer a Ordem de novo.
Pegando meu bastão novamente e a transformando em foice comecei a ajudá-los a matar os poucos que restavam tendo o cuidado ao pisar nos montes de areias que os monstros se transformavam quando morriam, porque sempre há a possibilidade deles serem tóxicos, e um ferimento desse agora só iria me atrapalhar.
Rapidamente, terminamos com todos os monstros, e olhando em volta não há sinal nenhum dos trigêmeos, bufei enquanto rodava minha foice apertando o botão e fazendo ela voltar a sua forma original que é um simples bastão pequeno, para depois prendê-lo no coldre em minha perna.
_Tori! - Elric gritou, meu rosto se voltou na direção de sua voz e sorri ao ver que ele estava bem.
Corri em sua direção e me joguei em seus braços quando ele os abriu, ele me abraçou apertado, sua respiração forte mostrava o quanto ele havia se esforçado, e sua preocupação por mim era quase palpável.
_Você está bem? Eu vi você quase sendo morta por um daqueles projetos de gente - suas mãos voaram para o meu rosto e olhando nos meus olhos preocupado, sorri, tentando acalmá-lo e quase suspirei ao ver o alívio em seus olhos.
_Estou bem - assegurei - Ela me ajudou - indiquei com a cabeça a garota que havia me ajudado antes, a vendo conversar com um outro Guardião mais velho que está segurando uma longa espada.
Ele assentiu, enquanto observava-os com o cenho franzido, e eu me perguntei o que se passava na sua cabeça nesse momento e para que tantas emoções passassem por seus olhos.
Anthony e Skye se aproximaram da gente, trocamos olhares e posso dizer que embora não tivéssemos verbalizado igual o meu irmão anteriormente, estamos todos aliviados por estarmos bem, somente com alguns poucos arranhões porque também não dá pra sair de uma batalha assim, ao qual fomos pegos de surpresa, totalmente ilesos.
Aqueles dois que estavam conversando antes um pouco mais afastados se aproximaram da gente, o homem que agora eu percebo ser bem mais velho e mais experiente - seus cabelos quase totalmente brancos e os sinais que aparecem nos cantos de seus olhos o denunciaram - nos dirigiu um sorriso gentil e amigável antes de começar a falar:
_Olá, eu sou Murray, um... velho Sentinela da Ordem - se apresentou - Nós estávamos tentando encurralar esses monstros que vem atacando essa cidade, há tempos, mas eles sempre conseguiam escapar, a quem devo agradecer pela ajuda?
_Ao nosso imã para problemas - Skye murmurou e eu tentei segurar o riso, porque é a mais pira verdade.
_Prazer senhor, eu sou Elric e esses são Anthony, Tori e Skye - meu irmão tomou a frente, nos apresentando - Nós também somos Guardiões da Ordem e por isso viemos até aqui.
_Para combaterem sozinhos todas essas criaturas? - questionou incrédulo.
_Acho que meu irmão se expressou mal, viemos até aqui porque ouvimos um boato de que teria alguns Guardiões escondidos aqui - meus olhos foram para os prédios onde vários arqueiros estavam a postos e depois vagaram pela praça onde haviam outros Guardiões com armas em punho - Mas acho que alguns seria eufemismo.
Percebendo o meu olhar Murray deu uma risada - De fato, acho que somos um número bem considerável, embora nem tantos comparado a quantos éramos antes desses ataques começarem.
_Como conseguiram reunir tantos em tão pouco tempo? -Skye verbalizou a pergunta que nós quatro queríamos saber.
_Bom, temos uma Sede em cada país, não tão grande quanto a Ordem da Capital, mas ainda sim grande o suficiente para abrigarmos um grande número de Guardiões, que vem até aqui para treinar ou porque foram transferidos para proteger essa área - começou a explicar ele, depois de embainhar a sua espada e pousar sua mão em cima dela tranquilamente - Depois que a Sede na Capital foi atacada, todos os nossos outros postos foram avisados e ficamos alertas a qualquer sinal de ataque e quando ele veio, tivemos uma chance maior de nos defender já que estávamos preparados.
_Então... a Sede daqui ainda não foi tomada? - Anthony questionou e vimos Murray negar com a cabeça tristemente.
_Conseguimos resistir durante muito tempo, mas eles não têm só criaturas que não raciocinam direito ao seu lado, eles têm alguns magos que adotam as práticas antigas assim como vários Guardiões que nos traíram e revelaram nossos segrededos. - admitiu com pesar - E então apesar de tudo, tivemos que nos retirar do local antes que eles conseguissem eliminar cada um de nós - ele suspirou alto - Já perdemos tantos...
_Sinto muito... -murmurei e ele assentiu agradecendo.
_E vocês? - a garota que havia me salvado se pronunciou pela primeira vez - Qual é a história de vocês?
_Nós estávamos na Sede da Ordem na Capital no dia do ataque, nós conseguimos organizar um pequeno grupo para fora do local e desde então estamos por conta própria - Anrhony explicou de forma resumida - Mas é uma longa história, e acho que se ficarmos aqui eles podem voltar.
_Tem razão - concordou ele - Vamos voltar para a aldeia e lá depois de tomarmos um banho e comermos algo, conversamos mais. - ele se virou começando a andar e fazendo um gesto com a mão nos chamando para acompanhá-lo - Vamos lá, temos que caminhar um pouco.
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Pouco é meio que eufemismos, nós andamos durante muito tempo, até fiz meu irmão me carregar depois de um tempo porque eu estava cansada, ele não gostou muito não, mas depois eu arranjo um jeito de recompensá-lo pela futura dor nas costas que ele vai ter.
O grupo de guardiões conta com pouco mais de cinquenta pessoas, sendo que boa parte deles são guerreiros de combate corpo a corpo e o resto de longo alcance, todos com alguma magia em especial que eu não tive muita oportunidade de ver e/ou de prestar atenção.
A região em que estamos é um pouco mais... outonal, sim acho que posso dizer assim, pois a cor das árvores e o vento frio da noite se parece bem com essa estação e por isso a caminhada foi tranquila, somente cansativa. O lugar para o qual estamos indo é uma pequena aldeia que os acolheu de wiccas, sim wiccas puro sangue que não se misturaram com os humanos e levam a vida como antigamente, e isso, Murray nos explicou durante o caminho, e que iríamos entender melhor quando os encontrássemos.
Começamos a escutar um barulho de água correndo e então foi anunciado que estávamos chegando, e depois de apenas alguns minutos chegamos a uma enorme clareira que tinha... absolutamente nada.
Fitei o vazio, confusa e voltei meu olhar para Murray que sorriu como um menino arteiro antes de pegar uma espécie de pedra branca de seu bolso e estendê-la frente ao seu corpo. De início, não aconteceu absolutamente nada até que a luz da lua refletiu no cristal e foi como se uma explosão de luz tivesse acontecido, para logo depois dar lugar a uma pequena aldeia antes invisível acomodada em toda a clareira, com poucas pessoas transitando entre o local já que ainda é bem cedo.
Enquanto entrávamos percebi que uma espécie de cúpula invisível protege esse lugar e por isso não o vimos antes, e quando todos haviam passado da... "porta" que havia sido aberta antes, ela começou a se fechar, e a única coisa que indicava isso era uma fina luz no céu que aos poucos foi se fechando até se encontrarem e lacrarem o lugar de novo, olhos menos atentos não perceberiam.
Incrível.
_Sim, muito incrível - Kendra concordou comigo ao meu lado, me fazendo dar um pulo de susto porque eu não havia percebido que havia dito em voz alto e nem que ela estava perto de mim. - Desculpe - pediu dando uma risada.
_Tudo bem - sorri - É Kendra não é? - ela assentiu - Bom, obrigada por me salvar antes.
_Disponha!
_Não me leva a mal, mas... eu não quero ter que dispor novamente de um favor como esse - soltei um riso baixo sem muita emoção e a vi abrindo um leve sorriso.
_Consigo entender muito bem.
_Bom, meninas vocês podem ir com Kendra até o chalé dela, e vocês dois vem comigo, depois você as leva até a casa principal mais tarde - Murray ditou antes de levar meus irmãos por uma trilha do lado esquerdo e Kendra nos levar para o lado oposto.
Enquanto caminhamos pelas estradas de terra pude observar o quão pacífica essa aldeia parece ser, com pequenas casas de madeira com singelas decorações em suas entradas e em suas janelas, tudo tão bonito.
Kendra nos levou até uma cabana que se não fosse o pequeno sino de vento em tons de roxo pendurado na varanda eu não conseguiria distingui-la das outras. Ela retirou uma chave de sua bota e depois de abrir a porta, ela nos convidou a entrar e disse para ficarmos a vontade antes de se dirigir à porta no final do corredor.
Logo de cara nós nos deparamos como uma sala aconchegante que possui dois sofás com uma mesa de centro, uma lareira no canto direito, uma mesa de jantar para seis pessoas e logo depois a cozinha que é separada somente por um longo balcão que tem dois banquinhos dispostos perto dele, além de ter um pequeno corredor que mesmo da sala posso ver que há quatro portas, sendo que uma delas Kendra havia acabado de entrar.
Skye e eu demos uma olhada no lugar, apesar de ser todo arrumado e bem bonito não havia objetos pessoais que demonstrassem que tipo de pessoa mora aqui, talvez pelo fato de que ela esteja aqui há pouco tempo... Não sei, e nem tive muito tempo para pensar nisso já que Kendra logo voltou à sala, agora sem a capa que estava sobre os seus ombros antes e nem os sais que estavam pendurados em sua cintura.
_Quem vai tomar banho primeiro? - questionou ela ao parar no inicio do corredor, alternando o olhar entre a gente.
Nós duas estávamos perto uma da outra e logo nos encaramos estreitando, levantamos a mão fechada em punho e dissemos juntas:
_Jo-ken-po!
Eu mostrei tesoura e ela papel, abri um sorriso ao perceber que havia ganhado e logo me dirigi para Kendra que segurava uma toalha e uma muda de roupas, enquanto nos olhava com uma sobrancelha erguida, incrédula.
_Hããã... Pode tomar banho ali - ela indicou uma das portas e eu logo me dirigi pra ela, mas não sem antes de me virar e mostrar língua pra Skye que revirou os olhos antes de se jogar em um dos sofás.
Não demorei muito no banho, mesmo com a água estando quentinha e gostosa, fazendo os meus músculos relaxarem automaticamente e fazendo com que os arranhados que eu havia conseguido na luta mais cedo ardessem um pouco quando foram lavados.
Depois de vestir um conjunto de moletom de Kendra sai do banheiro secando os meus cabelos com a toalha, dando espaço para Skye ir tomar banho também, já com uma outra toalha em mãos e um outro conjunto de roupas. Havia deixado o uniforme pendurado no banheiro, mas meu bastão ainda estava no bolso da calça, pronta pra tudo.
Kendra estava na sala, aparentemente já de banho tomado vestindo uma leve camiseta azul marinho - que deixa a mostra a sua única listra no braço direito, mostrando que é uma Protetora - e legges, mexendo em um daqueles tablets de vidro, sua expressão estava fechada e ela pareceu estar concentrada no que fazia, tanto que só foi perceber que eu estava na sala quando me sentei no sofá ao seu lado na tentativa de dar uma olhada no que ela estava vendo. Tive tempo somente de ver uma foto dos trigêmeos de mais cedo, antes que ela fechasse o arquivo rapidamente, e a tela escurecesse se tornando apenas um pequeno pedaço de vidro.
Ela me parece ser jovem, talvez um ou dois anos mais velha que eu, com uma pele meio que café com leite, com um corpo bonito e bem desenvolvido provavelmente por conta dos treinos intensos que todo Guardião faz, seus cabelos castanhos que vão até o ombro, estavam soltos do rabo de cavalo que estavam presos antes, suas sobrancelhas estavam franzidas, e seus olhos castanhos escuros pareciam brilhar com alguma emoção negativa ao olhar para as imagens e textos que se mostravam no tablet.
_Tudo bem? - questionei, enquanto colocava a toalha em volta do meu pesco para que meus cabelos não molhassem a minha roupa.
_Está sim - ela se levantou do sofá e se dirigiu a cozinha, deixando o tablet em cima do balcão para depois se dirigir a geladeira - Você quer beber alguma coisa? Nós vamos comer na casa principal, mas talvez esteja com sede e...
_Não, obrigada, eu estou bem.
Ela parecia não querer que eu soubesse o que ela estava olhando e parecia estar um pouco desconfortável, mas é claro que isso me deixou ainda mais curiosa e é claro que me fez criar mil e uma possibilidades sobre o que ela estava escondendo e por que ela estava olhando algo a aqueles trigêmeos? Será que ela já os conhecia antes?
Suspirei baixinho, antes de me levantar e me dirigir até um dos banquinhos frente ao balcão e me sentar nele, começando uma coversa descontraída com ela, afinal, temos que saber o máximo possível sobre quem iremos provavelmente abrigar no bunker, não é?
Consegui descobrir que ela se chama Kendra Everett e assim como eu tem dezenove anos, mas por ter uma tia que era Sentinela na Ordem, conseguiu entrar na mesma um ano mais cedo e por isso eu não cheguei a conhecê-la como uma Iniciante. Skye saiu do banheiro enquanto conversávamos e acabou se juntando a conversa, Kendra nos contou que sua tia infelizmente havia morrido no ataque a Ordem enquanto a ajudava a escapar junto com uma outra Sentinela.
_Minha tia Wendy havia me convencido a ir a Cerimônia de Iniciação, e mesmo que eu estivesse relutante no início foi divertido até o momento do ataque. Tia Wendy havia reencontrado uma amiga da sua época de Iniciante e me parecia super feliz ao me apresentá-la, estávamos conversando com ela quando tudo começou - os olhos de Kendra ficaram nublados, enquanto ela parecia se perder em suas memórias, Skye e eu trocamos um olhar e esperamos ela continuar a contar - As duas haviam levado armas escondidas em suas roupas, e por causa disso e dos meus poderes, conseguimos matar alguns deles antes de corrermos para fora do salão, em meio a toda aquela confusão eu vi muitas pessoas que eu conhecia morrerem tão facilmente...
_Aquele dia foi realmente uma tragédia - comentou Skye baixinho e eu assenti.
_Nós corremos pelos corredores e acabamos nos juntando a alguns outros Guardiões que haviam saído de lá, que era onde o ataque estava focado e conseguimos chegar no salão da entrada, podíamos sair facilmente, mas Serenity estava preocupada com sua filha e acabou se separando do grupo para ir atrás dela e...
_Pera aí - Skye interrompeu, levantando as mãos - Quem tava preocupada com quem?
_Serenity, a amiga da minha tia - respondeu Kendra lentamente sem entender - Estava preocupada com a filha dela que havia se tornado oficialmente uma Protetora naquele dia.
Skye e eu trocamos olhares, e eu vi seus olhos se encherem d'água, antes dela se virar novamente pra Kendra e pegar em suas mãos.
_É minha mãe! Ela está aqui? Ela conseguiu sair de lá junto com você? - indagou preocupada e esperançosa ao mesmo tempo, e eu me encontrava na mesma situação, porque no final de tudo eu a considero como uma tia muito querida, e receber noticias dela depois de tanto tempo eram simplesmente animadoras.
_Me desculpe...Eu não sei dizer.
_O que? Por quê?Como assim não sabe? - foi a minha vez de questionar, minha voz ficando estridente mostrando o meu estado inquieto.
_Ela se separou do nosso grupo e correu até o hangar dos aviões, porque de acordo com ela era o lugar mais provável que você iria - esclareceu ela, alternando os olhares entre nós duas - minha tia tentou impedi-la, dizendo que você ficaria bem, mas ela foi assim mesmo. Nosso grupo então foi até o estacionamento da Ordem, e nos dividimos em grupos, alguns fugiram de carro outros de moto, assim como tia Wendy e eu, cada uma pegamos uma moto e demos a volta na Ordem, encontramos com muitas criaturas no caminho até uma das entradas do hangar de aviões, mas felizmente no estacionamento havia uma área onde tinha algumas armas e por isso foi mais fácil destruí-los.
"Nós chegamos no hangar a tempo de ver um dos aviões decolando, e eu por um momento eu imaginei que seria Serenity e sua filha...quer dizer você, mas depois escutamos uns barulhos de luta lá dentro e corremos até lá e encontramos Serenity, lutando com algumas criaturas, ela estava se saindo bem, mas elas eram muitas e ela só uma... Minha tia e eu nos juntamos a ela e conseguimos acabar com eles, depois nós três voltamos a Ordem e conseguimos ajudar boa parte dos Guardiões que estão aqui nessa aldeia, mas... por causa de uma distração, minha tia levou uma flechada de um deles, e depois... um dos Guardiões que nos traiu... ele a atacou, naquele momento que ela estava fragilizada e... a matou."
Meu coração se apertou nessa hora, já que sem querer, por conta da menção a ela ter sido atingida por uma flecha, me trouxe lembranças que há muito eu achava que havia enterrado, e acabei percebendo meus olhos nublarem.
_Não consegui salvá-la, mas tive o prazer de enfiar um dos meus sais em seu peito enquanto ele ainda estava distraído olhando para minha tia - raiva transbordava sua voz e eu de certa forma posso entendê-la e nao posso julgá-la - Acabei ficando distraída e quase fui morta, mas sua mãe me salvou e pediu que Will me tirasse de lá. Ele também é um velho conhecido das duas e mesmo sobre os meus protestos ele me tirou de lá, junto com alguns Guardiões, pegamos uma nave e viemos para cá, onde Murray já nos acolheu.
_E minha mãe? Ela está aqui? - questionou Skye de novo visto que não havíamos tido a resposta que queríamos, embora eu já tivesse um pressentimento de qual seria a resposta.
Kendra balançou a cabeça em negativa - Sinto muito, não a vi depois daquele dia e nem tive notícias dela, ela acabou ficando pra trás pra nos dar cobertura junto com alguns outros Guardiões voluntários.
Odeio estar certa.
Skye assentiu e se afastou do balcão, começando a andar de um lado para o outro sem olhar pra gente, e mesmo que seu cabelo estivesse caído em seu rosto posso dizer que lágrimas silenciosas caiam de seus olhos.
Tia Serenity...por favor, esteja bem, precisamos de você, Skye precisa de você.
Ficamos em silêncio por alguns segundos, eu acabei me sentando no banquinho novamente - nem havia percebido que tinha levantado - e observei Skye parar frente a uma das janelas e ficar parada olhando para fora, ou melhor, olhando para o nada enquanto muito provavelmente vários pensamentos passavam em sua cabeça, que assim como eu deve estar imaginando o que aconteceu com ela e onde ela está.
_Sinto muito pela sua perda - eu disse para Kendra me voltando para onde ela estava.
Ela parecia estar perdida em pensamentos e pareceu surpresa com a minha fala, como se não esperasse, mas acabou me lançando um sorriso em agradecimendo. Um silêncio recaiu sobre o cômodo e ninguém parecia realmente disposto a quebrá-lo até que de repente uma leve batida porém firme soou da porta.
Kendra se dirigiu a porta se deparando com um homem alto, negro e de expressão fechada parado na mesma.
_Michael? O que faz aqui? - a voz de Kendra soou surpresa atraindo a minha atenção que me levantei do banquinho e me dirigi para perto da porta, e de Skye que voltou o seu olhar pra mesma.
_Murray mandou chamá-las já que estavam demorando tanto, de acordo com ele - reapondeu tranquilamente ele, com uma voz baixa e grossa - os Sentinelas já estão reunidos na casa principal e só falta vocês.
_Certo...Já estamos indo. Pode esperar aí fora um pouco?
Ele assentiu silenciosamente se virou e desceu a pequena escada, para nos dar um pouco de privacidade. Kendra fechou a porta novamente e se dirigiu para o seu quarto, enquanto eu e Skye pegávamos as nossas botas mesmo e calçavamos, enquanto esperávamos Kendra voltar, já prontas, me virei para minha amiga loira sentada ao meu lado e passei meus braços pelos seus ombros a puxando para um abraço desajeitado de lado.
_Vai ficar tudo bem - sussurrei, tentando eu mesma acreditar em minhas palavras.
_Não tem como você saber - murmurou - Você não é vidente.
Dei uma baixa risada - Não... Essa é você, mas eu tenho esse pressentimento e talvez seja bom acreditar em mim pelo menos uma vez.
_Certo...Vou pensar nisso. Talvez se conseguir adivinhar o que vai acontecer nessa reunião com esses Sentinelas eu lhe dê um voto de confiança.
Pensei por um momento e depois sorri, me levantando e fazendo com que ela olhasse pra cima com uma das sobrancelhas arqueadas, esperando a minha resposta.
_Confusão. Muita confusão.
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*Pra quem não sabe, sais são armas japonesas usadas antigamente por samurais e outros tipo a de guerreiros, como vocês podem ver na capa do capítulo.
Uiii mistérios novos surgindo e outros sendo revelados, personagens novos, lugar novo, menção a tia Serenity, um pouquinho de luta...esse cap foi agitado. O que acham que vai acontecer nessa reunião com os Sentinelas? Huuuuuu nem eu sei kkkk
Uma agradecimento especial para Sheila_M_Alves por ter me ajudado a meio que sair desse bloqueio que eu tava e por me cobrar sempre um novo cap não me deixando esquecer que eu tinha que postá-lo.
Capa feita por ThaaisMartins, muito obrigado ^3^
E um agradecimento super especial para todos aqueles que estão votando e comentando, ajudando a história crescer e me fazendo rir com suas reações, graças a isso já chegamos a 20mil leituras e mais de 2mil votos! Uhuuuuu vamos continuar assim e ter cada vez mais números ^^
Prometo tentar não demorar muito a postar um novo cap.
Vejo vocês no próximo!
Bjss da Angel
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