3 - A viagem.
Lory e Héctor estavam sentados em uma carruagem, em uma área aberta, dentro da floresta que dava passagem para o reino vizinho, quando foram avisados de que um pequeno bando estava se aproximando pelo caminho que se seguia. O príncipe saiu da carruagem e observou meticulosamente. Eram cerca de cem homens, todos armados, vestiam pedaços de armaduras e suas faces causariam terror a pessoas indefesas, o grupo cheirava a sangue, tinham uma aura sinistra ao seu redor, que causava arrepios a quem quer que os visse.
— São saqueadores! — gritou o jovem príncipe. — Soldados! Em Formação! Cerquem a carruagem e defendam sua princesa!
Cerca de trinta segundos, todos os soldados já estavam em suas posições. Héctor observava o local ao seu redor e avistou alguns homens escondidos nos topos das árvores.
— Tem um outro grupo escondido nas coníferas, caímos em uma emboscada — avisou ele.
— Precisa de ajuda aí fora? — questionou a princesa.
— Acho que não Lory, a única alternativa que temos é fugir. — respondeu um tanto relutante.
— Como assim fugir? Quantos homens são? — perguntou preocupada.
—Tem pelo menos uns duzentos homens, nós somamos apenas um pouco mais de cem.
— Mas são elites.
— Eu não vou arriscar sua vida. Você sai primeiro e nós cobrimos a retaguarda — decidiu-se Héctor.
— Claro que não, eu também sei lutar.
— Mas não está vestida para uma batalha e sim para um passeio.
— Quem disse? — Nesta hora a Princesa Lory tira seu manto negro e seu vestido azul real e ficou apenas com sua roupa de baixo, que era um corset preto e bordô usado por cima de uma simples, fina e curto, camisola branca. — Eu posso lutar assim.
— Isto nem chega perto de uma armadura. Vista-se! — fala irritado.
—Mas pelo menos não atrapalha em nada — diz com um leve sorriso. Mas escuta o primo dessa vez, colocando seu vestido novamente, pegando sua espada e pulando pra fora da carruagem.
— Protejam a princesa a qualquer custo, abram uma brecha para que possamos escapar. — bradou o príncipe, logo que os saqueadores se aproximam, prontos para atacar, deixando-os sem saída.
Lory não estava nem um pouco preocupada em escapar, seu foco era derrubar os homens mal-encarados que atacavam seu grupo, cada movimento de espada era um homem a menos para se preocupar, mas de repente, ela enxerga mais um grupo se aproximando de onde estavam pelas laterais.
— Héctor! — gritou ela — Tem mais saqueadores se aproximando.
— Droga. — murmurou ele — Vamos ter que nos separar. — fala decidido.
— O que? Como assim?
— Vamos fazer duas aberturas e nos separar. Planejo mantê-los ocupados para que não sigam seus rastros, ficarei em menor número para que pensem que sou um alvo fácil.
— E nos encontramos onde? — ela pergunta preocupada.
— Em Triwland do Sul. — ele suspira. — Saia primeiro, os soldados cobrirão a retaguarda, vá nessa direção. — diz apontando para dentro da floresta, de onde veio o menor número de bandidos. — Até mais Lory. — fala baixinho.
Assim que Héctor vê que Lory conseguiu sair do meio dos bandidos, sendo seguida por um grande número de guardas, que se livrariam dos poucos que estava os perseguindo, Héctor e seu pequeno grupo, fazem outra abertura e forçam sua saída pelos homens mais fracos do inimigo, com o coração pesado por se afastar de Lory, com a possibilidade de algo ruim acontecer com ela.
No fim da perseguição, o príncipe e a princesa escaparam em segurança. Não tiveram nenhuma baixa em seus soldados, apenas alguns feridos.
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Dias antes, os bandidos tinham avistado a comitiva do príncipe Héctor e viram ali, a oportunidade de conseguir bastante ouro. A recompensa que estava posta na cabeça de Héctor era muito alta. Ninguém sabia quem de fato tinha oferecido tanto dinheiro pelo jovem príncipe, mas se sabia que quem levasse a cabeça dele, não teria preocupações no futuro.
Na cidade de Jaskair, popularmente conhecida como o antro dos ladrões, tinha um pequeno bar com um grande mural de recompensas, era lá que a Seita Obscurion tinha um pequeno grupo de operadores, mas ninguém além do velho que gerenciava o local, sabia que isso tudo pertencia a eles. Mas a recompensa pela cabeça de Héctor, não foi oferecida pelo alto escalão da Seita, só quem sabia a informação sobre o mandante, era aquele velho gerente.
Os bandidos seguiram a comitiva por alguns dias até que conseguiram se posicionar para fazer uma emboscada, infelizmente todo o seu preparo não os levou a nada, o que levou os membros desse grupo de saqueadores a ficarem mais espertos, não se ofereceria um alto valor por alguém se fosse tão fácil matá-lo. Perderam cerca de cinquenta homens nesta tentativa de ataque e alguns acabaram ficando feridos, seu líder, Kimui, resolveu se reunir com os outros membros de seu bando para tentar embosca-los mais adiante.
Dias mais tarde, Lory estava na floresta, junto de cinco homens de confiança de seu pai, os outros estavam se alimentando ou se lavando no rio, a princesa estava um tanto quanto perdida já que seu pai sempre a manteve por perto, não permitindo que ela fosse muito longe do castelo, de modo que, ela nunca tinha viajado até Triwland do Sul.
— E se formos atacados de novo? —- perguntou a jovem princesa aos cinco comandantes, Álvaro, Raul, Alves, Adam e Ronald.
— Vossa Alteza, se formos atacados novamente, daremos todo o ouro que temos para que possamos escapar, a senhorita nem parece mais uma princesa após tantos dias de viajem, mas temo que tenham alguns homens cruéis entre os saqueadores, acho melhor disfarçarmos um pouco você, melhor colocar algumas roupas masculinas. - disse Raul.
— Está certo, mas por acaso algum de vocês tem alguma roupa sobrando?
— Não temos princesa. — Eles se olham antes que Ronald responda.
— Então quem vai trocar de roupa comigo? — os cinco homens ficaram espantados com as palavras da princesa.
— Estou brincando, podemos pedir a próxima carruagem que passar na estrada.
— Pedir? — pergunta Adam receoso.
— Roubar! — diz Lory enquanto sorri.
— Mas Princesa... isso... não podemos fazer isso. — diz Adam.
— Então eu faço sozinha, com licença senhores. — vai indo em direção a estrada, até que os comandantes chamem por ela mais uma vez.
— Espere princesa, nós vamos com você. — grita Alves, seguindo a princesa, com os cavalos nas rédeas.
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— Não foi fácil? — pergunta Lory.
— Você disse que ia roubar alteza, ficamos preocupados. — disse Adam.
— Eu estava brincando. — disse a princesa com um sorriso em seus lábios.
Demorou cerca de duas horas até alguém passar na estrada, agora estavam voltando ao acampamento, com a princesa já vestida como homem, mas chegando perto do local em que estavam, notaram que os seus homens não estavam mais por perto.
— O que aconteceu? Por que eles foram embora? — pergunta Lory.
— Eles não iriam embora sem razão. Devem estar nos procurando. — afirma Ronald.
— Viajaremos só nós? É seguro? — ela não estava mais tão tranquila como antes.
— Também estou preocupado vossa alteza. — Ronald confessa.
— O que faremos? — pergunta a jovem aos cinco comandantes.
— Viajaremos com muita cautela, parece que os bandidos estão bem animados com a doença do rei Storm. — constata Raul.
— Minha mãe disse que ele mereceu. — diz Lory, querendo aliviar a sua cabeça da tensão que estava carregando.
— Mereceu! — concordam em coro.
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Dias após se separarem, em outra parte da floresta, em uma clareira próxima a um perau que dava em um córrego, estava Héctor e cerca de vinte homens. O jovem príncipe estava com um pressentimento ruim, não sabia ao certo o que era, mas tinha uma sensação nem um pouco agradável. Faltavam cerca de quinze dias para chegar na cidade de Triwland do Sul e ele estava muito preocupado com a princesa.
De repente ele vê muito movimento em meio as árvores e se esconde junto com os soldados no perau, quando os homens que estavam dentro da floresta saem para a clareira, o príncipe nota que são os homens que estavam com a princesa e fica feliz por um momento.
— Então vocês conseguiram nos encontrar? — pergunta Héctor animado.
— Vossa Alteza? — perguntam os soldados, um tanto assustados.
O jovem príncipe nota que algo está errado.
— Onde está a princesa? — pergunta fechando o semblante.
Todos os homens se ajoelham e pedem desculpas ao príncipe, mas ele não consegue entender o que aconteceu com tantos homens falando juntos ao mesmo tempo.
— Silêncio por favor! Alguém pode me explicar o que aconteceu? — ordena Héctor.
— Vossa Alteza, é o seguinte, estávamos acampados perto do rio quando a princesa saiu com os nossos superiores, homens escolhidos a dedo pelo rei, todos comandantes de batalhão. Esperamos o retorno deles, mas eles não retornaram depois de uma hora, então vimos um grupo de saqueadores alojados perto de nós, mais pra baixo, ás margem do rio. Eram muitos homens, tinham pelo menos mil deles, então nos afastamos, estamos preocupados com a princesa, estamos tentando encontrá-la desde que saímos de onde estávamos. Já se passaram cinco dias, não fazemos ideia de onde possam estar. — disse o Tenente Otto, que estava responsável por estes homens.
— Então é isso. — resmunga Héctor. — Por isso estou com essa sensação ruim.
— Mas não se preocupe alteza, a princesa está com os melhores comandantes de Triwland do Norte. Ronald é um estrategista muito sábio, Álvaro é um guerreiro muito forte, Alves tem a melhor habilidade com a espada, Adam sabe desaparecer como ninguém e Raul além de ser um ótimo conselheiro é muito prudente, ela com certeza está segura — afirma o tenente.
— Assim espero, assim espero. — diz não tão confiante, pelo número pequeno de pessoas que acompanham a princesa.
Nota da Autora:
Eu falei que ia ter confusão não falei?
Eu avisei, então por favor, não
sejam hostis comigo.
Como será que a nossa princesinha está?
Héctor preocupado. É como uma criança sem doce. Rsrsrs
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