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20 - A viagem de Virgínia, Leona e Aiden

Os três estiveram viajando por mais de um mês e a todo tempo Virgínia sentia uma sensação estranha vinda do presente que sua mestra lhe dera antes de partir, ela já tinha lhe introduzido sobre o que continha, mas tinha receio de abrir e não conseguir dominar a fera mística. Se Lory estivesse ao seu lado teria certeza de conseguir, pois aquela garota firmara um contrato com a gata dos sonhos.

— Devo abrir isso aqui e agora. Vocês podem ajudar? — perguntou Virgínia aos seus dois companheiros, que caminhavam distantes um do outro.

— E o que eu poderia fazer? Sou só um humano comum — disse Aiden.

— Você nem sabe que tem magia dentro de você, é realmente isso que é ser boçal. Não sei o que se passou na cabeça de Lory para atribuir a Virgínia a tarefa de te ensinar — disse Leona irritada.

— Vocês podem continuar dizendo isso, mas por que eu não sinto nada? — Aiden disse calmo, parecia ter se acostumado ao comportamento violento e não habitual de Leona, pelos menos, não habitual para com os outros.

— Porque você é um tolo — respondeu Leona. — Até eu que não sei nada sobre magia consigo sentir devido a minha linhagem.

— Vocês sentem o que?

— Um distorcer no espaço ao seu redor e a magia branca em seu interior — diz Virgínia.

— Distorcer no espaço?

— É, não sei explicar. Só quero saber se podem me ajudar. Talvez eu nem precise, mas é uma montaria Transcendente de Grau Divino, eu apenas estou no primeiro nível.

— Se precisar posso dar suporte à distância, minhas flechas de fogo podem ser de alguma ajuda, mas ainda estou no estágio de despertar da linhagem — diz Leona séria e meio deprimida.

— O que é esse estágio? — Aiden questiona.

— O estágio inicial de pessoas com linhagens reais.

— Eu pensei que você fosse só uma arqueira... — diz Virgínia, fazendo Aiden rir.

— Vocês estão rindo de mim? — questionou irritada.

— Eu não ousaria — diz Aiden fingindo tranquilidade, mas não deixando de sorrir.

— Saiba que Lory me confiou a sua proteção Virgínia e não apenas pela minha habilidade com o arco, mas por ter certeza que eu não perderia pra meros bandidos no caminho.

— Mas não são meros bandidos que estão atrás de mim... — diz Virgínia pensativa.

— Eu tenho habilidade pra lidar com pequenos usuários de magia — disse tentando passar segurança, não gostando da falta de confiança de seus companheiros nela, mas seus olhos vacilaram no final. Aiden que era muito esperto, tentou encerrar o assunto.

— Não se preocupe, nós damos conta de uma fera machucada — disse determinado. O máximo que vai acontecer é morrer né? — tentou amenizar o clima levemente tenso.

— Você é realmente um para ser positivo — resmungou Leona.

— Não consigo evitar, eu sei que não tenho habilidades suficientes — suspirou Aiden. — Se a fera quiser me matar, vou confiar minha vida a você — sorriu ele.

— Só preciso que o segurem até eu terminar de conjurar um contrato, talvez não seja necessário lutar.

— Ande logo, ainda temos que entregar a carta ao príncipe — Leona avisou.

Virgínia pegou o cristal que sua mestra lhe entregou em sua despedida e proferiu a palavra:

— Libertar!

Naquele momento um enorme leão, com asas e armadura, apareceu em sua frente, com toda certeza era uma excelente montaria, o ar ao seu redor era suprimido, mas Virgínia não tinha certeza se conseguiria fazer um contrato com este animal, mesmo com ele todo machucado.

Á distância, Leona estava preparada para disparar flechas, mas o animal não mostrou sinais de atacar. Aiden estava passos à frente de Virgínia, mantendo a distância entre a enorme fera e a jovem maga.

— Humana, eu vou lhe ajudar, não me resta muito tempo de vida, eu apenas quero que cuide do meu filhote. Sua mestra não seria capaz de me ferir se eu já não estivesse debilitada pelo ataque de uma cobra rei de nível divino, eu vou te ajudar por agora, mas precisarei partir quando me recuperar, então seja breve com isso, tenho assuntos a resolver.

— Sério que a fera tá falando? — perguntou Aiden, não acreditando.

— Perdoe minha mestra por lhe atacar, ela só estava pensando em me proteger —disse Virgínia.

— Como mãe, entendo o sentimento — disse a fera.

— Contrato Sanguíneo: Jure Lealdade a mim e serei leal a você. Me permita ser sua mestra.

A fera assinou contrato sem pestanejar, derramando um pouco do seu sangue sobre a palma de Virgínia, que lhe infligiu um corte na testa e derramou seu próprio sangue misturado com o da fera. O jovem Aiden recuou para junto de Leona, enquanto fera e maga interagiam telepaticamente.

Ficaram por três dias parados no mesmo local, a maga e a fera não se mexiam, o jovem aprendiz Aiden e a oficial Leona comiam e bebiam em sua volta.

— Espero que este animal compense a espera — disse Leona com a cara fechada.

— Ele pode voar, claro que compensará — respondeu Aiden.

— Mas está praticamente morto.

— Bobagem, são só ferimentos superficiais. Suas flechas nem mesmo fariam cócegas na armadura da fera.

— Você acha que eu sou fraca? Está me subestimando bandido?

— Ei! Eu não estou subestimando suas habilidades, estou falando que o animal é excelente. Tenho certeza que morreria com uma flecha sua, não, uma não, meia flecha seria suficiente — disse temendo uma surra se Leona o entendesse mal. — E eu não sou mais um bandido, sou um servo leal da Princesa Lory — lembrou-a.

— Eu não acredito em sua lealdade, mas realmente, eu não precisaria nem pegar uma flecha para acabar com a sua vida, poderia fazer isso com as minhas mãos limpas — disse ela enquanto levantava-se.

— Cruel, por que você precisa ser tão cruel? — comentou indignado.

— Estou te suportando faz muito tempo, não sei o que se passa na cabeça de Lory para achar que você presta. — Ela caminhava lentamente em direção ao garoto.

— Por que você está tão agressiva? Quero dizer, mais agressiva que o normal?

— Eu não estou e nem sou agressiva. Apenas acho que devo acabar com a sua vida.

Leona partiu para cima de Aiden, colocando suas pequenas mãos em seu pescoço e apertando com força. O jovem pode apenas segurar as mãos de Leona a impedindo de acabar com sua vida imediatamente, quando ele pensou que não poderia aguentar mais, houve uma explosão de energia de onde Virgínia e a fera estavam. Leona acabou desmaiando e Aiden estava muito assustado enquanto pegou-a em seus braços e começou a cuidar dela, não notando a aproximação da enorme Leoa que estava inerte por três dias.

A fera rugiu alto, assustando-o. Aiden não queria morrer, com Leona nos braços e retirando seu sabre da bainha, saltou em direção a fera, mas quando estava prestes a enfiar seu sabre em um de seus olhos, viu que em cima de sua cabeça estava Virgínia ainda meditando e sobre suas pernas, um pequeno filhote dessa montaria alada.

Percebendo ele que a fera tentou atacá-los por pensar se tratar de inimigos por causa de um repentino despertar e com Virgínia ainda desacordada, retirou-se em um salto para trás para esperar até que o frenesi do animal passasse e a jovem maga recobrasse a consciência.

Em sua tentativa bem sucedida de fuga, acabou desesperando-se novamente, pois as pessoas que o expulsaram das terras de Triwland do Sul estavam próximas a ele, o observando.

— O que temos aqui? — perguntou uma linda mulher de aproximadamente vinte e cinco anos, enquanto os olhava curiosa.

— Não somos inimigos, estamos apenas de passagem — alertou Aiden.

— Eu não os conheço e não conheço vossas intenções — disse a mulher, desconfiada.

— Somos de Triwland do Norte, viemos pra falar com o príncipe.

— E por que o príncipe falaria com vocês?

— Sou um servo da princesa Lory. Estamos aqui a pedido dela.

— A futura esposa — disse a mulher enquanto os observava.

— Talvez — respondeu Aiden.

— E que ligação aquela fera tem com vocês? — questionou curiosa.

— É de uma amiga. Elas estão firmando um contrato.

— Esse contrato me custou dez homens momentos atrás — disse ela.

— O que você quer dizer com isso? Vocês nem estavam próximos da explosão de energia quando aconteceu. Nós estávamos e não estamos mortos.

— Mas com certeza um de vocês dois quase morreu momentos antes. Estou certa?

— O que você quer dizer? — Aiden questionou.

— Você não lembra? Foi você que a deixou inconsciente?

— Não, estávamos em desacordo quando aconteceu a explosão de energia e ela desmaiou.

— Então é ela que iria matá-lo, parece que você acabou sendo salvo.

— O que você quer dizer? Não está dizendo nada com nada. — Ele questionou irritado.

— O contrato, ele expulsa as desarmonias do corpo de ambas as partes, pessoas próximas são atingidas por isso. Como resultado, nós que estávamos patrulhando por perto fomos afetados e apenas metade das pessoas ainda estão aqui vivas.

— Vocês mataram seus companheiros? — Aiden questionou amedrontado.

— Algo trivial. — Ela respondeu sem expressão.

— Trivial? São vidas! — gritou.

— Se morreram foi porque não foram fortes o suficiente — disse ela, sem se importar.

— Mas eles estavam sendo afetados pela energia... — justificou.

— Se fossem fortes o suficiente, a energia não iria afetá-los. Por que não afetou você? Já pensou nisso?

— Eu tenho um bom coração.

— Ok. Realmente pode ser por isso. Você está dizendo que a mulher que está em seus braços é maligna?

— Não, eu não disse isso.

— Então ela não tem um coração bom?

— Não, ela definitivamente tem um coração bom.

— Mas ela desconfia de você — disse com razão.

— Eu ainda não sou digno da confiança dela — admitiu entristecido.

— Entendo...

— Nós não somos inimigos. Peço perdão pelas fatídicas mortes de seus companheiros, mas não temos como compensá-los agora. Então em vez de nos atacar, poderiam nos deixar ir dessa vez?

— Quem disse que eu iria atacá-los? Mas se eu quisesse realmente, por que me deu tantas informações a respeito de vocês? Você não consegue pensar?

— Eu... estava com medo — confessou.

— Um covarde então — disse pensativa.

— EU NÃO SOU COVARDE! — bradou.

— Oh! Não é? — questionou entoando surpresa, mas sem mudar sua expressão.

— Eu apenas quero continuar vivendo e morrer com honra, não teria honra em morrer enquanto ainda sou fraco. Até um tolo deve saber quando baixar a cabeça e quando levantar.

— Eu gostei de você garoto, qual o seu nome?

— Aiden.

— Bom nome, sou Anna, a vidente.

— Vidente?

— Vidente. — Aiden espantou-se com a revelação, Virgínia tinha o dito dias atrás que apenas magos poderosos podiam ter visões.

— Você é uma feiticeira?

— Apenas vidente.

— Como pode ser apenas vidente?

— É um dom, mas como todo dom, tenho que pagar um preço por ele.

— E qual o seu preço?

— Você por acaso está reunindo informações sobre o povo das montanhas? Por que tão curioso? — sorriu.

— Não, é realmente apenas curiosidade — respondeu rápido.

Leona mexeu-se no colo de Aiden, voltando a despertar:

— O que aconteceu? — questionou.

— Você quase me matou — respondeu.

— Sério que eu não consegui? — demonstrou tristeza.

— Você... — ficou sem palavras.

— Desculpe-me. Força do hábito — proferiu Leona. — E como está Virgínia?

— Ainda inconsciente — respondeu emburrado.

— Vamos acordá-la.

— Não podemos nos aproximar dela agora — disse ele irritado, apertando-a mais forte contra ele, impedindo-a de se levantar.

— Você... poderia me soltar? — Leona enrubesceu.

— Eu... eu estava... apenas... —Aiden tentou se explicar.

— Não precisa dizer nada, apenas solte-me — afastou-se rapidamente do rapaz e só então percebeu os olhos de Anna sobre ela.

— Quem é você?

— Uma espectadora.

— O que?

— Nada, estava divertido, se quiserem podem continuar.

— Você...

— Anna. Você deve ser Leona.

— Como você sabe?

— Já te vi antes.

— Jamais encontrei-me com uma mulher tão estranha.

— Estranha como?

— Como uma selvagem.

— Pode me considerar uma, faço parte do povo das montanhas, estou aqui ajudando o Reino de Triwland do Sul, livrando-os de pequenos insetos.

— São vidas — disse Aiden.

— São insetos para mim — disse Anna.

Aiden notou que Anna parecia não ter uma alma em seu corpo, sua vida era movida pelo que ela via, suas ações futuras já estavam todas claras para si mesma, não existiam mistérios para ela. Ela ficou com eles durante cinco dias, até a maga que estava sob a fera despertar, então cumprimentou-a e presenteou-a com um cristal assim que despertou.

— Você vai saber quando usar. — Anna advertiu e desapareceu entre o meio das árvores junto com seus homens.

— Que estranho — disse Virgínia.

— Podemos ir? — perguntou Leona, que não gostou nenhum pouco da companhia de Anna nos últimos dias.

— Claro, subam — orientou Virgínia.

Os três jovens subiram em cima do grande animal e se agarraram ao seu pelo com medo de cair. Virgínia ficou em pé, como se o fato do animal voar não atrapalhasse o seu equilíbrio.

Em dois dias, de uma viagem que demoraria pelo menos quinze, chegaram aos portões da Corte de Triwland do Sul, onde existiam propriedades majestosas.

— Quem são vocês? — perguntaram os guardas nos portões.

— Viemos por ordem da Princesa Lory. Desejamos ver o príncipe Héctor — respondeu Leona.

— Não podemos permitir que qualquer um chegue até ele. Sumam daqui e não voltem a nos perturbar.

Virgínia tirou de suas roupas o selo que Lory tinha lhes dado ao se despedir, então os guardas pediram desculpas e fizeram uma reverência, permitindo suas passagens, os levando a um enorme salão, para que esperassem o príncipe recebê-los.

— Diga ao príncipe que Virgínia está aqui. — eles esperaram apenas alguns minutos até que o jovem príncipe viesse os receber, acompanhado de Matias, seu escudeiro.

— Virgínia? Por que está aqui? Quem são estes? — ela não disse nada e nem mesmo o reverenciou, apenas tirou a carta que estava em suas vestes e a entregou, enquanto Aiden e Leona faziam uma breve reverência.

" Meu querido primo Héctor,

Desde que retornei as coisas estão estranhas por aqui. Senti a necessidade de lhe escrever esta carta por saber que nada é tão suave quanto imaginamos. Peço-lhe encarecidamente que não investigue mais o envenenamento do seu pai, nós dois já sabemos quem é o culpado por trás, apenas elimine os peões.

É possível que quando encontrarmos novamente estejamos em lados opostos, então não se afete pelas ações de Triwland do Norte... parece que tudo aqui está prestes a ruir, mas eu lhe prometo que vou resolver os nossos problemas. Não se preocupe com nada. Sinto sua falta, com carinho, Lory. "

— Então realmente foi Gisela — suspirou Héctor.

— O que está escrito na carta, Alteza? — perguntou Leona.

— Você é? — questionou.

— Leona. E este é Aiden — apontou Virgínia. — Lory confia neles.

— Um homem que Lory confia — murmurou o príncipe, fazendo Virgínia e Leona se olharem e sorrirem.

— Lory recomendou-o para ser meu aprendiz, ela o estima muito — disse Virgínia, sorrindo travessa.

— Seu aprendiz? — questionou Matias curioso.

— Lory o estima? — Héctor questionou enciumado.

— Essa garota... está tentando prejudicar a reputação da princesa ou o que? Vocês não eram amigas? Vossa Alteza, Lory salvou minha vida recentemente e eu prometi ser leal a ela, disseram que tenho magia em mim e Virgínia vai me instruir sobre isso, sou apenas um servo e aprendiz dela — explicou-se.

— Virgínia não está manchando a reputação de ninguém. Estava apenas fazendo ciúmes para o príncipe, não ficou claro? — Leona questionou, irritada com a tolice do companheiro. — Que espécie de animal você é? Não sabe raciocinar e agir de acordo com a situação? — resmungou para Aiden.

— Lhe instruir vai ser um desperdício de tempo — suspirou Virgínia.

— Estava com medo do príncipe? Você acha que ele se atreveria a tocar em você por ciúmes? — perguntou a Aiden. — Ele pensa. Se ele fizesse isso, Lory não o perdoaria. Não é mesmo, Vossa Alteza? — questionou o príncipe.

— Você me pegou — disse Héctor.

— Pra você eu sempre vou ser um covarde — resmungou Aiden. — Com sua licença Vossa Alteza, vou esperar lá fora — curvou-se e saiu da sala.

— Acho que você foi muito dura com ele — disse preocupada, enquanto Leona apenas assentiu. — Sobre o assunto da carta, Vossa Alteza poderia divulgar? Estou preocupada, Lory não parecia bem — pediu.

— Bom, apenas sobre a doença do meu pai. Ela deve não estar bem por algo que não informou diretamente nesta carta, aqui ela apenas disse que resolveria nossos problemas e que era pra mim não me preocupar.

— Entendi, mas ainda acho que devemos voltar imediatamente já que viemos apenas para entregar a carta. Lory deve precisar de ajuda — falou com o coração apertado.

— O que está acontecendo em Triwland do Norte? E que relações estão tendo com Cortona? — questionou o príncipe.

— Não sei do que você está falando príncipe, Triwland do Norte não mantém relação nenhuma com Cortona — respondeu Leona.

— Os boatos se espalham e a informação de que estão estabelecendo relações chegou aos meus ouvidos.

— Eu estava em isolamento desde que cheguei em Triwland do Norte, não sei muito. Leona, você sabe de algo?

— Nada — disse ela.

— Algo que deva causar preocupação? — Héctor questiona.

— Lory disse ter escutado conversas de sua mãe e uma serva, algo definitivamente está acontecendo, mas não temos ideia — disse pensativa. — Ah! Quando estávamos saindo, uma comitiva de Petansburg estava chegando a Triwland, talvez esteja relacionado a isso?

— Pensei que a relação entre Petansburg e Triwland do Norte estava estremecida — diz Héctor.

— Não sei muito sobre os reinos, vivia na floresta, então...

— Triwland do Norte e Petansburg nunca deixaram de manter contato — disse Leona.

— Héctor, devemos fazer uma visita? — questionou Matias.

— Não podemos agora — respondeu. — Seria possível me mandar uma coruja mensageira assim que souberem mais sobre a situação?

— Até voltarmos é possível que Vossa Alteza tenha mais informação que nós — disse Leona. — Mas faremos o possível, levaremos mais ou menos dez dias para voltarmos no animal machucado de Virgínia.

— Dez dias? Que rápido —diz o príncipe. — Que animal é este?

— A mestra entregou a Virgínia uma montaria antes de partir, Vossa Alteza lembra? Era uma leoa alada com um filhote.

— É uma ótima fera, aqui em Triwland do Sul, temos apenas uma Águia que é muito rápida para viajar, mas apenas meu pai a utiliza. Ela não permite ser tocada por outras pessoas — diz sorrindo, enquanto fala do temperamento do animal.

— Esses animais firmam contrato com as pessoas e só são leais ao contratante. Costumam ser muito orgulhosos, então é natural rejeitar a aproximação de outras pessoas — diz Virgínia.

— Sim, mas vivem em uma área muito perigosa, no centro da Floresta de Celatur, pessoas normais como eu, não se atreveriam a entrar lá. Apenas alguns do alto escalão do Reino já foram e a maioria voltou de mãos vazias.

— O seu pai tem alguma espécie de poder? A minha mestra teve que lutar muito com esta fera, isto que acabei de ser informada que ela estava machucada quando minha mestra a encontrou.

— Você não sabe que as famílias reais tem linhagens sanguíneas? — Héctor questionou.

— Leona até mencionou, mas pensei que era a família de Lory apenas — disse ela.

— Eles são parentes, mas todas as famílias reais tem linhagens. Sobre o que você já ouviu falar Virgínia? De onde a Lory tirou você? — Leona deu risada.

— Antes de ter contato com Lory, só tive contato com outras duas pessoas, uma delas sendo a minha mestra, Você não deveria rir de mim assim — fez bico enquanto a repreendia.

— Desculpe-me, não resisti. — Héctor e Matias as observaram sorrindo, a inocência sobre o mundo que Virgínia demonstrava era realmente risível.

— Sobre as linhagens sanguíneas, todas as descendências reais tem. É possível até encontrarmos bastardos por causa disso, não permitimos que eles vivam como pessoas comuns, ganham títulos de nobreza e se mudam para a corte, boa parte dos nobres é descendente de um bastardo ou um de fato.

— E como sabem de quem é o bastardo?

Héctor explicou a Virgínia todas as coisas sobre as linhagens de sangue reais, ele falou sobre as cores das marcas de linhagem, da mais pura que era dourada e das cores as quais passam quando vão ficando impuras, que saía do seu tom dourado para um tom vermelho, do vermelho para o azul e do azul ao verde, por último a mais impura e fraca, a marca de cor cinza.

Explicou que carregam a marca nas costas e falou sobre os símbolos de cada família. Citou a fênix da família real da Grande Triwland; O tigre de Drimália; A cobra de Petansburg; O dragão de Meryland; O javali de Cortona; O corvo de Montalcino e o grande lobo de Átila. Também falou sobre a sua anomalia pessoal, ele carregava três marcas de linhagem: o dragão, a fênix e o tigre.

Os descendentes de linhagens reais despertavam suas linhagens aos dezesseis anos, quando visitavam seus ancestrais nas tumbas reais, onde passariam por provações dentro de si mesmos, para que a linhagem fosse despertada.

Pessoas como Héctor, que carregavam mais de uma marca, poderiam despertar mais de uma, mas teve apenas um caso assim nas famílias reais nos últimos mil anos. Normalmente quem nascia com mais de uma marca optava por se conectar com a marca mais forte, mesmo se tentasse despertar outra, a linhagem não demonstraria reação.

Após explicar a ela sobre as linhagens, retirou-se para resolver alguns assuntos, com o cristal de Virgínia em mãos, levaria a grande fera alada a um pátio seguro e lhe daria algumas ervas de recuperação para que a viagem de volta fosse mais rápida e segura.

Leona notou a tensão que espalhou-se na sala assim que Héctor saiu porta a fora, era como se o tempo tivesse fechado. Aproveitando a deixa, despediu-se de Matias e Virgínia, indo atrás de Aiden, que saíra dali minutos antes, deixando os dois jovens em meio ao silêncio que se instalou, tendo a chance de aproveitar suas companhias.

— Senhorita Virgínia, gostaria de lhe pedir perdão pelo forma inapropriada que me comportei anteriormente. Eu tenho receio a confiar em pessoas que usam magia, mas Héctor me fez entender que você não é má — falou verdadeiramente arrependido.

— Virgínia já esqueceu, foi apenas um mal entendido. Não tenho porque guardar rancor — respondeu ela sem olhá-lo nos olhos.

— Você se refere a si mesma como se fosse outra pessoa quando está nervosa?

— Não entendi o que você quis dizer — fez uma cara confusa, não notando seu deslize anterior.

— Desculpe-me — ele sorri. — Eu só não tinha percebido o quanto você podia ser agradável — confessou um tanto deslumbrado com o jeito fofo e inocente da garota.

— É um elogio? — questionou ela, não por não entender o elogio, mas sim por recebê-lo.

— Pode se dizer que sim, mas é apenas a verdade —disse sincero.

— Virgínia não está acostumada a receber elogios — ela confessa. — A mestra é muito cruel — fez bico enquanto lembrava-se de sua mestra.

— Então estou perdoado?

— Elogios! Quero ouvir mais — animou-se ela. — Posso pensar se te perdoarei depois — diz esperançosa, com os olhos brilhando.

— Você está falando sério? — achou engraçado a forma nada contida com a que ela pediu elogios a ele.

— Por que não estaria? — questiona sem entender.

— Você é realmente diferente — disse complacente e tentou agradar a moça com palavras, o que as vezes resultou em confusão por parte da moça, que não entendia tudo o que o escudeiro dizia, como sua mestra não era de elogiar, Virgínia não conhecia muitas palavras requintadas que o garoto dizia.

Leona que estivera procurando por Aiden pelos arredores, encontrou-o sentado em um banco próximo à uma fonte, seus cabelos balançavam com o vento e sua pele tinha um tom gracioso quando o sol refletia sobre ela, seus olhos um tanto esverdeados e seus ombros largos o davam um ar de nobreza que não fora visto anteriormente aos olhos de Leona, a moça sentara ao seu lado e apreciara a vista junto com ele, até quebrar o silêncio, fatidicamente.

— Desculpe-me — disse Leona.

— Você me pedindo desculpas? Devo estar no céu — comentou ironicamente Aiden.

— Estou falando sério. Não deveria ter lhe ofendido de tal forma anteriormente — respondeu relutante, mas sincera.

— Você está certa. Não deve me pedir desculpas. Eu tenho tido muito medo, desde que me entendo por gente.

— Eu realmente não acho que você seja um covarde. Sentir medo é normal.

— Eu abandonei a família que me criou para poder viver. Eles se sacrificaram por mim. Você não imagina a dor que sinto por isso — confessou ele, sentindo-se culpado.

— Você não tinha escolha.

— Ficando à frente das pessoas que mataram minha família, eu só pude agir como um covarde, eu nem mesmo tive coragem de os insultar.

— Primeiro sobreviver, depois retaliar.

— Você vai ficar falando frases motivadoras a cada coisa que eu disser?

— Eu confio em você Aiden, eu tentei matar você e você não me culpou nem por um momento — expôs seus pensamentos.

— Você não estava agindo por você mesma naquela hora.

— Então você vai me perdoar por lhe insultar e tentar matá-lo? Prometo que pegarei mais leve na próxima vez — ela sorriu.

— Quando mesmo que você fez isso? Porque eu não consigo me lembrar — disse ele sorrindo.

Em um impulso, Leona o abraçou, suas respirações diziam muito mais do que as palavras proferidas anteriormente e uma paz que jamais sentiram antes instalou-se em seus corações.

Nota da Autora:

Ahhhhh! Eu achei muito fofo, modéstia à parte, mandei bem.
Acharam fofinho?

O que será que o destino lhes reserva?

Vote! ☆
Beijos!

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