16 - Breve despedida
Os cinco comandantes e o escudeiro do príncipe, mantiveram olhares desconfiados em direção a nova viajante que lhes fazia companhia nos últimos dois dias, Virgínia já estava ficando irritada com isso, mas Lory e o príncipe pareceram não se importar.
A jovem maga tentara ignorar, sabia que sua mestra estava pensando em sua segurança quando a ordenou que ficasse próxima a Lory, mas um olhar desdenhoso da parte do escudeiro a deixou mais irritada do que imaginou.
— Garoto, perdeu alguma coisa aqui? — perguntou Virgínia irritada, o que atraiu a atenção de Lory e Héctor.
— Apenas não confio em você. — Matias respondeu, continuando a encarar a moça, que já estava rangendo os dentes.
— Escudeiro, você não precisa confiar nela. Ela não ficará próxima a você de qualquer jeito. — comentou Lory.
Héctor e os cinco comandantes estavam segurando o riso, o que deixou Matias sem ter o que falar, dando a Virgínia a oportunidade de desdenhar dele, mas ela preferiu fingir que o assunto não a envolvia, fazendo com que o garoto se sentisse constrangido.
Héctor e Lory estavam cavalgando bem a frente dos outros membros, o que o fez tomar coragem para mencionar um assunto delicado com ela.
— Você não deveria contar pro meu pai? Sobre sua mãe...
— Ele ainda não merece saber.
— Acredito que meu pai apenas pediria desculpas.
— Entendo. Não acho que eu deva falar sobre isso, acho que é algo que nossos pais devem resolver.
— Eles nunca vão conversar direito, se tratam como inimigos.
— Você vai contar? — Lory perguntou a Héctor.
— Não tem muito a ver comigo. — respondeu dando de ombros.
— Obrigada por guardar este segredo.
— Guardarei todos os teus segredos. Sabe, tenho sentimentos por você.
— Eu nunca parei pra pensar nisso. Apesar de ser a pessoa mais próxima de mim, você é meu primo. — respondeu sincera.
— Tudo bem, mesmo que você não sinta algo por mim, eu vou ter que te alertar... Nossos pais, eles... Vão discutir um possível casamento entre nós futuramente, para Triwland voltar a ser um grande Reino. — revela, não querendo deixar Lory chateada por descobrir sozinha mais tarde.
— Isso é realmente uma novidade. — suspirou decepcionada por descobrir que os pais esconderam isso dela. — Eu nunca pensei em me casar. — seus pensamentos saem em voz alta.
— Não se preocupe com isso agora, sei que você vai fazer o que for melhor para o seu povo. Ficar sozinha pode ser a melhor opção também. — Héctor ri querendo descontrair, mas estava com o coração apertado.
— Falando em ficar sozinha, mantenha seu cão de guarda longe da garota. — aponta para Matias, que não parava de observar Virgínia.
— Não o culpe, a família dele já teve alguns problemas com usuários de magia. Acredito que foi a primeira vez que ele viu uma garota que não pertence a realeza tão bonita. Ele treinou desde pequeno para me proteger, nós costumávamos brincar juntos quando pequenos, ele é uma boa pessoa sabe, ele só está encantado e desconfiado. — comentou enquanto observava o amigo olhando para a maga.
— Então ela é assim, "tão bonita"? — comenta Lory dando ênfase as palavras ditas pelo Príncipe.
— De tudo o que falei, foi só isso que você ouviu?
— Para quem acabou de admitir que sente algo por mim, você parece estar bem aberto a novas opções.
— Para quem claramente rejeitou meus sentimentos, você parece estar com ciúmes.
— Você é realmente um Príncipe? Ou é filho do bobo da corte para estar cheio de graça?
— Apenas estou dizendo que suas ações contradizem suas palavras.
— Talvez. — Lory admite e sai trotando muito rápido com o cavalo, deixando Héctor quase sem palavras.
— Você é muito mais bonita. — grita para que ela possa ouvir, fazendo com que ela virasse o rosto para o observar por um momento, mas a velocidade de seu trote não diminui.
Quando voltaram a se encarar, estavam chegando ao local que o Rei e os soldados de Triwland do norte estavam acampados. Héctor e Matias, depois de se despedirem do Rei, começaram a seguir uma direção diferente. Héctor estava voltando para Triwland do Sul, enquanto Lory estava indo para casa dentro de sua carruagem, não imaginando que se surpreenderia com as ações tomadas por seu pai no pouco tempo que estivera longe.
— Esta é sua amiga Lory? — pergunta o Rei.
— Uma delas. — respondeu apenas.
— Ela tem nome? — Lory não quis responder, apenas deu de ombros.
— Meu nome é Virgínia, Majestade. É um prazer poder estar em sua companhia.
— Essa é a primeira vez que alguém me diz isso. — disse achando graça das palavras da garota e se esqueceu de fazer mais perguntas sobre a sua procedência. Ao mesmo tempo em que Lory ri alto, despertando Nyx de seu sono pesado.
— Você finalmente acordou garota! — comenta pegando Nyx em seu braços. — Eu estava com saudades. — diz enquanto Nyx se enrola em seus cabelos.
— Ela passou todos os dias dormindo. Esse animal é muito estranho — comenta o Rei, fazendo com que a pequena gatinha o olhasse com desdém.
— Ela acorda por breve momentos desde que se uniu a mim, ainda está absorvendo alguma coisa — diz Lory.
— O lugar onde você a encontrou estava cheio de ervas mágicas, ela deve ter achado algo muito bom lá dentro — comenta Virgínia, fazendo a gata concordar com a cabeça.
— Ela acabou de concordar com você? — pergunta o Rei, pasmo.
— Majestade, é claro que ela concordou, a gatinha da Lory é um animal místico, um amuleto da sorte. Não sei muito sobre as coisas que Nyx pode realizar, mas não são pequenas, Lory tem a maior sorte do mundo por ter conseguido conquistar Nyx. Talvez a biblioteca de Cortona, que já foi conhecida por ser o lugar dos estudiosos, tenha algo escrito sobre os gatos dos sonhos — fala animada.
— Cortona, de novo Cortona — o rei suspira, ficando com a feição tensa.
— Algo que queira falar sobre Cortona? — perguntou Lory.
— Nada de mais, apenas lembrei de coisas sobre o passado — respondeu o Rei, mas Lory notou que ele estava mentindo.
Assim foi a viagem de volta pra casa, mas algo não estava certo, enquanto estavam em território de Triwland do Sul, não encontraram um único grupo de saqueadores.
Chegando em território de Triwland do Norte, o Rei notou que os saqueadores eram nítidos por todos os cantos. Esses saqueadores não se atreveram a atacar a comitiva do Rei, que ultrapassava o número de mil homens, mas o Rei destacou algumas levas de soldados para que os perseguissem, achou a movimentação muito estranha e queria investigar.
Então, alguns desses grupos encontrados em seu território foram perseguidos e mortos, alguns capturados e outros, o Rei deixou fugir.
Nota da Autora:
O que acham que o Rei está escondendo da Lory? Comentem suas suspeitas!
Beijos!
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