10 - A intenção da espada
Lory estava com sua pequena gata em seus braços, acariciando seu pelo enquanto caminhava no Jardim do Castelo, olhando as estrelas e deixando sua cabeça esvaziar-se de preocupações.
— Pequenina, você ainda não tem nome. Neste tempo todo te chamei de pequenina. Você gosta? — A gata balança a cabeça como quem estivesse rejeitando. — Oh! Você realmente não gosta. O que você acha de Luz? — A gata rejeita novamente. — Gordinha? — A gata vira a cara para Lory. — Admito que dessa vez eu estava brincando. — riu. — Que tal Nyx? — Dessa vez a gata assente satisfeita e se enrola no pescoço de Lory. — Então Nyx, combina com você. — diz sorrindo enquanto observa as estrelas mais uma vez.
(...)
Na floresta:
— Virgínia, já lhe disse tantas vezes, não é assim que se faz. Você nunca vai conseguir controlar a extensão dos seus poderes se não se concentrar. — grita Minerva.
— Me desculpe mestra, mas não consigo parar de pensar naquele homem horrível que estava aqui, ele era tão... grande e asqueroso.
— Já disse a você que você não deveria entrar sem bater, nem o teria visto se me escutasse. Esqueça aquele rosto, nunca o verá novamente mesmo. — diz com as veias de seu rosto saltadas de ódio. —Por hoje eu desisto, vá procurar ervas, não quero ver seu rosto pela próxima semana.
— Sim mestra, essa discípula já está indo. — Ela sai correndo pela porta, monta em um cavalo e vai para as cavernas no meio da floresta.
— Aquele homem, como ele conseguiu descobrir ela? Eu não tenho outra chance além de enfrentá-lo, ou ele vai acabar tirando ela de mim! Droga!
O homem a quem Minerva se referia, não era um homem qualquer, era Jim, um sacerdote da Seita Obscurion, um mago com uma forte magia negra, que procurava pela menina que tinha grande talento com magia elementar.
Ele procurava por Virgínia, mas suas intenções não eram nada boas. Ele queria sacrificá-la para conseguir mais poder. Era assim que os membros, que por fora justos da Seita Obscurion, faziam as coisas.
Minerva conseguiu afastá-lo, sabia que nada aconteceria com Virgínia por hora, mas estava na hora de se afastar de sua pupila, para conseguir protegê-la. No fim, Virgínia teria que aprender a controlar sua magia sozinha, ela não poderia mais ajudá-la, mas tudo pelo seu próprio bem.
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Reino de Triwland do Sul:
A jovem princesa passara os últimos dias treinando suas habilidades com a espada, enquanto esperava o retorno de Héctor. Acabou desenvolvendo com sua experiência em batalha recém adquirida, uma vontade por mais poder e sentia que dentro dela tinha algo que estava prestes a dominar, mas não sabia como ou o que. Então, quando Héctor chegou, nem perguntou como foi sua viagem. Apenas gritou:
— Héctor, que bom que veio agora, preciso de um parceiro para treinar.
— Lory, acabei de chegar, tenho notícias para meu pai e minha mãe.
— Deixe isso para outra hora Héctor, preciso de ajuda agora. Se não for agora, esse sentimento de que consigo mais pode ir embora.
— Lory, estou cansado e realmente preciso dar essas notícias para minha mãe e pai. — comentou ele mais uma vez, imaginando que dessa vez ela desistiria, deixando-o descansar um pouco.
— Então vá! — comentou um pouco decepcionada, virando as costas, indo novamente para o campo de treinamento, procurando com os olhos um bons adversários.
Héctor não queria recusar Lory neste momento, mas realmente precisava dar as notícias para sua mãe e logo depois que a princesa Lory virou as costas, foi imediatamente. Subiu as escadas que davam a sala de audiências, onde sua mãe passava boa parte do dia junto a seu pai.
— Mãe, consegui! Ele vai nos ajudar. Realmente, salvamos nosso povo dessa vez. — entrou sem olhar se tinham outras pessoas na sala, estava muito feliz para prestar atenção aos detalhes no momento.
— Filho, seu tio está aqui. Cumprimente-o.
— Tio Abba, que bom vê-lo.
— Não posso dizer o mesmo. Fiquei sabendo que foram atacados no caminho e que minha filha ficou sozinha nessa floresta. Por sorte que os deuses não deixaram nada acontecer com ela. Estou decepcionado com você Héctor.
— Tio. Eu realmente sinto muito, mas nada aconteceu a Lory. Se tivesse acontecido, eu não me perdoaria.
— Quem se importa se você se perdoaria ou não, eu perderia minha filha. Só a possibilidade de ter acontecido algo com ela me deixa muito irritado. Eu esperava mais de você. Não sei se é digno da minha filha.
— Tio, você sabe que estou realmente interessado. Eu vou melhorar. — ele estava apertando seus dedos sobre sua palma com tanta força, que a palma de sua mão já estava sangrando.
— Não seja tão duro com o meu filho irmão. Por que você deixou sua filha viajar sabendo da situação perigosa? A culpa não é toda do meu filho. E sobre ser digno, sua filha tem que provar que é digna. Você não a educou direito.
— Reconheço que não deveria ter cedido ao pedido de minha filha, por isso que quando recebi a notícia vim pessoalmente buscá-la. E não diga mais besteiras irmão, você não sabe o que está falando, minha filha foi muito bem educada, se ela faltou com a educação próxima á você, você deve ter merecido. — sorriu cínico.
— Não se preocupe Rei Abba, sua filha sempre foi educada com a gente. Vocês dois não deveriam interferir nos assuntos referentes as crianças.
— Meu irmão gosta de me tirar do sério. — resmungou Storm.
— Nós deixaremos Lory decidir quando chegar a hora.
— Você já veio buscá-la? Não se passara muito tempo desde que chegamos. — comentou Héctor cabisbaixo.
— Tempo suficiente. — comentou o Rei Abba. — Afinal, cheguei aqui e ninguém foi avisar minha filha. Onde ela está?
— Eu vou chamá-la. — comenta sem um pingo de vontade.
— Com essa atitude? Fique aqui. Mande qualquer outro soldado chamá-la.
— Sim Tio. — comentou baixinho.
Fez sinal para um dos homens que o acompanharam para que fosse atrás de Lory, este que o fez imediatamente.
Lory tinha pedido para oito homens ajudarem em seu treinamento hoje, eles a atacavam enquanto ela se desviava e retribuía. Sua maestria com a espada tinha alcançado um nível totalmente novo nos últimos tempos, mas tinha algo que Lory achava que poderia ser melhor. De repente, concentrada, enquanto esquivava e procurava aberturas nos soldados aos quais peleava, uma luz iluminou seus olhos. Na ponta de sua espada, poderia ser visto uma luminosidade anormal. Quando Lory moveu a espada, um risco dessa luz apareceu seguindo o movimento da lâmina.
A princesa ficou assustada, mas com a sensação de que tinha alcançado o que queria, as oito espadas que os homens brandiam contra ela foram partidas ao meio e caíram ao chão, deixando todos abismados. Ela estava tão feliz que começou a rir alto, após alcançar o passo que faltava para isso, até mesmo sua mente iluminou, ela descobrira que isto chamava-se intenção da espada. Nas lendas, apenas um número ínfimo de heróis conseguiu alcançar essa intenção.
De repente, um homem entrou correndo no campo de treinamento:
— Princesa Lory, seu pai está aqui, esperando-a na sala de audiências.
— Estou indo!
Os homens ficaram tão espantados com a ação anterior de Lory que só voltaram a respirar assim que a princesa já seguia distante.
Nota da Autora:
Olááá! O que acharam da Intenção da Espada? Lory é talentosa não é mesmo? Gosto de ressaltar. Todos ficarão felizes pelo talento de nossa princesa?
Vote!
Beijos!
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