Esse capítulo possuí 3373 palavras.

Boa leitura ❤

Estou aqui para te cuidar, para segurar sua mão e dizer que tudo vai dar certo. Estou aqui para não só dizer, mas para te mostrar que você não está sozinha. Serei seu ouvinte, seu ombro, serei para você motivo para acreditar que a vida tem muito mais a te oferecer e pra isso você só precisa querer ver. Se não for possível impedir que as lágrimas caiam, enxugarei todas elas com gestos de carinho. Sempre disse isso, se não for bom o suficiente para estar ao seu lado nos momentos difíceis o que me faria pensar que seria digno de participar da sua felicidade. Eu estou aqui e, no momento em que olhar em meus olhos, eles estarão dizendo: vai dar tudo certo.

A amizade será uma certeza sempre e, o que acontecer além disso, será apenas consequência.

Leonardo Oliveira

O nervosismo cobria cada parte do seu ser, sentia-se preso a algemas, aquele seria o primeiro passo para a sua vida, imaginou tantas vezes aquele cenário, mas jamais pensou que seria daquela forma, o peito estava tão apertado, que jurava que sufocaria e a qualquer momento iria ao chão, desfalecido, seria trágico se ele morresse logo naquele momento.

Os seus pais sempre ensinaram sobre os deveres que os soberanos tinham para com seu reino, isto sempre esteve muito vivo em sua mente, embora nos últimos tempos seu coração tivesse esquecido, mas aquilo estava tão enraizado em sua pele, que não poderia dar as costas, estava em suas mãos, ajudar seu povo, era a sua responsabilidade desde seu nascimento.

Os deveres vêm antes do coração...

Aquela frase nunca fizera tanto sentindo como naquele instante, a partir daquele dia, sua vida estaria entrelaçada a outra por amor ao seu reino, mas isso não significava não tentar ser feliz ao lado dela, como dissera para Sakura, uma parte de seu coração, sempre pertenceria a ela, porém ao menos deveria tentar amar Karin como ela merecia ser amada.

Não era justo condená-la a uma vida de infelicidade, já teria culpa demais para carregar por ferir o coração de Sakura, não queria carregar mais aquela, não iria enganá-la, Karin sabia que seu coração pertencia a outra, mas ao menos, poderia esforçar-se para reconhecê-la de outra maneira.

— Querido? — a voz suave de sua mãe ecoou pelo recinto chamando-o para a realidade, estava tão focado em seus sentimentos que nem notara ela entrar no quarto.

— Sim? — perguntou virando-se para ela, estava deslumbrante num vestido vermelho bordado com fios de ouro.

Sorriu diante ao seu olhar maternal, sua mãe era a mulher mais bela que já vira, aproximou-se fazendo-a sorrir timidamente.

— Está muito linda, minha mãe — falou pegando com carinho suas mãos e deixando um suave beijo sobre elas.

— Você quem está lindo, este será o começo da sua felicidade — sua mãe respondeu com carinho, somente sorriu sem graça, esperava que ela estivesse certa.

— Está na hora? — perguntou sem conter a tristeza em sua voz.

— Sim, vamos para a igreja — ela respondeu enlaçando o braço no seu.

Um longo suspiro escapou pelos lábios, deixou-se guiar por ela, a igreja não ficava longe do palácio, mesmo assim as carruagens estavam postas a espera de cada soberano.

O seu desanimo fora sumindo a medida que aproximava-se da entrada principal, ao lado de seu irmão estava ela, trajada com um longo vestido verde que moldava seu corpo deixando-a graciosa, ele possuía pedrarias no busto evidenciando as riquezas dos detalhes, ela estava absolutamente deslumbrante, seu coração acelerou de imediato diante a sua beleza, sem se conter olhava-a com admiração, até seu olhar cair para seu irmão, somente sorriu em sua direção, não queria desrespeitá-lo, pelo contrário, o irmão pareceu perceber seus pensamentos, pois sorriu gentilmente em resposta.

— Vamos para a nossa carruagem, Itachi irá com Sakura e seus pais — sua mãe chamou a sua atenção, somente acenou concordando.

Subiu na carruagem sem falar nada, temia que sua voz o traísse, vê-la trouxe uma enxurrada de emoções em seu ser, mesmo não sendo muito religioso, naquele momento orou aos céus para ela pudesse ser feliz ao lado de seu irmão e para que ele pudesse ser feliz com Karin.

Logo cedo partiu para a casa dela, decidira acompanhá-la o tempo inteiro, isso incluía o percurso até a igreja, não queria que ela sentisse-se sozinha, ou desse espaço para a tristeza, sabia quão difícil aquele dia seria para ela.

O caminho até sua casa fora logo, talvez pelo fato de fazê-lo sozinho, mas gostava daquele silêncio, era bom para pensar, tudo estava acontecendo tão rapidamente que nem ao menos conseguia dar-se conta dos fatos.

Ela era tão diferente do que imaginou, era forte e determinada, sua aura tinha um brilho único e especial, estava encantado por ela, mesmo que em seu íntimo sentisse um pouco de culpa, afinal o irmão ainda a amava, era como se estivesse cobiçando o que lhe pertencia, mesmo que fosse algo ridículo de se pensar.

— Alteza? — a voz do cocheiro chamou a sua atenção, nem percebera que já chegaram.

Desceu apressado, esperava não estar tanto tempo parado como um idiota, antes mesmo de chegar a porta, ela já fora aberta por uma Tenten sorridente.

— Boa tarde alteza, entre — Tenten fala guiando-o para a sala de espera, estava nervoso em estar ali agora.

Ficara surpreso ao notar estar ansioso para vê-la, talvez fosse pelo dia, afinal aquele não seria um dia fácil para ela, doía em seu ser pensar nela triste.

— Não pensei que viria — ela fala brincalhona ocasionando em um leve rubor em suas bochechas.

— Eu apenas queria vê-la... — sua voz morreu ao escutar a movimentação na escadaria.

A sua noiva descia sem tirar os olhos dos seus, estava tão deslumbrante que lhe tirou por completo o ar, jamais vira mulher tão bela em sua vida, sem se conter, seus pés levaram-no para o final da escadaria para esperá-la, ato que arrancou um suave e gentil sorriso de seu rosto, ela conseguia ficar mais bela sorrindo, sem perceber sorriu em resposta.

— Sakura, está deslumbrante, acredito que ofuscará a beleza de todos, pois duvido que alguém consiga alcançar a sua perfeição — falou ao segurar com gentileza a sua mão, ela encaixava-se com tanta precisão na sua, que parecia ser feita para estar ali.

Outra surpresa cobriu seu ser ao perceber que estava a cortejando abertamente, jamais sentira vontade de agradar uma mulher, mas vê-la com as bochechas vermelhas, ocasionou em um reboliço em seu interior, seu coração estava tão acelerado que poderia jurar que ela escutaria.

— Itachi... me deixa sem graça assim — ela respondeu ruborizada fazendo-o sorrir.

Estava decido a manter aquele lindo rosto sempre assim, queria vê-la com aquele brilho no olhar, daria a sua vida se fosse preciso para isto. 

— Perdoe-me pela ousadia, mas não pude me conter diante a sua beleza — retrucou galante aumentando o rubor em seu rosto.

Os risos ecoados pelo recinto deixou-o levemente envergonhado, esquecera que não estavam sozinhos, agora jazia Tenten e seus sogros olhando-os com interesse entre os risos contentes.

Tentou ignorar ao sentir Sakura ficar mais envergonhada, puxou-a com suavidade para onde seus pais estavam, pelo que vira, todos estavam prontos para o casamento, era o tempo de chegar até a igreja.

— Eu vim para acompanhá-los, podemos ir? — falou ao lembrar-se do motivo de sua visita, seu rosto ficou sério ao sentir a mão tensa sobre a sua, sabia que ela precisaria de apoio.

— Gentileza sua alteza, estamos prontos para ir — Kizashi respondeu num aceno.

Diferente de antes, estava agora sentado ao lado dela, a mão ainda estava na sua fazendo-o sorrir, os sogros estavam em uma conversa animada a sua frente e Tenten ao seu lado, a viagem pareceu mais rápida na volta, ato que agradecia.

Os duques preferiram ir primeiramente para o palácio e seguir de lá, apenas acatou seu desejo, mesmo que percebesse uma Sakura tensa ao seu lado. Quando seu irmão apareceu, viu o deslumbramento em seus olhos, ato que trouxe um sentimento estrangeiro ao seu peito, mesmo que soubesse que ele não fizera de propósito, pelo contrário, quando ele lhe dedicou um sorriso sem graça, não pode deixar de corresponder com um gentil, ele não tinha culpa pelos seus sentimentos.

Ambas carruagens partiram para a igreja, entrar com Sakura de braços dados era como uma confirmação não oficial de seu enlace, seus pais falariam sobre isto na festa. Quanto mais se aproximavam da porta, mais sentia que Sakura estava tensa ao seu lado, aumentando seu nervosismo em consequência.

— Sakura? — sussurrou quase inaudível para evitar que seus pais a frente escutassem.

— Desculpa... — ela respondeu chorosa, aquilo partiu seu coração.

— Não peça desculpas, estou aqui com você e por você, não esta sozinha — respondeu sem conter a emoção em sua voz.

— Itachi, obrigada — ela respondeu com emoção igual, apenas pode sorrir tristemente em resposta, gostaria de tirar aquela dor que ela carregava, mas não sabia como.

A emoção tomava conta de todo seu corpo, apesar de não ser o que sonhara para si, estava alegre ao ver-se com seu vestido de noiva, num tom azul intenso, bordado com fios de ouro ao longo de seu busto, em sua cintura jaziam três pedras preciosas, dois rubis e ao centro uma safira azul, assim como o colar que estava, uma mistura de safiras com rubis.

— Karin, mamãe quer saber se... — os olhos do irmão arregalaram-se de imediato ao mirá-la, em reflexos com os seus a emoção tomou conta de seu rosto.

— Está divinamente linda! — Naruto fala pegando-a pela mão para girá-la, não conseguiu conter o riso.

Pulou alegre nos braços do irmão, sendo recepcionada calorosamente por ele, possuíam uma linda ligação, ele era cerca de um ano mais velho que ela, seu instinto protetor imperava sempre, era seu modelo de homem, assim como seu pai.

Aquele momento percebeu o quanto sentiria a falta deles, de sua família, das loucuras que imperava a todos, sentia-se sortuda por crescer em um lar cercado de muito amor e carinho, seus pais eram os melhores que poderia ter, seu irmão nem se falava, pois, ele era o homem mais honrado que tivera a sorte de conhecer.

— Céus, vou matá-lo se não a fizer feliz! — ele falou sem conter a emoção fazendo-a rir.

— Deixe de bobagens! — retrucou bem-humorada.

— Não é bobagem, é sua vida, eu sei que não o ama, assim como sei sobre seu romance com Arthur, aquele infeliz que a desonrou! — ele resmungou deixando-a em choque.

Separou-se dele sem conter os olhos arregalados, jamais pensara que ele soubesse desse fato, sentia o mundo ser retirado de seus pés, aquele era um segredo que deveria morrer junto a ela, não queria que ninguém soubesse disto, principalmente a sua família, não queria perder aquele olhar doce que seu irmão tinha para com ela, pensar nisso doeu seu coração.

— Karin, não estou culpando você, ele é um maldito sedutor, fez isso com muitas moças, apenas foi uma vítima dele, eu sinto culpa por não ter impedido isto de acontecer — Naruto fala tristemente.

A dor que sentira em seu coração fora dilacerante, imaginava ser isto, ele era encantador com as suas palavras, elas eram como mel em seus ouvidos, mesmo sabendo ser errado, entregou-se a ele por amor, amava-o completamente, apenas para saber que ele não sentia nada por ela, após conseguir o que queria, deixou-a sem nem pensar.

Sentia-se suja ao lembrar dele, namoraram por dois anos, mesmo assim ele não planejava levá-la a sério, era apenas um jogo, ele queria conquistá-la, cortejá-la e então fazê-la entregar-se de corpo e alma, como muitas fizeram.

Quando se lembrou do momento, um nojo percorria seu corpo, Sasuke fora para seu reino como de costume, com isto Arthur armou uma cena de ciúme, da qual acreditou fielmente, para prová-lo que não existia ninguém além dele em sua vida, entregou-se por completo, ele não esperara nem ao menos amanhecer, depois do ato vestiu-se dizendo aquelas palavras que estavam gravadas em seu coração.

"Apesar da leve ardência que sentia em sua região íntima, estava feliz, ele não fora delicado para com ela, fora um tanto bruto, mas aquele era apenas seu jeito, pensava que com passar das vezes, iria melhorar.

Ao vê-lo levantar as pressas, sentou-se com o lençol enrolado em seu corpo, o rosto dele estava totalmente fechado como nunca vira.

— Aonde vai? — perguntou tolamente, sabia que não era sábio ele ficar em seus aposentos, mas não pensara que ele sairia tão frio daquela maneira.

— Karin, vou dizer isto para que não se iluda, foi apenas sexo, está noiva e vai se casar com o príncipe e eu sou o chefe das guardas, não crie mais ilusões — ele respondeu enquanto se vestia, nem ao menos dignou-se a olhar em seus olhos.

O ar parecia estar preso em seus pulmões, não conseguia acreditar no que escutara, depois de longos dois anos, ele fazia isto com ela?!

— Como?

— Eu apostei que conseguiria a sua virgindade até seu casamento, levou um tempo, mas finalmente consegui, seria gostoso continuar a me encontrar com você, mas apenas quero que fique ciente que não sinto nada por você, se quer, vai ser apenas sexo — ele respondeu como se fosse nada.

Uma raiva percorreu todo seu corpo, saltou da cama esmurrando seu peito, não conseguia acreditar no que ouvira, batia nele com toda a força que tinha, mesmo sabendo que não daria em nada.

— VA EMBORA ANTES QUE EU CHAME MEUS PAIS! — falou furiosamente, ele apenas sorriu piscando em sua direção antes de deixá-la sozinha.

Sentiu as pernas tremerem levando-a ao chão, aquela dor era insuportável, entregara muito mais que seu corpo, entregou a sua alma a ele, mesmo assim ele jogou-a fora como uma qualquer."

A vergonha preencheu seu ser com suas lembranças, não tivera a coragem de contar tudo para Sasuke, não queria que ele pensasse no quão fácil ela foi.

— Naruto! — jogou-se em seus braços tentando sentir o conforto do irmão.

— Não falei isto para que sentisse culpa, quero que seja feliz, abra seu coração e deixe a felicidade entrar, não gosto da ideia de que está casando obrigada, mas talvez essa seja uma oportunidade para seu coração — ele fala num sussurro.

Sabia que ele estava certo, aquela união seria até o fim de seus dias, não queria viver em uma vida infeliz ao lado de Sasuke, embora soubesse que o coração dele estava preenchido por outra, coisa que ela não aceitava, Sakura era uma preciosidade, não conseguia entender o motivo dele não lutar por ela, embora sentisse uma certa raiva por ele tê-la feito sofrer, não iria condená-lo, diferente do infeliz que a desonrou, Sasuke realmente queria o bem da Duquesa, então mesmo que ambos não se amassem, podiam ser amigos.

— Não se preocupe comigo, darei uma chance para ele — respondeu com toda a sinceridade.

— Bom! Agora coloque um lindo sorriso em seu rosto, não quero mais ver lágrimas nele! — Naruto respondeu enxugando as lágrimas fujonas fazendo-a sorrir diante do carinho do irmão.

Era o que mais sentiria saudade, além dos seus pais, era esse aconchego que tinha com seu irmão, ele era tão amável e encantador, sua noiva era sortuda por tê-lo.

— Estão demorando... Karin! — Minato fala entrando em seus aposentos, mas ao vê-la por inteiro, sua voz some.

Sorriu terna para seu pai fazendo-o vir em sua direção, pegou-a pelas mãos para rodeá-la pelo quarto, tal qual seu irmão fizera, não pode deixar de sorrir diante a atitude similar.

— É noiva mais linda que eu já vi, está mais graciosa que o próprio sol! — Minato fala com a voz visivelmente emocionada.

— Papai, irá me fazer chorar! — resmungou pulando em seus braços, sendo recebida calorosamente, aquele amor era o melhor que poderia receber.

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Um suave som alcançou seus ouvidos dando a deixa para começar a caminhar ao longo daquele tapete vermelho, manteve a cabeça erguida, todas as lembranças ruins aproximavam-se como um mau agouro, mas isso apenas aumentava a sua força, a partir daquele momento, não seria mais uma garotinha, era uma mulher feita, sua vida mudara muito em prol de seus deveres, mas agora rezava para que Deus abençoasse a sua união, acreditava que tudo possuía um motivo, ele estar ali esperando-a em frente ao altar não era por acaso, seu destino estava entrelaçado a outra, mesmo assim era ela quem seria a sua esposa, esperava ao menos que mais ninguém fosse ferido com esta história.

O seu olhar percorreu o local até parar na jovem duquesa que mantinha a mão no braço do noivo, mas pode ver o brilho das lágrimas não derramadas, aquilo entristeceu seu coração, não queria ocasionar dor a ela, falara a mais pura verdade quando disse que gostaria que fossem como irmãs, então a dor que ela sentia, era como se fosse espelho da sua própria.

Ao perceber seu olhar, ela sorriu timidamente como um modo de dizer estar bem, sorriu em resposta, ficando surpresa ao notar as próprias lágrimas em seu rosto, nem mesmo notara que chorava, seu olhar foi agora para seu noivo, que assim como ela, tinha algumas lágrimas não derramadas, fazendo seus olhos brilharem.

A igreja estava lotada, tudo enfeitado com a mais profunda perfeição, rira ao perceber ter um toque da Karin por todo o lugar, conhecia seus gostos e sabia que quando ela se dedicava a algo, aquilo tornava-se perfeito, era uma grande qualidade que ela possuía.

Estava em pé diante ao altar, evitava olhar para a multidão, pois sabia que seu olhar acabaria procurando por ela, não queria ocasionar-lhe mais dor, ou que alguém notasse seus olhares, sabia o quanto o povo era fofoqueiro, não poderia manchar a honra dela, não tinha o direito de estragar mais a sua vida.

Um som suave tirou-o de seus pensamentos, ao vê-la entrar, seu primeiro pensamento foi para Sakura, imaginou-a naquele vestido, imaginou como seria se fosse o casamento deles, então lembrou-se que não poderia mais pensar em tal coisa, a fantasia deu lugar a realidade ocasionando em uma dor em seu peito. Karin estava linda, deslumbrante ele diria, mas os olhos castanho-avermelhados refletiam a mesma dor dos seus, por um instante viu-a procurar por alguém, seguiu seu olhar ficando aflito ao notar o rosto triste de Sakura, sentiu-se terrível por vê-las tristes.

Então a rosada sorriu em direção a sua noiva, sempre admirou o bondoso coração que ela possuía, mesmo com a dor que ocasionou nela, ainda tinha espaço para a sua gentileza. Karin, direcionou o olhar para si novamente, sorriu tristemente ao notar as lágrimas pelo seu rosto, tentou a todo custo conter as suas próprias.

Quando ela se aproximou, quebrou o protocolo indo a seu encontro, o ato a fez sorrir gentilmente em sua direção, a mão suavemente posta sobre a sua, trouxe um leve sentimento de paz, devia aquilo a ela, uma vida feliz. Colocaram-se diante ao patriarca da fé, mal conseguia escutá-lo, apenas manteve o olhar para a sua noiva, sua mente estava completamente em branco.

— Sasuke Uchiha de Monferrato, aceita Karin Uzumaki de Wales como sua esposa? — o patriarca perguntou deixando-o levemente tenso.

Aquele seria o final de sua história com Sakura, com apenas uma palavra sua, tudo iria mudar para sempre, lembrou-se todos seus momentos com ela, os primeiros toques, primeiros beijos, a primeira vez que ambos admitiram seus sentimentos, a tristeza em seu olhar ao saber que continuaria o casamento, seu olhar banhado em lágrimas ao olhar para Karin, tudo aquilo fazia seu ser sufocar, percebeu uma mão gentil em seu rosto secando as lágrimas, sorriu gentilmente para a noiva que o olhava com doçura, entendendo o que se passava em seu interior.

— Sim — respondeu decidido sem desviar o olhar de Karin.

— Karin Uzumaki de Wales, aceita Sasuke Uchiha de Monferrato como seu marido? — o patriarca perguntou agora voltando-se a ela.

— S-sim.

O patriarca ergueu as alianças em sua direção, pegou-a colocando com delicadeza sobre o dedo anelar dela, sorrindo em meio as lágrimas, ela repetiu o gesto consigo, a sua mão direta fora para seu bolso, retirando o anel que sempre sonhara em dar para Sakura, parecendo reconhecê-lo, Karin arregalou os olhos quando colocou-o em seu dedo junto a aliança.

— Minha avó disse-me para que desse a mulher que seria minha esposa, a qual teria meu coração, espero que possamos viver um casamento feliz, tal qual ela teve — falou timidamente deixando-a surpresa, aquela era uma promessa que estava disposto a cumprir.

Aproximou-se com gentileza deixando um suave beijo em seus lábios selando o casamento, uma chuva de palmas chegou aos seus ouvidos ocasionando em uma careta em resposta, ato que não passou despercebido de Karin.

— Sem essa cara, agora vem a melhor parte, que é a festa, então animação! — ela sorriu puxando-o para fora da igreja sob seus risos contidos.

A leveza que ela passava, era algo surpreendente, sempre admirou a sua inteligência, assim como a sua força, assistira algumas lutas da princesa quando ela estava aprendendo a defender-se, mesmo diante as dificuldades, ela levantava-se sem esforço, isso admirava isto nela, era essa leveza que precisava, naquele momento percebeu que seriam o apoio um do outro, não precisava esforçar-se para gostar dela, já possuía um carinho, agora era ter paciência para que pudesse surgir o amor.