Esse capítulo possuí 3420 palavras.

Sabe a diferença entre a dor e o sofrimento?

 A dor é uma coisa que sempre vai estar lá, porque a vida dói pra caramba, saca? 

E o sofrimento é uma escolha.

Dogget, Orange is the New Black

O olhar de seu manteve-se no seu por longos segundos, como se estivesse avaliando a veracidade de suas palavras, não o julgava, afinal ele era seu pai, queria o melhor para sua única filha.

— Muito bem! Nesse caso então vamos escutar a Vossa Alteza — a resposta de seu pai deixou-a mais aliviada.

— Ótimo! Então querida, vamos, precisa estar deslumbrante para essa noite! — a mãe fala animada puxando-a em direção aos seus aposentos, queria dizer ser exagero, mas não queria tirar aquele gosto dela, afinal era o noivado de sua filha.

O caminho até o quarto a fez pensar em tudo que acontecera, o que não deveria mais estar em seus pensamentos, a partir daquele dia seria noiva de outro homem, este que estava salvando a sua vida, deveria respeito a ele, começando pela fidelidade de seus sentimentos, claro que sabia que não seria fácil esquecer, mas se não tivesse nem ao menos força de vontade, nada iria para frente e ela queria esquecer de tudo que se passou, retirar toda a mágoa e dor que sentia, pois, aquilo só fazia mal a ela.

— Senhora, o banho está pronto — Tenten fala chamando a sua atenção, nem ao menos notara estar em seu quarto.

— Vá querida, irei escolher algumas roupas para que você experimente — Mebuki fala com a voz gentil, assentiu deixando-a com a tarefa, a mãe sabia que não estava tão animada assim para o noivado.

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Apesar da clara tristeza em seu olhar, ficara orgulhosa em estar deslumbrante, o vestido dourado era delicado e destacava a sua beleza, resolvera colocar a joia pertencente a sua avó, a mesma que ela usou em seu noivado, assim como a sua mãe usou, era uma tradição de família, esperava dar-lhe sorte.

— Está linda! — a voz de Tenten ecoou pelo cômodo chamando a sua atenção, os olhos estavam marejados em sua direção.

— Obrigada — respondeu com a voz rouca devido ao sentimento intenso que apossou-se de seu ser, aquele era para ser o dia mais feliz de sua vida.

— Sakura... desculpe pelo meu erro — Tenten fala fazendo-a sorrir tristemente.

— O erro não fora seu, eu pequei desde o início, sempre soube de seu noivado, mas tola acreditei que pudesse ter um final feliz, agora condenei o Príncipe Itachi a uma vida infeliz ao meu lado — respondeu sem conter as lágrimas.

A dor em seu a uma dor sem fim, não conseguia tirar a tristeza que sentia em seu ser, doía pensar no que sentia, enxugou as lágrimas arrumando a sua maquiagem, prometera que não choraria mais, mesmo que seu coração doesse, não derramaria uma lágrima por ele.

— Sakura, sei que acredita que nunca mais será feliz, pois seu coração está despedaçado, mas aproveite a oportunidade que o destino preparou para você, o Príncipe é um homem honrado e justo, fara com que se apaixone por ele, apenas não tranque seu coração, dê uma chance — Tenten fala segurando com carinho as suas mãos trêmulas.

Sabia que ela estava certa, desejava desesperadamente amar Itachi, não poderia permitir que seu coração ficasse trancafiado em meio aos erros.

— É tudo que eu quero, amá-lo e ser feliz com ele — respondeu sem conter as lágrimas.

— Então vamos, eles já estão a sua espera, devo alertar-lhe que Sasuke está aqui com a sua noiva — Tenten fala fazendo-a respirar profundamente.

Em seu íntimo esperava que eles não fossem, não seria fácil vê-los, mas sabia que aquilo era apenas as normas, ele era irmão de seu noivo, era comum ele ter de ir ao jantar, até era bom vê-los de uma vez, assim se acostumaria mais rapidamente.

— Está tudo bem, terei que conviver com eles para o resto da minha vida — respondeu com a voz vazia.

— Sakura-

— Tenten, está realmente tudo bem, não negarei que esperasse não vê-los tão cedo, mas será bom, pois matará qualquer sentimento que habita em meu coração, a partir desse momento honrarei meu noivo, ele merece todo o respeito, Sasuke não será nada além de meu cunhado — interrompeu-a firme, Tenten apenas assentiu olhando-a com carinho, retribuiu sorrindo doce em sua direção.

Nunca estivera tão firme em seus pensamentos, seguiu porta a fora com Tenten ao seu encalço, ao colocar a mão sob o corrimão, seu olhar direcionou-se para o final da escadaria, diferente de anos atrás, o olhar que recebeu fora quente, apesar de ser sério, sorriu terna sendo retribuída da mesma forma, desceu sob o olhar atento de seu noivo.

Não negaria que estivesse nervoso, ainda mais com o silêncio que fazia no local, estava na carruagem a caminho da casa de sua noiva, embora soubesse que teria que ir toda a família, sentiu-se inquieto pelo irmão e a cunhada irem também, as majestades de Wales fizeram questão de acompanhá-los, não queria ocasionar mais dor em ninguém, sabia que seria um momento difícil para todos.

— Está nervoso? — a voz de seu pai o fez pular levemente pelo susto, ato que fez os pais rirem.

— Claro que ele está nervoso, irá pedir o amor de sua vida em casamento, não se preocupe meu filho, dará tudo certo —  a mãe fala amorosa, sentiu-se culpado ao notar o desconforto em seu irmão, aquela era uma situação horrorosa, sentia estar roubando seu momento. 

Preferiu não dizer nada, não queria piorar a situação, os céus parecendo escutar as suas preces, mostraram a paisagem da propriedade dos Harunos.

— Chegamos! — falou aliviado fazendo ambos pais rirem, nem mesmo seu irmão aguentou dando um pequeno riso debochado.

— Vai acabar enfartando dessa maneira, se morrer... ela ficará solteira! —  Sasuke resmunga fazendo-o revirar os olhos. 

— Cala a boca! — retrucou de volta indignado, não era possível que nem num momento como esse o irmão parava de irritá-lo.

Olhou-o por longos segundos, sabia que o irmão estava usando o sarcasmo para esconder a sua dor, mas não tinha culpa alguma, o que ele estava fazendo era arrumar a bagunça feita por ele, pois ele agira de maneira desmedida sem se importar com as consequências, entendia seu sentimento pela Duquesa, respeitava muito isso, o que não entendia era a sua falta de vontade de lutar pelo amor que ele sentia, em seu lugar, jamais deixaria seu amor escapar dessa maneira, seu olhar ficou mais sério em direção ao seu irmão, parecendo entendê-lo, ele suspirou fazendo uma careta de entendimento, sorriu leve em resposta, sabia que ele não fazia de proposito, mas era chato igual.

— Tudo bem meninos, vamos nos comportar! — Mikoto fala autoritária fazendo-os pararem de imediato.

Assim que a carruagem parou de imediato saiu apressado, sentia-se a cada instante mais sufocado, sabia estar aproximando-se de um momento decisivo, não que estivesse arrependido, mas confessava esperar uma atitude do irmão, custava acreditar que ele não faria nada diante ao fato de seu amor estar prestes a firmar compromisso com outro.

Os pais seguiram na frente deixando-o para trás com um Sasuke melancólico, respirou fundo tomando coragem.

— Se realmente a ama, ira declarar-se essa noite, falara a verdade sobre seus sentimentos, se fizer isso, eu irei ajudá-los a fugir, com o tempo nossas famílias vão entender, mesmo que isso inicialmente resulte em guerra — falou fazendo o irmão parar de supetão olhando-o apavorado.

— Mas se não fizer nada, saiba que a partir desse dia ela sendo minha noiva e futura esposa, não terá mais nada a ver com você, pois estarei disposto a conquistá-la sabendo que o que sente por ela não é tão grande assim, já que não lutou por ela — falou firme.

Sabia estar sendo direto demais, mas não iria suportar mais aquele olhar triste em seu irmão, se fosse preciso enfrentaria uma guerra por sua felicidade, mas a coragem teria que partir dele, não poderia travar uma luta, sozinho, precisava colocá-lo contra a parede, embora falasse a verdade, se o irmão não fizer nada, significa que o amor que sente não era o suficiente, sendo assim iria conquistá-la, pois não passaria a sua vida sendo infeliz e fazendo-a infeliz em respeito aos sentimentos do irmão.

— Itachi-

— Melhor decidir o que quer para a sua vida, eu sou seu apoio, mas não posso fazer tudo por você — interrompeu-o com seriedade.

Seguiu a passos decididos para onde os pais os esperavam, aquele seria o momento que decidiria as suas vidas, bastava um avanço do irmão. Em resposta a sua pergunta, ele avançou para perto da noiva, segurou a respiração e então a decepção chegou quando ele deu o braço para que ela entrelaçasse, ali ele decidira seguir com tudo deixando os sentimentos para trás.

— Está tudo bem? — Mikoto perguntou ao notar seu olhar frustrado para o irmão.

— Sim, apenas estou nervoso —  fala sorrindo em direção a sua mãe.

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Os duques eram exímios anfitriões, tratavam a todos com respeito sem igual, mesmo que fosse apenas os empregados que entravam ocasionalmente, para eles todos eram um só, gostou disso, pois era o mesmo pensamento que tinha, encarava todos como um time, afinal uns dependiam dos outros, então não via como tratá-los de maneira diferente.

As famílias estavam em uma harmonia graciosa, os reis de Wales pareciam encantados com a conversa, assim como seus pais.

— A sua propriedade é deslumbrante, mesmo sendo um terreno inóspito, possui arvores lindíssimas, jamais vi igual, mesmo em Wales — Kushina fala maravilhada para o duque que sorri sincero.

— Meu marido é muito habilidoso e inteligente, estudou com afinco sobre as terras para poder utilizá-las em prol de nosso lar — Mebuki responde olhando para o marido com um brilho no olhar.

— Não é atoa que é o maior distribuidor do reino —  Fugaku fala orgulhoso.

— Gentileza sua majestade —  Kizashi responde com graça.

— Soube que possui tratados com todos os reinos, é verdade que a sua boa fama é grande em Wales — Minato fala dirigindo-se para Kizashi que sorriu.

— O segredo é tratar a todos com gentileza, o amor sempre é o melhor caminho, aprendi isto com meu pai, quando se trata de alimentos, não pode fazer as coisas sem respeito, afinal colhemos tudo que plantamos, então é preciso ser gentil com todos — Kizashi responde fazendo-o olhar em sua direção.

— Concordo, por isso sempre vejo todos como uma equipe, precisamos uns dos outros, desde a cozinheira ao próprio rei, um reino prospero é aquele em que todos podem viver em paz — fala com sinceridade.

— Agora entendo o motivo estar interessado em minha Sakura, ambos possuem a mesma visão de mundo — Kizashi fala fazendo-o sorrir.

— Falando nela, a anos que não a vejo, onde está? — Karin pergunta animada.

O seu olhar foi para a duquesa que sorriu com gentileza para a princesa, aquele momento percebeu o quão especiais eram os pais de Sakura, a sua mãe apesar de sofrer pela filha, ainda tinha a gentileza para com aquela que poderia ser julgada como a causa da tristeza de Sakura.

— Ela já descerá, sabe bem como são as jovens — Mebuki respondeu bem-humorada fazendo a princesa sorrir.

— Sim, ela já é linda naturalmente pelo que me lembro, agora eu aposto que quer ficar deslumbrante —  Karin respondeu sincera. 

Uma movimentação no andar de cima chamou a sua atenção, levantou-se ao perceber o que era, caminhou-se lentamente para o final da escadaria para esperá-la, quando os olhares ficaram conectados, percebeu o quão linda ela estava, ela sorriu terna em sua direção fazendo-o sorrir também.

Ela desceu sem tirar os olhos dos seus, sentiu-se bem com isso, apesar de ver uma sombra de tristeza, ela estava disposta a seguir em frente, ficara orgulhoso de sua garra, jamais vira mulher tão determinada.

— Duquesa, está belíssima — falou erguendo gentilmente a mão em sua direção, ela sorriu colocando a dela sob a sua.

— Obrigada Alteza, também está muito bonito — ela respondeu corando no final. 

Puxou-a em direção as famílias que os olhavam admirados, podia jurar que sua mãe estava com os olhos marejados.

— Duque Kizashi Haruno, gostaria de ter a sua permissão para fazer a sua filha a minha noiva — falou com respeito ao homem que olhou-o por longos segundos como se avaliasse a situação.

— Alteza, tem a minha permissão — Kizashi responde no fim fazendo-o suspirar aliviado.

Virou-se para Sakura que observava tudo de maneira atenta, sorrindo ajoelhou-se perante ela fazendo-a arregalar os olhos, retirou uma pequena caixa do bolso erguendo-a em sua direção, aquele era o anel que ganhara de sua avó quando fez dez anos, ela dissera ser para que desse aquela que conquistaria seu coração, acreditou que fosse trazer sorte para eles, afinal esperava amá-la, assim como gostaria que ela também abrisse seu coração para ele, teriam a vida toda para isso.

— Duquesa Sakura Haruno, aceita tornar-se minha noiva? — pergunta olhando diretamente em seus olhos.

— S-sim — ela respondeu trêmula ocasionando em um pequeno sorriso em seu rosto.

Colocou o anel de esmeraldas em seu dedo anelar, uma pedra tão clara e intensa que lembrava os olhos dela, sentiu ela segurar firme a sua mão, sorriu terno com a atitude, orava para que os deuses abençoassem a união deles.

— Estou tão alegre! — sua mãe fala puxando-o para um caloroso abraço, sorriu retribuindo.

— Obrigada, mamãe — respondeu beijando com carinho sua testa, ato que fez Sakura sorrir ao seu lado.

Os cumprimentos seguiram-se alegres, até chegar na princesa de Wales, esta que puxou Sakura para um caloroso abraço, observou-a tensa deixando-o em alerta.

— Seremos cunhadas! Estou tão alegre por isso, pois sei que você é adorável, espero que sejamos como irmãs! — Karin fala sinceramente fazendo Sakura corar.

Podia imaginar o que passava por sua cabeça, apostava que ela estava sentindo-se culpada por trair a princesa, mesmo não sendo culpa dela, afinal como ela poderia ser culpada por se apaixonar?

— Espero que sejamos amigas — Sakura responde com as bochechas coradas.

Os seus sentimentos estavam confusos como uma tempestade, evitava olhar na direção dele, doeu vê-lo perto de sua noiva, doeu mais saber que ela era uma moça gentil, sentiu-se culpada por tudo.

Seu olhar foi para o anel que pesava em seu dedo anelar junto ao dos Uchihas, era uma linda joia, ato que a fez olhar atentamente para ela, imaginou-se tanto naquela situação, mas nunca daquela maneira, quando pensara em seu noivado, o cenário era diferente.

— Sabia que gostaria dele — a rainha Mikoto falou fazendo-a olhar em sua direção.

— É uma bela joia, sua alteza teve bom gosto em comprá-la — falou sincera.

— Eu não comprei, ela é uma joia de família e não precisa ser tão formal comigo, pode chamar-me apenas pelo nome — Itachi fala deixando-a completamente corada.

— Minha sogra deu-lhe quando ele fez dez anos, foi o anel de noivado que usei, assim como ela e as outras antes dela, ela disse ser para que ele desse a mulher que conquistasse seu coração — Mikoto responde aumentando seu rubor, mesmo assim olhou em direção a ele que estava corado também, sorriu diante disso, jamais imaginou que ele fosse tímido.

— Que lindo! — sua mãe fala com a voz visivelmente emocionada.

— Ele trouxe sorte para os casamentos de nossa família, é isso que quero para nós, construir o amor que meus pais construíram — a fala dele deixou-a por completo sem ação, jamais imaginou ouvir tal coisa de outra pessoa que não fosse ele.

Os seus olhos ficaram conectados aos dele, tão iguais aos de seu irmão, mas que transmitia emoções tão diferentes, sempre comparou Sasuke com a frieza do inverno, por ser frio, cometido e calculista, mas Itachi era completamente diferente, ele é quente como o verão, apaixonante, altruísta e sempre colocando o bem dos outros acima dele próprio, seu olhar caiu para Sasuke por alguns milésimos de segundo, observou-o triste, não entendia o motivo dele estar daquela maneira, fora ele quem a deixou, ele quem abandonou os sentimentos, ele quem destruiu tudo que tinham, ele não possuía mais o direito de olhar-lhe assim.

Ele não fizera sacrifício nenhum por eles, ela entrou tudo de mais precioso que tinha, sua inocência, seu amor e sua alma, mas isso não fora o suficiente, ele não a amava verdadeiramente, pois se amasse como dizia, iria enfrentar tudo para ficarem juntos, os sentimentos dele poderiam ser verdadeiros, mas eram tão rasos e frágeis como um castelo de cartas, no primeiro sopro venho a baixo, não era aquilo que queria para a sua vida.

Olhou novamente para Itachi, sentiu segurança diante de seu olhar caloroso, aquilo era o que importava no momento, não iria fechar-se aos sentimentos, mesmo que seu coração estivesse sangrando, mesmo que demorasse anos, aprenderia a amá-lo, iriam construir uma vida a dois, como quem constrói um castelo, pedra por pedra, utilizando a paciência, cumplicidade e amizade.

— É o que desejo, construir um amor solido junto a você — respondeu sincera fazendo-o sorrir.

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A princesa sorria o tempo todo em sua direção, sempre buscando deixá-la confortável, embora fosse difícil sentar-se de frente para ela e seu noivo, em compensação sentara-se ao lado de Itachi, ele servia como um escudo para a sua dor.

— Então, soube que é um exímio atirador — seu pai fala para seu noivo que afirma com um sorriso.

— Ele é um ótimo arqueiro, mas sua habilidade mesmo é as espadas — Sasuke fala com orgulho evidente em sua voz, direcionou o olhar para ele, este que olhava com um singelo sorriso em direção para o irmão.

— Nossas habilidades se complementam irmão — Itachi respondeu fazendo-o rir. 

Gostara de perceber a união entre ambos, eles tinham respeito mutuo, o que era admirável.

— Nossa Sakura é uma exímia arqueira, mas péssima com espadas — sua mãe fala em tom sugestivo fazendo-a corar.

— Então é uma arqueira? —  Itachi pergunta com interesse. 

— Gosto de saber me defender —  respondeu tímida.

Aquela época não era comum uma mulher saber manejar armas, coisa que seu pai simplesmente ignorava, desde criança teve aulas para saber como manejar um arco, mas nunca soube usar espadas.

— Isso é muito importante, acredito que é algo que todos devem saber — ele responde deixando-a surpresa.

Não era todos os homens que gostavam de mulheres assim, embora compartilhasse a mesma paixão pelo arco e flecha com Sasuke, eles nunca treinaram juntos, pois era algo que ele evitava, afinal possuía o título de melhor arqueiro do reino, achava perda de tempo treinar com ela, quando podiam utilizar o tempo para namorar.

— Sim, minha Karin é uma ótima lutadora, sempre ensinamos a ela defender-se! —  a rainha Kushina fala com um orgulho em sua voz.

— Nossas garotas têm de estar protegidas, certo? —  Minato fala olhando para seu pai. 

— Concordo, sempre ensinei defesa para minha filha, não suportaria que algo acontecesse a ela —  Kizashi fala fazendo-a sorrir. 

— Aprendi com o melhor, mesmo que não saiba manejar espadas — falou fazendo-os rirem. 

— Posso ensiná-la a usar espadas — Itachi fala fazendo-a arregalar os olhos em sua direção.

O príncipe estava oferecendo-se para ensiná-la a se defender?

— Não quero incomodá-lo — falou tímida. 

— Não seria incomodo, quero que a rainha e minha futura esposa saiba se defender bem, embora ela nunca vá precisar disso — a maneira como ele falara, deixou-a completamente corada.

O seu olhar foi em direção a sua mãe que sorriu consentindo, ela deveria pensar que era uma oportunidade para que se aproximassem.

— Eu adoraria — respondeu corando. 

Ele sorriu terno em sua direção aumentando o rubor em seu rosto, era incrível como ficara tímida tão rapidamente, nunca agira daquela maneira.

— Vocês fazem um casal lindo! — a voz de Karin soou alegre pelo recinto fazendo todos concordarem.

— Concordo, querida poderia deixá-la ajudar nos últimos preparativos, assim ela vai se ambientando e quem sabe já decidindo sobre seu casamento — Kushina fala deixando-a nervosa.

O seu olhar fora para Sasuke que estava completamente tenso ao lado da noiva, não conseguia deixar o nervosismo de lado.

Como ela iria ajudar no casamento dele?

Aquilo era muito cruel!

Ao mesmo tempo, era uma oportunidade, precisava arrancá-lo de seu coração, talvez visualizando o enlace de ambos, seu coração entendesse de uma vez isso.

— Adoraria ajudar — respondeu corajosamente.

— Maravilha! Sinto que vamos nos divertir, nunca tive muitas amigas, vou amar conhecer você melhor! — Karin fala entusiasmada deixando-a sem graça. 

As mulheres presentes continuaram a tagarelar sobre a festa, seu olhar estava concentrado na mesa, queria escapar dali.

— Não precisa fazer isso, não quero vê-la triste — Itachi sussurra quase inaudível enquanto segurava com carinho sua mão debaixo da mesa.

— Está tudo bem — respondeu no mesmo tom entrelaçando a sua mão na dele.

Estaria tudo bem, pois agora ela não estava sozinha para enfrentar aquela tempestade, teria ele ao seu lado, isso lhe daria força.