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Capítulo 26 - O Passado

🚨🚨Esse capítulo aborda temas sensíveis como estupro, não tem nada explícito, apenas a menção do assunto.🚨🚨

Focado em Deidara e Celeste.

Capítulo com 4k de palavras.

Boa Leitura 🤎

Sim, o passado pode machucar, mas, do modo como eu vejo, você pode fugir dele, ou aprender com ele.

Rei Leão.

Os pensamentos seguiam turbulentos, embora estivesse só naquela carruagem, a mente estava tão barulhenta como se estivesse em meio a uma multidão. Não conseguia esquecer as palavras de seu pai, cada instante se tornava uma tortura, pois não queria julgá-la sem nem ao menos saber toda a história, lembrava com exatidão de quando a viu pela primeira vez, seu olhar tão doce o encantou de imediato, ele a quem nunca olhara de forma diferente para nenhuma mulher, não julgava os pensamentos dos outros ao seu respeito, afinal não era um homem frívolo, para haver uma união entre dois corpos, precisava de mais que atração física, isto era o que eles não entendiam.

"Os ombros estavam tão tensos que a postura reta doía suas costas, era de praxe que os príncipes treinassem junto ao exército, sua irmã não entrava na equação já que era uma mulher, era um pouco entediante isto, apostava que Ino se saísse melhor que ele. Apesar de seu esforço, somente conseguira se dar bem no combate a distância, por isto a arma escolhida para ser sua companheira, era uma besta. No começo fora difícil se acostumar, mas depois de alguns treinos, conseguira manuseá-la perfeitamente, tanto que os treinos pararam de ser uma tortura.

Apesar de não ser um bom combatente a curta distância, resolvera treinar mais, não queria ser totalmente dependente da sua arma, imprevistos aconteciam com mais frequência que o habitual, por isto estava junto ao próprio general de Aegon, que se prontificou a treiná-lo, não sabia se era por lealdade ao seu pai, ou se ele queria apenas torturá-lo, pois não lhe dava descanso algum, estava horas a fio em uma luta, o general parecia nem suar, enquanto ele estava completamente ensopado.

— Está a cada dia melhor garoto, pode ir descansar, nos vemos no mesmo horário amanhã — Ōnoki concluiu fazendo-o praticamente suspirar aliviado.

O homem sorriu em sua direção, a apesar dele pegar pesado consigo, percebia o quanto ele o estimava.

— Obrigado, se restar algum osso meu até lá — resmungou sentindo cada parte sua doer.

Ōnoki se contentou a balançar a cabeça em negação, aproveitou a deixa para sair antes que ele mudasse de ideia. Estava exausto, mesmo sendo cedo, apostava que nem estava próximo à hora do almoço, começaram a treinar antes do amanhecer, pois o general gostava da aurora, antes mesmo de sair do centro de treinamento, uma das moças que trabalhavam no castelo, apareceu em sua visão, fazendo-o parar de imediato, antes que pudesse chocar-se com ela.

— Desculpe alteza, gostaria apenas de perguntar se quer seu banho agora — ela perguntou docemente sem tirar os olhos do seu peitoral.

Se sentiu envergonhado ao notar que a camisa estava molhada e alguns botões abertos.

— Eu mesmo arrumo isto — resmungou indo para o lado.

Não gostava quando elas se jogavam dessa maneira, afinal um banho era apenas preciso pedir no castelo, ela não precisava atravessar todo o campo para interceptá-lo.

As pequenas mãos seguraram seus braços com força, arregalou os olhos com a ousadia, isto a fez encurralá-lo contra a parede. Sua surpresa aumentou ao vê-la levar as mãos até sua intimidade, estava a cada instante mais envergonhado.

— Adoraria ajudá-lo no banho, posso ser muito útil — ela respondeu com a voz rouca na tentativa falha de parecer atraente, mas somente conseguia deixá-lo irritado.

Afastou-a com brusquidão, não queria tratá-la daquela maneira, mas fora muito claro das outras vezes, não estava disposto a ter uma aventura com ela!

— Espero que isto não se repita, ou serei obrigado a expulsá-la! — não conteve a raiva em sua voz, afinal suas vontades precisavam ser ouvidas.

Um absurdo que não fosse escutado!

A moça arregalou os olhos em choque completo, percebendo que não estava de brincadeiras, cansara de ser cavalheiro, pedindo para que ela parasse de abordá-lo daquela maneira, mas nada funcionava, então se fosse preciso apelar, faria isto.

— Perdão, alteza, isto não vai se repetir! — ela murmurou chorosa saindo correndo.

Seu coração apertou ao vê-la assim, talvez tivesse sido muito grosso, não queria fazê-la sofrer, mas já estava farto daquele comportamento. Irritado saiu rapidamente do campo, não queria ficar ali para ouvir dos soldados, pois apostava que eles os viram, como se o destino estivesse contra ele, escutou as risadas ao longe, não queria prestar atenção, mas seu nome sendo dito em meio as risadas o fez parar.

— Deve parar de falar da sua alteza dessa maneira! — um dos soldados tentou amenizar a algazarra do local.

— Somente falo a verdade, todos sabem que vossa alteza gosta de homens, visto a maneira como foge das mulheres! — outro respondeu deixando-o atônito.

— Verdade, duvido que ele saiba o que é estar entre as pernas de uma bela mulher!

Já teria escutado conversas assim antes, mas nunca doeu tanto como naquele momento, como se precisasse se deitar com uma mulher provar ser homem, aquilo era repugnante.

Apostava que nenhum deles sabia dar prazer a uma mulher, isso sim!

Furioso abriu a porta do treinamento onde os combates com a espada treinavam, todos pararam de conversar de imediato, quase riu ao ver os rostos pálidos em pânico, mas seguiu seriamente até o abutre que falou primeiro, Hawise como se pressentisse o perigo, começou a andar para trás até ficar contra a parede, colocou ambas mãos encurralando-o.

— Hawise, fala com tanta propriedade sobre meus gostos, mas não lembro de tê-lo usado para meu prazer — o rosto do homem ficara tão pálido que jurou que ele desmaiaria.

O silêncio reinou no local, gostara de fazê-los se calarem, eram uns bárbaros, que nem ao menos sabiam o real significado de estar com uma mulher, afinal pela mentalidade limitante, as mulheres não tinham muita escolha quando ficavam com eles.

Voltou-se para Hawise que parecia que a qualquer instante mijaria nas calças, aproveitou a deixa tirando lentamente uma das mãos da parede e pegou a adaga que estava sob a cintura do homem, ele nem ao menos notara o movimento.

— Devo dizer a Ōnoki que os soldados de Aegon estão mais preocupados com a vida de seu príncipe, que serem fortes, veja, se quisesse, poderia tê-lo matado — o soltado arregalou os olhos ao notar a adaga contra si, não conteve o sorriso sarcástico.

— Melhor treinarem, posso muito bem mudar de ideia e fazer uma coleção de cabeças! — respondeu se afastando.

Aquela fora a primeira vez que reagiu, mas não aguentava mais escutar calado, era Príncipe Deidara Yamanaka de Aegon, segundo na sucessão ao trono, eles deveriam mais respeito.

Sua vida não lhes dizia respeito!

O sangue fervia, não aguentaria ficar em casa, então apenas pegou seu cavalo seguindo sem rumo, estava completamente furioso, não entendia por que tinha que ser assim. As palavras deles injetaram a sua mente como veneno, nunca se sentiu atraído por nenhuma mulher, mantinha amizade com muitas delas, mas era apenas isto, amizade.

A floresta o fez parar de imediato, estava irritado, pegou sua besta, seria uma boa hora para extravasar, sua mira estava certeira, cada instante melhorava, quando escutou o leve barulho de um galho quebrando, mirou a besta e não pensou duas vezes, pelo barulho alto deveria ser um cervo, seria uma bela caçada, o orgulho deu lugar ao pânico ao escutar o grito feminino. Correu imediatamente até o som, rezando para que não tivesse ferido ninguém, o alívio se apossou de seu corpo ao notar que o virote acertara a cesta da moça.

— Perdão, pensei que fosse um animal — desculpou-se ao se aproximar, ela virou o rosto, furiosa em sua direção.

O ar a sua volta ficou totalmente pesado, aqueles eram os olhos mais doces que já vira em sua vida, a face delicada como uma flor, era linda!

— Pareço um animal?! — ela perguntou indignada fazendo-o arregalar os olhos ao notar o que falara.

— Não! — respondeu rapidamente fazendo-a arquear a sobrancelha incrédula.

— Me parece mais um anjo... quer dizer a senhorita é muito bela e eu... o que eu estou falando?! — murmurou atrapalhado retirando um riso dela.

— Está tudo bem, eu entendi — ela respondeu brincalhona.

As bochechas coraram pela vergonha, aquilo era precipitado demais, mas seu coração parecia que sairia de seu peito, agora entendia o motivo pelo qual nunca se interessara por ninguém, a pessoa certa nos aparece nas horas mais infortunas, agradecia pelo seu rompante, assim tivera a sorte de conhecê-la.

— Qual seu nome? — não conteve a curiosidade, queria conhecê-la melhor.

— Celeste e o seu? — a pergunta quase o fez rir, deveria ser a primeira vez que não o reconheciam, mas não deveria julgá-la, afinal estava com as roupas em trapos por conta do treinamento, parecia mais um soldado que um príncipe.

— Deidara — respondeu simplesmente, mas ao escutá-lo, ela arregalou os olhos se curvando em uma reverência respeitosa.

— Alteza, desculpe eu...

— Eu que devo desculpas, afinal quase a feri e pode chamar-me apenas de Deidara — interrompeu-a divertido.

O sorriso dela em resposta o deixou tão feliz que seria capaz de estar nas nuvens, nunca imaginou que seria capaz de se apaixonar a primeira vista, mas acontecera exatamente isto consigo."

Sairá de seus pensamentos, saudoso, esperava que ela não tivesse mentido, isto destruiria seu coração. Suspirou aliviado ao ver que chegara em Monferrato, finalmente estava ali, assim que a carruagem parou, saltou dela, estava com todas as emoções misturadas, a principal delas, era a saudade.

Fez a volta no castelo entrando pela lateral, não queria fazer nenhum alarde, precisava apenas encontrá-la, passando pelos longos corredores, quando a viu, estancou no lugar, fazia tanto tempo desde que a viu pela última vez, não tivera nem tempo de se despedir, as suas mãos estavam suadas pelo nervosismo.

— Meu amor... — ao escutá-lo, ela se virou rapidamente.

O nervosismo deu lugar ao choque, a barriga já estava aparente, uma pequena bola em seu vente, vagou os olhos por todo seu corpo, as bochechas redondas a deixavam tão fofa, estava deslumbrante. Quando ela sairá de seu torpor, correu em sua direção, apenas abriu os braços para abrigá-la, não conseguiu segurar as lágrimas, estava com o amor da sua vida, nada mais importava, uma leve ondulação na barriga dela o fez soltá-la, arregalou os olhos para seu ventre.

— O que é isto? — perguntou curioso a ela que sorriu em meio as lágrimas.

— Acredito que a filha esta dizendo olá para seu pai — ela respondeu meiga.

Não conteve a surpresa, não tinha como ela saber disto afinal, mas por um instante se imaginou segurando uma linda menininha, aquela imagem aqueceu seu coração.

— Filha? Como sabe que é menina? — perguntou bobo.

— Uma mãe sempre sente, fale com ela — Celeste respondeu pegando a sua mão e levando-a até seu ventre.

A resposta imediata fez seu corpo tremer, os joelhos cederam levando-o ao chão, seu peito estava explodindo de felicidade, plantou um delicado beijo em seu ventre, aquele era o melhor dia de sua vida.

— Minha filha... eu... eu sou o homem mais feliz desse mundo! — respondeu em completa devoção, o amor que sentira era tão grande que não saberia dimensionar.

— Vamos meu amor, deve estar exausto — Celeste murmurou fazendo-o suspirar.

Realmente estava, até o momento que sentiu sua pequena, a adrenalina de tê-las consigo pareceu deixá-lo nas nuvens, mas não se opôs a amada, seguiu-a obediente.

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Apesar do sorriso em seu rosto, não conseguia esquecer os problemas, precisava esclarecer aquela história, durante a viagem até Monferrato, o maior medo era que seu sentimento mudasse, teriam um filho, um laço inquebrável, não queria que um ser inocente crescesse em meio a mentira, pois não sabia se seria capaz de perdoá-la, mas depois que a viu, somente teve a certeza que seu coração já tinha, não suportaria viver sem ela. 

Estava nos aposentos dela, seu coração ficou tão tranquilo quando descobrira que ela estava sendo tratada como uma princesa, não suportaria vendo-a ficar de qualquer maneira, mesmo que não fosse obrigação da realeza de Monferrato fornecer conforto a ela. Puxou-a contra seu peitoral, o sorriso desenhou-se em sua face ao perceber que eles não ficavam mais tão juntos devido a barriga que agora os mantinham a uma distância. 

— Celeste, precisamos conversar — a voz séria chamou a atenção dela, os olhos sempre tão doces, voltaram preocupados em sua direção.

— Sobre? 

— Meu pai — a resposta a fez arregalar os olhos, apesar de ter a certeza que a perdoaria, não conseguiu evitar se sentir traído.

— Então é verdade-

— Espera, não é a verdade toda! — ela interrompeu-o energética.

Os olhos dela em sua direção eram desesperadores, como se tivesse em pânico, por um momento sua filha passou em sua mente, não deveria aborrecê-la, mas aquele assunto não deveria ser deixado para mais tarde.

— Preste bem atenção, quero toda a verdade, nunca a questionei sobre seu passado por respeito a você, mas mereço saber de tudo, se continuar a esconder, não poderemos mais ficar juntos! — era o mínimo que merecia, dedicou cada segundo de sua vida para ela, assim que a conheceu não teve dúvidas de que ela seria sua para sempre, então merecia saber a verdade.

Os dias estavam extremamente longos naquele lugar, acostumara com o clima ameno de Aegon, não era nada comparado ao calor de Monferrato, cada instante se tornava mais desconfortável, isso era por que estava se cansando facilmente, não era para menos, sua barriga estava enorme. O dia estava tão lindo, insistira para ajudar na cozinha, mas as cozinheiras, não a deixavam fazer nada, pois era a hóspede do príncipe, além da sua gravidez, não aguentava ficar parada, ainda mais pelo fato de estar devendo tanto aquelas pessoas que não a conhecia, com muita insistência da governanta, foi em direção ao corredor, queria pegar um pouco de sol, quando escutou a sua voz.

Pensara estar alucinando, então o viu, o amor e saudade estavam tão intensos que somente queria estar em seus braços, sentir o calor do corpo contra o seu, a bebê parecendo senti-lo, chutou forte, não conteve as lágrimas ao reparar que ela reconhecera o pai. Estar junto dele era um sonho, mal conseguia acreditar, começariam uma vida do zero, apenas os três.

Estes eram seus pensamentos, fora tola em pensar que o rei não revelaria a verdade, ele até demorara a contar sobre o envolvimento de ambos, sentia sobretudo culpa por não ter falado antes, se tivesse feito isto, não correria o risco de perdê-lo. Deidara era o homem mais puro que encontrara, percebera desde a primeira vez que o viu, diferente dos outros, a respeitou mesmo sabendo o que fazia, nada impediu que nascesse uma amizade e posteriormente um amor, fora inevitável se apaixonar, pois, a cada instante ele a conquistara, então não poderia perdê-lo.

— Vou contar tudo, só peço que escute em silêncio, pois antes de explicar sobre minha ligação com vosso pai, preciso falar do meu passado — respondeu fazendo-o assentir.

Aquilo seria difícil, quando foi para Aegon, jurou esquecer tudo, mas sabia que não poderia esconder dele.

"Às vezes gostaria que seu pai tivesse casado novamente, sua mãe morrera um ano após seu nascimento, apesar de o barão ser muito novo, se afundou no luto, para ele o que importava era o exército e ela, exatamente nessa ordem. Adorava ver o pai ao longe, ficar olhando ele nos treinos era algo que fazia desde pequena, ele amava tê-la ali consigo, mas com seu crescimento, passou a não permitir a sua entrada, dizia que não era lugar para mulher, devia tê-lo escutado, tudo poderia ser tão diferente se fizesse o que lhe foi ordenado. 

Estava mais uma vez escondida para olhar o treinamento, pelo que via novos soldados estavam em treinamento, seu pai não lhes dava descanso algum, entre todos, tinha um que ele parecia fazer questão de pegar mais pesado, percebera ser porque seu pai gostava do moço, era a primeira vez que o via encantado com outra coisa, talvez estivesse vendo-o como um filho.

Assim que o treinamento acabou, correu para falar com ele, afinal ele conseguira a façanha de encantar seu pai. O jovem estava quase saindo quando se aproximou, sem querer o observou por completo, corpo esguio, cabelos castanhos médios e olhos em um verde tão intenso, ele olhou-a curioso em primeiro momento, então pareceu reconhecê-la.

— Senhorita, o seu pai já foi — ele murmurou em uma reverência respeitosa.

— Eu sei, estava curiosa para saber mais sobre você, meu pai parece estimá-lo — respondeu deixando-o surpreso.

— Está vendo coisas, da maneira que ele pega no meu pé, acredito que me odeia — ele replicou atônito.

— Não, ele olha para você da mesma maneira que me olha, o vê como um filho — confessou fazendo-o agora arregalar os olhos.

Um brilho apareceu no olhar do jovem, deixando-a feliz por vê-lo tão alegre, aquele era o começo de uma bela amizade.

Diferente dos outros, ele era disposto a conversar consigo, apesar de ser três anos mais velho, não tinha diferenças, eram bons amigos, ao menos era o que pensara.

O brilho nos olhos do jovem fora sumindo, dia após dia, estranhava seu comportamento, ele era muito instável, às vezes um pouco bruto, mas nunca pensou que ele fosse agir daquela maneira consigo.

Corria pela floresta amaldiçoando aquele maldito vestido que a impedia de ir mais rápido, sua vida dependia de sua agilidade.

Como fora tão burra em ficar sozinha com ele em uma floresta?

Quando ele a puxou para um beijo, primeiro achou estranho, não o via daquela forma, eram apenas amigos, mas quando ele passou a vagar as mãos pelo seu corpo de maneira indecente, percebera que aquilo era errado, então passou a correr como nunca. Sentia os passos dele cada vez mais próximos, ele a pegaria.

— Celeste, quanto mais adrenalina me der, mais excitado vou ficar! — escutou a voz dele ecoando pela floresta.

Suas pernas falharam, levando-a ao chão, isto deu tempo suficiente para que ele se aproximasse, estava morrendo de medo, aquele não era seu amigo, o monstro em seu olhar era um demônio.

— Quer saber o motivo do seu pai proibi-la de ir ver o treinamento? — ele perguntou ao abrir a braguilha das calças, arregalou os olhos em choque.

— Para evitar que os homens comecem a apreciar você, mas parece que ele não conhece a filha meretriz que tem, agora quietinha, vou fazer você se sentir bem — ele respondeu puxando-a pelas pernas, tentou se afastar sem sucesso, somente sentia as lágrimas escorrendo e a culpa assolando seu coração."

As lágrimas escorriam livremente pela sua face com as lembranças, queria esquecer aquele episódio para sempre.

— O maldito abusou de você quando tinha apenas quatorze anos?! — Deidara perguntou em choque.

— Sim, depois disso segui até a propriedade de meu pai, ele estava ordenando uma busca, pois era quase noite e ninguém sabia onde eu estava, tive a coragem de contar tudo a ele — respondeu sentindo um certo rancor de seu pai.

— Ele matou o desgraçado? — Deidara perguntou com um certo medo ao vê-la brava.

— Não, ele ordenou que eu casasse com ele — respondeu sem ânimo.

— O quê?! — ele perguntou completamente atônito.

Entendia sua reação, preferia mil vezes que seu pai tivesse matado aquele maldito, pois o que sofrera com ele fora o pior dos castigos.

"Não conseguia nem olhar em sua cara, o casamento era insuportável, deveria se sentir menosprezada quando ele trazia as meretrizes para casa, mas somente sentia alívio, pois, isto significava que não se deitaria com ele.

Falara tantas vezes para seu pai, que não queria mais aquela situação, mas infelizmente não era escutada, pois, a culpa era totalmente sua, escutar aquilo doía em sua alma.

Se seu progenitor não poderia ajudá-la, faria por conta própria, a dias pegava escondido dinheiro do marido, queria fugir, mas não sabia para aonde iria, até que escutou estarem recrutando moças para trabalhar em Aegon, não pensou duas vezes, procurou o senhor, ficara em choque ao perceber o real motivo do trabalho, mas aquilo era melhor que seu casamento, fugiu com ele, se tornando uma meretriz.

Não fora fácil se habituar àquela vida, tanto que o dono da casa vermelha esperou seis meses para que começasse a trabalhar, pensara ser um gesto de boa-fé, mas, na verdade, ele apenas queria aumentar sua dívida, quando percebera devia tanto que precisaria de mil vidas para pagá-lo, ele mostrou quem verdadeiramente era, um homem sem escrúpulos nenhum, que usava as mulheres para enriquecer.

As primeiras vezes, agia com verdadeiro nojo, detestava aquilo, mas cada centavo pagava a sua liberdade, era a mais requisitada do local, pois todos diziam ter o rosto de anjo, logo parecia uma moça pura e não uma meretriz, isto foi o que chamara a atenção de quem jamais imaginou, conviveu com a realeza, notara de cara quem era, ficara surpresa com a sua proposta.

— Você é a melhor desse local, não parece como as outras, quero apenas que meu filho vire homem — o rei declarou deixando-a um pouco atônita.

Não queria se deitar com um moleque.

— Não seria melhor ele crescer um pouco? — perguntou com uma certa arrogância.

— Ele já tem seus dezessete, não é tão mais novo que você — ele respondeu fazendo-a suspirar, realmente não era tanta diferença, apenas três anos.

— O que ganho com isso? — perguntou num suspiro cansado.

— Um baú repleto de ouro, que tal? — ele perguntou atraindo sua atenção.

Aquilo compraria a sua liberdade, não pensara duas vezes ao aceitar, somente não esperava conhecer o príncipe daquela forma, quando fora para floresta colher os frutos, não pensara que sua vida mudaria completamente, ao escutá-lo vindo em sua direção, não conteve o grito, pensara que morreria, então o viu, quando aqueles incríveis olhos azuis miraram os seus, sentira algo que jurou nunca sentir, apaixonou-se."

— Me apaixonei assim que o vi, fiquei completamente surpresa ao saber que era você quem seu pai falou mais cedo naquele dia, pensei em desistir, mas era a minha liberdade, com isto consegui me livrar do dono da casa vermelha — respondeu honestamente.

— Por que continuou lá? — ele perguntou após minutos em silêncio.

— Assim que pegou o baú, ele sumiu, então não vi motivos para sair, não tinha para onde ir — respondeu sem graça.

— Poderia ter aceitado a minha ajuda! — Deidara resmungou irritado.

— Eu sei, mas queria ser discreta, não queria que seu pai percebesse estarmos ligados, para ele, você somente dormia comigo por prazer e não amor, então ele nunca ligou, mas você me tirar da casa vermelha e me desposar, seria uma guerra — respondeu num sussurro.

Os braços dele apertaram-na contra seu peitoral, suspirou contente, morreria se o perdesse.

— Falando em desposar, não podemos casar, não é? — ele perguntou triste.

— Poderíamos, mas seu pai sabe que sou casada, seria a primeira coisa que usaria contra mim — respondeu amarga.

Observou o rosto triste do amado, sentia tanto por não poder realizar seu sonho, casar com ele era tudo que gostaria.

— Talvez se tiver sorte seu marido tenha morrido! — ele respondeu fazendo-a rir.

— Acredite, Arthur sempre procura pela morte, vai encontrá-la logo — respondeu entrando na brincadeira.

Seria um verdadeiro milagre divino se ele estivesse morto, não gostava de desejar o mal para ninguém, mas ele era o verdadeiro demônio, sabia que seu lugar era no inferno.

— Seu pai, não soube mais dele? — Deidara perguntou chamando sua atenção.

— Confesso que nunca quis saber notícias dele ou de Wales, Celeste Vintner morreu assim que o barão de Vintner condenou-a, possuo ainda muita mágoa de meu pai — respondeu sem conter as lágrimas.

— Tudo bem amor, não chore! — ele pediu ao tomá-la em seus braços, sentiu todo o amor emanando dele, tudo que passara valeu a pena, pois agora encontrar um lar, estar junto a ele, era tudo que seu coração poderia querer.

Besta, balestra ou balesta é uma arma com um arco de flechas adaptado a uma das extremidades de uma haste e acionado por um gatilho, o qual projeta virotes(dardos similares a flechas, porém mais curtos).

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