Capítulo XI
XI - O Novo Rei
Estavam todos em uma sala reservada, o clima não era dos melhores. Todos se encaravam e ninguém estava entendendo por completo o que de fato estava acontecendo. Henry ainda estava com a coroa na cabeça, escutava o seu nome sendo gritado e exaltado para além das muralhas e muros do castelo. O Lorde Austin reconheceu o seu filho Austin II e ficou extremamente surpreso e com ódio dessa presença. Edgar observava o semblante da sua mãe que não era um dos melhores.
- Isso é uma loucura! Como podemos permitir que um bastardo que não conhece nada dos reinos possa governar Sagac? Sagac a maior e mais importante nação do mundo! É um absurdo o que vocês estão propondo. – Lorde Austin gritava com ódio do que ocorrera, era o único que não estava sentado na grande mesa de madeira.
Edgar estava assustado e ao mesmo tempo feliz com a situação, em seu colo estava seu irmão mais novo Emer e ao lado Ed com um carrinho de madeira. Cortney ainda nem tinha enterrado seu esposo e acabara de descobrir que é madrasta. Austin II estava feliz em ver seu pai tão desesperado. Dois Soldados estavam dentro da sala em pé, um em cada lado da porta para impedir que qualquer pessoa entrasse naquele local.
- Eu estou de apoio! Eu aprendi tudo sobre os reinos, estratégias de guerra, finanças, administração e posso ensinar ao meu irmão. – Pacientemente Edgar argumentava em favor do seu irmão.
- MEIO IRMÃO! – Grita o Lorde Austin.
- Você nem deveria estar opinando aqui. Alguém que vende o seu povo não merecia estar nessa sala e sim apodrecendo nas prisões de Nok! – Austin II foi ousado ao indicar que seu pai deveria estar preso na Ilha Nok, uma ilha reservada para grandes traidores e criaturas perigosas.
- CALE-SE! O único traidor presente nessa sala é você! – Revida.
Henry acompanhava aquela discussão ainda sem entender nada que estava acontecendo, dias atrás era um simples menino morando longe da capital que agora está com a coroa mais importante do mundo em sua cabeça. Henry só pensava em sua mãe, se ela estava bem. Uma Bruxa sozinha não é seguro, ainda mais daquela idade.
- Vocês argumentam com grande fervor, porém sem racionalidade. Eu proponho que o próprio Henry possa se pronunciar! – Spencer de Avalon opina.
- E quem é você? – Lorde Austin pergunta, cedendo à ética necessária a um governante e sentando na cadeira que estava reservada para ele.
- Meu nome é Spencer de Avalon, sou Mago!
Todos na sala arregalaram os olhos, pelo menos aqueles que ainda não tinham tido contado com Spencer. Imediatamente os dois soldados tiraram as espadas de suas bainhas e ficaram em posição de ataque. Lorde Austin também iria ter a mesma atitude, mas Edgar impediu que sangue fosse derramado naquela sala.
- PAREM! Parem! – Edgar Grita. – Vamos ser civilizados. Não temos nenhuma lei contra magos. E quero reafirmar outra coisa, se eu fosse realmente o Rei essa cultura da exclusão e preconceituosa seria abolida. Soldados guardem essas espadas. – Os Soldados obedecem imediatamente e o Lorde Austin retoma a sua postura. – E eu também gostaria de ouvir meu irmão. Henry Bonatti, o que você tem a dizer?
BONATTI? – Lorde Austin esmurra a meda de madeira fazendo com que seu cálice de vinho caia no chão. Vocês não tem noção do que o nosso país está vivendo? A população de Setrerfall movida pela ingratidão, o Rei Elliot foi morto envenenado e nem sequer chegamos a discutir sobre isso, o assassino pode está entre nós. E agora vamos dá o sobrenome mais importante dessas terras para um desconhecido?
- Como você tem tanta certeza que o assassino está entre nós? E ela nem deveria ser chamado de assassino e sim de Herói.
Edgar Ri. Cortney gostou do comentário, mas demonstrou o contrário.
- BASTA! BASTA! – Cortney grita! – Eu exijo respeito. Não importa quem seja o novo Rei, eu ainda sou a Rainha enquanto um de vocês não casarem. Eu gostaria de ouvir o Henry.
- Desde quando Rainha é um título de poder? – Lorde Austin alfineta.
Edgar coloca seu irmão mais novo sentado na grande mesa de madeira e levanta da cadeira apoiando suas duas mãos na meda. Respira fundo, franze a testa e começa a argumentar.
- Primeiramente Milorde, gostaria que você soubesse que iria transferir as mesmas atribuições que um Rei tem para as Rainhas. Segundo, isso aqui não são aulas para crianças e sim uma das conversas diplomáticas mais importantes da história, você tem razão ao falar da crise que estamos nos afundando e estarmos discutindo uma coisa tão obvia não é bom. Reafirmo que ensinarei tudo ao meu irmão e você deve permanecer nas funções de Lorde até que Seterfall seja reerguida e você possa assumir seu trono novamente.
Austin II Ri.
- O que? O QUE? – Lorde Austin Grita mais uma vez. – Esse Reino estará fadado ao fracasso se você demonstrar essa atitude de fraqueza e redução de território. Não foi esse o acordo que eu fiz com o seu Pai! Você tem que honrar os acordos anteriores!
- Eu iria honrar o meu povo! E o seu povo! – Edgar rebate. – Não vou pagar altas quantidades de moedas para você! Afinal a Rainha não precisa mais ser alugada. Ela é minha mãe!
Henry continuava assustado com a situação, porém já conseguia compreender a complexidade do que estava acontecendo naquela sala de reuniões. Não sabia como falar diante daquelas pessoas tão importantes e em sua cabeça se passava uns turbilhões de sentimentos. Henry não sabia escrever todas as palavras, não sabia quase nada sobre finanças, muito menos em como administrar um reino. Porém, estava certo que não deveria fugir de suas atribuições, lembrou do desejo de Austin II de estabelecer seu reino, lembrou que poderia evitar a destruição do país de Spencer, recordou das pessoas que protestavam fora da muralha e morriam aguardando um pouco de comida, lembrou do sangue derramado horas atrás na pequena revolta na entrada da capital. Henry tem o coração puro e anseia por um lugar tão tranquilo como nos montes que cresceu. Alguém criado por alguém tão bondosa como a sua mãe não poderia fugir das suas atribuições, mesmo que essas atribuições fossem extremamente difíceis e improváveis.
- Bom acho que agora é hora de ouvir o meu amigo que afinal está com o coroa na cabeça. – Spencer fala dando umas tapinhas nas costas do Henry. – Esse é sua primeira palavra como rei, espero que não nos decepcione. –Ri.
Henry tremia e suava frio de nervosismo, todos na sala estavam olhando fixamente para os seus olhos e aguardando aquele jovem de roupas simples falar.
- Eu não tenho a mínima noção de como administrar isso aqui. Fui criado nas montanhas desse país e posso afirmar que hoje foi a primeira vez que entrei em uma cidade. Não sei escrever bem, muito menos falar. E também não sei nada sobre guerras ou lutas. Luto muito mal e mal consigo pegar a minha espada. – Henry tira a sua espada do saco e coloca em cima da mesa, todos se admiram com a beleza da espada. – Eu não estou preparado para assumir tamanha responsabilidade.
Todos na sala, ou quase todos, ficam tristes com essa afirmação de Henry. Edgar realmente estava depositando sua confiança em seu meio irmão. Lorde Austin sorri calorosamente dá uma gargalhada.
- Eu sabia! Decisão sábia meu amigo. Vamos para a sala do trono anunciar que o Rei é o Ed...
Henry interrompe o êxtase de alegria do Lorde Austin e prossegue:
- Mas... Eu não vou abandonar o meu destino! Não vou abandonar esse povo que está sofrendo. Eu aceito a ajuda do Ed... Do meu irmão. Eu vou aprender, eu tenho sede por conhecimento, e seu que conhecimento é necessário para reinar. Eu vou aprender e honrar a coroa que está em minha cabeça. – Nesse momento a coroa começou a emitir uma luz branca e forte, e um grande ovo de dragão guardando em uma caverno no Monte Azul começou a rachar, na espada uma inscrição apareceu: Salve o Rei! O Lorde Austin não escondia a sua raiva. Spencer sorria, Austin II admirava o discurso do seu recente amigo e Edgar também admirava aquelas palavras. – E eu – Olhava para Edgar – Também vou fazer o que você disse que iria fazer, faço das suas palavras as minhas.
- Então está decidido! Como Irmão mais velho eu voto por três! Mãe, Lorde Austin qual a opinião de vocês?
- Eu concordo com a sua decisão meu filho!
- Minha opinião já foi vencida! – Afirma Lorde Austin.
- Portanto está decidido! Soldados chamem Abigail! – Edgar fala. Abigail entra apressadamente na sala de reuniões e sua felicidade era notória, Abigail nunca esteve tão feliz. – Prepare as melhores costureiras do reino para fazerem imediatamente uma túnica vermelha para o meu irmão. Preparem as orquestras. Também quero que recitem o poema sagrado do Reino. Anuncie para a população que temos um novo rei e mande um informante para os manifestantes que estamos anunciando uma trégua.
- Sim Vossa Majes... Sim Príncipe Edgar! – Abigail vai correndo preparar.
Henry foi levado para uma sala para provar suas roupas para a cerimônia. A sala era pequena, porém com um espelho enorme. Na sala se encontrava uma pintura enorme em uma moldura aparentemente de ouro do Rei Elliot, o seu pai. Henry não sabia das barbaridades que o seu pai ordenou, mas sabia que não queria ser um Rei como aquele homem. As costureiras saíram por um instante e Henry se admirava no espelho. Calça justa branca, sapatos extremamente pesados e repleto de brilhantes. Uma espécie de camisa com um tecido pesado. Em uma cadeira estava sua túnica, um cedro e a coroa. Um soldado entra na sala.
- Vossa Majestade, Abigail solicita a permissão para entrar.
Henry não estava acostumado com essas formalidades, e não sabia o motivo de tanta burocracia para uma simples conversa.
- Claro que ela pode entrar.
Abigail entra correndo na sala e abraça Henry que fica sem reação.
- Você não imagina o quanto esperei por esse dia! Todos estávamos esperando, mas eu sabia que esse dia iria chegar.
Henry não consegue formular pensamentos do que seriam essas afirmações.
- Você sabia que eu era filho do Elliot a me ver entrar na sala do trono! Eu senti isso no seu olhar!
- Seus Olhos Azuis brilhantes não enganam! – Henry olha mais próximo do espelho e percebe que os seus olhos estão diferentes, um Azul brilhante, e imediatamente entende que a sua mãe fez algum feitiço para esconder a cor dos seus olhos, no momento que assumiu a coroa a magia foi embora. – Henry, você não tem noção do que aconteceu com sua mãe. Você tem alguma notícia dela?
- De qual mãe você está falando?
- Temos muito que conversar. Eu não sei por onde começar, mas saibas que seu pai era um louco. Um psicopata. Eu estou falando da Rainha Nar, Nar Bonatti. Sua mãe. – Abigail estava nervosa e seus olhos lacrimejaram ao falar da sua melhor amiga que estava desaparecida há muito tempo.
- Não tenho noção alguma!
Batem na porta.
- Vossa Majestade está na hora. – Uma voz grita do lado de fora da sala.
- Eu paguei um barco para levar ela para longe, o seu pai havia declarado morte para a sua mãe. Ela te entregou para uma mulher na mata. – Nesse momento Henry descobriu de onde vinha. – Desde esse dia eu não tenho nenhuma informação sobre ela. Espero que esteja bem.
- Eu também! E espero que a minha outra mãe também!
- Ela vai ficar impressionada quando descobrir que você é o novo Rei.
- Sim Vai. – Henry fica emocionado ao imaginar a cena. Quando a sua mãe Charlott o ver como Rei.
- Depois conversamos mais, essa é a hora!
Abigail sai da sala e Henry termina de se vestir. Henry desce ás escadas enorme do Castelo. Há uma multidão na sala do trono. É possível avistar até gigantes. Será um reinado de sucesso com Avalon e Seterfall em comunhão com Sagac. Vivian está abraçada com o seu pai Austin II que está ao lado de Spencer do Trono. Do outro lado a Rainha Cortney está em Pé ao lado dos seus 3 filhos. Edgar está aparentemente muito feliz. Lorde Austin está no final do grande tapete vermelho. Aguardando o novo Rei para colocar o Anel real, antes de o Rei subir os três degraus para o trono.
- Honre esse Anel garoto. – Lorde Austin fala ao colocar no dedo de Henry. – Tome cuidado com suas decisões.
Henry estava tão emocionalmente anestesiado que ignorou essa frase em tom de ameaça. Atrás do trono o caixão com o corpo do Elliot estava aguardando o grande cortejo até o cemitério real que sairia dali depois do discurso do Henry. Henry sentou no seu trono e todos começaram a aplaudir e gritar palavras, como: "Salve o Rei!", "Vida longa ao Rei Henry Elliot", "Seterfall prosperará", "Viva Avalon". Henry não entendia como o povo poderia ser tão facilmente enganados, tinha certeza da verdade nos gritos do povo, mas algo que acabara de acontecer era motivo de grandes comemorações, caso fosse um impostor todos também estariam gritando.
Antes que Henry começasse o seu discurso, Abigail entra correndo na sala do trono.
- Mais uma vez uma das suas palhaçadas Serva? – Lorde Austin pergunta.
Abigail ignora o Lorde e vai em direção ao Rei. Ajoelha e aparenta está tremendo.
- Você tem que ordenar que ela levante. – Murmura Edgar, dando uma leve cotovelada no irmão. Ambos riem.
- Levante. O que você tem? – Henry estava extremamente assustado.
- Kai! KAI conselheiro OFICIAL do Rei de Taufus está desesperado aí fora querendo falar com você.
Todos ficam assustados com a presença de alguém tão importante de Taufus em Sagac naquela época do ano.
- MANDE-O ENTRAR! – Henry fala assustado.
As grandes portas do salão são abertas e um homem ferido e com túnicas rasgadas, descalço e com cabelos grisalhos bagunçados entra correndo na sala. Kai estava sem comer em toda sua viagem para Syri. Enquanto corria estranhou a presença de tantas pessoas próximas ao trono e avistou o caixão do Rei. Não estava preocupado, por hora, com o que havia acontecido em Sagac, apenas queria ajuda. Kai Cai diante dos pés de Henry. Edgar com compaixão ajuda Kai a levantar. Ambos permanecem ajoelhados, pois Kai não tem forças de se manter em pé.
- Nos diga o que aconteceu Kai! O que aconteceu com o Rei Andrew? Ficamos sabendo que ele assumiu a coroa. – Edgar Pergunta, Kai começa a tossir. Edgar olha para Henry e fala. – Depois eu atualizo você sobre os outros reinos. O Silêncio no salão do trono era surpreendente, até as crianças tinham parado de brincar, todos estavam atenciosos olhando para o conselheiro do segundo Reino mais prospero do Mundo, ali diante do recente Rei. – Andrew está morto. – Todos começaram a murmurar, o pavor no salão era real, mas ficou ainda mais intenso quando Kai prosseguiu. – As Sereias e os Tritões saíram do mar Zeugo e massacraram toda a população de Taufus, não existem mais Taufunianos, eu que vos falo sou o único sobrevivente e venho pedir ajuda de Sagac.
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