Capítulo VII
VII - TAUFUS A Queda
O Amor é cego? Talvez. Como dizem os sábios: Cada caso é um caso. Generalizações não são saudáveis, porém o Príncipe desse reino estava prestes a descobrir uma resposta para essa pergunta.
Andrew tinha se tornado Rei. O mais novo Rei de Taufus. A sua primeira ordem foi motivo de grandes contestações por todas as terras do reina, inclusive dos seus próprios apoiadores e servos. Kai ficou extremamente incomodado e durante dias tentou convencer o rei da atitude precipitada e sem lógica do Rei.
- Tu sabes bem que eu sou o Rei agora e tenho direito de mudar qualquer lei que os homens antes de mim fizeram! Eu irei seguir todas as obras de meu Pai, mas não usarei leis arcaicas.
- Senhor eu entendo a sua visão e isso é gratificante! Saber que temos um Rei Visionário é magnífico, porém você tem que entender que corremos sérios riscos, as sereias não são confiáveis.
- Você não pode falar o que não sabes. O que não viu, o que não sentiu. Por acaso você já conversou com uma sereia? - Andrew pergunta ao seu conselheiro, olhando-o fixamente com a face raivosa.
- Nunca! - Responde.
- Então tu não tens direito algum de falar sobre a minha decisão.
- Eu só quero o melhor para o seu reinado.
- Você quer o melhor e eu sei qual é o melhor a se fazer. Vá embora e não voltes aqui na sala do trono até que a Carruagem esteja pronta para me levar até o litoral.
Kai sai devagar e em silêncio da sala do trono. Cabisbaixo e com o semblante extremamente triste. O sábio sabia que essa não era uma boa decisão do seu rei.
A Carruagem ficou pronta. Dois cavalos brancos na frente sendo controlado apenas por um cavaleiro. O Rei Andrew já estava dentro da carroceria sentado e sem qualquer arma.
- Senhor! Você não está levando nenhuma proteção e apenas um cavaleiro. Não queres que outras carruagens e homens em cavalo vá com você? Tu és o rei de nossas terras, merece mais cuidado e atenção de todos nós. - Kai foi até a Carruagem e falava isso olhando para o seu Rei pela janela.
Andrew está mais paciente que mais cedo. Apenas dá uma leve risada.
- Kai suba! Você me falou que nunca viu uma sereia, acho que está na hora. Vamos até o litoral comigo, durará poucos minutos. Você será o primeiro a conhecer minha futura esposa.
- Não seria um incômodo?
- De modo algum. Você é meu conselheiro e quero que mude de opinião o mais rápido possível.
Kai não acredita que possa mudar de opinião, mas aceita o convite do rei e entra na Carruagem. Ele tem esperanças que a Sereia faça algo que revele sua suposta verdadeira intenção e desperte no rei o mesmo sentimento que ele estava.
Enquanto a carruagem passa rapidamente pela floresta o silêncio e rompido.
- Rei Andrew! O senhor pretende manter a isenção do reino em relação aos acontecimentos no Reino de Sagac.
Andrew não sabia muito bem de tudo que estava acontecendo no país vizinho, apenas tinha uma base por boatos que chegaram aos seus ouvidos.
- Pretendo enviar um mensageiro para anunciar que sou o novo Rei e procurarei me informar sobre tudo que está acontecendo lá. Não quero relações íntimas ou batalhas desnecessárias que só levam a morte para inocentes. Tenho que focar na nova era que nasce em nosso reino.
- Temo a queda definitiva do reino Sagac. O senhor tem interesses nas terras?
- Administrar um pedaço de terra tão vasto seria uma tarefa impossível para mim. Não conseguiria. Se Sagac cair, caiu! Não tenho nenhum interesse sobre os assuntos dessas terras tenebrosas.
- Você não temes que o nosso reino caia primeiro que eles?
O silêncio volta a atacar a carruagem. Andrew olha para o seu conselheiro que rapidamente fixa seu olhar nas árvores que eram vistas pela janela.
- Não te preocupes!
Não demorou muito e os cabelos brilhosos já começaram a sair das águas salgadas da praia. O Rei Andrew estava sentando na mesma pedra que costumava ficar esperando sua amada, o Kai e Cavaleiro ficaram atrás de umas árvores à alguns metros de distância, apenas observando o que estava acontecendo.
Ellen parecia mais viva, o sorriso encantador. O estranho dessa vinda era que ela não veio sozinha, diversas outras mulheres começaram a sair da água. Todas belas, tão belas como a própria Ellen, o encanto era tão forte que o Andrew já sentia o seu órgão se mexer dentro das calças. Os lábios do Rei já estavam loucos para encontrar os da Ellen.
Kai percebeu que o Cavaleiro também estava desconfortável com a presença das Sereias. Kai mantinha sua sabedoria e não ficou exaltado ou emocionalmente afetado por conta da presença mágica.
Ellen se aproximava cada vez mais do Andrew e o exército de mulheres que saíam da água só aumentavam.
- Amor! Quem são todas essas mulheres? - Andrew mesmo encantado estava achando estranho a presença de tantas sereias no mesmo local.
- Já estava na hora de você conhecer a minha família que em breve também será sua. - Ellen falava suavemente, deixando uma melodia lenta surgir pelos ares.
- Eu sou o novo Rei de Taufus e quero que você seja a minha Rainha e reine comigo durante vários anos. Tu és digna do trono!
Ellen dá uma leve risada e levanta sua mão esquerda para o alto e todas as sereias começam a gritar e uma grande ventania chega até a margem da praia. A Carruagem é totalmente destruída, os cavalos correm fugindo. Árvores começam a ser arrancadas do chão. A areia da praia está impossibilitando que o Kai Veja o que está acontecendo perto do Rei Andrew. Kai é segurado pelo braço direito do Cavaleiro que está segurando no tronco de uma árvore que começa a mostrar suas raízes saindo da areia.
Os pés do cavaleiro e do conselheiro não conseguem mais encontar o chão. Pedras começam a voar na direção do Cavaleiro que é atingindo em todas as áreas da armadura.
- Eu não vou aguentar! - Ele fala quase soltando a mão do Kai.
- Podes me soltar. Eu não morrerei.
O Cavaleiro solta a mão do Kai que é arremessado para longe. Só para de voar pelos céus quando bate em uma enorme pedra.
A grande ventania não atinge o Andrew. Que continua sentando sem entender absolutamente nada do que estava acontecendo. Ellen se aproxima do Rei e começa a falar.
- Você não poderia ter entregue o seu reino para alguém assim tão facilmente.
Andrew não consegue falar nada, apenas uma lágrima escorre pelo seu rosto, ele estava sentindo o gosto da traição. O gosto da falsidade. Kai estava certo, não dá para confiar em Sereias, elas traem. Agora era tarde de mais. A ventania acaba e Andrew pôde observar a destruição que estava ao redor do local. Quando volta a olhar para a Ellen se apavora. A beleza magnífica da sereia foi embora, se transformando completamente em um monstro com escamas, dentes afiados, unhas gigantes.
- Você se apaixonou por mim meu querido. - Ellen crava suas enormes unhas na barriga do Andrew, fazendo-o cuspir sangue na areia branca.
- Você será para sempre amaldiçoada. O meu exército nunca deixará você governar.
- Será muito fácil enganar eles como consegui enganar você! Não te preocupes com isso, Taufus será mais próspero nas mãos das sereias. Agora meu amado, tu irás conhecer o outro lado da vida. - Ellen rasga a garganta do Andrew com suas unhas afiadas, o sangue jorra por todos os lados, os olhos arregalados e derramando lágrimas do rei se fixam na face feliz da Sereia traidora. O corpo morto do Rei cai na areia. - SEREIAS! Minhas mulheres... Chegou o tempo que os exilados serão exaltados! Vamos juntos conquistar esse mundo de homens horrendos! É chegada a hora da nossa era.
As sereias gritam de felicidade e saem da água. Ellen termina de arrancar a cabeça do Andrew e coloca dentro de um saco.
- Esse será o presente que levarei para os habitantes das regiões do Castelo. - Murmura.
Ellen guia as milagres de mulheres que estão na praia em direção ao castelo.
- Armaduras! - Ellen Grita.
Um brilho amarelo cobre todas as sereias, surgem armaduras de ouro por todo corpo das mulheres, escondendo as escamas.
- Armas! - Outro Grito.
O Brilho amarelo surge nas mãos das mulheres, surgem espadas longas e pontiagudas nas mãos das sereias.
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