DESCULPA! Sumi durante meses estava sofrendo um bloqueio horrível, mas felizmente consegui escrever esse cap e espero que gostem. Boa leitura e desculpa qualquer erro ^^

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Ser uma Rainha só no nome é definitivamente a coisa mais entediante a se fazer, pra ser mais exata, não há nada pra se fazer tirando andar por ai com vestidos bonitos e distribuir sorrisos falsos. Não é uma vida que eu gostaria de levar, por mais preguiçosa que eu seja, não ter nada pra fazer o tempo todo é maçante demais, embora isso tenha um lado positivo, posso andar por todo o castelo e observar tudo e todos, e assim mesmo que ninguém me conte nada, acabo sabendo que algo está acontecendo, ou melhor vai acontecer.

Todos estão correndo de um lado pro outro nós ultimo dias, apressados e preocupados, carregando diversas coisas e organizando muitas outras enquanto preparam o castelo para o festival em nome de Regnar, o deus das lutas e guerras, pai de todos os guerreiros e Patrono da Casa Taurus, feito para que possa abençoar os exércitos reais e é claro, a Ordem dos Guardiões – embora ela esteja completamente em caos no momento.

É um dos maiores festivais realizados pelos Lordes todo ano, e sinceramente eu não esperava que eles o fizessem levando em conta que os rebeldes lá fora. O ponto positivo é que o festival é aberto para o publico e sempre tem um enorme torneio em nome de Regnar, para descobrir quem é o melhor guerreiro.

Agora é o que eu posso fazer com isso, e se eles vão ser espertos o suficiente para conseguir fazer algo.

Desci as escadas lentamente observando a decoração que parecia dar mais vida para esse lugar que outrora estava tão sombrio. Passando perto da escada um cabelo alaranjado chamou a minha atenção e quando percebi quem era, acabei chamando em voz alta, atraindo atenção de muitas pessoas que me olharam de uma forma engraçada.

_Levi!

Ao ouvir seu nome ser chamado ele se virou, sorriu e esperou até que eu chegasse perto antes de fazer uma reverencia pomposa que ele sabe que eu acho graça, conseguindo com sucesso arrancar um sorriso meu. Nesses últimos dias temos passado muito tempo juntos e descobrimos que tínhamos coisas em comum, além dele ser muito divertido e me contar sobre varias coisas do Castelo.

Levi ofereceu o braço pra mim e eu o aceitei mesmo sem saber para onde iria. Começamos a conversar sobre assuntos aleatórios e milagrosamente ele me fez rir apesar de estar um pouco tensa desde que soube do festival.

Andamos sem rumo por um tempo até nos deparamos com Lorde Gavriel parado em um corredor vazio olhando para o nada. Já vi esse olhar inúmeras vezes e isso só pode significar alguma coisa. Fiz Levi andar mais devagar e felizmente ele entendeu o motivo, paramos perto do Lorde e esperamos. Depois de um tempo ele piscou algumas vezes e focou o olhar em nós não parecendo surpreso por estarmos ali o observando.

_Princesa – cumprimentou–me com uma pequena reverência. Seus olhos se desviaram para Levi e o observou durante um momento, franzindo levemente as sobrancelhas. Mas não o cumprimentou em vez disso virou o seu olhar pra mim e me deu um pequeno sorriso – Às vezes a ajuda está naqueles que são esquecidos.

Não tive tempo de perguntar o que ele queria dizer com aquilo,pois ele logo se virou e foi embora tão silenciosamente quanto nós, quando havíamos chegado.

_Isso foi estranho... – Levi comentou depois de um momento em silêncio.

Dei de ombros e o puxei para andar novamente.

_Conviva com alguém da Casa Gemini durante muito tempo e acaba se acostumando com isso.

_Você entendeu sobre o que ele falou? – questionou esperançoso.

_Nenhuma palavra. Mas tenho a sensação que em breve irei descobrir. – sorri empolgada – Quer me ajudar a procurar?

_Claro. Não resisto a um mistério. – nos dirigimos à biblioteca – Mas tem certeza que iremos encontrar algo?

_Nunca tenho certeza de nada nessa vida, e talvez não encontremos nada, mas eu não tenho nada melhor pra fazer e isso pode ajudar a passar o tempo. – e quem sabe consigo algo que possa me ajudar? Pensei comigo mesma.

Felizmente o local estava vazio, assim podemos ficar e pesquisar sem sermos interrompidos ou observados com desconfiança. Começamos a procurar por quaisquer livros que fizesse alusão a esquecidos, ignorados ou qualquer sinônimo e depois de recolhermos alguns, nos acomodamos em uma mesa e começamos a ler.

Não sei quanto tempo ficamos ali, mas depois de muito ler recostei em minha cadeira pensativa e observei a biblioteca. Definitivamente um lindo lugar, ao qual eu passaria infinitas horas em outros tempos, com todos esses livros, pergaminhos e mapas, sempre gostei de me perder neles e absorver tudo que eles podem oferecer e... Pera aí. Mapas?

Me levantei de supetão e me encaminhei para a prateleira que continha inúmeros mapas, passei os olhos pelos nomes procurando um em específico que...

_Achei! – exclamei feliz me dirigindo para uma mesa vazia e abrindo o mapa. Senti Levi em pé ao meu lado me observando com curiosidade.

_O que você achou? - perguntou esperançoso.

_Um mapa com a divisão dos territórios, talvez possamos achar algo aqui: um território, uma cidade, uma vila ou um povo. Nunca se sabe.

Passei meu olhar pelo mapa lentamente observando cada detalhe, cada território com atenção.

_Temos as Casas de Scorpius, Cancer e Pisces no Norte. Gemini, Libra e Aquarius no Sul. No Leste Sagittarius, Aries e Lions; e no Oeste Taurus, Virgo e Capricorniano – listei indicando cada lugar – Mas quem dentre eles são os esquecidos? – sussurrei pensativa.

_Talvez ele estivesse falando dos Titanus – ofereceu Levi.

_Mas não faz sentido... Pode–se dizer que eles foram esquecidos, mas tecnicamente conhecemos todos os que restaram, então a ajuda não pode ser deles. – olhei mais atentamente para o mapa – O povo da Capital?

_Eles são bem neutros quanto a tomar um lado, mas não acho que eles seriam os esquecidos que Lorde Gavriel mencionou.

_Mas podemos mantê–los em mente, mesmo que não sejam, podem ser de grande ajuda se escolherem um lado.

_Ou um grande obstáculo. – sentenciou sobriamente.

O silêncio se instalou na sala, trocamos olhares cheios de perguntas e nenhum a resposta, até que decidi quebrar o contato e dei um suspiro alto voltando a olhar pro mapa até que uma ideia se passou pela minha mente.

_Você disse os Titanus, mas se não forem eles e sim o seu povo?

_O que quer dizer? – ele parecia bem confuso.

_Bom, não sei ao certo, mas os livros diziam que um povo servia aos Titanus quando eles reinavam, eles não eram humanos, nem witianos ou wikkianos* eles eram... Outra coisa. Mas o que? Isso se perdeu e ninguém sabe ao certo quem e o quê eles eram, e se tinham algum poder, qual era. – minha voz ficava mais animada à medida que eu falava, a empolgação tomando conta de mim – Talvez ele esteja falando deles.

_Será que Lorde Gavriel viu esse povo?

_Se estivermos certos, talvez sim. Bom, é nossa única pista por enquanto – olhei para a janela vendo o sol começando a se por – Ficamos muito tempo aqui, podemos continuar amanhã.

Levi concordou e se ofereceu para arrumar tudo ali e por mais que eu insistisse ele acabou me expulsando da biblioteca, prometendo me encontrar amanhã para continuarmos nossas pesquisas. Dando me por vencida, me dirigi ao meu quarto lentamente observando pelas janelas todos os preparativos que os servos haviam feito hoje para o festival. O Castelo e o pátio estão todos decorados em sua maioria pelas cores verde e vermelho da Casa Taurus, está tudo muito bonito e quando estiver acontecendo o pessoal, com todas aquelas pessoas que sempre se reúnem deve ser mais bonito ainda. Todos animados e felizes sem ligar para nada que esta acontecendo fora aquele momento.

Suspirei melancólica. Quando eu era mais nova, muito antes de eu ou meu irmão entrar para a Ordem eu sempre quis em vir em um desses festivais feito para os deuses, mas era tão longe de casa, e eu tão pequena – de acordo com mamãe – para ir nesses eventos lotados, que nunca fui a um. Quem diria que o meu primeiro festival seria desse jeito?

Sentando em um pequeno sofá perto da janela, fiquei muito tempo ali, observando todos embaixo e quando me cansei observei o horizonte e o pôr do sol, mil e um pensamentos e planos passando pela minha cabeça, e quando o seu estava quase totalmente escuro e as estrelas começavam a aparecer percebi que havia ficado muito tempo ali.

Ouvi a porta abrindo lentamente, não me virei para ver quem era, pois só uma pessoa entraria assim, sem bater nem avisar. Seus passos soaram pelo quarto até pararem ao meu lado, ficamos em silêncio durante um momento, eu, esperando que ele falasse primeiro e quando as palavras vieram não me surpreenderam.

_Precisamos conversar.

***

*Pra quem não se lembra ou tá acompanhando desde o início, os witianos e os wikkianos são o povo original de Andrômeda, na primeira versão de Vigilantes do Anoitecer eu os chamei de wiccas, mas como queria criar coisas novas criei esses dois nomes para substituir. Witianos são o povo de Andrômeda e wikkianos são aqueles que possuem magia de qualquer tipo.

Desculpa mais uma vez pela demora, e espero que tenham gostado, se sim ou se não deixem seu comentário é muito importante pra mim saber o que estão achando. E por falar em comentários agradeço a todos aqueles que comentaram me pedindo pra postar um novo cap e me cobrando (podem continuar, tá? kkk) é muito importante pra mim saber que vcs querem mais da historia, por isso se td der certo não vou demorar tanto pra postar o próximo cap, ok?

Até o próximo capítulo!

Bjss da Angel ^3