Capítulo 21
Magnus ao ver Nice no chão sente um pingo de remorso por ter perdido a paciência por ser contrariado em sua vontade, ele estende a mão a Nice, mas ela a recusa e se levanta sozinha. Ela vai ao banheiro, lava seu rosto, colocando a água gelada em sua face fazia com que sua pele aliviasse a dor dos socos que vieram a ser recebidos ali. Nice apoia suas mãos na pia de mármore, olha pro espelho e vê seu reflexo, nele é possível ver seu pescoço marcado por um hematoma, estava roxo aquele local do seu pescoço, uma lágrima caí do semblante de Nice, e dentro dela uma se emitia uma voz de desespero, que se auto questionava, " Até quando?!", até quando ela ia continuar a apanhar de alguém que dizia que a amava, que cada vez que sua opinião ou decisão não fosse a mesma que a dele seria este método com o que ele a trataria, até quando essa falta de respeito continuaria, até quando sua voz não seria ouvida ou acatada, até quando ela ia sofrer por um relacionamento abusivo, que desisti de seus interesses pois seu cônjuge não aceita essa atitude dela, e por estar casada com ele, o mesmo tem o direito de controlar sua vida. Estes eram os pensamentos de Nice de frente ao espelho, vendo as marcas desse suposto amor estampadas pelo seu rosto, pescoço e o resto do corpo, lágrimas e lágrimas escorriam de sua face, mas por medo do que Magnus possa fazer com ela, decide manter isso em sigilo, não revelando a ninguém ser vítima de violência doméstica. Magnus bate na porta do banheiro, perguntando se Nice está bem, a mesma permanece em silêncio, seca seu rosto, abre a porta e desvia da direção dele, pega sua bolsa, abre a porta da frente de casa e na hora que vai sair ele a pergunta.
- Onde você vai? - Magnus
- Vou na igreja, ou eu também não vou poder rezar! - Nice diz com um olhar profundo e ferido, sua voz trêmula.
- Me perdoa meu amor, é que eu me descontrolo, e aí eu acabo sem querer te machucando. - Diz Magnus em tom de defesa. Nice não diz nada e sai pela porta a fora, e pelo calçadão vinha Nando, vendo sua mãe saindo com um cachecol no seu pescoço e óculos escuros, ele estranha a vestimenta de sua mãe, indo em direção a ela, ele a indaga.
- Mãe por que está vestida assim? Está calor e a senhora desse jeito? - Nando
- Fiquei com frio apenas, nada mais que isso, senti uma temperatura fria dentro de casa, aí sai já agasalhada. - Nice
- Mas você tá bem? Tá sentindo alguma coisa?
- Tô bem Nando, não se preocupa. E como você está? Já comeu alguma coisa?
- Eu tô bem mãe, comi sim, a senhora que parece não estar bem, mas onde vai? E o pai está em casa?
- Tá sim, qualquer coisa que precisar me procura na igreja!
- Mãe o que é isso no seu pescoço? - Diz Nando vendo o pescoço de Nice, que o cachecol estava caindo e deixando a vista um pouquinho do hematoma que está tivera. Nice ao disfarçar e não contar o motivo ela se despedi e sai.
- Até Nando!
- Ok. Ela tá estranha. - Nando percebeu que algo de errado com certeza aconteceu com sua mãe, e temi que ela possa estar sofrendo novamente o que sofreu tempos atrás em seu casamento.
No Hakpub, Ilca e Zaqueu estão conversando sobre relacionamentos, Ilca conta que descobriu pelas garotas de programa que Agenor este seu ex marido, havia lhe traído por anos, e a enganado por muito tempo, e farta de toda essa mentira ela relata a Zaqueu que pediu o divórcio, e o mesmo não aceitou muito bem, dizendo que a ameaçaria caso eu insistindo nessa decisão, a mesma certa de si, e sem medo das ameaças não revogou sua decisão , encaminhando assim os papéis com o advogado.
- E sabe eu vivia um relacionamento abusivo, eu não podia ir onde queria porque ele não deixava, dizia que eu tinha que ficar em casa, porque muitos homens iam dar em cima de mim, era muito ciumento, até com os próprios parentes, ele odiava o fato de eu estar conversando com outro homem, ainda mais sozinha, e eu achava que era só ciúmes que não tinha problema algum no jeito dele, então não via mal, várias noites ele dizia que iria passar com a mãe dele que ela estava se sentindo sozinha que sentia falta do falecido, e adivinha o que ele ia fazer?! - Ilca
- Te traía com as garotas. - Zaqueu
- Exatamente, me traía, e a trouxa aqui acreditava nas mentiras daquele cafajeste, e tinha vezes que eu ligava pra mãe dele pra saber como ela tava, e ela me dizia que ele nem tinha aparecido, nesse mesmo dia eu perguntei pra ele, o que ele tinha feito naquela noite porque não apareceu na casa dela, ele olhou pra mim na maior cara de pau, e disse que a dono Hilda estava com Alzheimer, e estava esquecendo de tudo, até que seu marido tinha falecido, aí de novo a tonta caiu no conto do Vigário, fui enganada novamente, e assim foi por muito tempo, não dizia nada a ela pra não me meter na relação de mãe e filho era algo bem delicado, mas como não desconfiei antes, aí quando fui presa junto com Marta Rocha naquele dia eu juntei as peças.
- Não da pra acreditar, que ele ainda quis sair como vítima disso tudo, com se ele não tivesse feito nada.
- Exatamente, ele se fez de vítima pra cima de mim, mas eu não sou idiota, não nasci ontem, tenho 40 anos, ele tá achando o quê? Chega, um casamento de farsa, nunca olhava pra mim, sempre chegava cansado, mas pra mim sair eu nunca podia, ele nunca me bateu mas se batesse eu teria denunciado no primeiro tapa. Quer bater? Bate, mas depois não adianta me prometer mundos e fundos que já era, não adianta mais, não quero nem conversa!
- Realmente, tu tem toda a razão, mas muitas mulheres não tem a mesma atitude que você, muitas vivem reprimidas por esses casamentos que abusam, machucam, não só psicologicamente como fisicamente.
- A única coisa que não me arrependo nesse casamento foi de ter a Jaqueline, por que o resto foi ladeira abaixo.
- É os filhos muitas vezes é o que se salva de um casamento, eu queria muito ter um filho, fui casado só uma vez, com a Nice. A Nice era aquele tipo de pessoa que era mais pacífica, não levantava a voz, falava gentilmente, não era agressiva, mas quem quisesse poderia a manipular caso quisesse, é uma pessoa de um coração grande, sempre pensa mais nos outros do que em si mesma, ela era assim na época não sei agora, eu não podia ter filhos, como ainda não posso, sou estéril, mas o sonho de Nice era ser mãe, quando eu perdi o cassino e me tornei um jogador compulsivo, o pai dela começou a dizer que eu queria estragar a vida dela, que eu não deixaria ela fazer a inseminação artificial, que prenderia ela numa vida sem futuro, sem alegria. Um dia ele me trouxe um papel, estranhei meu sogro me trazer algo, mas ok, assinei e lhe dei, ele dizia que Nice queria que eu o assinasse, resumindo a missa era os papéis do divórcio, nós separamos mas a versão da história que ele contou pra ela era que eu não queria mais o casamento, então ela ficou bem triste, e assinou não querendo me prender a ela. Tentei muitas vezes falar com ela, mas o pai dela dizia que ela tinha saído, que foi viajar e não poderia me receber para conversar sobre nosso relacionamento, mas eu nunca engoli isso, mas o tempo foi passando, e eu desisti quando vi ela beijando outro cara, foi aí que vi que ela tinha seguido com a vida dela, e quem estava sobrando era eu. Passei a beber, apostei a casa que tinha, perdi no jogo também, e quando achei um carro abandonado no final da rua Chiquinha Gonzaga, e foi nesse carro velho que passei a morar.
- E vocês nunca mais se falaram?
- Não, nunca mais, não quis mais incomodar com esse assunto com ela, o filho dela quando nasceu deixou explodindo de alegria, não tinha quem sorrisse mais que ela com os filhos aos braços, vi que ela estava feliz sem mim, e aceitei isso, o filho dela agora trabalha na mecânica da Tônia Para-choque.
- O Nando não é? Ele estuda com minha filha no Mário Quintana.
- Que legal. E a propósito o que você pretende com a reinauguração do cassino?
- Bom, eu pretendo reativar o jogo, pois tem clubes de jogos clandestinos na cidade, e se a polícia pegar vai muita gente da alta sociedade pra prisão. Então a reabertura do cassino tendo documentos do governo pra abrir a gente ganharia muito dinheiro, e também seria a primeira boate de Camaquã, uma casa noturna, eu já tenho os nomes das stripper, que seria ótimas nesse trabalho.
- As prostitutas? A Heroína, Jussara, Marta Rocha, Deusa?
- Essas mesmo, elas vão ter carteira assinada, salário fixo, e moradia no próprio prédio de trabalho caso morarem de aluguel.
- Então vai ser um Cassino Bordel?
- Sim, você cuidaria do jogo, e eu seria a Cafetina das garotas. Como o prédio é seu você seria o diretor, gerente, assim como eu, você tem o terreno e experiência, eu tenho a capital, eu invisto, dinheiro comigo não é problema.
- Gostei da idéia, e como já disse eu topo, mas e sua filha, sabe disso?
- A Jaque? Bom ela não é minha filha, mas pra mim é, ela era folha do outro casamento do Agenor, quando ela cresceu e descobriu que não era biologicamente minha filha, nunca me chamou de mãe, ela é agarrada com o pai, e quando descobriu do divórcio, ela escolheu ficar com o pai. Então se minha filha não me quer, eu não vou obrigar ela a ficar comigo, mas deixei claro que se ela quiser ela pode ir morar comigo ou visitar quando quiser.
- Ata, então você não tem nada que te impeça, porque por experiência própria Cassino da um imenso trabalho, e juntamente agora com Bordel será mais complicado e complexo, o nosso trabalho.
- Não tenho problemas quanto a isso, por mim está tranquilo, estou disposta a aprender tudo.
- Ótimo! - Diz Zaqueu sorrindo para Ilca e a mesma também, Ilca pede a conta, a paga, os dois saem do estabelecimento, e caminhando pela rua, os dois vêem Nice a entrar na igreja.
- Agora vendo ela entrar na igreja, você não era uma beata?
- Era mais uma influenciada pela Constantina, tudo o que ela dizia, todas inclusive eu diziam amém, deu um basta, continuo sendo devota de nossa Senhora, mas agora com um emprego, e emprego não define caráter.
- Isso ae, mas pelo jeito Constantina ainda tem muitas lacraias nas quais ela pisa e continuam dizendo amém.
- Pois é e pelo visto vão ficar assim.
Na casa de Alex, estava Léo inconformado pelo seu amigo Kaíque ser mais uma vítima dos encapuzados, sem saber o que pode ter acontecido com ele, presumi no pior sua morte, mas Deusa o consola. Deusa sai pra fora da casa, fica na frente do portão junto de Léo, eles começam a se preocupar pois ainda não viram Serena, e Marisa não apareceu, eles começam a achar que as vítimas de desaparecimento aumentaram e estas estão entre elas.
- Será ? - Deusa diz cabisbaixa
- Vamos torcer que não, não tem nenhum registro delas na ficha da polícia, então pode ser que não houve nada, elas podem estar em casa.
- Duvido muito, Serena sentia uma voz a chamar pela mata, foi assim que achamos você, será que ela encontrou a Marisa?
- Tomara, não sei o porquê disso tudo, o que estão ganhando sequestrando tantas pessoas, isso tá cada vez maior, cada vez mais gente tá sumindo e a gente não sabe pra onde eles foram ou se estão vivos.
- É, esse é o que mata a gente. Léo tenho uma pergunta pra você, não tem nada haver com isso, mas se trata de casos judiciais.
- No que eu puder ajudar estou aqui.
- Eu engravidei uma vez de um cara, e passei todo o tempo de gestação, mas quando a criança nasceu ele pegou o guri apenas pra ele, e disse que eu era prostituta pelo juiz eu perdi a guarda do meu filho e não poderia chegar perto da criança senão eu iria presa, o pai dele morreu, e sem parente algum, ele foi parar no orfanato, talvez teria como revogar a ordem do juiz?
- Não!
- Não?
- Porque não tem como revogar algo que um juiz em sã consciência não fez, Deusa independente da profissão da mãe da criança, a mãe fica com a criança, o juiz não ia separar vocês por causa de sua profissão, se você tem com se sustentar já está bom. Provavelmente ele usou isso contra você porque você não sabia disso, ele te chantageou para só ele ficar com a criança.
- Sério? Eu nunca contratei um advogado por que não tenho dinheiro, e ficava com medo de parar presa, ele me enganou direitinho, e eu todo esse tempo na maior ignorância! - Diz Deusa alterada
- Deusa tu não tem culpa, qualquer pessoa que não tivesse essa informação, agiria do mesmo modo, você viu a criança crescer de longe pra não interferir e causar mal a ela, toda mãe faria isso pelo seu filho.
- Então eu vou poder ganhar a guarda do meu filho?
- Vai Deusa, e eu vou te ajudar nisso.
- A Ilca também também me prometeu me ajudar, agradeço de coração não tenho nem palavras. - Diz Deusa chorando de felicidade. Léo fica feliz, por ver Deusa eufórica. Alex chega, e o indaga.
- Léo?
- Oi.
- A guria que fugiu do hospital, você conhecia né? - Alex
- A Darah? Sim, estudamos juntos quando mais novos. Ela é uma mulher incrível, é muito culta, adora livros, tem uma mente brilhante, um sorriso avassalador, um jeito meigo e ao mesmo tempo tão misterioso.
- Pelo visto não se trata só de uma amizade. - Alex
- Eu também acho que não. - Deusa
- Eu sou completamente apaixonado por ela, sempre fui, desde o tempo de colégio, mas pra não estragar a amizade nunca tomei uma posição em relação a isso.
- Mas você nunca deu a entender que gostava dela? - Alex
- Não sei, talvez eu tenha dado a entender isso, ou não, mas quando tive a oportunidade de ajudar ela e ao mesmo tempo entrar nesse caso que tanto quero descobrir as evidências agarrei com todas as forças.
- Então você está fazendo isso também por ela?
- Sim, por ela também, confesso que o motivo pra eu não desistir muitas vezes foi por causa dela, ela é minha motivação, eu tô correndo o risco de ser a próxima vítima, e fiz o que fiz por amor a ela.
- Que lindo! Muitos caras não fariam a metade por quem amam, mesmo que a outra pessoa possa não ter o mesmo sentimento. - Deusa
- Acho que isso é o amor né, amar sem medidas, sem cobrar nada, sem querer nada em troca, só querer ver a pessoa bem, amor não obriga, não bate, não fere, não mente, não traí, isso que significa amor.
- Filosofou! A Darah tem sorte em ter você. - Deusa
- Que profundo espero que seu relacionamento dê certo. Mas falando da fuga dela do hospital, você tem alguma hipótese do porquê? - Alex
- Não, na verdade desde que ela foi internada eu não a vi, mas não sei por que ela fugiu. - Léo
- Pois é, eu tava analisando as fichas do hospital, vi que no mesmo dia em que Darah ia ganhar alta do hospital ela sumiu, por isso ela não é procurada pelo hospital, ela sabia de alguma forma que iria sair aquele dia então elas pegou as coisas dela e saiu, agora onde ela tá? - Alex
- Nesse tempo todo eu não fui na casa dela nenhuma vez, o pai dela tinha viajado a trabalho antes de Lana a irmã dela ter desaparecido, será que ela está em casa todo esse tempo que estamos atrás dela? - Léo
- Só vamos descobrir indo lá. - Deusa
- Então vamos! - Léo.
Eles partem para a casa de Darah na esperança de a encontrar lá, mas quem estava todo tempo no pátio escutando toda a conversa era K-won, e o bichano sai descarada rumo a floresta.
Na casa de Constantina estava Herbert, seu marido, o vereador da cidade, que estava chegando da Câmara de Vereadores de Camaquã, encontra seu filho colocando dinheiro na mesma caixinha em cima da estante que outrora sempre faz, seu pai vendo aquilo o interroga.
- O que você está fazendo? - Herbert
- Colocando a isca pra pegar o peixe. - Samuel
- O que como assim?
- Sempre que recebo algum dinheiro, e coloco aqui, a mãe pega, e some, quando ela volta está nem sinal do dinheiro, ela pega escondido, agora pra quê eu não sei.
- O que pretende fazer agora? Ou vai deixar ela pegar e gastar o dinheiro que a gente nem sabe pra quê?
- Dessa vez quando ela chegar da igreja, ela pegar o dinheiro e sair, eu vou seguir ela, e descobrir o que ela anda fazendo com ele.
- Meu filho só se cuide, você sabe como é sua mãe, se ela desconfiar que você está fazendo isso, ela vai se fazer de vítima, chorar, escarnecer, e não vai responder o que você quer saber.
- Pode deixar pai, de hoje ela não escapa.
- Tome cuidado.
- Pode deixar.
Nesse momento Constantina chega, e o assunto dos dois se encerra na mesma hora, espiada ela desconfia, mas não concluí nada. Herbert vai ao banheiro, liga o chuveiro e vai tomar banho, Samuel vai para o quarto e fecha a porta, Constantina olha para a porta do quarto e vê que esta está fechada, a do banheiro também, ela olha o relógio na parede.
- Está quase na hora. - Diz Constantina baixinho, ela vai na estante, pega a caixinha, e tira dela o dinheiro do seu filho, ela olha por todos os lados e não há ninguém a observando, ela coloca a caixinha no mesmo lugar onde estava. Ela vai pé por pé, abre a porta e saí. Samuel saí do quarto, e vai direto na caixinha onde guarda suas economias, e vê que novamente sua mãe pegou o dinheiro, sem perder tempo ele sai da casa, e começa a seguir Constantina, ela segue pela praça, e Samuel atrás, ela vira numa rua mais distante, e caminha em direção a um galpão. Ela bate na porta do mesmo e este diz pra que ela se apresente, ela diz e entre logo em seguida. Samuel não podendo entrar pela porta, ele entre no pátio onde fica esse galpão, ele da a volta, até que consegue chegar a janela, onde consegue ver várias pessoas em volta de uma mesa, pessoas aparentemente ricas, e de grande status na cidade, até que vê sua mãe, Constantina ir até eles os cumprimentar, ela senta numa das cadeiras do lado deles e um deles diz.
- Que o jogo comece!. - E os outros que estavam ali ficam eufóricos e confiantes. Samuel vê que Constantina está usando o dinheiro apostando num clube clandestino de Poker.
Na gruta estava apenas Darah, olhando para as águas enquanto Serena e Marisa não voltam a superfície, K-won chega na caverna, e caminha pelos túneis até chegar em Darah, ela olha para o gato e vê o que precisa ser feito. Nesse momento Serena e Marisa emergem das águas cristalinas, mas diferentes estavam transformadas, suas roupas haviam mudado, até seus olhares estavam mais profundos.
- Agora eu entendo tudo Darah, como pude ser tão indiferente quanto a isto. - Serena
- Agora tudo faz sentido, desde o princípio, agora nada será como antes, é como se eu estivesse nascido novamente, e vendo um novo mundo. - Marisa
- Eu te entendo Darah, porque agiu daquela maneira, você tem toda a razão, minha mente nunca seria capaz de imaginar que seria isso. E estou pronta para minha missão. - Serena
- Eu também, estou pronta pra assumir meu lugar, e o meu destino. - Marisa
Ao lado de Serena, havia uma sombra de um animal, este que não era possível compreender o que era pois estava nas sombras, Darah fez um gesto com as mãos indicando a Serena, o animal sai das sombras, era uma águia Harpia, Serena estica seu braço e a Harpia voa e pousa nele, encostando sua cabeça na dela. Ao lado de Marisa havia algo no chão, que estava se mechendo, Marisa põe sua mão no chão, e um escorpião amarelo sobe eu sua mão, a mesma levanta seu braço e com a outra mão ela faz um carinho na cabeça do escorpião e o mesmo não a ataca.
Darah diz às duas.
- A transformação já foi concluída, agora temos que ir garotas, os animais serão nossa visão enquanto estivermos na mata. - Diz Darah a Serena e Marisa, as duas concordam, Marisa coloca sua mão no chão e o escorpião some, junto de K-won e a Harpia que também desaparecem pelos túneis, e elas partem dali.
Na mecânica estava Tônia Para-choque concertando um carro, Abner, Natiel estavam a lhe ajudar quando Nando chega desanimado na mecânica, Tônia vendo isso chamou ele para dentro de casa para ver o que
aconteceu.
- O que houve?
- Nada.
- Eu sei que aconteceu alguma coisa, não vou deixar tu sair daqui antes de me falar, tu sabe que sou tua amiga, e tô aqui sempre, mas vou entender se não quiser falar, não vou forçar você a isso.
- Tônia não consigo esconder algo de você, tu é como uma irmã pra mim. Acho que meu pai tá batendo na minha mãe de novo.
- O que ? Aquela toupeira bateu na Nice de novo?
- Calma eu não tenho certeza disso, quando cruzei com ela mais cedo, o cachecol que ela usava, caiu um pouco, deu pra ver que o pescoço dela estava roxo.
- E onde ela está agora?
- Na igreja.
- Tomara que não seja o que a gente tá pensando, porque se for teu pai vai preso violência doméstica é crime, lei Maria da Penha.
- Por mais que seja meu pai, se ele fez ele tem que pagar. - diz Nando com lágrimas nos olhos, e Tônia o abraça forte.
Na igreja estava Nice, no confessionário com o padre Samir, está contando que cometera um pecado.
- Padre, eu pequei.
- E o que foi que você fez minha filha?
- Não correspondi com o papel de esposa.
- Como assim?
- Meu marido queria ter relações sexuais comigo, mas eu não quis pois não estava bem para aquilo, e causei sua fúria e fiz ele bater em mim.
- Minha filha, você não pecou, quem pecou foi ele, isso é violência contra mulher, é crime. Isso não se faz, denuncia Nice, Disque Denúncia 180, este criminoso tem que estar por trás das grades! - Diz o padre, e Nice se vê sem saber se denuncia a agressão de Magnus ou mantém em sigilo.
Deusa, Alex e Léo chegam na casa de Darah, a águia Harpia estava num muro de uma das casas da rua, K-won estava deitado na calçada, e o escorpião no pátio parecendo quase invisível pois é da mesma cor que a areia passando despercebido pelos três. Eles abrem o portão, e vêem que a porta da frente não está totalmente fechada, assim eles vão calmamente pé por pé no pátio da casa, Léo coloca a mão na maçaneta, e abre rapidamente, ele entra, e logo após ele Deusa e Alex entram na casa e ficam de queixo caído quando vêem tomando chimarrão, Marisa, Serena e a Darah com olhares misteriosos.
- Oi gente! Desculpa não ter falado contigo Léo todo esse tempo, tive muita coisa pra organizar, acredita que tive que ajudar meu pai na cidade vizinha, consegui voltar só ontem. - Diz ela num tom suave, mas o que realmente fez ela não contaria a eles. - E aí vão querer tomar chimarrão com a gente? - Deusa e Alex juntamente com Léo ficam boquiabertos diante da cena das três que sumiram estarem juntas como se nada estivesse acontecido. Léo se enche de coragem e diz.
- Darah preciso te contar uma coisa! - diz Léo, Deusa e Alex ficam surpresos dele criar coragem, Darah o olha profundamente, e ele teme se terá coragem de realmente contar o que sente.
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