Capítulo 10
O olhar autoritário do médico intimida Camila, e ela ergue a cabeça certa de sua decisão fala.
- Eu já tenho minha decisão.
- E qual é?
- Vou completar o período de gestação, a criança tem o direito de nascer, eu não vou abandona lá independente de como ela vier eu irei ama-lá, darei minha atenção, meu amor, minha dedicação e principalmente a minha vida .
- Você tem noção que essa criança vai nascer doente, deficiente que vai te prender pra sempre, não vai mas poder sair, curtir a vida, uma garota tão nova presa a um bebê, uma criança mal formada?
- Olha eu tenho 20 anos, e curti a vida muito, aproveitei tudo o que poderia, agora vou curtir a melhor fase da minha vida, a minha melhor escolha, ser mãe , é que vai fechar a minha vida com chave de ouro, não tem coisa mais mágica, mais linda, mais incrível para uma mulher que ser mãe. É minha escolha e minha filha vai nascer sim, se o mundo vai abandona lo por nascer especial, pode ter certeza eu não. Obrigada pelos exames, e consultas, pelos avisos e indicações, pode deixar eu convido você para o batismo com todo o prazer. - Diz Camila um tanto sarcástica e direta
- Você é quem sabe, mas não chore quando se arrepender que a culpa será sempre sua. Todo o sofrimento dela será sua culpa.
- Nós dois tivemos o direito de nascer, meu bebê também tem, e não ser por que você quer que o direito dela será destruído, que vá acontecer. Se você tem preconceito eu não tenho.
- Você decide. - diz médico encarando a, com um olhar cínico
Na delegacia as coisas estavam de pernas pro ar, com Ilca e Marta Rocha presas na mesma cela.
- Eu não aceito se colocada num lugar onde há uma mulher despudorada, sem vergonha, mal caráter e destruidora de casamentos.
- O que minha filha? Destruidora nada não sou obrigada a saber quem é casado e quem não é dessa cidade, não sei se na sua imensa magnificência sabe que Camaquã tem mais de 15.000 habitantes e aí dondoca, não tenho bola de cristal para prever o futuro, não leio tarô! Se tem alguém que não presta é o marido de vocês beatas que casados gostam de sassaricar em outros terrenos.
- Você respeita o meu marido sua linguaruda, o Agenor é um direito!
- Direito! Hahaha tá mais pra direto... direto na rua hahaha, passa mais tempo com as vizinhas do que com a própria mulher, as garotas são testemunhas que ele vem porque quer!
- O que você disse ? Quer dizer que o Agenor me trai ?
- Boca minha não cala boca enquanto não fala o que não deve!
- Não posso acreditar ele me enganando esse tempo todo? Mentiroso, dizia que ia visitar a mãe, só se a mãe for a cafetina! -Diz Ilca chorando de raiva
- Desculpa dona.
- Desculpa pelo que? Por mais que você tenha dormido com ele, ele te pagou pra isso, tantas vezes chegava em casa dizia que tava cansado do trabalho, tomava banho e nem me olhava e ia dormir, porque tanto desprezo fui trocada por uma...
- Prostituta... sinto muito, os homens são muito imprevisíveis as vezes a gente acha que tem o controle que tudo tá certo, mas a verdade tá bem debaixo do nosso nariz, e só descobrimos quando a corda arrebenta .
- Olha você não vai ouvir isso da minha boca mas... obrigada por ter me dito julgo tanto vocês mas é um trabalho.
- Você não sabe quantas vezes nós sentimos nojo, dos homens que aparecem querendo nosso serviço mas temos que nos sujeitar aquelas práticas para ter um prato de comida , estamos sozinhas no mundo dona, somos pessoas boas pena que muita gente não enxerga e ainda tenta tirar a única coisa que sabemos fazer, o único meio de termos dinheiro. E triste mas é a realidade.
- Me perdoa eu não sabia como vocês sofrem. Mas vocês escolheram isso .
- Ta aí dona, nos não tivemos escolha .
Ilca fica sem palavras ao ver a situação que as garotas passam todos os dias, a verdadeira face do que realmente são.
Marisa, Jussara e Selinha tentam pensar alguma maneira de soltar Marta Rocha da cadeia.
O tempo passa, anoitece.
- Meninas já anoiteceu e a gente não pensou em nada pra soltar a Marta Rocha ! - Marisa
- Pena que não sabemos ninguém que conheça o delegado ! - Jussara
- Estranho! Lembro me que uma vez o delegado apareceu lá no ponto! Mas não lembro quem o atendeu. - Selinha
- Já sei ! - Marisa
- Quem? - disseram Selinha e Jussara
- A Deusa!
- É mesmo, mas não vimos ela o dia inteiro, nem sei por onde ela anda!- Jussara
- Eu acho que sei onde ela está ! - Selinha
- Então vamos lá.- Marisa
- Bora. - Jussara
As meninas partem para a procura de Deusa, que tudo indica que tem um rabo preso com o delegado. As garotas chegam no orfanato, onde Selinha disse que Deusa estaria, e dito e feito, lá estava Deusa no portão do orfanato, observando pela janela as freiras pondo as crianças para dormir, com olhar tão encantado e singelo ela olha exclusivamente para uma criança, um menino negro, que sorria para a freira o sorriso de orelha a orelha. Até que as garotas se aproximam de Deusa.
- Aqui de novo Deusa? - Selinha
- Você disse que não ia contar pra ninguém Selinha você prometeu! - Deusa
- Mas eu não contei nada ! - Selinha
Com olhares disfarçados elas mudam de assunto, mas Marisa e Jussara desconfiaram.
- Por que estão aqui? - Deusa
- A Marta Rocha foi presa ! - Selinha
- Por quê? O que ela fez? - Deusa
- Ela sai no pau com uma beata, depois juntamente com ela agrediram o policial. - Marisa
- Tinha que ser! Ela tem cabeça muito quente! - Deusa
- Deusa você sabe o que fazem com as prostitutas na cadeia feminina, precisamos tira lá de lá além do mais é nossa amiga! - Marisa
- Precisamos de sua ajuda ! - Jussara
- Para que ? - Deusa
- Você conhece o delegado e ele tem uma queda por você! Não é atoa que ele preferiu você aquele dia! Só você pode nos ajudar ! - Marisa
- Conta comigo ! Qual é o plano? - Deusa
As garotas planejam o ataque para tirarem da cadeia Marta Rocha, e correm para a delegacia, horas de passam e é 23:14 da noite. Elas chegam a delegacia , o delegado justo nesse dia esqueceu algo na sala do escritório da delegacia, no que volta e está lá pegando um documento, o plano se inicia.
Deusa entra pela porta e vai apagando as luzes, até o escritório, ela põe a perna direita com uma meia calça toda de renda para dentro da sala, o delegado vê e fica babando, aí ela entra e dando passos lentos e sedutores ela se joga pra cima do delegado.
- Sabe tava com saudade daquele dia, você nunca mais foi me visitar!? - Deusa
- Ah minha linda, é que o trabalho tá demais aqui, e muita coisa acontecendo! - delegado Marcão
- Mas hoje meu delegado, eu tirei a noite so pra você!
- Que maravilha, você não vai se arrepender!
Os dois se beijam, e se agarram, Deusa sugere que desliguem a luz que dá um tom mais exitante, ele adora a ideia e desligam a luz. Ela pega as chaves de sua calça e joga pra fora da sala.
- Deusa essa é a chave do carro dele, joga outra! - disse Jussara sussurrando
- Meu Deus! - Deusa nervosa
- O que você disse? - Marcão
- Que a sua barba é muito gostosa quando sinto ela no meu pescoço! - Deusa, disfarçando
Deusa joga outro molho de chaves.
- Agora é Deusa! - Jussara sussurrando
- Até que enfim! - Deusa
- O que ? - Marcão
- Não sai de perto de mim, eu disse ! - Deusa quase tendo um ataque
Marisa já estava na cela onde Marta Rocha estava, Jussara veio com as chaves , e Selinha do lado de fora da delegacia cuidando para que ninguém entre, Selinha vê uma sombra do outro lado da delegacia que seria nos fundos, e com medo de ser alguém ela vai tentar distrair essa tal pessoa.
Jussara abre a cela e Marta Rocha sai, elas se abraçam.
- Vocês são amigas de verdade, tão arriscado ser presas também e mesmo assim viram me soltar ! - Marta Rocha
- Amigas são para isso! - Jussara
Jussara vai para trancar a cela novamente, mas Marisa fala.
- Não ela ela vem conosco, venha com a gente Ilca, ninguém vai te matar por ter saído, ninguém vai saber dou minha palavra.
- Sério? - Ilca
- Sim.
- Obrigada, vocês não sabem o quanto estou agradecida. - Ilca
- Vamos ! - Marisa
As meninas e Ilca saem para fora, onde procuram por Selinha, elas não a vêem, Selinha lá nos fundos encontrar uma correntinha.
- Mas como essa correntinha foi parar aqui, essa é a mesma da foto que Marisa me mostrou de Darah e Lana, essa correntinha é da que desapareceu. Os encapuzados só pode! Marisa tem que saber disso! - Selinha
Uma sombra cobre Selinha, e a sombra era de alguém que usava uma capa. Um grito muito alto se escuta.
- Ahhhhh!
- Meu Deus é a Selinha ! Só pode . - Marisa
- Nos fundos vamos! - Ilca
Mas não havia mais ninguém ali, e medo, pavor e mistério pairava no ar. As quatro ficaram perplexas, o delegado e Deusa também saíram para fora, nesse momento Marta Rocha virasse de costas, e Ilca coloca um lenço no rosto.
- O que estão fazendo aqui? - Marcão
- A gente ouviu um grito, viemos ver o que era ! - Marisa
- Podia ser alguém precisando de ajuda né! - Jussara
- Ata também ouvimos! E quem é essa? Nova garota? Não conheço!- Marcão
- Ela é a Gertrudes, ela é daltônica !- Marisa com olhar sarcástico
- Sim sou Gertrudes e sou daltônica! - Disse Ilca com olhar tenso, e com vontade de subir na cabeça de Marisa
- Ah tudo bem então! - Marcão
- Mas o grito! Vou embora não fico mais um segundo aqui! - Deusa
- Vamos garotas pode ser que passou uma cobra, ou outro bicho Selinha se assustou e foi pra casa! - Marisa
- Com certeza é isso! - Jussara
- Até mais então, pensando bem eu as acompanho até a casa .
- OK. - disseram algumas delas.
Marcão leva as garotas para casa, mas Marisa fica desconfiada que Selinha possa ter sido a próxima vítima.
Na mecânica de Tônia para-choque a duas quadras da delegacia, Flávio chega em casa às 00:39 da noite.
- Onde você tava Flávio? - Tônia para-choque
- Por aí ! Você é minha irmã não minha mãe! - Flávio
- A vó precisava de você a horas e você não estava para ajudar!
- Por que você não ajudou então ?
- Eu cheguei agora, tive que buscar um carro guinchado muito longe daqui.
Num olhar sinistro ele lança a Tônia para-choque, ela fica insegura do que o irmão posso ter feito naquela noite.
- Mas você não vai dizer o que você fez? Ou onde estava?
- Não enche! A vida é minha faço o que bem entendo tenho 19 anos, não é por que você é dois anos mais velha que vai ficar me controlando!
- Não precisa ser agressivo! Que marca é essa no seu braço, parece arranhão de unha ?! O que isso Flávio?
- Não interessa!
- Você foi lá comprar a vassoura de cabo de ferro para mim minha filha? - Carmen
- Não vó onde vendem este tipo é só na Bahia, e muito longe daqui fica em outro estado! - Tônia para-choque
- Quem vai a santo, vai a Roma! - Carmen
- Não vó, quem tem boca vai a Roma, e quem vai a Santo vai a Deus, assim que é o ditado.- Tônia para-choque
- Eu falei certo você que fala errado, e fica só rindo, me confundi.
- hahaha
- hahaha
- E Flávio essa conversa não termina aqui!
Olhar debochado e misterioso de Flávio confrontam a mecânica Tônia para-choque.
Nesse exato momento alguém chega na praça da cidade, alguém misterioso, era Léo de volta a Camaquã, junto dele Kaique.
- Voltei Camaquã, e agora não vou descansar enquanto não desvendar este mistério!
- Você tem certeza Léo pode perder a vida ! - Kaique
- Agora é olho por olho, eles mal esperam o que vou fazer, é melhor eles se prepararem que eu não estou pra brincadeira.
- Cuidado que eles também não!
- Cuidado será preciso deles, que qualquer erro já era, agora vale tudo!
Léo volta a cidade e o que pretende fazer pode desencadear segredos e mistérios que pode por em risco a cidade inteira.
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