Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Capítulo 6 - A Família de Cooper

Não ficamos muito tempo naquela aldeia. Eu tinha feito a minha parte, livrando-os dos Feys das Trevas. Naquele dia que ficamos por lá, eu também tive a oportunidade de observar os Feys que moravam ali. Apesar de serem tranquilos até demais para Feys de Fogo, suas auras vermelhas brilhavam constantemente, sem alteração, sem um destaque. Eu sabia que eram bons Feys, mas nenhum deles poderia ser o governante. Ainda assim, fiz questão de pedir-lhes a promessa de que não deixariam os Darkens tomarem conta do lugar outra vez; eles prometeram que continuariam livres.

No outro dia de manhã bem cedo, pegamos duas bolsas com suprimentos – grãos, frutas e alguns cantis de água, mesmo que fôssemos seguir pela beira do rio – e nos despedimos de todos, principalmente da mãe e da criança que salvamos, cuja casa nos serviu de abrigo durante a noite.

Seguimos, então, a margem do rio. De acordo com Cooper, era o jeito mais rápido de chegar em uma aldeia da água e este era o nosso próximo destino. Eu olhava para Cooper de hora em hora, surpresa por estar mais ansiosa que ele para encontrar seu pai. Eu sabia que meu amigo não o via há muito tempo, mas ele continuava tranquilo, fazendo as piadas de sempre e implicando com Helen.

Andamos durante meio dia até pararmos para comer. Sobrara comida do banquete do dia anterior, mas não seria aconselhável andar por aí com carnes e outras comidas que atraíssem os animais mais perigosos. Já tínhamos problemas demais para enfrentar.

Acomodamo-nos na margem da floresta e, enquanto Cooper e Helen preparavam a fogueira, eu fui até o rio tentar pescar alguma coisa. Como Feys de Fogo, não éramos muito habilidosos com aquela atividade – sem levar em conta que quanto mais próximos da água, mais fracos nos sentíamos –, mesmo assim, ainda sabíamos o básico para não morrermos de fome. Felizmente, Cooper se lembrara de trazer a rede que facilitaria o meu trabalho.

Baixei minha guarda por um minuto ao me abaixar com a rede no rio, mas foi o suficiente para ser derrubada. Quem quer que fosse pulou de dentro da água límpida e me jogou no chão. Sem perder tempo, virou-me de bruços e prendeu minhas mãos nas costas, sentando sobre minhas pernas.

Com a cabeça ainda um pouco levantada, eu consegui ver minha irmã e meu melhor amigo largando tudo e correndo para me ajudar. Senti-me uma tola, por um instante, por esquecer que estava em perigo. Andar pela floresta, conversar com meus amigos e ouvir a água fluindo eram atividades que faziam parte do meu dia a dia antes do acidente nos Testes; eu me senti em casa.

De repente, Cooper parou e colocou o braço na frente de Helen, impedindo-a de continuar. Não entendi por que fez aquilo, mas o momento de autopiedade já havia passado, então ignorei a atitude do meu amigo e tentei me mexer. Não consegui nada além de fazer o estranho aumentar a pressão sobre mim.

— Vocês são patéticos.

A voz que veio de cima de mim atingiu-me em cheio. Era rouca e profunda, mas também forte e fria, como o eco que segue o grito de alguém em uma caverna. Senti como se tivesse pulado em águas congeladas, arrepiando-me por completo. Meu corpo estremeceu.

Ao mesmo tempo, aquela voz me lembrou outra. Estranhamente, a rouquidão era a mesma que eu sempre tinha notado na voz de Cooper. Só que a fala do meu amigo era muito mais calorosa que a do estranho.

— Solte-a, Ash — respondeu Cooper sem se mexer, com os olhos cravados em algo acima de mim.

Eu sabia que devia tirá-lo de cima de mim, mas peguei-me comparando as duas vozes. Ambas tinham um "arranhado" parecido, mas Cooper tinha um timbre muito mais alegre que o do outro. Aquele que estava em cima de mim quase tinha a voz de um Darken, obscura. Mas não chegava a isso, pois era muito mais firme. Os Darkens falavam como se não precisassem fazê-lo, então suas vozes pareciam o chiar dos ventos em nossos ouvidos, sutil e inevitável.

— Ela deveria ser capaz de se libertar sozinha.

— Eu não vou brigar com você, Ash. Deixe Liss ir e eu não deixo ela te atacar. — Cooper inclinou levemente a cabeça, dando a entender que quem atacaria Ash seria Helen.

O que ele não contava, porém, era que eu começava a me irritar.

Cooper já devia ter tirado aquele Fey de cima de mim, principalmente se o conhecia; a última coisa que eu queria era perder o controle ao atacar um amigo de Cooper. Tentei me manter calma, porque sabia que deixaria a luz explodir se eu ficasse nervosa, e talvez os outros elementos também.

— Não vai salvar sua amiga, Cooper? Eu pensei que gostasse dela.

— Acabou o seu tempo — disse Cooper, retirando o braço da frente de Helen.

Quando olhei para minha irmã, ela tinha um brilho vermelho nos olhos – não como Fênix, que ficava com os olhos completamente vermelho, mas suas íris mudaram completamente do marrom para o vermelho vivo que cercava seu corpo em sua aura. Sem o impedimento de Cooper, ela estendeu a mão direita e lançou uma rajada de magma na nossa direção. Sempre me parecera esplêndida a forma como minha irmã era capaz de usar aquele poder de seu elemento, quase como se ela fosse um vulcão ambulante.

Senti o peso extra sair de cima de mim quando o estranho pulou para longe para se desviar do ataque. Levantei-me de imediato e virei-me na direção que ele tinha ido, pronta para atacá-lo também – naquele momento, já tinha esquecido que não podia perder o controle.

Foi então que paralisei.

Era definitivamente um Fey normal: tinha orelhas pontudas, sua agilidade e força eram reconhecidas na constituição corporal e eu podia ver sua aura azul brilhante e viva. Mas ele se parecia tanto com o humano do meu teste, com seu cabelo loiro e seus olhos azuis. O formato do rosto também era o mesmo, longo e de maçãs altas. O Fey na minha frente só era mais jovem, devia ter uns 190 anos, mais ou menos.

E era incrivelmente lindo!

Apesar da sua aura fria, eu senti calor.

A sensação, porém, não durou muito. Aquele Fey deu um meio sorriso que me lembrou Cooper quando estava tramando algo que seria contra as regras e nos colocaria em apuros.

Meu lapso no controle das emoções fez minhas mãos acenderem e, pelo canto dos olhos, eu vi as árvores se mexendo na beira da floresta.

— Liss, já chega — pediu Cooper, parando na minha frente. — Controle-se.

— Ele me atacou — respondi entre dentes, tentando cessar os poderes que fluíam de mim sem minha permissão – e que, pelo que eu podia ver, assustava um pouco meu melhor amigo.

— Ele estava me provocando. Não deixe que isso te atinja.

— Como ele estava provocando você ao me atacar?

A dificuldade para entender o que Cooper dizia foi o que fez com que tudo parasse e eu retomasse o controle. Como sempre, meu amigo era capaz de me trazer a paz. "Ele também está consciente desse fato", notei ao ver o leve brilho de alívio em seus olhos quando me respondeu com intensidade.

— Ele sabe o quanto me importo com você.

Qualquer pensamento de Cooper em relação ao meu descontrole desvaneceu como em um passe de mágica; agora era sua vez de manter o equilíbrio de suas próprias emoções: seus olhos tinham virado duas fendas douradas. Ele também estava se contendo.

Esperei que Cooper voltasse a si antes de falar de novo. Eu o temia tanto quanto a mim quando ele se irritava de verdade.

— Quem é ele, afinal? Vocês se conhecem?

— Não acredito, Cooper — disse o outro Fey, aproximando-se e ficando sério ao nosso lado. Aquela expressão neutra parecia combinar mais com ele do que o meio sorriso que eu sempre tinha associado ao meu amigo.

Cooper se pôs ao meu lado e Helen ficou do outro. Nós três encaramos aquele Fey intrometido.

— Você não contou a ela sobre seu irmão?

Eu fui tomada pela surpresa. Senti meu olhos e boca se abrindo, e precisei me esforçar um pouco para não desviar o olhar para meu amigo.

— Ela nunca o conheceria — respondeu Cooper, como se aquilo fosse tão simples. — Não havia necessidade de contar-lhe sobre mais uma das minhas perdas.

Ao mesmo tempo que eu entendi seus motivos, eu me senti levemente traída. Depois de tantos anos de amizade, eu pensei que sabia tudo sobre Cooper. No entanto, não externei meus pensamentos, pois ele não era o único que tinha segredos na relação. Em vez disso, fiquei apenas ouvindo os dois discutindo.

— Sua família nunca foi importante mesmo.

— Por causa dessa sua atitude que eu nunca falei sobre você.

— Qual é o problema? Ela não pode saber o que eu sei? Que a culpa pelo sumiço de nossa mãe é sua?

Aquela informação me levou de volta à comunicação.

Eu tinha visto meu melhor amigo feliz, irritado, chateado, preocupado, entusiasmado e com muitas outras emoções, várias vezes, mas eu só o tinha visto triste uma vez: quando sua mãe fora levada pelos Feys das Trevas. Os Darkens tinham suas regras e quem era levado por eles era o único responsável por desobedecê-las. Não era justo colocar a culpa em outro.

— Você não pode dizer isso — falei para o irmão de Cooper. — Ele não tem culpa de nada.

— Deixe, Liss — falou Cooper, colocando a mão sobre o meu ombro. — Nada do que diga o fará mudar de opinião. Eu já tentei.

— Ele tem razão — disse seu irmão, depois estendeu a mão para mim. — Vamos nos apresentar formalmente, então. Eu sou Ash, filho de Sula e Cesar, Fey da Água.

Olhei para ele desconfiada, com os olhos apertados. Mas eu não podia recusar a apresentação, então peguei sua mão e falei simplesmente:

— Sou Liss.

Ash levantou uma das sobrancelhas e ficou me olhando, esperando que eu terminasse de falar. Era uma convenção social entre os Feys fazer as apresentações dizendo seu próprio nome, os nomes de seus pais e seu elemento, mas eu não estava com muita vontade de ser amigável com Ash naquele momento.

— Certo — ele finalmente disse, soltando minha mão. — E você?

Ele estendeu a mão para Helen, que logo a pegou com mais força do que era necessário. Ela também não se sentia muito simpática naquele instante.

— Sou Helen, filha de Solomon e Satine, Fey do Fogo, a primeira escolhida para ser governante.

As duas sobrancelhas de Ash subiram depois de receber aquela informação. Eu não sabia até que ponto as informações sobre minha jornada tinham chegado até ele, mas eu tinha certeza de que aquilo o pegou de surpresa.

Ash olhou de novo para mim, lentamente me observando da cabeça aos pés como se estivesse me avaliando.

— Eu soube que a guardiã tinha sido encontrada, finalmente — ele falou com aquela voz profunda, olhando nos meus olhos. — Mas não sabia que ela era tão jovem.

— Você não é muito mais velho do que eu — defendi-me. Eu não o deixaria me menosprezar por qualquer motivo que fosse.

Inclinando de leve a cabeça, Ash continuou me encarando, sério. Era como se ele estivesse constantemente procurando por alguma coisa ou esperando alguma reação diferente.

Senti outro arrepio percorrer meu corpo.

— Como ficou sabendo? — Perguntou Cooper.

— Os Darkens ficaram agitados e acabaram falando demais — Ash respondeu sem desviar os olhos dos meus.

Cooper suspirou, depois bateu as mãos e disse:

— Estou com fome.

Olhei para meu amigo e ele estava sorrindo como se nada tivesse acontecido. Como se não fosse importante o fato de as notícias sobre mim estarem se espalhando tão rapidamente.

— Já que você atrapalhou nosso almoço, traga alguns peixes para nós, Ash.

Cooper se virou e foi andando para onde tinha deixado a fogueira inacabada. Helen seguiu atrás dele em silêncio. Não era comum a minha irmã ficar tanto tempo quieta, então eu imaginei que a chegada de Ash tinha mexido mais com ela do que eu percebera e ela estava se dando um tempo para se acalmar.

Eu e Ash ficamos olhando para os dois por um momento, imaginando por que eles pareciam tão calmos.

Quando Ash pigarreou, voltei a olhar para ele.

— Eu te ajudo a pescar — ele disse, apontando para a rede aos meus pés. — Afinal, eu te atrapalhei.

— Deveria fazer sozinho — eu respondi asperamente, mas não estava mais tão irritada com ele, estava apenas curiosa.Ele se parecia fisicamente com Cooper, mas sua personalidade era bem diferente. Além disso, eu tinha certeza de que ele ainda estava esperando encontrar alguma coisa em mim, mesmo que o assunto da conversa tivesse mudado.

— Não sou seu animal de estimação — ele respondeu, colocando as mãos na cintura. Estranhei, por um segundo, a menção aos animais que eram dominados pelos humanos. Claro, até ele continuar a falar: — Não me confunda com Cooper que faz tudo o que você quer. Eu apenas queria reparar meu erro, mas se recusa minha ajuda, eu não ofereço mais.

Ele se virou e foi até o rio, pulando em seguida dentro da água. Pensei que ele nadaria de volta para o lugar de onde tinha vindo, mas percebi que ele estava fazendo o que Cooper havia pedido, só que do jeito dele.

Fiquei irritada com a atitude arrogante dele e bati o pé, frustrada, antes de me abaixar para pegar a rede.

Como era de se esperar, atrapalhei-me toda para conseguir pegar um único peixe. Tudo bem, confesso que o maior motivo para eu ter me atrapalhado tanto não foi minha falta de habilidade naquela tarefa, mas sim o fato de a água límpida do rio me permitir ver Ash nadando de um lado para o outro e pescando – sem rede – com tanta facilidade.

Ainda assim, senti-me realizada ao me levantar com um único peixe – pelo menos era um dos grandes – para voltar para junto de Cooper e Helen. Eu sabia que meus amigos teriam se saído pior que eu.

Enquanto estava caminhando até nosso acampamento na beira das árvores, ouvi a água se mexendo atrás de mim. Eu sabia que era Ash saindo do rio, mas não olhei para trás.

Quando senti pingos caindo ao meu lado, olhei, surpresa, para um Ash encharcado. Só então percebi que ele tinha saído completamente seco de dentro do rio quando me atacou, demonstrando seu incrível controle sobre o elemento da Água.

Notei outros detalhes também: a camisa branca e larga que ele vestia estava transparente e colada em seu corpo, deixando a vista ombros largos, braços fortes e um abdômen definido. Além do meu pai, eu nunca tinha visto um homem sem camisa. Do jeito que eu podia ver o corpo de Ash, poderia classificar como sendo uma experiência bem diferente da que tivera com meu pai.

Senti meu rosto corar e um calor se espalhar pelo meu corpo. Engolindo em seco, virei-me para a quase fogueira, que já estava na minha frente, e sem querer a acendi.

— Helen — exclamou Cooper. — Ainda tenho que colocar mais lenha. Abaixa esse fogo.

— Eu não a acendi — disse minha irmã sem desviar a atenção dos vegetais que tinha nas mãos, tratando a fala de Cooper como mais uma das implicâncias dele para com ela.

Cooper franziu o cenho e olhou para mim. Depois olhou para seu irmão e fez uma careta.

— Seque-se, pirralho.

— Aqui estão seus peixes — Ash respondeu, colocando os espécimes sobre a manta na relva.

Eu sabia que ele tinha pescado mais do que eu, mas ainda senti um pouco de vergonha ao colocar meu solitário peixe sobre os dele. Pelo menos, ninguém estava prestando atenção em mim para notar esses detalhes.

— Ótimo — Cooper respondeu, voltando a atenção para a fogueira. — Agora me faça outro favor e avisa ao pai que estamos chegando. Passaremos a noite na aldeia.

Ash se sentou do meu lado, balançando o cabelo curto com as mãos e deixando a água respingar em mim. Afastei-me um pouco, mas ele se aproximou de novo e continuou com a implicância.

— Eu diria se ele estivesse lá.

Cooper ajeitou a lenha da fogueira enquanto perguntava casualmente:

— Como assim? Onde ele está?

— Foi levado pelos Darkens.

O frio que senti não era apenas da voz de Ash. O Fey da Água tinha, com certeza, baixado a temperatura por ali. Além disso, tanto Cooper quanto Helen pararam de se mover, quase como se Ash os tivesse congelado.

— Do que está falando, Ash? — Perguntou Cooper ao se virar lentamente para o irmão.

Observei-o. Aquela era a primeira vez que ele transparecia medo pela voz, mesmo que tivéssemos passado por muitas situações assustadores até então. Eu sabia, porém, que Cooper ainda era um pouco traumatizado pelo que acontecera com sua mãe

— Os Darkens ficaram agitados ontem — Ash começou a explicar. Ele parecia calmo, mas seus olhos azuis brilhavam de raiva. — Falaram sobre a nova guardiã ter sido encontrada e que ela tinha fugido, com um pouco de ajuda. De noite, eles não se aguentaram mais e começaram a atacar todos que chegavam perto.

— O que isso tem a ver com nosso pai?

— Você sabe como ele é, Cooper. Tentou ajudar, junto com alguns outros Feys. Todos foram derrotados e capturados, inclusive nosso pai. Eles começaram a pegar os familiares também, mas eu pulei no rio e consegui fugir.

— Então, toda sua família... — eu não consegui terminar a pergunta.

— Foi capturada — Ash respondeu mesmo assim.

Vi a vulnerabilidade nos olhos de Cooper quando ele respirou fundo, mas logo ele se recompôs, dando um sorriso travesso para o irmão.

— Veja pelo lado bom, Ash — disse Cooper. — Você ainda tem a mim.

— Grande consolo.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro