Chào các bạn! Vì nhiều lý do từ nay Truyen2U chính thức đổi tên là Truyen247.Pro. Mong các bạn tiếp tục ủng hộ truy cập tên miền mới này nhé! Mãi yêu... ♥

Março, 31

Março, dia 31

Nem imaginas de onde te estou a escrever agora. Lembraste daquele café que nós adoramos, no outro lado da cidade, o Traviatta?

Já cá não vinha há muito tempo. Até começava a sentir saudades... Contudo, desta vez preferia não estar sentado neste café, já que só venho a este lado da cidade quando tenho razões fortes para isso. Mas, como o hospital fica perto e como fui expulso pela enfermeira com um ar simpático mas com um sorriso de dentes amarelos e tortos, andei a deambular até vir parar aqui, a esta esplanada.

Sabes o que pedi? Um gelado caseiro de chocolate e banana, como só no Traviatta se conseguem produzir. Está um dia frio, mas nunca fui de comer gelado só nos dias de Verão e estava com vontade. Dizem que é costume comer gelado quando se está a afogar as mágoas. Acho que é isso que estou a fazer.

Não escrevi durante muito tempo, mas andava bastante ocupado com os projetos do meu curso e não havia nada de nota para registar. No entanto, ainda há uns minutos senti uma enorme necessidade de te escrever e deixar por escrito tudo o que me ia na mente.

Acho que começo a gostar mais do rapaz com quem andas ultimamente, esse tal de Max. Pareceu-me hoje que ele se preocupa contigo. Verdadeiramente. De contrário, acho que não havia nenhum motivo para ficar na sala de espera do hospital com lágrimas nos olhos, a esperar pela nossa chegada. Se tu lhe fosses indiferente, provavelmente teria fugido antes de eu lá pôr os pés, com medo de mim. Não que eu seja um rapaz muito ameaçador, mas prometi fazer-lhe mal se ele te fizesse chorar. E tenciono cumprir essa promessa, se isso alguma vez acontecer.

Assim que me viu, levantou-se de um salto. Vinha quase em pânico e a balbuciar apenas uns Desculpa! e Lamento! pois estava tão perturbado que não lhe saía da boca nenhuma frase coerente. Precisou de alguns minutos para se tentar acalmar, mas continuava a tremer quando caiu da cadeira onde se tinha sentado para o chão, mesmo aos meus pés. Estava bastante convicto de que a culpa de teres ido parar ao hospital era dele. O coitado não fazia a menor ideia de que isso não tinha nada a haver com ele! Aliás, provavelmente a vossa saída a dois deve ter-te ajudado a esquecer, pelo menos por um bocado, a tua doença e as tuas limitações. Sinceramente, até lhe estou grato por te fazer tão bem. Gosto de te ver feliz e a sorrir e, se ele te provoca isso, então eu consigo tolerá-lo.

Depois disso demorou um bocado para a Martha e o John conseguirem saber do teu estado. Vieram buscar o Max, mas ele só se foi embora quando soube como estavas. Foi apenas um pequeno percalço, agora estás estável. Dentro de uns dias estarás de volta a casa. Mas pregaste um valente susto ao rapaz! Assim que puderes receber visitas que não sejam só da família vou levar o miúdo ao teu quarto para ele tirar aquele sentimento absurdo de culpa de cima.  Apesar de lhe terem explicado o que se passava contigo, ele continuava a pensar que nunca devia ter-te levado ao parque de diversões e a comer pipocas a seguir.

Aposto que foi uma das alturas da tua vida em que te sentiste mais normal.

Tentei ficar no teu quarto o máximo de tempo possível, mesmo estando tu a dormir. Até coloquei música a tocar, mas como já te expliquei, fui expulso quando a hora de visitas acabou. A enfermeira não foi antipática, mas um pouco mais de simpatia não lhe fazia mal.

Saí do hospital, olhei o rio e caminhei sem destino até encontrar a familiar fachada do Traviatta. Agora que aqui estou sentado, relembro os momentos que aqui passámos, naqueles dias de Inverno a beber bebidas quentes na mesa de sofás de cabedal velhos e cor de laranja à janela do café ou na quantidade de gelados que pedíamos no Verão de cada vez que o John contrariava a Martha e nos queria pagar um gelado.

Só pregunto a Deus porquê. Porque é que tinhas de ser tu, a mais bondosa das almas, de entre todas as pessoas do mundo que nasceram na mesma altura que tu, a carregar um fardo tão pesado. Nas alturas em que esta dúvida me ocorre, digo a mim mesmo que é por seres a única forte o suficiente para continuar a lutar, dia após dia. Só espero que seja verdade.

Mas temo o pior, meu pirilampo. Temo que algo mau esteja para vir.

Mas talvez seja só o meu lado pessimista a falar. Não ligues.

Com Amor,

Sammy

[editado: Dez 2024]

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro