Fevereiro, 14
Fevereiro, dia 14
Dia dos Namorados. É suposto ser um dia feliz, não é? Hoje, mais do que nos outros dias, é suposto sorrir ao pensar na rapariga que me prendeu o coração. Hoje é o dia onde todos os apaixonados demonstram o seu amor uns aos outros, com encontros e prendas especiais. Hoje é o dia em que as pessoas declaram o seu amor por alguém, se não tiveram coragem para o fazer antes. Hoje é o dia em que a primavera tem um sabor mais doce. Hoje é o dia em que as crianças trocam cartões em forma de corações, apesar de não saberem nada sobre o que é amar alguém para além daquele amor quase primitivo que sentem pelos pais.
Se hoje é suposto ser um dia assim tão feliz, porque razão me sinto sempre tão miserável? Ainda por cima é o meu aniversário. O meu nascimento devia ter sido uma prenda do dia de São Valentim para os pais. Mas de cada vez que penso nisso, sinto exatamente o oposto. Não tive culpa de nascer, mas as coisas lá em casa não melhoraram só por eu ter passado a existir. Pelo menos era o que a mãe me contava de cada vez que o pai saía e eu lhe perguntava onde é que ele estava.
No entanto, agora não dedico mais de dez minutos a esses pensamentos sempre que o dia 13 de Fevereiro se transforma no 14. Percebi que há coisas melhores na vida que merecem a minha atenção. Tal como o jantar de aniversário que a Martha e o John vão organizar hoje para mim, apesar de não me estar nada a apetecer estar rodeado de tanta gente hoje, mesmo sendo a família e alguns amigos. Ou o encontro que tenho hoje com a Carol. Ainda estamos a decidir o que vamos fazer hoje, mas sei que não venho tão cedo a casa depois das aulas. Devo aparecer com ela apenas para jantar.
Por falar em encontros, ainda não me explicaste bem aquela história do rapaz da Academia te ter convidado para passear hoje. Chama-se Max, acho eu... Não sou muito bom a fixar nomes de pessoas que não conheço pessoalmente, apesar da minha boa memória. Se não conseguir associar o nome a uma cara, então é provável que eu me esqueça.
Não me agrada nada que andes a sair com um rapaz, mas se há coisa que aprendi contigo é a não me meter num assunto que não me diz respeito. Pelo menos não diretamente, porque esse tipo de coisas diz sempre respeito ao irmão mais velho. Não quer dizer que aprovo, mas não vou fazer nada para te impedir de saíres hoje. Contudo, quero que fiques ciente de que se ele te partir o coração, eu vou atrás dele e lhe parto os dentes. E talvez as pernas, depende da quantidade de lágrimas que ele te fizer derramar. És a minha irmãzinha, o meu pirilampo, a coisa mais preciosa que possuo na vida. Não quero que nada te aconteça.
PS: diverte-te e volta a casa a horas decentes!
Com Amor,
Sam
[editado: Dez 2024]
Bạn đang đọc truyện trên: Truyen247.Pro